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domingo, 19 de agosto de 2007

Aplausos, de pé, para Roberto Pompeu de Toledo

REVISTA VEJA – Edição 2022 – 22 de agosto de 2007

Ensaio: Roberto Pompeu de Toledo

"O Brasil é isso mesmo que está aí"

O terrível parecer, de alguém que conhece o assunto, reforça uma sensação que paira no ar

Os distraídos talvez ainda não tenham percebido, mas o Brasil acabou. Sinais disso foram se acumulando, nos últimos meses: a falência do Congresso e de outras instituições, a inoperância do governo, a crise aérea, o geral desarranjo da infra-estrutura. A esses fatores, evidenciados por acontecimentos recentes, somam-se outros, crônicos, como a escola que não ensina, os hospitais que não curam, a polícia que não policia, a Justiça que não faz justiça, a violência, a corrupção, a miséria, as desigualdades. Se alguma dúvida restasse, ela se desfaz no parecer autorizado como poucos de um Fernando Henrique Cardoso, cujas credenciais somam oito anos de exercício da Presidência da República a mais de meio século de estudo do Brasil. "Que ninguém se engane: o Brasil é isso mesmo que está aí", declara ele, numa reportagem de João Moreira Salles na revista Piauí.

Ora, direis, como afirmar que o Brasil acabou? Certo perdeste o senso, pois, se estamos todos ainda morando, comendo, dormindo, pagando as contas, indo às compras, nos divertindo, sofrendo, amando e nos exasperando num lugar chamado Brasil, é porque ele ainda existe. Eu vos direi, no entanto, que, quando acaba a esperança, junto com ela acaba a coisa à qual a esperança se destinava. É à esperança no Brasil que o sociólogo-presidente se refere. Para ele, o Brasil jamais conhecerá um crescimento como o da China ou o da Índia. "Continuaremos nessa falta de entusiasmo, nesse desânimo", diz. O prognóstico é tão mais terrível quanto coincide com – e reforça – o sentimento que ultimamente tomou conta mesmo de quem não é sociólogo nem nunca conheceu por experiência própria os mecanismos de governo e de poder.

O Brasil que "é isso mesmo" é o das adolescentes grávidas e dos adolescentes a serviço do tráfico, das mães que tocam lares sem marido, das religiões que tomam dinheiro dos fiéis, dos recordes mundiais de assassinatos e de mortos em acidentes automobilísticos, dos presos que comandam de suas células o crime organizado, dos trabalhadores que gastam três horas para ir e três horas para voltar do trabalho, das cidades sujas, das ruas esburacadas.

Procura-se o governo e... não há governo. Há muito que nem o presidente, nem os governadores, nem os prefeitos mandam. Quem manda é a trindade formada pelas corporações, máfias e cartéis. Não há governo que se imponha a corporações como a dos policiais, ou a dos professores, ou a dos funcionários das estatais. Não há o que vença as máfias dos políticos craques em arrancar para seus apaniguados cargos em que possam distribuir favores e roubar. Para enfrentar – ou, humildemente, tentar enfrentar – cartéis como o das companhias aéreas, só em época em que elas estão fragilizadas, como agora. Às vezes os cartéis se aliam às máfias, em outras se transmudam nelas. Em outras ainda são as corporações que, quando não se aliam, se transformam em máfias. Em todos os casos, o interesse público, em tese corporificado pelos governos, não é forte o bastante para dobrar os fragmentados interesses privados.

A tais males soma-se o cinismo. Não há outra palavra para descrever o projeto, supostamente de fidelidade partidária, aprovado na semana passada na Câmara. O projeto, muito ao contrário de punir ou coibir os trânsfugas, perdoa-lhes o passado e garante-lhes o futuro. Quanto ao passado, estão anistiados os parlamentares que trocaram de partido e que por isso, no entendimento do Tribunal Superior Eleitoral, deveriam perder o mandato. No que concerne ao futuro, o projeto estabelece que a cada quatro anos os parlamentares terão folga de um mês na regra da fidelidade partidária, pois ninguém é de ferro, e estarão abertos a negócios e oportunidades. Estamos diante de uma das mais originais contribuições da imaginação brasileira ao repertório universal de regras político-eleitorais. Para concorrer a uma eleição, o candidato deve estar filiado a um partido há pelo menos um ano. Mas, segundo o projeto, no mês que antecede a esse ano de jejum o candidato pode trocar o partido pelo qual foi eleito por outro. Como a eleição é sempre em outubro, esse mês será o setembro do ano anterior. Eis o Carnaval transferido para setembro. O projeto é uma esposa compreensiva que, no Carnaval, libera o marido para a gandaia.

FHC não era tão descrente. No parágrafo final do livro A Arte da Política, em que rememora os anos de Presidência, escreveu: "Se houve no passado recente quem empunhasse a bandeira das reformas, da democracia e do progresso, não faltará quem possa olhar para a frente e levar adiante as transformações necessárias para restabelecer a confiança em nós mesmos e no futuro desse grande país". Na reportagem da revista Piauí, ele não poupa nem seu próprio governo: "No meu governo, universalizamos o acesso à escola, mas pra quê? O que se ensina ali é um desastre". Pálidos de espanto, como no soneto de Bilac, assistimos à desintegração da esperança na pátria, o que equivale a dizer que é a pátria mesma que se desintegra aos nossos olhos.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Anatomia de uma fraude à Constituição de 1988

Nelson Jobim
A Besta; O Traidor; O Fraudador
Elaborado em 08.2006. [ 1 ano atrás ]
De Adriano Benayon e Pedro Antônio Dourado de Rezende


O dolo é elemento inerente ao crime de estelionato, agravado pelo fato de a matéria jamais ter sido ventilada em qualquer etapa do processo legislativo da Constituinte. Com efeito, os interessados no conteúdo contrabandeado para dentro da Carta Magna nunca trataram da questão em público, à luz de todos, embora tivessem tido incontáveis oportunidades para isso, durante os quase dois anos da Constituinte.

O Procurador Marco Aurélio Dutra Aydos, em seu artigo "Quinze anos sem corte constitucional", publicado em 11.11.2003 (A.6.4), comenta:

"Além da saudável indignação com a confissão, pelo Ministro Jobim, de que possui um caráter inconstitucional e não adquiriu jamais a condição subjetiva exigida pela Constituição para integrar o Supremo Tribunal Federal, a opinião pública informal, juridicamente esclarecida, manifestou certa satisfação, como aquele da vítima que durante anos procura o autor do crime e finalmente o encontra. E, ainda melhor, por confissão espontânea.

Que a Constituição havia sido defraudada desde a origem, sabíamos todos os que lemos os comentários de José Afonso da Silva, a respeito do modo ardiloso com que se insinuou no texto constitucional a matéria nada inofensiva da "medida provisória".

Do Brasil que "não é uma fraude" já surgem provocações para a retomada da dignidade do cargo da mão dos que abusam da Constituição. Devia haver um tipo penal que dissesse que um Ministro do Supremo Tribunal Federal não pode atentar reiteradamente contra a dignidade da Constituição, e nesse caso o "escândalo" Jobim seria apenas o último caso ilustrativo de uma conduta permanente. Na falta do tipo mais específico, com certeza é quebra de decoro a permanência do Ministro Jobim no Supremo Tribunal Federal. Antes mesmo de que seja formalmente denunciado, seria melhor que renunciasse, o que é mais digno .

A questão não é punir o deputado constituinte Nelson Jobim por fraudes que praticou há 15 anos, mas afastá-lo do Supremo hoje porque enganou a soberania nacional quando se apresentou como candidato a Ministro do Supremo Tribunal Federal como se fosse um cidadão de reconhecida idoneidade. A conduta fraudulenta que foi confessada demonstra que o Ministro não é pessoa idônea, e essa qualidade é permanentemente ofensiva, e por isso não é esquecida pela prescrição. A confissão sobre a fraude de 15 anos é confissão de que o Ministro é portador de um traço de caráter inconstitucional que não tem meios de convalescer
."

Ao evocar a permanência ofensiva desse traço de caráter do Ministro, o ilustre Procurador da República foi econômico. Omitiu vários outros atos em que esse mesmo traço também se manifestou, antes e depois da alegada fraude à Constituição.

E agora o sr. Nelson Jobim, que já demonstrou outras vezes o seu caráter para o delito, é ministro da defesa, nomeado por ninguém menos que... pelo maior mentiroso do Brasil, o sr. Lula da Silva.

E nós, cidadãos honestos, temos de agüentar tamanha afronta à ética?

Somos aves raras no meio da pusilanimidade que caracteriza o povo brasileiro?

Não temos coragem de dar um basta?

Somos tão covardes assim?

A ZONA do governico do sr. SILVA

PDT x GOVERNO LULA!

1. O Boletim do STF de 6 de agosto informa que o PDT entrou no dia 3 de agosto com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 3934) contra o artigo 83 da lei 11.101/2005 por atentar contra os direitos dos trabalhadores.

2. Segundo o PDT a lei que isenta de quaisquer obrigações do devedor derivadas de legislação do trabalho, na prática, "acaba por criar uma forma nova de extinção do emprego, sem garantir qualquer indenização ao empregado ou impor qualquer responsabilidade ao adquirente".

3. O curioso e paradoxal é que a lei é do governo Lula e quem a questiona é o seu ministro do trabalho e presidente do PDT.

Renan é o criminoso mais cínico que o Brasil já conheceu

[Este artigo é tão bom que até me dei ao trabalho de corrigir os erros]

Enviado por Mendonça Neto - 13/08/2007

"Há algo mais vergonhoso do que a mulher que se vende: é um homem que prostitui sua alma e faz da mentira um ofício." [Laboulaye]
A liberdade de imprensa e a coragem de quem escreve em dizer a verdade, são as armas de que dispõem o povo e a sociedade para não serem esmagados. Sem o direito de reagir, publicamente, pela imprensa, restaria aos brasileiros a humilhação de um silêncio depressivo e mortal. Se o presidente Lula será, sempre, aprovado nas duvidosas enquêtes de opinião,a verdade nua e crua é que traiu seus compromissos de vida e é indigno de respeito. Propaganda nenhuma mudará isto O ditador Médici punha um radinho de pilha, no Maracanã, para torcer pelo tri da seleção, mas passou a história como o mais cruel, perverso e sanguinário general ditador. Nem os belos discursos do alagoano Otávio Costa mudaram seu perfil de homicida.

Distribuindo esmolas a um povo faminto para ter-lhes a cumplicidade, Lula não diminui seu crime, antes o aumenta, porque induz o povo, pela conformação, a ser criminoso também. Lula é o filho mais bastardo das classes sindicais brasileiras. Ele envergonha a luta de classes e a aspiração de se criar um país menos injusto, menos cruel com os famintos e miseráveis. Lula é bonzinho, engraçado, mas - sem sombra de dúvida - ele é um incapaz. Gerente de uma empresa, ela iria falir, com certeza. Lula, como o marido traído, vê a traição e diz que é mentira dos fatos. Reina em um grande circo de faz de conta e de um embuste generalizado.

Não é por outra razão que Renan Calheiros ainda ocupa a presidência do Senado e a cadeira de senador, contra a avassaladora maioria dos brasileiros que dele tem agora, mais do que indignação, este terrível sentimento de asco que nos provocam os elementos escatológicos.

A vida de Renan, hoje, só pode ser estudada nos tratados de coprologia.

Quando soube que os pertences dos mortos no desastre da Gol foram roubados, nesta obscena violação de cadáveres, compreendi porque o presidente Lula disse que o Brasil vive hoje o seu melhor momento. Lancei os olhos numa classe média absolutamente sem defesa neste momento, professores, médicos, funcionários públicos empobrecendo,e de outra parte, os lucros inebriantes dos bancos, mais que na ditadura de 1964,a corrupção campeando e entendi porque Renan Calheiros é o mais cínico dos criminosos do Brasil. Ele sabe o chão de pisa. Ele conhece cada um dos que detém poder no Brasil e sabe que mentir com um riso cínico estampado na face, é exibir a certeza de que quem manda neste país não é justiça e muito menos o direito. Quem mais mente e quem mais ri da miséria coletiva, como Renan, são justamente os poderosos de um Brasil com vergonha de si mesmo. Os descarados estão no poder.

Os brasileiros que trabalham para sobreviver e pagar seus impostos, vorazes taxas arrancadas dos estômagos e das entranhas do povo, por Lula, Renan e seus sequazes, os brasileiros sabem que ser honesto e ser verdadeiro, inspira, apenas, a comiseração das elites, a chacota, como a dizer: "pobrezinhos, querem direitos sociais, pobres caipiras e retardados dos campos e das cidades, dos que lutam para pagar suas contas e educar seus filhos, pobrezinhos, querem um governo decente e que combata o crime organizado e a corrupção e um Estado irresponsável e incompetente. Pobrezinhos, querem a prevalência da lei e da ordem justa. Pobres brasileiros parvos", eles dizem e riem. Riem como Renan. Riem como o crime ri das vidas que destrói. O escárnio de quem não se respeita nem aos outros respeita.
O povo, coitadinho, quer seus direitos constitucionais. Vai ás ruas pedir justiça salarial. Reivindicar segurança pública. A aplicação de todos os direitos do artigo quinto da Constituição Federal. Mas, minha senhora, caro amigo que assiste o jornal da tv pensando que alguém, que algum poder constituído, esteja interessado nos seus direitos. Não se iluda Só se o distinto amigo for cego. Veja bem, o presidente da República nomeou como Ministro da Defesa um sujeito que DECLAROU TER VIOLADO ARTIGOS DA CONSTITUIÇÃO. Leram bem? Um violador de um texto constitucional, ou seja, um homem sem nenhum escrúpulo diante do corpo indefeso da Carta Magna e que a estuprou, minha doce amiga, foi nomeado para dirigir a defesa do país. É como se nomeassem Hitler para dirigir o Estado de Israel.

Por isso, Renan Calheiros desfila, cinicamente, no carro chapa dourada da Presidência do Senado,e diante de uma centena de crimes que os fatos lhe atiram na cara, ri, com escárnio e desprezo pela verdade, e diz: "sou inocente". Tem o desplante de tentar anular com uma frase as provas torrenciais de seus delitos. Peitou o líder da DEM e o acusou de ter negócios escusos. Os outros senadores, que iam falar, resolveram desistir. Pode haver esperança em um país em que um senador corrupto acua um Senado inteiro, com chantagens e ameaças explícitas, ditas da Presidência da Casa?

No começo era só uma amante paga em dólares, por minuto. Cada carícia paga, o salário de um médico de Pronto Socorro. Pedia-lhe, em sussurros, que apanhasse seu dinheirinho com o Gontijo, na Mendes Junior, sabe como é, por cautela, por discrição, para ninguém ficar sabendo. Mais cínico do isso? Sim muito mais. "O Gontijo vai trazer goiabada cascão pra você de Minas Gerais" E tudo se transforma depois em posar nua na Playboy, a pizza erótica dos escândalos de Brasília!

Em 2002, declarando seus bens a Justiça Eleitoral, Renan jurou que não tinha um boi ou um palmo de terra. Vivia, coitadinho, do subsidio de Senador. Mas o dinheiro começou a pular nas mãos de dona Mônica, a rica amante marani, e o senador, cínico e mentiroso, disse ser "dinheiro das vacas". E as vacas surgiram do nada, primeiro sem terras onde pastar. Eram vacas aéreas, que pariam nas nuvens.

Depois, surgiram as fazendas, em nome de laranjas, tudo arranjado no "inatacável" cartório de Murici. E eram bois e vacas que o tornavam o maior criador pecuário da história de Alagoas, humilhando recordes nacionais e internacionais de produção. Suas vacas mereceriam o premio Nobel de guerreiras por sustentar a hipocrisia degenerada de Renan. Vacas com saúde mais que as holandesas e suíças. As vacas da vileza de um mentiroso contumaz e cínico.

Só isto? Não! Mais. Das mansões e dos apartamentos de luxo, das terras que ele deve ter comprado fiado, para pagar em prestações seculares, surgiram os negócios de radio. O próprio Senado autorizou, sob a presidência de Renan, a concessão de uma emissora em nome de dois "laranjas", que nem esquentaram o ganho e já passaram o domínio deste novo patrimônio milionário para o Renan Junior, o "Riquinho", que, mesmo sem trabalhar, já é um dos homens mais ricos de Alagoas.

Isso é pouco? Não, minha senhora. Tem grilagem de terra, incitação à violência, constrangimento de pobres desempregados da Usina Bititinga falida para lhes passar, a ele e a seu irmão Olavo, direitos sobre milhares de hectares de terra por preço vil, e , pior que tudo, todos estes crimes com RENAN SENTADO NA PRESIDÊNCIA DO CONGRESSO NACIONAL sob o olhar basbaque de dezenas de senadores acovardados e fracos Que pedem a ele a sua renúncia "por favor". É assim que se deve tratar a um criminoso que esbulha o patrimônio público? "Por favor, Renan, não seja corrupto. Faça a delicadeza, a mínima gentileza de roubar menos e mais discretamente!". Ora senadores, se dêem ao respeito!

Acha pouco? Que tal uma fábrica de cerveja falida ser vendida pelos Calheiros por preço milionário, desde que o Senador fosse menino lobista da Schin para arranjar o perdão de multas e dívidas astronômicas? Minha senhora, os Calheiros "venderam" urina de cerveja como se fosse ouro derretido nas terras milagrosas de Murici, a cidade que é campeã em miséria, onde seu povo é o mais pobre de um Estado que é o mais pobre do Brasil. Cidade que tem sido para os Calheiros a Canaã da safadeza, e para seu povo humilde e sofredor, motivo de inominável humilhação. O muriciense está de cabeça baixa, envergonhado e desmoralizado por Renan Calheiros. Cidade pobre e mal falada. No Brasil inteiro, por causa de Renan, Murici é apenas uma terra de ladrões. Dói muito em seu povo humilde e abandonado.

Cínico, Renan ri. Ri com descaramento. Com arrogância. Com o olhar de quem não só despreza a lei, mas quem tem a pretensão de estar acima dela. De ter o poder de violá-la quanto quiser, como se se tivesse outorgado a ele um império. Com poderes discricionários para roubar, caluniar. Falsificar, mentir e matar.

A nação indefesa não sabe a quem recorrer.

A justiça é lenta e burocrática. Os ladrões, não.

A justiça caminha por desvios processuais. Os ladrões não conhecem desvios que os impeçam de roubar e fraudar as leis.

A nação espera, aturdida. A indignação é vencida pelo torpor da incapacidade de reagir. E a nação dobra-se de vergonha e medo.

Até quando ela será mansa diante de tanta violência de quem detém o poder e o esbulha em seu favor?

Até quando?

Não esqueçam, nesta dramática inversão de valores e de exploração do homem comum, que se sabe como a violência começa, mas ninguém é capaz de avaliar até onde ela poderá chegar.

Renan Calheiros é, hoje, símbolo de uma nação ultrajada.

Uma nação com vergonha de si mesma.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Carta de solidariedade ao presidente da república

Do meu querido e inestimável amigo Paulo de Faria Pinho, advogado, com pós-graduação na Fundação Getúlio Vargas, poeta e escritor.

Prezado Senhor Presidente,

hoje eu li uma declaração do senhor – eu leio tudo que o senhor fala porque o senhor é o meu guru. Afinal o senhor e eu falamos muito parecido. Nós dois estudamos português com o grande filólogo Ibrahim Sued – eu gostava do Turco, era gente boa, parecido com nós, ele também não era muito chegado a usar o tal do “S” no final das frases – afinal eu acho uma grande estupidez esse (agora é pronome) negócio do objeto concordar com o sujeito. São duas coisas completamente diferentes.

Objeto é coisa, tipo mala, cueca, dólar, dinheiro, mesada, sei lá, tem muita coisa que é objeto; já sujeito é gente, como o seu filho, gente mais do que legal o seu filhinho, bom de negócio, tem futuro o menino, valeu mesmo apostarem nele.

Gente é o José Genoíno, fantástico orador, como é bem articulado o seu companheiro, ma l comparando, até faz lembrar o falecido Carlos Lacerda. Cara mais do que maneiro o Genoíno, um pouco ingênuo, fica assinando uns papéis sem ler antes, mas isso acontece com muita gente, o Senhor não precisa se preocupar.

Gente é o carequinha Marcos Valério, tremendo criador de bois, vacas, cavalos e outro bichos. Por falar em bicho, e o Waldomiro? Por onde anda? Ele era assessor do seu amigo José Dirceu, esse também é gente, logo sujeito, sujeito de duas caras, é verdade, mas o Senhor sabe como é fazer plástica, parece que muda muito o sujeito.

Eu nunca fiz porque sou duro, mas acho que estou precisando dar uma recauchutada. Mas se um dia fizer, quero fazer com o mesmo médico que operou o Zé Dirceu, médico bom tá aí, mudou a cara e o caráter do sujeito de uma só vez. Gostei muito!

E tem muita mais gente, como o Luiz Gushiken, empresário desastrado, foi só deixar a empresa com os cunhados, assumir o ministério e as empresas começaram a dar um lucro do tamanho de um bond e, mas o Senhor também não precisa se preocupar porque como dizia o rei das favelas, o falecido engenheiro – sem diploma – Leonel Brizola, cunhado não é parente...

E tem mais gente, como o tesoureiro Delúbio Soares, dizem que na outra encarnação ele trabalhou com um tal do Alí Babá. O Alí parece que dispensou os outros quarenta! .Pois é, voltando ao que o Senhor falou que o Brasil não merece o que estão fazendo com ele, eu confesso que apesar de ser um profundo admirador do seu raciocínio sempre claro, dessa vez não entendi nada.

Quem está fazendo uma sujeira que não tem mais nome - nome tem, só que não dá para escrever em um Blog de respeito, é exatamente o seu partido e toda essa gente que eu fui citando nessas mais do que mal traçadas linhas. Não vou nem falar no seu outro amigo dos bois e das vacas, das rádios e das fazendas; e que boazuda era aquela menina que deu uma herdeira para ele.
E quando eu tentava com a minha pouca inteligência entender o que o Senhor queria dizer, vi que ao lado havia uma declaração de um senador do PSDB, um certo Arthur Virgílio, dizendo que o Senhor era, na melhor das hipóteses, idiota, e, na pior, corrupto.

Senhor Presidente, confesso que fiquei muito chateado com esse senhor. Lá no Amazonas, terra dele, ele nem chegou a 4,5% dos votos pelos mesmos atributos que deu o Senhor. Isso é falta de respeito com uma pessoa como o Senhor, um cidadão digno, que lutou toda a vida contra preconceitos, uma pessoa correta, um homem preocupado com o povo brasileiro, em acabar com fome, com a miséria, com o desemprego dos petistas, com as desigualdades, preocupado, no seu portentoso avião, em mostrar o mundo inteiro para o Senhor e sua Senhora.

Dizem que ela mandou fazer cem vestidos para todos os presidentes dos países que o Senhor está sempre visitando verem que a esposa do nosso amado Presidente sabe se vestir, um homem que para facilitar a vida política do Brasil criou trinta e cinco secretarias e ministérios, cobrindo, com tão desprendido gesto, todos os setores nacionais.

Um homem que vive preocupado com o boné de plantão, que tem de aturar dos arruaceiros do MST, pensar no vinho francês que vai beber no jantar.

Eta saudade boa dos tempos da caninha da roça, um homem que nunca se afastou das suas raízes populares, tanto que adora uma quadrilha, um homem que nunca perdeu a cabeça, perdeu uma parte do dedinho e conseguiu uma aposentadoria por incapacidade para trabalhar, o que sempre me pareceu muito justo, porque uma falange é fundamental para o exercício de qualquer profissão, até de Presidente da República.

Tem uns loucos, como o tal do Aleijadinho que amarrava um martelo e um cinzel em suas mãos destruídas e criava obras eternas, mas só louco é que faz uma coisa dessas, e o Senhor, de louco não tem nada, nem de idiota, como falou o senador despeitado e invejoso.

Ele tem é inveja do Senhor, do homem brilhante, gente de fé, sujeito, nunca objeto, que com sua inteligência conseguiu que cinqüenta e três milhões de idiotas votassem no Senhor.

Paulo de Faria Pinho
advogado, com pós-graduação na Fundação Getúlio Vargas, poeta e escritor.

A memória que nos falta

Em junho de 2003 PT jogou para debaixo do tapete as investigações sobre o desvio de quase US$ 40 bilhões dos cofres brasileiros, duas vezes o rombo da Previdência Social.

O valor representava a estimativa de evasão de divisas pela agência do Banestado em Nova York (US$ 30 bi) somada aos prejuízos na privatização da telefonia Telenorte/Leste (US$ 8 bi) – vencida pelo consórcio Telemar –, aos calotes dados pela empresa norte-americana AES na compra da Eletropaulo com financiamento do BNDES (US$ 1,2 bi) e aos desvios da quadrilha de Silveirinha no Rio de Janeiro (US$ 36 mi).

No Congresso, foram quatro pedidos de CPI para investigar separadamente os escândalos, mas o PT preferiu vê-los hibernando na gaveta. Por quê?

Desde que as CPIs ganharam poderes extras para investigar os escândalos nacionais, a sigla PT praticamente se transformou em sinônimo de CPI. Na história recente, o partido esteve na linha de frente das mais importantes investigações do País, como a do caso Collor e a dos Anões do Orçamento. Lula vive dizendo que não mudou, ....

Quem acredita nisso? Mais ainda na capacidade dele mesmo fazer algum corte, por menor que seja, no dedinho do pé?

De janeiro 2003 a junho do mesmo ano, o Congresso recebeu 43 pedidos de CPI: 36 acabaram na gaveta. Não escaparam nem o deputado José Dirceu que sonhava investigar o BNDES e as privatizações, e o deputado Professor Luizinho, que queria vasculhar a indústria farmacêutica. [você se lembra do boato que corria na época que o Serra tinha embolsado US$ 22 milhões dos laboratórios?].

A CPI dos grampos na Bahia, pedida por Raul Jungman (PSDB-PE), foi engavetada antes mesmo de sair a pizza do Senado que salvou o senador ACM, hoje, felizmente lá do outro lado. Até hoje estão vagando no purgatório, à espera da instalação, duas comissões de escândalos bilionários: Telemar e Eletropaulo.

A transformação petista é extraordinária. Você se lembra da senadora Ideli Salvatti (PT-SC) campeã de CPIs na Assembléia Legislativa de Santa Catarina, quando era líder do PT? Participou de sete comissões, presidiu três e foi relatora de uma? No Senado, após as denúncias sobre os desvios do Banestado, propôs sua primeira CPI federal: na época ela afirmou: “Tenho ainda aquele gostinho de oposição”, confessou. Em três semanas garimpou, com afinco, 35 assinaturas – oito a mais do que o necessário. Para espanto geral, nunca pediu a instalação da CPI. Ideli admitiu na época a parlamentares que o engavetamento foi ordenado pelo poderoso chefe da Casa Civil, José Dirceu, coisa que este, publicamente, negou também, a pés juntos.

Ideli, publicamente, fez uma expiação. Disse ela: [tadinha], “Fui afoita. Não é bom para o governo ter a Casa com muito tumulto”, simplificou, negando que tivesse levado um puxão de orelha. “Acho que as investigações da Polícia Federal e do Ministério Público estão indo bem”, desculpou-se na época.

Hoje, todo o mundo se pergunta: Se o mensalão existe/ existiu, de onde vem o dinheiro? [aqui para quem leu, já expliquei de onde vem o dinheiro].

O que acabo de lhe contar é tudo verdade, basta você verificar. Quem sabe o que aqui conto não tenha sido a fonte do mensalão? Eu acho que foi!

Meu estimado Leitor que defende o PT, é preciso levar para o PT a campanha do Denorex, aquele que parece, mas não é.

O PT não pode se transformar no coveiro da ética, e nós não podemos deixar que isso aconteça. Você não acha que este é o momento para não deixarmos a peteca cair? Será que vamos, nós brasileiros, continuar com essa falta de memória que tanto nos afama? Será que vamos continuar sendo estuprados por governo após governo? Diante da inevitabilidade desses estupros, eu nunca consegui gozar.

Você conseguiu?


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