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quinta-feira, 20 de setembro de 2012

FHC diz que Serra é a “recuperação moral” da política

Surfando pelos jornais brasileiros, à procura do sono que a insônia atravanca, acabo de ler no jornal eletrônico, da Folha de S. Paulo, um artigo assinado por Daniela Lima, cujo título tomo emprestado para ilustrar este post.

Se o leitor desejar ler a matéria da Folha, pode acessá-la «aqui».

Pois bem, conheço José Serramuitos anos. Portanto, posso afirmar a pés juntos e mão na Bíblia que esse homem jamais foi, é ou será a “recuperação moral da política”.

Seria bom se fosse verdade, mas não é!

José Serra não é um ladrão de chinelo ou bandido nefário, tipo Lula ou Dilma Rousseff. É um homem desprovido de escrúpulos, sim, dono de um egoísmo e duma soberba onde até a sua vaidade se sente apequenada. E ela é enorme.

De velho, nada aprendeu com os erros passados. Mas quer ser presidente do Brasil de qualquer jeito.

Enquanto espera, por que não uma Prefeitura para passar o tempo? Daqui a um ano, talvez o Governo de S. Paulo outra vez! Porque não?

o fez antes. Que maisrepetir a dose?

Como homem, se alguma característica peculiar possui é a de político brasileiro. Corrupto e corruptor como qualquer outro brasileiro!

Melhor explicar:

Por mais aversão que eu nutra pelo PT, inclusive esquecendo um momento o nojo visceral pelo vigarista do Lula, a Fernando Henrique Cardoso e a José Serra eu imputo, pessoalmente, a maior das responsabilidades pela sem-vergonhice política que passou a dominar o cenário nacional brasileiro, bem como a sociedade nele inserida.

A história começou em 1988, na fase final da conclusão do texto da nova Constituição Federal.

José Serra era então deputado constituinte, junto com Nelson Jobim e, claro, Fernando Henrique Cardoso, o senador. Houve outros, conquanto a náusea certa de recordá-los impeça-me de nominá-los.

Por essa época, em certos círculos de S. Paulo e num obscuro Instituto de Pesquisas Econômicas, no Rio de Janeiro, gestavam-se alternativas factíveis para um plano sério de salvação nacional para a economia. Algo imberbe se desenhava, inclusive com a ressuscitação de idéias de Eugênio Gudin, economista notável, de breve passagem pelo ministério da Fazenda no governo Café Filho.

Porém, se sabia por esses idos que qualquer solução econômica para o Brasil passaria obrigatoriamente pela privatização de várias empresas estatais. Senão por todas.

O inchaço das contas do Estado precisava diminuir a qualquer custo.

Não vou aqui cansar o leitor com detalhes dos fatos passados, nem dos personagens envolvidos, alguns já falecidos; e... um desaparecido em circunstâncias nunca verdadeiramente investigadas; até porque, logo após o seu desaparecimento, um evento antecipadamente preparado e levado a efeito, desviava o olhar da opinião pública nacional, principalmente da consciência das almas plebéias, sempre tão ávidas em assistir e acompanhar uma tragédia.

Quem não se lembra do massacre dos 111 presos no Carandiru, em S. Paulo?...

Enfim... O certo é que, por causa dessas privatizações, o PSDB, fundado meses antes da proclamação da Constituição, sabia que em breve estaria sob os holofotes nacionais. O Consenso de Washington seria realizado no ano seguinte e muita coisa lá se decidiria... longe das influências políticas nacionais. As privatizações, que deveriam começar com Fernando Collor de Mello (esse era o plano), atrairiam certamente a fúria antipatriótica dos petistas e a sanha venal do PMDB.

Infelizmente, Fernando Collor de Mello cuspiu no prato que comeu. O mui imbecil, do alto da sua soberba latifundiária, acreditou que havia sido eleito pela maioria... e, tolinho, achou-se no direito de fazer o que lhe dava na telha; telha essa da mais alta necedade.  Simplesmente esqueceu a minoria que, de fato, fez a tal maioria-ventríloqua levá-lo ao palácio do Planalto.

Mas isso é outra história. Continuo:

Como o PT na época já havia aparelhado o ministério público, os Tucanos com medo de serem alvos de avalanchas de ações judiciais, quando se iniciassem as privatizações, decidiram se salvaguardar.

Nelson Jobim foi então incumbido de redigir - e fraudar - a Constituição Federal com dois artigos, (anos depois amplamente denunciados por Leonel Brizola), cujo teor, por ironia do destino, o PT e seus bandoleiros têm sido os mais beneficiados por esses textos elaborados na calada da noite, em cuja reunião José Serra e outros tucanos, de vistosas plumas, deram vistas e aprovação.

Talvez só agora o leitor tenha entendido como Nelson Jobim, um advogado obscuro, bem abrutalhado, lá dos cafundós de Santa Maria, interior do Rio Grande do Sul, e sem a menor relevância profissional, chegou a ministro do STF, indicado, claro, por Fernando Henrique Cardoso.

Neste instante vem-me à mente a imagem ainda gravada da expressão de fúria de Luis Eduardo Magalhães quando soube da fraude. Sorvíamos pequenos goles de água de coco, sentados no deck do Iate Clube de Salvador, na Bahia. O paizinho dele estava do lado e motejo algum expressou no rosto impenetrável. E eu bem que olhei.

Infelizmente um ataque cardíaco “muito oportuno” para os tucanos, pôs fim à saga que Luis Eduardo enveredou, após essa tarde mormaça, para anular a Constituição. E como lutou... sempre dando murros em pontas de facas.

Jamais o entrelaçado dessa fraude veio a público, apesar, inclusive, pasmem, do fraudador, já ministro do STF, ter confessado numa entrevista a sua trapaça.

Nunca o sentir da impunibilidade foi tão bem demonstrado. 

Por outro lado, jamais alguém quis saber porque o médico que atendeu Luis Eduardo após o enfarte, guardou num frasco cheio de formol o coração do deputado. Ninguém quis fazer uma perícia rigorosa. Nem o pai, que o inferno o guarde.

Só pude chorar quando li que o tal médico havia dito que guardara o coração com medo de represálias do famigerado ACM, o pai do defunto.

Como se mente no Brasil!

Fosse isso pouco, nesse Brasil que fede como fossa centenária, alma alguma se importou ou foi investigar a denúncia PÚBLICA narrada na carta de Leonel Brizola, publicada pelos jornais Folha de S. Paulo, O Globo, Extra, Zero Hora e Correio Braziliense.

Se o leitor quiser recordar a carta, leia-a «aqui» ou «aqui»

Resumindo:

Os supostos “direitos constitucionais” que dão direito a Hábeas Corpus, com o propósito específico de autorizar o beneficiado a ficar calado, e até a mentir diante de qualquer autoridade, distribuídos hoje - à destra e à sinistra - pelos “impolutos” juizes do Supremo Tribunal Federal, a qualquer bandido que solicite, são da lavra do sr. Nelson Jobim. Não faziam parte do texto original da Constituição aprovada em 1988 pelo Congresso Nacional.

A rigor, num país decente, uma Constituição Federal como a vigente no Brasil, contendo semelhante afronta à sociedade, não seria válida. Teria sido anulada e o fraudador preso.

O Brasil é o único país do mundo civilizado, (e saiba leitor, pesquisei a fundo), com governos democráticos, que possui na sua Constituição o expresso direito assegurado ao cidadão de poder mentir ou emudecer sob qualquer circunstância.

Por conseguinte, como todas as demais leis brasileiras estão sob a égide dessa Constituição, qualquer cidadão brasileiro poderá mentir livremente e a seu bel-prazer, sob a alegação da não incriminação. Por tal ato não poderá ser punido.

José Serra fez parte, colaborou e apoiou essa ignomínia!

Não é à toa que a ética e a moral da sociedade brasileira tenham feito as malas e desabalado, sabe-se lá para onde.

Portanto, Serra jamais poderá ser a “recuperação moral” da política, porque ele próprio, de livre vontade, consciente e deliberadamente conspurcou essa mesma política nacional.

E não foi só a política.

Aqui, igualmente, vou poupar o leitor de relembrar as fraudes no ministério da Saúde quando Serra foi ministro; ou dos 22 milhões de dólares estadunidenses que recebeu de laboratórios para implementar os “Genéricos”, ao gosto desses laboratórios.

O Leitor já reparou que nas farmácias brasileiras a maioria dos “Genéricos” é mais cara que os medicamentes equivalentes, fora dessa categoria? Deveriam ser mais baratos, não é verdade?

Enquanto isso, o povão continua a achar que os “genéricos” são mais baratos, e trabalho algum se tomam em perguntar ao balconista o preço do medicamento equivalente, sem essa classificação.

Enfim... Evitarei também numerar os assédios galináceos, babosos e desrespeitosos que Serra costuma fazer (ou costumava, alguns assisti com estes olhos que a terra há de comer), em cima de mulheres, algumas casadas, duas delas diletas amigas minhas.

Sequer vou mencionar as razões que levaram Serra a mostrar-se apático quando enfrentou o Lula na eleição onde o apedeuta foi eleito. Nem sobre as movidas de bastidores conduzidas por FHC para que Serra perdesse essa eleição. Ninguém nunca entendeu tal estratégia. Quem pagou o pato foi o seu “personal opineitor”, o marqueteiro da campanha.

Do mesmo modo, jamais alguém questionou o quanto de vidro, bem fino, são os telhados de José Serra. Nem porque assim são.

A sorte do Serra, e dos tucanos em geral, é que o PT, como agremiação política, é tão-somente uma quadrilha de bandidos; e, como todo o bandido que se preze, são burros. Mais burros que uma porta. Se fossem inteligentes de fato, não seriam bandidos. Jamais usariam da chantagem... dos dossiês aloprados, dos achaques constantes às empresas, ou do roubo, ou do assalto, ou do assassinato dos seus próprios coletores, ou da instigação à desordem pública...

Por sua vez, a sorte dos petistas é que os tucanos são covardes e pusilânimes como ratos de esgoto, porque sabem muito bem como FHC chegou a presidente, de onde saiu o apoio e o dinheiro, de onde foi copiado o Plano Real e como conspurcadamente se realizaram as privatizações.

Muito dinheiro foi entregue ao Zeca Diabo para manter os “cumpanhero” calados.

Se os tucanos tivessem coragem de abandonar a vaidade que os domina e reconhecessem que não foram os autores do Plano Real, e que tampouco FHC chegou à presidência por seus próprios méritos, talvez hoje não existisse esse Lula e o PT estaria relegado a partido de caatinga do Nordeste brasileiro ou de beirada de estrada, lindeiras às fazendas de Mato Grosso por onde pululam os do MST.

Mas descer do salto alto, isso tucano algum o fará. As verdades confabuladas à margem do Consenso de Washington poderiam vir à tona...Uma delas, bem embaraçosa, poderia até explicar o sumiço de Ulysses Guimarães.

Portanto, reitero novamente, José Serra jamais foi, não é, e NUNCA será a “recuperação moral” da política brasileira.

O seu passado, muito em particular a fraude na Constituição, condena-o por todos os atos futuros, bons, que pretenda realizar.

Em vez de se candidatar a eleição após eleição, num rumo tresloucado à presidência do Brasil, que jamais alcançará, melhor seria que, - num ato contrito, - Serra encabeçasse a elaboração de uma nova Constituição Federal, com o cuidado extremo de nela obrigar todo o cidadão brasileiro a se comportar com ética, com decência, com a verdade encimada a qualquer coisa, preservando e defendendo, sobretudo, a idoneidade moral e cívica que todo cidadão deve manter, praticar, respeitar e fazer cumprir em todos os âmbitos da sociedade.

Se isso acontecesse, eu rasgaria tudo o que já escrevi sobre o Serra e, com toda a certeza, tornar-me-ia o seu maior cabo eleitoral.

Mas... ai ai, eu sei que isso jamais acontecerá.

Portanto, que bom, uma vez mais, ter jogado, literalmente, na lata do lixo, a minha nacionalidade brasileira, bem como a condição de cidadão paulistano.

Que bom, nesta eleição para prefeito de S. Paulo, poder estar distante, a milhares de quilômetros. Não precisarei enfrentar o dilema de escolher entre o candidato da bosta e o candidato do excremento...

Não obstante, por mais desapiedado que possa parecer, o povo brasileiro, a bem da verdade, sem qualquer subterfúgio, merece toda a bosta que possa cair-lhe em cima. Todos os impostos mais altos do mundo. Todo o sucateamento da saúde pública. Todas as 270 mil normas fiscais insanamente já elaboradas e VIGENTES! Todas as pilantragens que os petistas possam e puderem executar... bem como toda a covardia política que viceja hoje nos partidos de oposição...

E aos paulistas e paulistanos, muito em particular, desejo, de coração, todos os Celso Russomanno que Edir Macedo e seus pastores de araque possam enfiar-lhes goela abaixo, bem como todos os Fernando Haddad que o Lula, na mesma colherada, possa incluir.

Quem sabe se fartem e resolvam fazer alguma coisa...


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