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domingo, 20 de maio de 2007

O Jurista e a Corrupção

A reportagem, “Corrupção está associada à cultura da impunidade”, na página 12 do jornal O Globo, deste domingo 20.05.2007, traz uma declaração, pra lá de interessante, do jurista Dalmo Dallari.

Quase no final do texto, assinado por Cláudia Lamego e Tatiana Farah, aparece uma declaração do tão ilustre cavalheiro, rabulão emérito da nossa magnífica legislação.

Afirma o distinto causídico: – “Corrupção não é do brasileiro. É um produto da nossa história. Isso tem raízes no sistema colonial. É o velho coronelismo”.

– Brilhante! Sensacional! Mais extraordinário que isso, só aquele banco que dá dez dias sem juros.

Não fosse esta declaração assaz burra e estrambótica, a relevância ajuizada e até, razoavelmente, fundamentada dos demais especialistas consultados pelas jornalistas, a reportagem em si fluiria com um déjà vu que todos conhecemos, mas milhões relutam admitir.

Entretanto, como todos sabem, o sr. Dalmo Dallari, amigo do sr. Silva e de notórios, como ele, de letras dobradas, integrantes do Pega Tudo, já está no inverno da vida; haverá, pois, que perdoá-lo por tais palavras.

Infelizmente, eu, um "reacionário demente", como vocês me elogiam, diante das quatro afirmações lidas, dou-me conta que o sr. Dallari passou pela vida e, dela, nada aprendeu ... Ou será que a vida passou por ele e nada lhe ensinou?

Em ambos os casos, sendo eu um reacionário, não posso deixar de lastimar... de reaccionar ou deveria reagir?

Pela idade, é compreensível que o sr. Dallari repita a velha lenga-lenga dos pobres de espírito e haja esquecido que o Brasil tem 500 anos de história e 185 de independência.

Pois é... desde 7 de setembro de 1822, [eu lembro da data], nós brasileiros, como ele, fomos, temos sido e continuaremos a ser incapazes de acabar com a corrupção deixada pelos portugueses, holandeses, franceses e ingleses..., devido ao “produto da nossa história”.

Diante de um “produto” assim, salta à vista que devemos atribuir a culpa da sua origem a quem nos colonizou.

Não podemos nos culpar pela nossa venalidade congênita, nem pela nossa preguiça acintosa; menos pela falta de escrúpulos nacional em deixar para amanhã o que pode ser feito hoje.

Em tempo algum poderemos culpar-nos pela nossa falta de competência, de sentido cívico ou de zêlo comunitário.

Atos de contrição pela nossa ética etérea ou tão somente sazonal, nem pensar!

Isso é axiomático!

Alguém já ouviu falar do jeitinho brasileiro. Eu nunca ouvi! Nem sei o que é isso.

O "jeitinho" é coisa de português! De quem, se não?

Isso é dos Portugueses, pois foram os que mais corromperam por cá, que criaram a SUDENE [Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste] em 1959; a SUDAM [Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia], em 1966; a INFRAERO [Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária] em 1972; o Banco BAMERINDUS; o banco ECONÔMICO, a caderneta de POUPANÇA DELFIM; a LUTFALA; a ATALLA; a CAPEMI; a BRASILINVEST; a COROA-BRASTEL; a ELETRONORTE; o FGTS; a VASP; o INAMPS (Instituto Nacional de Assistência Previdência Social); o RESTAURANTE GULLIVER (tentativa do governador Ronaldo Cunha Lima em matar o governador antecessor Tarcísio Burity, por causa das denúncias de Irregularidades na SUDENE da Paraíba); do BNDES (aquelas verbas para “socorrer” ex-estatais privatizadas); do BANESPA; o ORÇAMENTO GERAL DA UNIÃO, e as façanhas escabrosas dos anões do orçamento que vieram à tona entre 1989 e 1993; o assassinato do CELSO DANIEL; o PROPRINODUTO (também conhecido como Caso Rodrigo Silveirinha); o DNIT (envolvendo os ministros Anderson Adauto e Sérgio Pimentel); o dos GAFANHOTOS, e tantos outros que eu ficaria aqui o dia inteiro só para listá-los.

Foram também os nossos colonizadores culpados, todos eles, com sobrenomes Silva, Soares, Pereira, Palloci, Lorenzetti, Genoíno, Buratti, Suplicy, Mercadante que criaram o PT [Partido dos Trabalhadores] a agremiação política atual, tão ao gosto e simpatia do sr. Dallari.

Foram os colonizadores que incutiram nesses elementos os pensamentos de esquerda, quase fanáticos, pró-trabalhadores, em defesa do patrimônio nacional, contra o FMI e juros altos, etc.

Foram esses colonizados, "produtos da nossa história", que passaram mais de vinte anos alardeando serem os mais éticos entre os éticos de todos os partidos, [honestidade, lisura e fair-play eram as suas palavras de ordem], os quais, uma vez no poder, o primeiro ato de Estado do “seu” Silva, em 2003, foi comprar lençóis e toalhas de algodão egípcio, importados da origem, pois o nacional era ruim demais.

Foi saquearem velhacamente o Banco do Brasil por meio de empréstimos espúrios e pagamentos de notas fiscais frias.

Foram os colonizadores, certamente, que obrigaram esses pobres colonizados, em 2005 e 2006, para que conseguissem e proporcionassem a maior avalanche de corrupção ativa e passiva, escondida e aberta, jamais vista, algum dia, em todo o território nacional.

Para o sr. Dallari, [foto aqui do lado esquerdo], a culpa da corrupção é dos colonizadores.

Foram eles, [mas que safadinhos!], que corromperam os lúdicos trabalhadores e puseram dólares na cueca do inocente petista; encheram bolsas de dinheiro sem origem; violaram a conta bancária de um aprendiz de caseiro e transformaram hospitais, referências na América latina, em sucatas do atendimento...

Certamente, foram eles, os colonizadores, que fizeram o sr. Silva, [apesar deste ser uma pessoa centralizadora, quando comandava o partido], uma vez na presidência da república, alegar completo desconhecimento ou, sequer saber das falcatruas dos aloprados partidários.

Foram, certamente, os colonizadores que fizeram o mesmo sr. Silva rasgar todas as suas convicções, e, certa feita, numa visita à Venezuela, afirmar, categoricamente, que jamais havia sido um homem de esquerda.

Foram os colonizadores que fizeram o sr. Silva abandonar todos os seus correligionários, amigos de todo o sempre, à imprensa gulosa e estrábica...

Só podem ter sido eles, os colonizadores, os coronéis, o produto da nossa história!

Isso jamais poderia ser ou foi coisa de brasileiro!!!

Brasileiro que se preze, é honesto, honrado, não mente, não rouba, não trai, não dá propina ao guarda de trânsito, não compra juizes, nem sentenças judiciais; não adultera balaços da empresa, nem suborna fiscal municipal, menos ainda federal. Brasileiro não sonega impostos, não fura a fila, não “mata” a avó, pelo menos três vezes por ano, para faltar ao trabalho; não adultera receitas médicas, nem pede, no restaurante nem no posto de gasolina, uma nota fiscal com valor maior àquele que gastou, se é que gastou.

Brasileiro, brasileiro mesmo, não come em supermercado, nem bebe whisky [às escondidas] na casa dos outros.

Brasileiro é ético por natureza; acredita e professa ética como filosofia de vida; vota com consciência e lembra-se em quem votou; regularmente cobra do seu deputado ações práticas e é atendido.

Brasileiro, jus sanguinis, preocupa-se mais com a falta do professor na escola do filho do que com o risco que lhe fizeram no carro.

Brasileiro, de verdade, possuiu sentido cívico e comunitário; quando viaja não corre para o banheiro do avião para roubar os sabonetes; nos hotéis não escreve nas paredes nem nos elevadores: "eu estive aqui"; tampouco furta toalhas ou talheres.

Brasileiro, na cidade onde mora, não joga lixo na rua, nem sofá no meio do rio.

Brasileiro não é racista e defende com afinco um sistema de cotas raciais nas universidades.

Brasileiro é politizado e demonstra forte nacionalismo equânime, até durante as Copas Mundiais de Futebol; é o ano inteiro a respirar nacionalismo, mesmo quando entregam, de graça, patrimônio nacional a país estrangeiro.

Brasileiro não é grileiro, [Indivíduo que procura apossar-se de terras alheias mediante falsas escrituras de propriedade], nem corrompe políticos sanguessugas ou mensaleiros... nem se deixa corromper... em sonhos.

Por fim, olvida o nobre rábula que a corrupção está em ascensão, não só no Brasil. O PT, de quem tanto o sr. Dallari gosta, que o diga.

Seria bom o ilustre causídico sentar com os fundadores do partido para relembrarem os achaques às empresas e outras coisitas mais que hoje sabemos.

Não surpreende que tais senhores, de defensores da ética e da honradez, hajam se transformado em pau de galinheiro; de tanto aloprado com dólar na cueca, dossiê forjado, contas em paraísos fiscais, contratos viciados, e, o pior de tudo, por tanto mentirem para uma população que acreditou que tais sujeitos poderiam mudar “estepaiz” .

De tão idoso e cínico, o Sr. Dallari esquece também de olhar para cima.

Se levantasse os olhos poderia ver que nos Estados Unidos da América e na maioria dos países europeus, onde, não tem muito tempo, casos de corrupção só apareciam de décadas em décadas, hoje surgem, diariamente, às centenas, estampados nos jornais.

O sr. Dallari, de tão puro, esquece que o capitalismo globalizado e, ademais, canibal, é o forte incentivo para a cobiça humana.

Em pleno século XXI, atribuir culpas aos colonizadores pela corrupção brasileira, que “nestepaiz” é endêmica, é, sem dúvida, a afirmação mais néscia que já li.

É tão beócia que coloca a obra escrita do seu autor no campo das que devem ser questionadas.

Mas, pensando bem, vivendo eu num establishment verde-amarelo, sou forçado a dar razão ao sr. Dallari com dois “L”!

Entretanto, é ótimo que o meu nome, Félix, tenha só um “X”; mas Jarreth tem dois “R”.

Ter letra dobrada no nome começa a ser perigoso. Posso ficar contagiado por essas caricaturas à brasileira, cujas consciências falsas saem pelas bocas em jorros de hipocrisias.

Amanhã mesmo vou entrar com o pedido junto ao Registro Civil para tirar um dos “R”.

Quanto será que o juiz irá me pedir para dar “um jeitinho” no “R”?

Pago ou não Pago? Oh... que dolorosa questão.

- Já sei, vou falar com o assessor, do assessor-do-assessor-do-assessor-do-assessor do juiz, que é irmão dele por parte de mãe, o qual, por uma bela garrafa de cachaça, dará um jeitinho...

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Homenagem a Agamenon Mendes Pedreira

Agamenon Mendes Pedreira(*) foi impagável, ontem 13/05, na sua coluna, no segundo caderno do Jornal o Globo. [Quem quiser ler clique aqui Precisa ser cadastrado(a)].

Com brilhantismo, Agamenon descreve e compara a visita do Suco Pontífice, o SS [Sua Santidade] Adolf XVI, quase “a nível de” uma turnê dos Rolling Stones ou da visita do finado João Paulo ii.

Não consigo ler todos os jornais a tempo de inserir no blog os comentários que quero ou gosto. Entretanto, ler - de carreirinha, - do jeito que se escreve em Lisarbo, não é mole. 

São tantas as contradições e paradoxos na mídia impressa [e na falada, também] que, às vezes, preciso colocar lado a lado, a mesma notícia, publicada em jornais diferentes, com enfoques "totalmentes" opostos, para não perder a lucidez. 

Se para um jornal os índices de emprego aumentaram, para outro, estão pela hora da morte. 

Se a Petrobrás perdeu dinheiro com a “venda” das refinarias para o cocaleiro, um colunista conceituado, num outro jornal, esparrama palavras para demonstrar que foi "um bom negócio" para o Brasil, com lucro, inclusive. 

Fosse isto pouco, para piorar, no mesmo jornal, o colega dele, na página seguinte, gasta a mesma quantidade de palavras explicando que a Bolívia nos roubou. Em quem acreditar?

No meio desta insanidade e dicotomias jornalísticas, de país de trigésima sétima categoria, ler a coluna do Agamenon foi um refresco e um incentivo para alimentar o meu Blog; embora tenha pendente a seleção da enxurrada de e-mails, todos “elogiosos”, a respeito da nota que escrevi sobre o Sr. Dimas Lara Barbosa, o mais novo secretário-geral da CNBB. 

Assim é que eu gosto. Falem “maus”, mas falem de mim.

Agamenom, santo do pau oco, só imagino os encômios que deve receber. Mas, Hubert e Marcelo Madureira continuem assim; de brincadeira em brincadeira, as vossas palavras são bem mais sérias que as minhas. 

O humor de vocês estimula e me faz crer que, neste mar de areias movediças chamado Lisarbo, por fim não estou só.

Parafraseando Gonçalves Dias, “nós ambos mesquinhos, por ínvios caminhos, cobertos de espinhos,... chegamos aqui!”


(*) Agamenon Mendes Pedreira, para quem não sabe, é um personagem criado pelos humoristas Hubert e Marcelo Madureira, integrantes do grupo Casseta & Planeta. Desde 1989 Agamenon tem uma coluna com seu próprio nome no Segundo Caderno do jornal O Globo.

domingo, 13 de maio de 2007

A CNBB e as suas habituais imbecilidades

O Sr. Dimas Barbosa, [ Dom Dimas Lara Barbosa
– Bispo Auxiliar de São Sebastião do Rio de Janeiro – RJ], secretário-geral da CNBB [Conferência Nacional dos Bispos do Brasil], comparou as garotas que “ficam” [em bom português, as meninas que transam, eventualmente, com os namorados], a prostitutas. Para isso ele usou o eufemismo de “garotas de programa”.

Agora pergunto eu:

1. - E os padres que trepam com meninas, menores de idade”? Sr. Dimas Barbosa, secretário-geral da CNBB, como sua eminência os chamaria ou compararia?

2. - E os padres que pervertem meninos, menores de idade”? Sr. Dimas Barbosa, secretário-geral da CNBB, como sua eminência os chamaria ou compararia?

3. - E os padres que pedem donativos de R$ 300.000,00 para a reforma do teto de uma Igreja em São Paulo e são vistos em bares gays, [terças e quintas-feiras], esbanjando à doidada com bebidas para rapazes sarados?, como, sua eminência, Sr. Dimas Barbosa, secretário-geral da CNBB, o senhor os denominaria?

Sr. Dimas Barbosa, sua eminência não é só um empulhador, mas também um hipócrita, mesmo! Vá ter vergonha nessa cara e olhe primeiro para o seu quintal, antes de criticar o dos outros. 

Olhe primeiro para os pedófilos, pederastas e homossexuais que, travestidos de padres moralistas, praticam e são capazes dos atos mais sórdidos em nome de uma religião que só tem sido utilizada para aumentar a riqueza daqueles que a dirigem.

Gostaria também, sr. Dimas Barbosa, que sua eminência classificasse a enorme quantidade de padres cercados de “sobrinhos”, coitados, abandonados na vida. 

Gostaria também que sua eminência, do alto da sua “sapiência”, nos dissesse como chamar as freiras que, dentro das paredes dos conventos, no meio da noite, pelo frio, se deitam nas camas umas das outras... ou, atrás da sacristia, “ficam” de joelhos, diante os párocos de pé, confessando-se do enorme peso que levam em suas consciências.

Excomungado – Parte 2

O texto abaixo, em azul, do Sr. André Petry, publicado também na revista Veja desta semana, edição nº. Edição 2008, de 16 de maio de 2007, [Assinante da Revista Veja clique aqui], vale a pena ler. 

É a minha auto-excomungação elevada ao quadrado. 

Não só transcrevo um, mas dois textos de imprensa, cujo teor discorda ou questiona as infinitas "verdades" da Igreja católica. E ainda por cima, aplaudo! Felizmente existe gente de porte e reputação que advinha os meus pensamentos.

Que cada um fique com a sua própria opinião. Vocês já sabem a minha e, por favor, não me encham o saco. Leiam e pensem, mentecaptos que me escrevem para insultar.


André Petry

A IGREJA É CHICLETE?

"É sempre bom lembrar que a plena liberdade de culto contempla a liberdade de qualquer culto, inclusive nenhum"

Durante a visita do papa, trataram a Igreja Católica como chiclete, puxando-a para todos os lados. Os católicos, enlevados com a presença do papa, voltaram a defender o de sempre: que a doutrina da Igreja vire política de estado. Puxando a Igreja para lá, condenam a camisinha, o aborto, o divórcio, o casamento gay – e querem que suas condenações morais sejam válidas para todos os brasileiros, e não apenas para os católicos. Chiclete para um lado.

Os que discordam disso tudo tentaram fazer com que a Igreja Católica deixe de ser o que é – uma igreja, com seus dogmas e doutrinas, suas crenças e suas verdades. Puxando a Igreja para cá, querem que ela autorize o aborto, libere o uso da camisinha, aprove o divórcio, concorde com o casamento gay – para todos os brasileiros e, inclusive, para os católicos. Chiclete para o outro lado.

Está tudo errado. Certo mesmo seria que, num estado laico e com liberdade de culto, cada lado pudesse viver segundo suas convicções. Portanto, está certo o papa quando defende a excomunhão de políticos que aprovam o aborto. O PPS chegou a divulgar nota criticando a postura supostamente autoritária do papa. Não é autoritária. 

O deputado José Genoíno, que começa a voltar à luz depois de ser abatido pelo mensalão, acha que é uma posição intolerante. Também não é. É apenas uma posição da Igreja Católica válida para os católicos. "O direito de matar um inocente, uma criança humana, é incompatível com estar em comunhão com o corpo de Cristo", disse o papa. Eis a palavra do representante do Deus dos católicos na Terra. É simples. Quem concorda vive segundo esses ensinamentos. Quem não concorda tem o direito de rezar em outra freguesia ou de não rezar em freguesia alguma.

O outro problema é quando o chiclete espicha para o outro lado – e a Igreja Católica não se contenta em falar apenas ao seu rebanho. É contra o aborto? Nenhum problema. Que oriente seus fiéis para que jamais o façam. Em vez disso, a Igreja Católica quer que o estado brasileiro mantenha uma proibição legal que atinge a todos... É contra o uso da camisinha, pois, segundo a clarividência divina de dom Geraldo Majella, ela incentiva "a criança, o adolescente" à "promiscuidade"? Nenhum problema. Peça aos seus fiéis, "a criança, o adolescente", que se abstenham de usá-la. Em vez disso, a Igreja Católica quer que o governo brasileiro suspenda a distribuição de camisinha nos postos de saúde para todos os brasileiros... Não gosta que os adolescentes "fiquem", pois, segundo a infinita elegância de dom Dimas Lara Barbosa, as meninas que o fazem se comportam como "garotas de programa"? Nenhum problema. Basta orientar suas meninas a não se comportarem como "garotas de programa". O raciocínio vale para tudo. Casamento gay, eutanásia, divórcio. Quando não é assim, fica parecendo que a Igreja não confia na sua capacidade de convencer seus fiéis e precisa transformar seus pontos de vista em obrigação legal para todos.

É sempre bom lembrar que a plena liberdade de culto, que a Igreja Católica tão corretamente defende, contempla a liberdade de qualquer culto, inclusive nenhum.

Excomungado – Parte 1

O sr. Joseph Ratzinger [recuso-me a tratá-lo ou reconhecê-lo como Papa, pois nenhuma qualidade lhe vejo para isso], arengou por aí que não se devia dar ouvidos à imprensa que fala mal da Igreja, do sacramento do matrimônio e outras sandices mais. 

Pois bem. Não vou atendê-lo e, desde já aviso que sentir-me-ei privilegiado se ele me excomungar, pois, há muitos anos, euzinho já excomunguei a igreja católica como instituição e os hipócritas que a dirigem. 

Diante desta posição, não posso furtar-me à qualidade de um texto bem escrito e, a meu ver, tão verdadeiro e cristalino como a luz do sol que nos ilumina.

Em tempo, só para esclarecer: Sou contra a qualquer tipo de igreja, seita, religião, dogma ou ritual. 

O ser humano deveria ter a capacidade e a racionalidade de acreditar em Deus, seja qual for o nome que Lhe dêem, sem precisar de intermediários, pastores, padres, bispos, bispas, cardeais ou papa, para a Ele recorrer. 

Igualmente não deveria frequentar templos e lá acreditar que está na casa do “senhor”. – Entendo a fragilidade humana, assim como a sua covardia. – Talvez por isso, quando saem dessas “casas” esqueçam de Deus e se dediquem toda a sorte de vilanias, egoísmos e sacanagens.

Enfim, muito diferente das baboseiras da igreja católica, o texto a seguir, [que transcrevo em azul], é do jornalista Roberto Pompeu de Toledo publicado na revista Veja desta semana, edição nº. Edição 2008, de 16 de maio de 2007. Assinante da Revista Veja clique aqui


Vale a pena ler e que cada um de vocês tire as conclusões que melhor aprouver. Afinal, alguém já disse que a religião é o ópio do povo.


Ensaio: Roberto Pompeu de Toledo


O PAPA, FREI GALVÃO E O RELATIVISMO

O santo brasileiro, lá em cima, seria mais tolerante com os usos do século XXI do que Bento XVI

Um discreto casamento foi celebrado no sábado 5, na capela do velho Mosteiro da Luz, em São Paulo. Os noivos eram Sandra Grossi de Almeida e César Augusto Gallafassi, os dois de São Paulo, mas moradores de Brasília. Não chegavam a setenta as pessoas presentes. Eram elas parentes, amigos, fiéis que por acaso àquela hora se encontravam na capela e dois profissionais que os noivos gostariam que não estivessem por perto – a repórter Laura Capriglione e o fotógrafo Leonardo Wen, da Folha de S.Paulo. Graças a eles, na segunda-feira a notícia do casamento saía, com texto e fotos, no jornal. Com isso, vinha à tona um curioso detalhe da história da canonização de frei Galvão, o primeiro santo genuinamente brasileiro.

Sandra Grossi de Almeida é a protagonista do segundo e decisivo milagre atribuído a frei Galvão. Seu sonho de ser mãe, acalentado desde cedo, resultou duas vezes em frustração. Por causa de uma má-formação do útero, ela teve, nas duas vezes, abortos espontâneos. Em 1999, aos 30 anos, apesar das experiências pregressas e das advertências dos médicos, engravidou pela terceira vez. Repetiu-se a provação. Teve sangramentos desde o início, e tudo indicava que a aguardava o mesmo infeliz desfecho quando, por sugestão de uma amiga, ingeriu três das famosas pílulas de frei Galvão. Os sangramentos cessaram, e Sandra pôde dar à luz um menino a quem ela e o pai da criança, César, deram o nome de Enzo. A comissão científica encarregada pelo Vaticano de examinar o caso concluiu que, dadas as condições de Sandra, só o sobrenatural, no caso impulsionado pelas pilulinhas de papel inventadas pelo frade brasileiro, poderia lhe ter propiciado o nascimento do filho. O Vaticano já avalizara outro milagre atribuído ao brasileiro – a cura da menina Daniela Cristina da Silva de uma hepatite. Com o caso de Sandra, chegava-se a dois milagres, o número mínimo exigido para elevar alguém a santo.

O que a celebração da capela da Luz trouxe à tona é que Sandra e César, na época do nascimento de Enzo, não eram casados na Igreja. Nem por isso se deixou de presenciar uma bonita cerimônia. A Enzo, um menino vivo e alegre, hoje com 7 anos, coube entregar as alianças aos pais. Mas melhor ainda seria, do ponto de vista dos noivos, se não tivesse havido a presença de jornalistas. Sandra, dias antes, conversara com outro repórter da Folha de S.Paulo, Fábio Victor. Chegou a dizer-lhe que no sábado estaria em São Paulo, mas omitiu o motivo da viagem. Fábio Victor perguntou se Enzo ia junto, e ela respondeu que não. Mais tarde o repórter entrevistou uma das responsáveis pela escola em que Enzo estuda. A entrevistada, a certa altura, deixou escapar que Enzo no sábado iria a São Paulo. "Ele vai para o casamento da mãe", acrescentou.

Foi assim que a notícia de que havia um casamento no ar chegou à redação da Folha. Concluir que se daria na capela da Luz era fácil. O mosteiro, do século XVIII, foi construído por frei Galvão, que nesse labor empenhou seus dotes de arquiteto, mestre-de-obras e pedreiro. São as freiras que ali habitam que fabricam e distribuem as pílulas. E frei Galvão está enterrado na capela. Tudo ali, em suma, lembra o santo. O casal não escolheria outro local. Depois do casamento, a repórter Laura Capriglione falou com a noiva. "Não autorizo a publicação da notícia", disse esta. Laura lembrou que não havia como não autorizar, pois casamentos são atos públicos. A repórter perguntou em seguida se o casamento tinha sido precipitado pela iminência da canonização do frade. Sandra disse que não. O dia fora escolhido em homenagem a seus pais, que também casaram num 5 de maio.

O papa Bento XVI iniciou seu pontificado avisando que com ele não haveria lugar para relativismo. Por relativismo, entende-se a transigência com os princípios da fé e os valores humanos que a Igreja considera fundamentais. Bento XVI comprometeu-se, dessa forma, com um programa de alto risco. Defende a qualidade sobre a quantidade. Quer fiéis observantes das determinações da Igreja, mesmo que ao custo de perder parte do rebanho. O que tem em vista é desferir um golpe de morte no laxismo que, mais do que os fiéis de outras religiões, caracteriza os católicos, uma coletividade que vai cada vez menos à missa e dá cada vez menos ouvidos a ordens como não praticar o sexo antes do casamento, não adotar métodos anticoncepcionais, não se divorciar e não recorrer ao aborto.

Eis no entanto – suprema surpresa – que o próprio Vaticano deixa passar uma grande relativizada ao aceitar como milagre o nascimento do filho de um casal que, aos olhos da Igreja, vivia em pecado. De duas, uma. Ou bem o próprio Vaticano, no fundo, reconhece como inviável o caminho da rigidez, ou bem frei Galvão, um homem da virada do século XVIII para o XIX, mas que lá em cima tem tido tempo de sobra para atualizar-se, encara os usos da sociedade do século XXI de forma mais suave do que Bento XVI. Sim, eles viviam em pecado, mas também mereceriam um milagresinho.

sábado, 12 de maio de 2007

O maior mentiroso do Brasil.


Quem digitar no “Google” a frase “maior mentiroso do Brasil” e clicar em “PROCURAR”, finalmente encontrará a resposta.

Se a pessoa, cuja biografia aparece, fosse alguém, minimamente respeitável, eu acharia que era uma sacanagem. Em se tratando de quem é, só posso aplaudir a pessoa que elaborou tal vinculação. Bravo pela coragem e parabéns pela iniciativa.

Com uma oposição podre, fisiologista e adesista que temos, pelos menos, alguém com sentido patriótico, faz alguma coisa para denunciar tamanho energúmeno.

Para acessar o Google clique aqui.


Se quiser acessar direto a página mencionada, clique aqui.


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