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sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Globonews em Pauta e Sérgio Aguiar... que coisinhas mais chatas

Sérgio Aguiar
Apresentador
do Globonews em Pauta
“Globonews em Pauta” é jornalismo? Pareceu-me mais uma imitação feminil e faveleira de um programa antigo do SBT, no início da década de 1980, “O Homem do Sapato Branco”, apresentado pelo falecido Jacinto Figueira Junior.

Não só as semelhanças bregas, entre um e outro, abraçam a verborragia desmedida dos participantes e o foco da câmara em cima do sapato do apresentador, o que é toda uma reminiscência, mas também a balbúrdia dos temas “em pauta”, abordados pelo entrevistador e convidadas.

Se no “homem do sapato branco” o calçado era branco, no “Globonews em Pauta” o sapato é marrom, de pontinha arrebitada, um charme; talvez a condizer com a “erudição” do apresentador e com o vocábulo “pauta” que, se não fosse repetido tantas vezes por ele, ninguém perceberia...

Não sabia que o “padrão Globo de qualidade” havia decaído tanto. Enquanto morei no Brasil, não recordo ter assistido a um jornalismo tão barato “em pauta”. Nem de tal ordem azucrinante e ordinário, haja visto a superficialidade e leviandade como os temas são abordados. Igual parâmetro só vi em televisões africanas, especificamente em Burundi e no Gabão.

Não lembro se o “Globonews em Pauta” já existia nos meus anos de Brasil. Pouco importa. O que assisti na madrugada de oito de setembro é de dar nos nervos. Um lixo!; no formato, na condução dos temas e na forma como as convidadas são instados a falar; pior, como são cortadas no meio dos raciocínios que estão a desenvolver, para desespero de quem não conhece o assunto e quer saber mais.

Só consegui agüentar exatos 23 minutos. Não deu para suportar o apresentador, menos ainda as suas constantes interrupções absolutamente inadequadas e fora de contexto.

Como fala! Nem se dá conta das bobagens que diz, nem das vezes que as repete.
Primeiro plano do programa.
Em destaque o sapatinho

Deve ter a língua ligada à eletricidade.

Mais parece uma varina – de calças – em mercado de peixe.

Quem não sabe o que é uma varina, sua indumentária e particularidades tagarelas, nunca visitou os mercados de peixe de Paris, Lisboa ou Barcelona.

O homem não se cala. Fala pelos cotovelos. Em circunvizinhanças brasileiras, Sérgio Aguiar, fez-me lembrar dos camelôs da Rua 25 de Março, em São Paulo, desesperados em dia de chuva, a venderem bagulhos chineses que ninguém quer comparar...

Até a voz do delicado transmite um certo quê de déjà vu...; melhor dizer, de um déjà audible.

Deus do céu!; que voz desagradável, chata, desafinada, anasalada, esganiçada...

Não vou nem entrar no pedantismo que exala...

Eliane Cantanhêde
Uma das convidadas com algo
interessante a dizer. Foi
cortada abruptamente pelo
rapazola que quis fazer uma piada
fora de contexto.
Cada vez que abria a boca, precisei diminuir o volume. O homem grita... soa como fonema chiante em frase pretérita, com fricativas a predominarem!

Que tristeza ver a maior empresa de comunicação do Brasil se render, na busca desesperada pela audiência da “crasseC, ao modo comportamental-indutivo petista que passou a imperar no país e na moral nacional.

E o favelês falado com entonação de porteiro de lupanar chique?

Santo Deus!!!! Que dó me deu a gramática. Dava até para ver que, quanto mais Sérgio arrazoava, mais ela fugia desabalada, rubra de vergonha...
 
E o sapatinho marrom gracioso, em primeiro plano, ora a balançar, ora a oscilar para cima e para baixo?

Isso lá é coisa de homem ou de apresentador sério?

Sempre de perna traçada, será que não fica com cãibra? Em 23 minutos não se mexeu uma vez, exceto o pezinho com sapato marrom.

Em termos de linguagem corporal (pernas cruzadas/ traçadas), Sérgio Aguiar revela-se bastante inseguro no que está a fazer, daí o ar pedante que exibe como se retirado emocionalmente estivesse da conversa que ocorre diante dele.

Por outro lado, do alto da bonomia que me invade quando o assunto é Brasil ou brasileiros, creio que é uma postura estóica... ensaiada glamourosamente, a despeito da corcunda que forma quando sentado.

“préce estáuta de boiola morgadão”, já diria um amigo mineiro, de poucas luzes, mas infinita sabedoria.

Quem assiste ao programa, primeiro vê o sapato o tempo todo, depois as molduras das comentaristas.
Mara Luquet

Que “tecnologia” mais cafona. Bem brasileira, fazer o quê? Ainda usam múltiplas telas.

Enquanto uma das “moças” fala, as outras viram caricaturas estáticas de arte nouveau tupiniquim... com pescoço em destaque, tipo sanfona, como o da Mara Luquet...

Pobrezinha... Tão jovem e tão acabadinha.

Quando apareceu tive a impressão que o produtor, lá na cabine, não gostou das rugas da “moça”.

Destarte, os telespectadores foram obrigados a amargar a câmara enquadrar o sapato do delicado... enquanto a jornalista falava, sem aparecer na tela.

Dela me lembro. Falava muita bobagem com Carlos Alberto Sardenberg, na rádio CBN. Não melhorou em nada. Menos ainda na substância do que fala.

E o topete modelado no cabelinho do rapazola? Será que o ditoso coloca bóbis para moldá-lo e laquê para segurar o penteado?

Tudo leva a crer. A imitação de onda a beijar a testa deve dar trabalho para o coiffeur...

Fico cá imaginando as horas que deve levar para se arrumar, – liiiindooooo, – daquele jeito... e os poucos segundos que se toma do seu tempo diário para pensar no que vai dizer no programa...

E a mãozinha esquerda a dar-a-dar, com aliança de prata?

Que delicada! Que unhas mais bem feitas! Que dedos esguios...

Notei que fazia um esforço enorme para não desmunhecar; pra não sair em vôo rasante, dando tchauzinho à rapaziada.

Onde foi que a minha conterrânea, a diretora de jornalismo, a mineira Silvia Faria, encontrou esse exemplar palrador tão... tão... inimitável?

Em alguma tertúlia de rapazes alegres (como se dizia antigamente), celebradas todos os anos na Av. Paulista?

Que eu me lembre, ela é chegada a essas novidades alegres...

O certo é que Sérgio Aguiar mais parece uma imitação de apresentador, em fase Beta, candidato a vozeiro em caminhão de som, para a próxima parada gay em Cascadura ou Engenho de Dentro, lá no Rio de Janeiro...

Lá isso parece!

A um jornalista sério e credível, seguramente, não se assemelha. E como âncora de pauta jornalística, presumivelmente séria, isso quero crer dada a minha credulidade, não leva o menor jeito, nem talento revela.

Falta-lhe tempero... Ou como diriam os franceses, “un je-ne-sais-quoi de touchant”.

No frigir dos ovos, o pior da criatura é realmente a voz, fator que me anulou qualquer interesse pela pauta jornalística.

Perdoe, leitor, se me repito. É que eu fiquei traumatizado. Os ouvidos ainda zumbem. Preciso exorcizar a experiência visual e auditiva que tive. Ainda sinto gastura, passados dois dias. A voz altissonante, meio cana-rachada, meio flauta quebrada; grave no começo das frases, aguda no finais; absolutamente estridulosa e afetada, chegou a doer no ouvido.

Que coisa mais chata. Que tortura. Uma autêntica penitência. Uma injustiça com os meus pecados, pois nem tão graves são, afinal de contas.

Imagino que o mesmo valha para os distintos espectadores brasileiros: Ninguém merece assistir a um traste como esse, sentado quase de cócoras, no final do dia querendo descansar, após um dia de trabalho pesado... e horas intermináveis passadas nos engarrafamentos do trânsito.

Que judiação!

Os boatos sobre a TV Globo parecem ter fundamento. A empresa anda realmente com uma falta atroz de pessoal qualificado. A começar pela direção da Central de Jornalismo da Emissora. Chega a dar dó quando se observa o nível dos apresentadores, com exceção honrosa para Alexandre Garcia; impecável como sempre.

Não é de admirar que o sapato, ademais castanho, seja o destaque de primeiro plano na imagem central de um programa jornalístico tão marrom.

Sérgio Aguiar poderia muito bem tentar fazer um curso de corte e costura... Como apresentador seria ótimo costureiro, com chance de ser menos chato. Enquanto não se decide, entre uma e outra modulagem do topete, aulinhas de gramática e tratamento com fonoaudiólogo cair-lhe-iam muito bem.

E a isso a Globo chama de jornalista? Eu chamo de outra coisa.


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