Triste sina do brasileiro
Por favor, Leitor, leia primeiro a matéria que saiu na primeira página da Folha de S. Paulo: «AQUI»
Cada vez que acesso algum jornal brasileiro o sangue ferve; a indignação vai às alturas. Chego à sensação de estar tocando em sangue, ou, pior, sentindo a podridão humana a invadir-me os sentidos.
Foi o que aconteceu ainda há pouco com mais outra brasilidade. Desta vez por um estudante que morreu, SEM RECEBER QUALQUER TIPO DE ASSISTÊNCIA, em pleno calçadão... da que dizem ser a maior e melhor Universidade do Brasil: – a USP (Universidade de S. Paulo).
Samuel de Souza desmaiou, caiu em agonia a 230 metros da porta da Reitoria e não apareceu perto dele uma só alma para socorrê-lo ou, pelo menos, ampará-lo.
E lá ficou... durante seis horas... estendido no chão... ao sol esturricante do meio-dia.
Tampouco se apresentou um voluntário para carregá-lo nos braços, metê-lo num carro e levá-lo ao próprio hospital da universidade... a 3.000 metros dali.
Sequer alguém correu a chamar um médico, uma enfermeira... ou pegar uma padiola...
Chamaram uma ambulância! Porém... os "porém" brasileiros são anacrônicos... As ambulâncias do melhor hospital do Brasil não são para resgatar ninguém. Pelo menos, não para socorrer qualquer um...
Certamente lá devem existir para decoração... para publicidade... para justificarem alguma compra hiper-superfaturada... Devem ser que nem a cinematografia brasileira. Os filmes são uma merda, mas existem!
A inteligência do brasileiro é precária, bem o sei, e o expediente mental vive direcionado para oportunismos e malandragens.
No Brasil, apenas a Natureza, sempre tão instável, consegue ser desinteressadamente gentil com as criaturas humanas a sobreviverem por lá . Duas horas depois, para refrescar o corpo já intumescido, em principio de decomposição, caiu uma chuvinha fina, nojenta e ácida, do tipo habitual que costuma amenizar o ar poluído e pestilento de S. Paulo. Ainda me lembro dela e do nojo que me invadia.
Por seis horas lá ficou Samuel de Souza caído, falecido, morto-morrido... para ser olhado pela polícia que chegou, viu, fez porra nenhuma e se foi...
Agora, leitor, preste atenção à cronologia da morte de um brasileiro em pleno campus universitário... que dispõe, repito, de um dos melhores hospitais do país, com não-sei-quantos ambulatórios e vive repleto de estudantes de medicina, de enfermagem, sem falar de médicos-professores e... ah... dos doutores famosos, de reputações milionárias e medalhões às pencas, caindo-lhes dos peitos:
09:30 hs – Samuel de Souza chega à USP acompanhado de amigos. Desce do ônibus e caminha até a praça do Relógio Solar e ali desmaia.
10:05 hs. – um membro da guarda universitária tenta medir a pulsação do estudante... Samuel de Souza não respira mais...
Trinta e cinco minutos se passaram para alguém aproximar-se e tocar no estudante...
15:49 hs. – o corpo é retirado. – “Nenhum responsável do Corpo de Bombeiros foi localizado para falar a respeito”.
É revoltante perceber a qualidade de cidadão vivente em que se transformou o brasileiro durante os anos lulistas.
Da minha meninice à adolescência, da juventude à meia idade, o Brasil e brasileiros que eu conheci durante 46 anos não eram assim.
Se antes já era sina do brasileiro nascer para viver a vida em permanente fracasso e miséria, hoje, além desse estigma, podemos ter a certeza que está fadado a morrer no meio da rua, tal qual cachorro atropelado, jogado no meio-fio... sem que criatura alguma lhe estenda a mão ou dê qualquer importância.
É triste!
Igualzinho como acontece nos países praticamente ainda selvagens da África Central ou das Ilhas remotas do Pacífico.
Que abandono!
Nos oito anos lulopetistas os brasileiros não se tornaram somente velhacos, ladrões, corruptos, parricidas, matricidas, pedófilos, assaltantes, estupradores e eleitores de mão no bolso com celular na orelha... Tornaram-se também indiferentes à morte, aos corpos caídos nas calçadas...
São tantos, todos os dias... vistos e narrados nos rádios e televisões, que mais um, ora, mesmo dentro de uma universidade?... É só mais um.
Não importa se é branco, preto, amarelo ou esverdeado... Samuel de Souza, estudante de filosofia, a ponto de se formar, é só mais um morto... para somar-se aos 55.000 assassinatos anuais, às noventa e tantas mil mortes no trânsito, às quatro mil por gripe, às vinte ou trinta mil por malária, dengue e Aids, ás oito ou nove centenas por erros médicos, aos estupros, aos assaltos, às balas perdidas, à cocaína, às velhacarias petistas, paulistas, cariocas, baianas, gaúchas ou por onde se queira que corpos apareçam... e apodreçam a céu aberto.
A vida perdeu valor.
Tanto assim é, leitor, que, – se você leu a reportagem – poderá ver pelo relato que não só as autoridades se eximem de qualquer responsabilidade ou ineficácia ou de ambulâncias, como também o fazem os cretinos que por ali pululavam a assistir, morbidamente, à queda e falecimento do infeliz Samuel de Souza... que eu nem conheci.
Nem devia me importar... Menos ainda, entre um gole e outro de chocolate quente a dez mil quilômetros de distância. Lá fora começou a nevar.
Repare no que à repórter diz o sindicalista Claudionor Brandão, petista com certeza, eleitor de assaltante de bancos e, certamente, “cumpanhero” da vigarista-plagiadora Marilena Chauí, filósofa de araque, co-fundadora do PT, professora dessa universidade e autora de manifestos a favor do cerceamento da imprensa e de outras liberdades mais.
O cretino ordenou a um funcionário do sindicato para pedir auxílio ao Hospital Universitário, mas não lhe ocorreu pegar o estudante caído e transportá-lo imediatamente para o hospital.
É claro que não! Dos dois neurônios que possui, um é autista e o outro asmático.
Até me surpreende como o sindicalista Brandão foi tão ousado e não convocou antes uma reunião com as "base" para marcar o dia da eleição democrática, claro, a fim de se escolher o camarada que iria solicitar ajuda ao hospital.
Rematado imbecil!
Pedir assim, no seco, a um reles “funcionário” para cumprir tal tarefa, foi sem dúvida ato arbitrário, autoritário, demagógico, fascista!; influenciado pelos tucanos ou pelas forças ditatoriais obscuras que tentam dominar as massas para retroceder o Brasil aos níveis oligárquicos, existentes, antes da chegada do "salvador" Lula ao governo do país.
Eu, euzinho, se fosse o Zé Dirceu, expulsava imediatamente esse “cumpanhero”... do partido e do sindicato, ora! Seria até capaz de arrumar um Sombra para dar um "jeito" no abusado.
Para encerrar, caro leitor, observe a foto acima. A mulher de costas, em posição de lótus, sobre o banco de pedra, parece estar extasiada com a visão do corpo estendido, coberto com sacos plásticos, do lixo. Provavelmente, se elucubrarmos aqui, com toda a boa vontade, será que poderemos imaginar que ela pranteia o morto enquanto se deleita com o odor fétido da decomposição?
Se pensarmos com má vontade, a foto revela o costado de uma cretina fundamental, loira oxigenada, obviamente, desrespeitando um corpo humano abandonado à própria miséria.
É só uma imagem brasileira...
Quem foi mesmo o poeta que disse “a morte promete sempre mais do que pode dar”?... Bom, certamente não foi um brasileiro... No Brasil, a morte não promete nada.