Ladrão é ladrão, roube cem ou um milhão? Rosa Weber, juíza do STF, discorda.
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“Ladrão é ladrão , roube cem ou um milhão ” é um adágio popular citado há dias por um leitor deste blog, cujo significado , à raiz da matéria publicada no Jornal O Globo , «aqui », inspirou-me a escrever este texto .
A despeito de ser brasileiro , (presumo), tenho cá para
mim que , embora o jovem mancebo viva no Brasil, eventualmente se creia morando na Suíça ou Noruega, a enxergar a justiça do seu próprio país por um binóculo invertido e com fraca dioptria...
E das utopias brasileiras o que eu mais gosto é de vê-las derrubadas - quase no instante em que nascem ou me são apresentadas, - pelos fatos que se sucedem nesse infausto país .
No contexto atual da justiça brasileira esse “princípio da insignificância ”, inventado pelos magistrados brasileiros , mostra-se realmente lógico e, até certo ponto , absolutamente cabível na realidade criminal e criminosa que passou dominar a sociedade desse país .
E de onde nasceu esse “princípio da insignificância ”?
O Brasil é o único país do mundo com uma Constituição a "legalizar" a mentira: Art.
5, incisos LXIII, LXVIII, LXIX, Art. 102, § 1, alíneas d) e i); Art.108, § 1, alíneas c) e d).
Osconstituintes de 1988 não só meteram os pés pelas mãos na interpretação do texto elaborado no Pacto de San José da Costa Rica , (Art. 8, § 2, alínea g), inspiração a que recorreram, como confundiram alhos com bugalhos sobre o princípio "nemo tenetur se detegere" (o direito de não produzir prova contra si mesmo ), lá estabelecido. E como o texto brasileiro já era ruim , ainda recebeu uma "ajudinha" noturna do Jobim.
Portanto , se mentir no Brasil é legal , e a Constituição do país assim o permite, destroçando de vez a verdade , o princípio basilar da ética , da moral e da decência cívica , qualquer roubo de pouca monta , por lógica , torna-se realmente insignificante ; conquanto os grandes roubos , aparentemente, seguem o mesmo caminho da insignificância .
Os
Têm medo !; ou têm o rabo preso! Não só de arruinarem as suas carreiras , como , “de repente ”, se converterem em mais um número anotado nas sangrentas estatísticas da violência e caos social campeando soltas nas ruas e avenidas das cidades brasileiras.
Do ponto de vista epistemológico, como diria o meu professor de latim , “a fronte
praecipitium, a tergo lupi”. Em bom português: se correr , o bicho pega , se ficar , o bicho come.
O julgamento do mensalão, há dois anos em curso , a passo de tartaruga com artrose, no Supremo Tribunal Federal , apesar do processo ter sido iniciado há mais de sete anos , é uma demonstração inequívoca desse medo , sobretudo da endogamia tão bem instada pela cultura corruptora petista.
A recente condenação de Paulo Maluf, um dos maiores ladrões comprovados e documentados do Erário Público , a cinco anos de inelegibilidade política , sem o devido encarceramento penitenciário, é outra revelação que amigo de petista, preso jamais será... ou deixará de ser eleito... pelo voto popular.
Concordo. Seria até uma injustiça com o pobre coitado !
E se em vez de arrancarmos túnica por túnica dessa cebola , preferirmos cortar o bulbo ao meio , veremos que do interior , partindo do prato , tanto sobem células individuais como múltiplas que se afunilam em efetores independentes ; isto é, em demonstrações individuais de reação aos estímulos recebidos.
Será pura perda de tempo , para
o cidadão comum, querer entender essa tendência atual ou tentar explicar os pensamentos , sentimentos ou consciências desses magistrados .
Nesse sentido , usando a mesma analogia ceboleira, tanto o STF como os diferentes graus do resto da magistratura brasileira dividem-se em duas partes distintas e bem caracterizadas:
A primeira , uma espécie de cone que sobe a partir da superfície do aparelho judiciário e vai se afilando,
constituindo-se na parte sensórea do sistema ; isto é, os diferentes julgados de primeira estância repletos e incompetência e prepotência ; e no caso do STF personifica-se na figura de Joaquim Barbosa, presidente desse organismo .
A segunda , é o corpo do sistema , a sua parte motora contrátil , obscura , que Rosa Weber, Ricardo Lewandowski, Teori Zavascki, Luis Roberto
Barroso, (que elogia bandido ), e outros mais representam.