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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Pot-pourri à brasileira.

Olá Leitor(a). 

Estou novamente em New York. Desta vez para a minha semana anual de compras... que ontem decidi prolongar por mais outra. O meu alfaiate precisa de mais tempo para terminar as encomendas. 

Você não imagina como os ternos sob-medida saem bem mais baratos em NY, se comparados aos da Savile Row, em Londres. Os preços estão ótimos.

Ruim... e bota ruim nisso, são as dezenas de brasileiros embrulhados em cachecóis de lãs multicores, andando aos berros pelas calçadas e corredores das lojas. Que gentalha! Que mau gosto. Que cafonice! Que cheiro a naftalina.

Só de cruzar com eles dá-me um ataque de espirros e seguro a carteira com força.

Pela manhã, decidi comprar-me a “Ferrari” dos Laptops. Acabo de estreá-la para comentar o que li durante a semana passada. Preciso aproveitar ao máximo este novo brinquedinho de US$ 6.500. A diversão durará até regressar a Bruxelas, bem o sei. 


O meu filho mais velho já me convencerá que não disponho de “conhecimentos informáticos” suficientes, (mentalmente está convencido que sou burro), para saber aproveitar tamanho avanço tecnológico.

Não lhe tiro a razão. Neste universo informático encontro mistérios que nem a própria razão ou a vã filosofia são capazes de esclarecer.

Entretanto, desta vez, jurei pra mim mesmo, vou resistir uma semana antes de aceder à troca desta belezura, pela laptop dele, presente meu quatro meses atrás pelo seu aniversário. Nos anos anteriores consegui resistir por dois dias... e acabei ficando sempre com o laptop do meu caçula...

Pelo visto, o escândalo da mega-fraude perpetrada pelo Silvio Santos sumiu dos noticiários brasileiros. O pilantra abotoou-se com R$ 2,5 bilhões, comprou uns quantos editores e redatores, ajudou a eleger a assaltante de bancos para a presidência da republiqueta brasileira e as gloriosas tropas de assalto invadiram o morro... com direito a hastear bandeira no alto... pela terceira ou quarta vez, em pouco menos de três anos...

Por certo, fiquei até com pena dos viciados, – em crises de abstinências, – por estarem impedidos de comprar cocaína, maconha e crack, os “barato” – da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão, – apropriados a proporcionarem-lhes a sutil compreensão das vicissitudes nacionais.

Como diria um amigo meu, não há crise de abstinência, só “encheção de saco”. Em vez de ir a pé para comprar a droga, nas próximas semanas será preciso carro para ir até ao morro vizinho.

Segundo ele, existem mil comunidades cariocas onde a cocaína sai até mais em conta...

Para mudar de assunto a Globo News, no programa “Profissão Repórter”, levou ao ar uma reportagem bombástica sobre o sucateamento do atendimento hospitalar brasileiro, sem mencionar - uma só vez - a criminosa irresponsabilidade dos petistas...

Segundo uma amiga minha, as gravações foram concluídas no final de Agosto e a edição em princípios de setembro. Que estranho não ter ido ao ar logo em seguida, antes do dia da eleição do segundo turno...

Ao mostrar pobres-a-rodo, sujeiras aos montes e incompetências a granel, deu razão ao estrupício da Dilma Rousseff quando afirmou que “os hospitais estão cheios, porque todo o mundo procura os hospitais”.

Se o programa tivesse ido ao ar em outubro, por exemplo, certamente o empréstimo do BNDES para a Globo não seria aprovado.

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, numa das suas múltiplas chispas de genialidade energúmena, decidiu refundar a cidade do Rio de Janeiro, ditando por decreto municipal o dia 28 de novembro como o de refundação da cidade.

Como se refunda uma cidade que já existe e não foi destruída?

Como diria Nelson Rodrigues, carioca já nasce com a disposição irresistível de se mostrar cretino fundamental. Cééérrrto?

Na rede Globo, se bem recordo, o programa “Estúdio i”, apresentado por Maria Coutinho Beltrão, revela bem esse cretinismo inato. Especialmente da apresentadora; mais ainda se nos lembrarmos do pai dela, Hélio Beltrão.

"Que Brasil formidável seria o Brasil se o brasileiro gostasse do brasileiro", já diria o imortal Nelson Rodrigues.

No fim de semana passado gostei bastante das fotos das apreensões realizadas pela polícia carioca. Além das toneladas de maconha, dos poucos pacotes de cocaína e de uns quantos tijolinhos de crack, o melhor mesmo foram as armas enferrujadas, ou partes delas, apresentadas pela imprensa brasileira como sendo as utilizadas pelos criminosos.

Que espetáculo! Que mentira!

Que jornalismo cretino!

Será que nenhum plumitivo se deu conta que essas armas são uma empulhação da polícia carioca para esconder, não só a própria incapacidade de atuação como a corrupção sistêmica e generalizada que permeia por todos os seus níveis hierárquicos?

Tirando uma ou duas armas mostradas nas fotos, as demais são velhas, imprestáveis e, provavelmente, se nos barracos estavam, serviam apenas para aproveitarem partes delas como peças de reposição no conserto das armas em uso.

Que estranho a polícia ter apreendido tanta maconha, pouquíssima cocaína e quase nada de crack... e nada de armas boas em completo funcionamento.

Gostei também de saber que a polícia estima em 16.000 cariocas o número de narcotraficantes no Rio de Janeiro. Desses, 600 ou 700 estavam na Vila Cruzeiro e fugiram para o Complexo do Alemão.

16.000 bandidos representam 0,1% da população do Rio. Só? Os deputados, senadores e a maioria dos funcionários públicos do Estado estão incluídos nessa contagem?

Que estranho a polícia (22.000 homens em toda a cidade), ter conseguido prender tão-somente meia dúzia desses cariocas... a maioria pé-de-chinelo...

Mais de 500 bandidos, bem armados, fugiram pelos esgotos? Qual foi o acordo?

Os bandidos fogem em paz e os policiais podem revistar todas as 30.000 casas do complexo para se apropriarem de tudo o que encontrarem... inclusive de dinheiro e bens das famílias, cujo crime maior que cometem é não conseguirem sair da pobreza?

Ora, ora! Parece que os crioulos do AfroReggae obtiveram sucesso nas negociações secretas. Que inveja devem sentir os hipócritas das ONGs da paz... das ONgs do bem... e os "intilékituais pukianos" e "uerjenianos" e até os "uspenianos" metidos nas dezenas de comissões de direitos humanos... não menos hipócritas e absolutamente corruptos... voltados apenas para defender os coitadinhos dos bandidos.

Desta vez ninguém falou do Alex Pereira Barbosa, o MV Bill e da sua CUFA (Central Única das Favelas). O que será que deu no rapaz? Ficou rico e não cuida mais dos “brother”?

Enquanto os bandidos se dispersam, a polícia finge que prende, mas rouba o cidadão comum, o prefeito refunda o Rio de Janeiro e Sérgio Cabral já se vê candidatíssimo vitorioso ao Palácio do Planalto, (para desespero e olho gordo do César Maia), José de Alencar, VP da republiqueta, é submetido à sua décima sexta operação.

Coisa ruim não morre mesmo! Isso sim é uma desgraça.

E a gloriosa força aérea brasileira já se prepara para comprar o novíssimo Aerodilma? Pela bagatela de R$ 450 milhões? Leia «AQUI». Que foi que aconteceu?

O aerolula é pequeno demais para o corpanzil disforme da ex-terrorista e assaltante de bancos?

Será, por acaso, necessário nas viagens da Dilmula, que uma equipe médica e respectivos equipamentos precisem acompanhá-la para retrasar-lhe o avanço do câncer de modo a permitir ao Lula manter-se na presidência da republiqueta?

Ou então... Não me diga, leitor, que virou moda no Brasil que cada mequetrefe a assumir a presidência precisa, in obligatio propter rem et animus obligandi de um novo avião para seu uso e comodidade?

Melhor encerrar por aqui. Posso perder o apetite escrevendo mais sobre brasilidades. Tenho reserva no Manhattan Ocean Club para jantar uma bela lagosta de duas libras de peso. Se vier a NY recomendo-lhe que visite o restaurante. No Brasil não existe nada, sequer, parecido.


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