FHC diz que Serra é a “recuperação moral” da política
Surfando pelos jornais brasileiros , à procura do sono que a insônia atravanca, acabo de ler no jornal eletrônico, da Folha de S. Paulo, um artigo assinado por Daniela Lima , cujo título tomo emprestado para ilustrar este post.
Se o leitor desejar ler a matéria da Folha , pode acessá-la «aqui ».
Seria bom se fosse verdade , mas não é!
José Serra não é um ladrão pé de chinelo ou bandido nefário, tipo Lula ou Dilma Rousseff. É um homem desprovido de escrúpulos , sim , dono de um egoísmo e duma soberba onde até a sua vaidade se sente apequenada. E ela é enorme .
De velho , nada aprendeu com os erros passados. Mas quer ser presidente do Brasil de qualquer jeito .
A história começou em 1988, na fase final da conclusão do texto da nova Constituição Federal .
José Serra era então deputado constituinte , junto com Nelson Jobim e, claro , Fernando Henrique Cardoso, o senador . Houve outros , conquanto a náusea certa de recordá-los impeça-me de
nominá-los.
O inchaço das contas do Estado precisava diminuir a qualquer custo .
Não vou
aqui cansar o leitor com detalhes dos fatos passados, nem dos personagens
envolvidos, alguns já falecidos; e... um desaparecido em circunstâncias nunca
verdadeiramente investigadas; até porque, logo após o seu desaparecimento, um
evento antecipadamente preparado e levado a efeito, desviava o olhar da opinião
pública nacional, principalmente da consciência das almas plebéias, sempre tão
ávidas em assistir e acompanhar uma tragédia.
Quem não
se lembra do massacre dos 111 presos no Carandiru, em S. Paulo?...
Enfim...
O certo é que, por causa dessas privatizações, o PSDB, fundado meses antes da
proclamação da Constituição, sabia que em breve estaria sob os holofotes
nacionais. O Consenso de Washington seria realizado no ano seguinte e muita
coisa lá se decidiria... longe das influências políticas nacionais. As
privatizações, que deveriam começar com Fernando Collor de Mello (esse era o
plano), atrairiam certamente a fúria antipatriótica dos petistas e a sanha
venal do PMDB.
Infelizmente,
Fernando Collor de Mello cuspiu no prato que comeu. O mui imbecil, do alto da
sua soberba latifundiária, acreditou que havia sido eleito pela maioria... e,
tolinho, achou-se no direito de fazer o que lhe dava na telha; telha essa da
mais alta necedade. Simplesmente
esqueceu a minoria que, de fato, fez a tal maioria-ventríloqua levá-lo ao
palácio do Planalto.
Mas isso
é outra história. Continuo:
Como o PT
na época já havia aparelhado o ministério público, os Tucanos com medo de serem
alvos de avalanchas de ações judiciais, quando se iniciassem as privatizações,
decidiram se salvaguardar.
Nelson
Jobim foi então incumbido de redigir - e fraudar - a Constituição Federal com
dois artigos, (anos depois amplamente denunciados por Leonel Brizola), cujo
teor, por ironia do destino, o PT e seus bandoleiros têm sido os mais
beneficiados por esses textos elaborados na calada da noite, em cuja reunião
José Serra e outros tucanos, de vistosas plumas, deram vistas e aprovação.
Talvez só
agora o leitor tenha entendido como Nelson Jobim, um advogado obscuro, bem
abrutalhado, lá dos cafundós de Santa Maria, interior do Rio Grande do Sul, e
sem a menor relevância profissional, chegou a ministro do STF, indicado, claro,
por Fernando Henrique Cardoso.
Neste
instante vem-me à mente a imagem ainda gravada da expressão de fúria de Luis
Eduardo Magalhães quando soube da fraude. Sorvíamos pequenos goles de água de
coco, sentados no deck do Iate Clube de Salvador, na Bahia. O paizinho dele
estava do lado e motejo algum expressou no rosto impenetrável. E eu bem que
olhei.
Infelizmente
um ataque cardíaco “muito oportuno” para os tucanos, pôs fim à saga que Luis
Eduardo enveredou, ─ após essa tarde mormaça, ─ para anular a Constituição. E como lutou... sempre dando murros em
pontas de facas.
Jamais o
entrelaçado dessa fraude veio a público, apesar, inclusive, pasmem, do
fraudador, já ministro do STF, ter confessado numa entrevista a sua trapaça.
Nunca o
sentir da impunibilidade foi tão bem demonstrado.
Por outro
lado, jamais alguém quis saber porque o médico que atendeu Luis Eduardo após o
enfarte, guardou num frasco cheio de formol o coração do deputado. Ninguém quis
fazer uma perícia rigorosa. Nem o pai, que o inferno o guarde.
Só pude
chorar quando li que o tal médico havia dito que guardara o coração com medo de
represálias do famigerado ACM, o pai do defunto.
Como se
mente no Brasil!
Fosse
isso pouco, nesse Brasil que fede como fossa centenária, alma alguma se
importou ou foi investigar a denúncia PÚBLICA narrada na carta de Leonel Brizola,
publicada pelos jornais Folha de S. Paulo, O Globo, Extra, Zero Hora e Correio
Braziliense.
Resumindo:
Os
supostos “direitos constitucionais” que dão direito a Hábeas Corpus, com o propósito
específico de autorizar o beneficiado a ficar calado, e até a mentir diante de
qualquer autoridade, distribuídos hoje - à destra e à sinistra - pelos
“impolutos” juizes do Supremo Tribunal Federal, a qualquer bandido que
solicite, são da lavra do sr. Nelson Jobim. Não faziam parte do texto original
da Constituição aprovada em 1988 pelo Congresso Nacional.
A rigor,
num país decente, uma Constituição Federal como a vigente no Brasil, contendo
semelhante afronta à sociedade, não seria válida. Teria sido anulada e o
fraudador preso.
O Brasil
é o único país do mundo civilizado, (e saiba leitor, pesquisei a fundo), com
governos democráticos, que possui na sua Constituição o expresso direito
assegurado ao cidadão de poder mentir ou emudecer sob qualquer circunstância.
Por
conseguinte, como todas as demais leis brasileiras estão sob a égide dessa
Constituição, qualquer cidadão brasileiro poderá mentir livremente e a seu
bel-prazer, sob a alegação da não incriminação. Por tal ato não poderá ser
punido.
José
Serra fez parte, colaborou e apoiou essa ignomínia!
Não é à
toa que a ética e a moral da sociedade brasileira tenham feito as malas e
desabalado, sabe-se lá para onde.
Portanto,
Serra jamais poderá ser a “recuperação moral” da política, porque ele próprio,
de livre vontade, consciente e deliberadamente conspurcou essa mesma política
nacional.
E não foi
só a política.
Aqui,
igualmente, vou poupar o leitor de relembrar as fraudes no ministério da Saúde
quando Serra foi ministro; ou dos 22 milhões de dólares estadunidenses que
recebeu de laboratórios para implementar os “Genéricos”, ao gosto desses
laboratórios.
O Leitor
já reparou que nas farmácias brasileiras a maioria dos “Genéricos” é mais cara
que os medicamentes equivalentes, fora dessa categoria? Deveriam ser mais
baratos, não é verdade?
Enquanto
isso, o povão continua a achar que os “genéricos” são mais baratos, e trabalho
algum se tomam em perguntar ao balconista o preço do medicamento equivalente,
sem essa classificação.
Enfim...
Evitarei também numerar os assédios galináceos, babosos e desrespeitosos que
Serra costuma fazer (ou costumava, alguns assisti com estes olhos que a terra
há de comer), em cima de mulheres, algumas casadas, duas delas diletas amigas
minhas.
Sequer
vou mencionar as razões que levaram Serra a mostrar-se apático quando enfrentou
o Lula na eleição onde o apedeuta foi eleito. Nem sobre as movidas de
bastidores conduzidas por FHC para que Serra perdesse essa eleição. Ninguém nunca
entendeu tal estratégia. Quem pagou o pato foi o seu “personal opineitor”, o
marqueteiro da campanha.
Do mesmo
modo, jamais alguém questionou o quanto de vidro, bem fino, são os telhados de
José Serra. Nem porque assim são.
A sorte
do Serra, e dos tucanos em geral, é que o PT, como agremiação política, é
tão-somente uma quadrilha de bandidos; e, como todo o bandido que se preze, são
burros. Mais burros que uma porta. Se fossem inteligentes de fato, não seriam
bandidos. Jamais usariam da chantagem... dos dossiês aloprados, dos achaques
constantes às empresas, ou do roubo, ou do assalto, ou do assassinato dos seus próprios coletores, ou da instigação à desordem
pública...
Por sua
vez, a sorte dos petistas é que os tucanos são covardes e pusilânimes como
ratos de esgoto, porque sabem muito bem como FHC chegou a presidente, de onde
saiu o apoio e o dinheiro, de onde foi copiado o Plano Real e como
conspurcadamente se realizaram as privatizações.
Muito
dinheiro foi entregue ao Zeca Diabo para manter os “cumpanhero” calados.
Se os
tucanos tivessem coragem de abandonar a vaidade que os domina e reconhecessem
que não foram os autores do Plano Real, e que tampouco FHC chegou à presidência
por seus próprios méritos, talvez hoje não existisse esse Lula e o PT estaria
relegado a partido de caatinga do Nordeste brasileiro ou de beirada de estrada,
lindeiras às fazendas de Mato Grosso por onde pululam os do MST.
Mas
descer do salto alto, isso tucano algum o fará. As verdades confabuladas à
margem do Consenso de Washington poderiam vir à tona...Uma delas, bem
embaraçosa, poderia até explicar o sumiço de Ulysses Guimarães.
Portanto,
reitero novamente, José Serra jamais foi, não é, e NUNCA será a “recuperação
moral” da política brasileira.
O seu
passado, muito em particular a fraude na Constituição, condena-o por todos os
atos futuros, bons, que pretenda realizar.
Em vez de
se candidatar a eleição após eleição, num rumo tresloucado à presidência do
Brasil, que jamais alcançará, melhor seria que, - num ato contrito, - Serra
encabeçasse a elaboração de uma nova Constituição Federal, com o cuidado
extremo de nela obrigar todo o cidadão brasileiro a se comportar com ética, com
decência, com a verdade encimada a qualquer coisa, preservando e defendendo,
sobretudo, a idoneidade moral e cívica que todo cidadão deve manter, praticar, respeitar
e fazer cumprir em todos os âmbitos da sociedade.
Se isso
acontecesse, eu rasgaria tudo o que já escrevi sobre o Serra e, com toda a
certeza, tornar-me-ia o seu maior cabo eleitoral.
Mas... ai
ai, eu sei que isso jamais acontecerá.
Portanto,
que bom, ─ uma vez mais, ─ ter jogado, literalmente, na lata
do lixo, a minha nacionalidade brasileira, bem como a condição de cidadão paulistano.
Que bom,
nesta eleição para prefeito de S. Paulo, poder estar distante, a milhares de
quilômetros. Não precisarei enfrentar o dilema de escolher entre o candidato da
bosta e o candidato do excremento...
Não
obstante, por mais desapiedado que possa parecer, o povo brasileiro, ─ a bem da verdade, sem qualquer subterfúgio, ─ merece toda a bosta que possa cair-lhe em cima. Todos os impostos
mais altos do mundo. Todo o sucateamento da saúde pública. Todas as 270 mil
normas fiscais insanamente já elaboradas e VIGENTES! Todas as pilantragens que
os petistas possam e puderem executar... bem como toda a covardia política que
viceja hoje nos partidos de oposição...
E aos
paulistas e paulistanos, muito em particular, desejo, de coração, todos os
Celso Russomanno que Edir Macedo e seus pastores de araque possam enfiar-lhes
goela abaixo, bem como todos os Fernando Haddad que o Lula, na mesma colherada,
possa incluir.