Nem a oposição venezuelana quer saber do Brasil.
É
espantoso, mas é verdade: a oposição venezuelana não teve outra alternativa senão
a de pedir ajuda a Felipe González, ex-Primeiro Ministro espanhol, (1982 a 1996),
para tentar libertar António Ledezma e Leopoldo López, os dois líderes oposicionistas
venezuelanos presos arbitrariamente pelo ditador Nicolas Maduro.
E
agora o que é mais incrível: para ajudá-lo na tarefa de negociar com o caminhoneiro
travestido de presidente da Venezuela, o socialista espanhol pediu e recebeu a
ajuda de Ricardo Froilán Lagos Escobar, ex-presidente do Chile entre 2000 e
2006 e.... pasmem, de Fernando Henrique Cardoso, o rei da retórica vazia, à vez
presidente do Brasil de 1995 a 2003.
A
intervenção do triunvirato socialdemocrata, por si só, junto ao governo
ditatorial venezuelano, para libertar dois políticos, presos por se
manifestarem contra os desmandos de um vigarista, já é notícia importante.
No
entanto, o que realmente a faz ganhar as primeiras páginas dos jornais e ser
tema recorrente nos círculos diplomáticos é o fato do governo brasileiro e seu
ministro de relações exteriores terem sido nominal e especificamente recusados
pela oposição venezuelana para participarem das negociações.
Em
tempo, vale destacar que nas negociações em curso entre o governo Colombiano e
as FARC, os diplomatas brasileiros também foram explicitamente afastados de qualquer
participação; até os observadores que, pela insistência desmedida do governo
brasileiro, nas primeiras reuniões fizeram parte... hoje não são mais
convidados.
Que
cada um tire a suas conclusões.