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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Mineiros brasileiros no (des)governo Lula.

Logo após o acidente ocorrido na mina chilena e toda aquela demonstração de preparo e eficácia no resgate dos mineiros que os chilenos deram ao mundo, assisti pela Globo Internacional a um programa onde um “Intilekitual Uspeniano” era entrevistado sobre a segurança dos trabalhadores nas minas brasileiras.

Pelo que sei, o que passa na TV Globo internacional é transmitido primeiro no Brasil, seja pela Globo News a cabo ou pela Globo Pública. Portanto, se o leitor assiste regularmente a essas emissoras saberá a que me refiro; conseqüentemente, perdoar-me-á a falta de detalhes.

Já não lembro do nome do programa nem do entrevistado, menos do entrevistador. Para qualquer assunto transmitido pela Globo a minha memória torna-se indolente, desconfiada e rebotada. No entanto, recordo que o Uspeniano era engenheiro de minas, professor-não-lembro-do-quê e especialista em segurança.

Tinha cara de todólogo, mas isso foi só impressão minha.

Pois bem, lá para as tantas, o dito “Intelekitual” afirmou que era muito raro ocorrerem acidentes nas minas brasileiras... Elas contavam obrigatoriamente com duas saídas e uma série de equipamentos de segurança, razão pela qual pouquíssimos acidentes aconteciam.

Pois não é que ainda agora, ao ler o jornal O Globo de ontem, encontro uma reportagem que fala exa-ta-men-te o contrário?!

Por favor, leitor, se ainda não leu a reportagem, leia «AQUI» “Mineiros no Brasil: Sem resgate”. Vale a pena, creia-me, especialmente pelo número de acidentes durante o (des)governo Lula [veja o gráfico], e pelo detalhe na foto que ilustra a matéria.

Vale a pena também para comprovar o que sempre tenho escrito aqui: – a TV Globo é uma grande farsante, geralmente leviana, falsa e superficial nas matérias que leva ao ar. Com o arremedo de Fox News, tupiniquim de Cacoal, diante de qualquer desastre internacional o primeiro que faz é mostrar um feixe de feno para tranqüilizar os bezerros brasileiros.

Voltando à reportagem do jornal, a matéria começa assim:

Enquanto o mundo ainda comemora o resgate dos 33 mineiros chilenos, que ficaram presos a 750 metros de profundidade, no Brasil os trabalhadores nas 11 minas de carvão em Santa Catarina choram os seus mortos a conta-gotas na região”.

Foram 12 mortes desde maio de 2008. A última aconteceu há apenas dois meses, e mais dois mineiros ficaram inválidos. A cada dois meses, um trabalhador perde a vida nas minas subterrâneas, num dos trabalhos mais perigosos do mundo, revela reportagem de Cassia Almeida e fotos de Márcia Folleto
”.

Em outras palavras, quando o tal programa da Globo foi ao ar, nesse momento mineiros brasileiros morriam! O jornalismo da Globo sabia disso e arrumou um Intilekitual Uspeniano para mentir descaradamente a fim de pôr uma carapaça – de suposta veracidade, – para não levantar rebuliço e prejudicar a eleição da assaltante de bancos.

Agora, leitor, repare na foto. Clique nela para ampliar, pois verá melhor. Observe o cartaz, escrito em verde e vermelho, logo acima do elevador onde estão os mineiros:

Repare na ortografia do que está escrito: “O CIPEIRO DEVERA FAZER A DECIDA DO PESSOAL”.

Diante de um cartaz escrito dessa maneira, suponho que há bastante tempo lá pendurado, fico imaginando a qualidade e a capacidade dos diretores e gerentes que comandam essa mina.

Das duas uma: ou por ali nunca passam ou se passam... são tão analfabetos quanto quem escreveu o cartaz. Não surpreende que haja tantos acidentes, tantas mortes e nenhuma notícia.

O CIPEIRO? Se entendi bem, por derivação de sentido, é o homem que trabalha no cipó. Que agarra no cipó... Será que é um macaco?

Quem trabalha, agarra ou anda em cipó, ou é Tarzan ou é macaco. Chipanzé, talvez. Sagüi se quisermos um momento de ternurinha. Tarzan já morreu... Aqui entre nós, quem trabalha com o cabo que desce e sobe o elevador é cabista, ascensorista, maquinista.

Não se preocupe, leitor, eu sei que “cipeiro” é só um termo na gíria dos mineiros das profundezas... Não deixa de ser bem adequado.

Cipó neles!

E quanto a “devera” que deve ser “DEVERÁ”, (com o “A” acentuado), futuro do presente do verbo dever? O leitor, como eu, provavelmente imagina que o tempo do verbo foi escrito no rigoroso cumprimento da nova ortografia lulopetista, imposta pelo analfabeto que lhe dá nome e para a qual os portugueses atenção deram sequer.

Afinal de contas, todos sabemos, no Brasil, pretérito mais-que-perfeito e futuro do presente não existem. Os brasileiros sobrevivem apenas no e do presente. Passado é esquecido e o futuro representa tão-somente um celular novo ou uma TV de tela plana.

Quanto à “DECIDA”, suponho que devem ter pretendido escrever “descida”... mas, como provavelmente esperam para breve a visita do Lula para inaugurar o novo poço a ser aberto dentro de cinco anos, escreveram dessa maneira para que o nobre guia dos brasileiros possa ler o cartaz sem se atrapalhar com o “S”. Vai que pronuncia “deficida”, com a sua lingüinha “plesa” e é mal interpretado pelos jornalistas tucanos?

Mais de uma bolinha de papel e vários rolos de fita seriam certamente jogados em cima do Serra.

Por coisas assim não me surpreende, nem fico mais aborrecido, que na Europa, especialmente aqui em Bruxelas ou em Madrid, os brasileiros sejam chamados de “singe” e “monos” respectivamente; “macacos” em bom português.

No Brasil mente-se por todos os poros e ninguém presta atenção às verdades, nem mesmo às mentiras.

Nota: No Brasil as mortes de mineiros são computadas na proporção das toneladas de minério extraído. Se a extração é volumosa, o lucro farto e acontecem algumas mortes, bom... qual é o problema? São só cipeiros, mineiros, brasileiros em suma!

domingo, 24 de outubro de 2010

A Escolha de Sofia que os brasileiros vão enfrentar.

"O maior castigo para aqueles que não se interessam por política, é que serão governados pelos que se interessam”. – Arnold Toynbee

Como o Leitor sabe, "A Escolha de Sofia” é a história de uma mãe polonesa, não-judia, filha de um ideólogo anti-semita, que é presa pelos alemães ao ser descoberta carregando carne contrabandeada. Por esse crime é enviada com os dois filhos para o campo de concentração nazista de Auschwitz. Lá, por veleidade do médico encarregado da seleção de prisioneiros, que implica com ela, Sofia é obrigada a escolher, – entre o filho e a filha, – quem será levado imediatamente para a câmara de gás: - qual será executado e qual será poupado.

Se ela se recusar a escolher os dois serão mortos. Sofia escolhe ficar com o menino, que é mais forte e tem mais chances de sobreviver, porém, nunca volta a ter notícias dele.

“A Escolha de Sofia” tornou-se uma expressão proverbial a simbolizar a escolha entre opções intoleráveis, igualmente aniquiladoras, sinônimo de decisão quase impossível de se tomar.

A Escolha de Sofia” é a que os brasileiros enfrentarão no próximo domingo, 31 de Outubro.


Serra ou Dilma? A Escolha de Sofia.


Por Rodrigo Constantino(*)

Tudo que é preciso para o triunfo do mal é que as pessoas de bem nada façam". – Edmund Burke.

Agora é oficial: José Serra e Dilma Rousseff são as duas opções viáveis nas próximas eleições. Em quem votar? Esse é um artigo que eu não gostaria de ter que escrever, mas me sinto na obrigação de fazê-lo.

Os antigos atenienses tinham razão ao dizerem que assumir qualquer lado é melhor do que não assumir nenhum?

Mas existem momentos tão delicados e extremos, onde o que resta das liberdades individuais está pendurado por um fio, que talvez essa postura idealista e de longo prazo não seja razoável.

Será que não valeria a pena ter eliminado o Partido dos Trabalhadores Nacional - Socialista em 1933 na Alemanha, antes que Hitler pudesse chegar ao poder?

Será que eliminar Hugo Chávez justificaria o meio deplorável de eleger um candidato horrível, mas menos louco e autoritário?

São questões filosóficas complexas. Confesso ficar angustiado quando penso nisso.

Voltando à realidade brasileira, temos um verdadeiro monopólio da esquerda na política nacional. PT e PSDB cada vez mais se parecem. Mas existem algumas diferenças importantes também:

O PT tem mais ranço ideológico, mais sede pelo poder absoluto, mais disposição para adotar quaisquer meios os mais abjetos para tal meta.

O PSDB tem mais limites éticos quanto a isso.

O PT associou-se aos mais nefastos ditadores, defende abertamente grupos terroristas, carrega em seu âmago o DNA socialista.

O PSDB não chega a tanto.

Além disso, há um fator relevante de curto prazo: o governo Lula aparelhou a máquina estatal toda, desde os três poderes, passando pelo Itamaraty, STF, Polícia Federal, as ONGs, as estatais, as agências reguladoras, tudo!

O projeto de poder do PT é aquele seguido por Chávez na Venezuela, Evo Morales na Bolívia, Rafael Correa no Equador, enfim, todos os comparsas do Foro de São Paulo.

Se o avanço rumo ao socialismo não foi maior no Brasil, isso se deve aos freios institucionais, mais sólidos aqui, e não ao desejo do próprio governo. A simbiose entre Estado e governo na gestão Lula foi enorme. O estrago será duradouro. Mas quanto antes for abortado, melhor será: haverá menos sofrimento no processo de ajuste.

Justamente por isso acredito que os liberais devem olhar para este aspecto fundamental, e ignorar um pouco as semelhanças entre Serra e Dilma.

Uma continuação da gestão petista através de Dilma é um tiro certo rumo ao pior.

Dilma é tão autoritária ou mais que Serra, com a agravante de ter sido uma terrorista na juventude comunista, lutando não contra a ditadura, mas sim por outra ainda pior, aquela existente em Cuba ainda hoje. Ela nunca se arrependeu de seu passado vergonhoso; pelo contrário, sente orgulho. Seu grupo Colina planejou diversos assaltos.

Como anular o voto sabendo que esta senhora poderá ser nossa próxima presidente?!

Como virar a cara sabendo que isso pode significar passos mais acelerados em direção ao socialismo bolivariano?

Entendo que para os defensores da liberdade individual, escolher entre Dilma e Serra é como uma escolha de Sofia.

Anular o voto – desta vez – pode significar o triunfo definitivo do mal.

Em vez de soco na cara ou no estômago, podemos acabar com um tiro na nuca.

Dito isso, assumo que votarei em Serra. Meu voto é anti-PT acima de qualquer coisa. Meu voto é contra o Lula, contra o Chávez, que já declarou abertamente apoio a Dilma. Meu voto não é a favor de Serra. E, no dia seguinte da eleição, já serei um crítico tão duro ao governo Serra como sou hoje ao governo Lula. Mas, antes é preciso retirar a corja que está no poder.

Antes é preciso desarmar a quadrilha que tomou conta de Brasília. Só o desaparelhamento de petistas do Estado já seria um ganho para a liberdade, ainda que momentâneo.

Respeito meus colegas liberais que discordam de mim e pretendem anular o voto. Mas espero ter sido convincente de que o momento pede um pacto temporário, como única chance de salvar o que resta da civilização - o que não é muito, mas é o que hoje devemos e podemos fazer!


(*) Rodrigo Constantino é economista, escreve a coluna "Eu e Investimentos" do jornal Valor Econômico. É também colunista do jornal O Globo e membro-fundador do Instituto Millenium, vencedor do prêmio Libertas em 2009, no XII Fórum da Liberdade.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Sobre Farsas – de Merval Pereira

Acabo de ler o artigo “Sobre Farsas”, publicado hoje por Merval Pereira, onde o ilustre plumitivo abre um parêntesis para explicar aos “petistas desavisados” o significado da palavra “energúmeno”.

Eu tive que rir. E ri muito. Leia o artigo «AQUI»

Ri, não do texto, o qual concordo plenamente, nem do periodista, embora este algum motejo me cause, mas de reminiscências longínquas que me fizeram recordar expressões ignorantes e iletradas de petistas diante de palavras semelhantes, cujo significado sequer compreendiam e quase sempre, aos berros, pretendiam entender... geralmente o contrário.

Recordei-me do sorriso enaltecido de Marilena Chauí quando a chamei de “alborqueira da filosofia” e da fúria desembestada, dias depois, que jogou sobre mim quando descobriu o significado.

Nem só para plagiar teses ela tem aptidão. José Guilherme Merquior que o diga. (Relembre «AQUI»). Ela também sabe procurar no dicionário.

Lembrei-me ainda do sorriso envaidecido, quase altaneiro da Marta Suplicy quando, audacioso, num jantar sentado ao lado dela, a descrevi como “a abécula da política”. A Martaxa achou que a comparava a uma flor; Até disse “obrigado” e que eu era muito simpático.

É claro que sou!

Nunca cheguei a saber se a então prefeita de S. Paulo alguma vez descobriu o significado de abécula.

Merval usa o substantivo “energúmeno” para adjetivar o Lula como “fanático” (!?).

Fanático? Gostei do eufemismo. Sem dúvida os meus são mais lúdicos. Por isso sou simpático.

Mas, em se tratando do Lula e da sua meliante caterva, por onde sobra esperteza, burrice e maus fígados, – e falta completamente honestidade e inteligência, – o substantivo escolhido é até galanteador... se os petistas procurarem o significado no dicionário Aurélio.

Tal como Merval, creio que é o único que conhecem.

Na minha época de PT por lá faltava dicionário e havia excesso de preguiça em abrir um que para lá levei.

Entretanto, se abrirmos o dicionário Houaiss, muito mais técnico, completo e detalhado que o Aurélio, poderemos ler:

Energúmeno:
Substantivo masculino:
1 – Diacronismo obsoleto: – possuído pelo demônio; possesso.
2 – Derivação por extensão de sentido: – indivíduo que, exaltado, grita e gesticula excessivamente.
3 – Derivação, sentido figurado: – indivíduo desprezível, que não merece confiança; boçal, ignorante.

De forma simples, direta e condensada numa só palavra, o jornalista, que entende bem de farsas, descreve exatamente o que o Lula é: um indivíduo possuído pelo capeta; um sujeito ab-reptício que, exaltado, grita e gesticula desmesurado, mostrando nesse comportamento que é um homem desprezível, que não merece confiança; que é um boçal; um ignorante apoiado por 80% de brasileiros tão pérfidos, possessos, mentecaptos e abomináveis quanto.

O Lula apenas mostra o que sempre foi; e que Duda Mendonça, como bom baiano, disfarçou. Os brasileiros, acéfalos, admiram.

Não surpreende, portanto, que Lula tenha escolhido uma criatura com os mesmos predicados para substituí-lo.

Merval Pereira não é exatamente o meu jornalista predileto, nem de longe o mais admirado, porém, como já disse um homem sábio: “ninguém é tão grande que não tenha o que aprender, nem tão pequeno que não tenha o que ensinar”.

Louvadas sejam as forças ocultas e as influências globais, no espaço dado ao contraditório, que fizeram Merval usar o lápis de ponta azul.

Luis Inácio Lula da Silva é realmente “Oenergúmeno por excelência, no sentido mais lato, verdadeiro e aplicável da palavra! Pena que o jornalista só tenha descoberto isso agora e não há oito anos atrás quando escrevia com lápis de ponta vermelha... ou há quatro anos atrás... antes de ir para New York e na volta ter virado diretor.

sábado, 16 de outubro de 2010

A candidata e sua túnica de Arístipo


Conta a história que Arístipo, filósofo grego, certo dia resolveu mostrar a sua sabedoria e humildade a todos os que o acusavam do contrário. 

Para isso vestiu-se com uma túnica velha, cheia de buracos, pegou o cajado da Filosofia e saiu caminhando pelas ruas de Atenas. 

Quando Sócrates o viu ao longe, gritou-lhe: – Oh, Arístipo!... até daqui se vê a tua vaidade pelos buracos da túnica!

As neo-fingidas crenças de Dilma Rousseff assemelham-se à vaidade disfarçada de Arístipo.

O Lula recorda-me o mesmo. Apenas pior. Porque Lula é um crápula desde criancinha e Dilma só uma idiota incompetente, metida a macho que um dia, por falta do que fazer, deu para exercitar a índole brasileira e assaltou um cofre para se abotoar com o dinheiro.

O baiano Duda Mendonça criou o Lulinha-paz-e-amor para disfarçar o espírito maratiano de Lula-ódio-e-rancor, crítico, reprimido e sufocado. Deu certo. Afinal de contas é tradição baiana vender gato por lebre; especialmente para brasileiros que pedem a gritos para alguém os enganar, pois só assim conseguem exalar a amargura da alma e berrar aos microfones: – Queremos justiça!

Pena que nunca apareceu uma Charlotte Corday para dar ao Lula a justiça merecida.

Mas Charlotte Corday era francesa e no Brasil a preferência é por Dilmas Rousseffs.

Dilma Rousseff que já foi conhecida como Dilminha no palácio da Alvorada; depois Dilmásia, em Minas Gerais; no nordeste ainda hoje é “a mul’er” do Lula; nos blogs virou Dilmula e, recentemente, Dilmão


Se continuar travestindo-se ao sabor do espírito maratiano, não haverá baiano que dê jeito. Para o dia da eleição terá barba, um metro e meio de altura e nove dedos. 

Os “cumpanhero” do PT chama-la-ão de santa Dilula, beata devota que abandonou o retiro espiritual para cumprir a vontade divina de se candidatar à presidência do Brasil... para lutar contra a descriminalização do aborto.

Nunca tantos apelidos fizeram jus à criatura e ao caráter do seu criador.

Jamais havia visto alguém usar metaforicamente a túnica de Arístipo para submeter-se voluntária e escancaradamente ao deboche público, como se privasse a si própria da capacidade de pensar ou de tomar decisões que a afetam como mulher independente que sempre foi.

Como terrorista... atéia e pró-aborto que já foi também.

Pelo menos as camadas de verniz que o baiano deu no Lula duraram mais que a túnica que puseram na Dilma.

Quando leio as entrevistas dessa “mul’er”, ou a assisto nalgum vídeo no You Tube, tenho a impressão que em cada palavra dela se esconde um delito. Simboliza bem a túnica esfarrapada de Arístipo que o PT vestiu na busca de evasivas para iludir os próprios defeitos...

Defeitos que continuamos a ver claramente, mesmo de longe, por entre os buracos da túnica.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Pesquisas brasileiras.

Pesquisar é procurar respostas para o que se deseja saber. Óbvio! Uma pesquisa é realizada quando se tem uma dúvida e não existem informações para solucioná-la. É evidente!

Entretanto, no Brasil, estas premissas parecem não resultar tão claras assim. Especialmente em épocas eleitorais, quando os brasileiros escolhem quem vai governá-los por quatro anos; sem sequer saberem uma vírgula sobre o passado dos escolhidos; nem mesmo se são pessoas honestas.

A pesquisa nem é considerada. Embora, com a facilidade da internet, os brasileiros apareçam como o segundo ou terceiro povo do mundo com mais horas grudado à telinha; às vezes com ares de investigadores compulsivos; alguns apenas curiosos; a maioria surfando pelo Orkut ou em salas de bate-papo à procura de um novo amor ou sexo casual.

Em épocas eleitorais os brasileiros demonstram não ter problemas em relação aos currículos dos candidatos. Um folheto jogado a esmo na rua, com foto e número de um postulante, muitas vezes basta para escolherem a quem vão dar o voto.

Falta-lhes informação, é verdade! Inteligência também. Mas quem se importa? Sobretudo, se o salário acaba geralmente no inicio do mês e a solução é dever tudo ao crediário?

Paradoxalmente, para o entendimento brasileiro, nas eleições não existem votos a crédito. Nada seria mais apropriado dentro da concepção e viver nacional. Mas existem créditos para os votos. Os tucanos inventaram; os petistas aperfeiçoaram; e os brasileiros descobriram como é bom votar com a mão no bolso.

Talvez não seja o seu caso, caro leitor. Você deve ser um perscrutador, e dos bons. E bem informado. Se descobriu este blog e o lê com certa assiduidade, certamente deve ter esquadrinhado bastante sobre os problemas do Brasil... Ou... talvez... tanta freqüência seja só uma forma carinhosa de demonstrar-me a sua enorme paciência diante da minha preguiça em atualizá-los mais amiúde...

Continue paciente. Agradeço penhorado. Passarei a incluir o seu clique neste blog na investigação explicativa: a que desenvolvo “exaustivamente” para identificar os fatores determinantes do fenômeno de você e mais dois estarem sempre por aqui.

Tenho o maior apreço por pesquisadores.

Toda a pesquisa é basicamente um processo sistemático de construção do conhecimento. É uma investigação minuciosa com o fim de obter informações precisas sobre algo ou corroborar, refutar e até prever com determinada antecedência o resultado de alguma coisa.

Existem variadas formas e domínios onde são desenvolvidas. Para alguns têm caráter pragmático. Para outros são atividades básicas, inerentes às diversas ciências, na investigação e descoberta da realidade. 


No Brasil, em termos eleitorais, as pesquisas são alavancas poderosas a impulsionar os candidatos que as podem pagar e um incentivo para doações financeiras.

O assunto é vasto e complexo como certamente você sabe. Por conseguinte, vou deter-me apenas nas pesquisas realizadas por institutos, sobre os quais possuo algum conhecimento; inclusive como nasceram, como fabricam os resultados e como os divulgam.

Eu escrevi: como fabricam os resultados e como os divulgam!

Se você acredita nas pesquisas brasileiras, pare de ler! Agora! Por favor! Não quero ser responsável por quebrantar a sua fé. Sou a favor da liberdade de crença.

Quatro anos atrás, pouco antes de sair do Brasil, havia no país algo em torno de 125 institutos de opinião pública registrados junto aos tribunais eleitorais de 17 Estados. Hoje não sei quantos há. A maioria era de pequenas empresas voltadas apenas para os mercados locais.

Dos pequenos pouco há o que escrever. Salvo dois ou três muito esforçados, por vezes precisos, o resto é resto. 


Também não quero espraiar-me sobre o instituto do Silvio Santos, o Datanexus. O propósito dele é provar para o dono do SBT o quanto os demais institutos, – especialmente o Ibope a mando da Globo, – sacaneiam a sua emissora. E tem provado.

Quanto ao Databrain, a ovelha negra do curral, o leitor terá de saber mais nas páginas policiais. Não aqui. Este instituto, comandado por Carlos Oliveira, está há anos impedido judicialmente de divulgar pesquisas em várias capitais e até Estados inteiros do Brasil.


Digamos... os produtos que esse senhor chama de "Kits" e oferece a candidatos, com apoio da revista "Isto É", são impróprios para consumo. Assim como a revista.

Enfim...

Quanto aos grandes, em termos de atuação nacional, – Sensus, Ibope, Vox Populi e Data-Folha, – especializados em pesquisas de opinião, nenhum dos quatro inspira igualmente confiabilidade quando se trata de levar em conta os resultados publicados; já seja por suas origens e laços empresariais ou pela dependência financeira que enfrentam ultimamente.

Veja só:

O Instituto SENSUS, o mais novo da quatrinca, fundado em 1987 por petistas, trabalha praticamente para a Confederação Nacional dos Transportes, unida por cordão umbilical ao Ministério dos Transportes. Portanto, e por isso mesmo, desde a sua fundação, – mais após o PT chegar ao governo, – é um instituto com viés sectarista.

Sua expertise?: – Receber “encomendas especiais”, para pesquisas federais, “isentas de contaminação política”.

Bonito, não? Se fosse verdade!

O Sensus é especialista em captar as oscilações ascendentes da popularidade do Lula e de governadores do PT, bem como da opinião “positiva” dos brasileiros sobre o assunto cabeludo do momento.

O Leitor ainda se recorda da opinião dos brasileiros sobre o mensalão?

Em termos profissionais... Bom, vou ser simpático: É um grupo de amadores! Vive em busca do ótimo... da verdade absoluta. No entanto, invariavelmente, acaba sempre por apresentar uma somatória de incompetências e negligências com resultados abaixo do medíocre. 


O pessoal de campo é demasiado jovem, mal treinado e com baixíssima escolaridade. 


De todos os Institutos é o menos confiável; tanto para o cliente como para a opinião pública considerar o que publica.

Só nos Blogs e jornalista a soldo do PT encontra consideração.

O IBOPE (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística) é o decano de todos eles. Foi fundado em 1942, por Auricélio Penteado, dono da extinta Rádio Cosmos Paulista. A sua grande expansão ocorreu a partir de 1959-1960 quando começou a prestar serviços para o famigerado Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD); uma organização anticomunista fundada por um escroque chamado Ivan Hasslocher, financiado pelo serviço de inteligência norte-americano (C.I.A.), e por parte da elite empresarial brasileira.

Com o IBAD o Ibope instruiu-se nas técnicas aplicadas até hoje para o pastoreio da opinião dos brasileiros. 


Os vínculos xifópagos com as Organizações Marinho só se desenvolveram vicejantes a partir de 1965, com o nascimento da TV Globo. O Ibope tornou-se o seu mais devotado instituto de pesquisas; fidelidade que dura até hoje. A sua atuação para os amigos da Rede Globo é impressionante.

Uma das mais escabrosas, recordemos, ocorreu em Manaus, em 2006, quando Amazonino Mendes, na época do PFL, hoje o quase extinto DEM, apareceu nas pesquisas com quase 60% das intenções de voto e o adversário, muito mais popular, aparecia com 12% ou 14%. 


Quando se investigou esse fenômeno, apesar da pesquisa ter sido registrada como efetuada em várias cidades do Estado, descobriu-se: - não só que o Ibope inflara os números como realizara a pesquisa somente num grotão onde Amazonino era o “rei da peixada”.

Nas eleições de 2006 casos como este, – envolvendo o Ibope, – eu assisti repetirem-se na Bahia, Paraná, Rio Grande do Sul e, principalmente ao longo da campanha para a eleição presidencial, ao final da qual Lula foi reeleito.

A partir da arapuca montada em 1982, em conjunto com a Proconsult e a Rede Globo (recorde «AQUI»), para tentar impedir a eleição de Leonel Brizola ao Governo do Estado do Rio de Janeiro, tornou-se difícil separar a personalidade do Ibope dos traços típicos e vontades da TV Globo. 


Em 1994, nos estertores da falência, pelo excelente trabalho realizado para a divulgação do Plano Real e sucesso da eleição de Fernando Henrique Cardoso, o Ibope recebeu “inesperada e generosamente” um aporte de capital milionário gerenciado pela ABAP (Associação Brasileira das Agências de Publicidade), bancado por agências de publicidade e pela ABA (Associação Brasileira de Anunciantes), suportada por empresas do tipo Pão de Açúcar, Casas Bahia, Colgate, Fiat, Ford, etc. A partir daí a sua atuação no mercado nacional floresceu, triplicou e expandiu-se pela América Latina até chegar ao México; por enquanto!


Sendo o Ibope quase uma cópia calcográfica do IBAD, a venalidade, o partidarismo e o obscurantismo tornaram-se os ingredientes básicos a temperarem qualquer resultado que divulgue. Porém, pasme leitor, o mesmo não ocorre nos dados enviados nos envelopes, apenas para os olhos do cliente. Neles, a acuracidade é irretocável.

O VOX POPULI deve andar atualmente por volta dos seus vinte e seis ou vinte oito anos de existência. Especializou-se em trabalhar para partidos políticos, jornais e emissoras regionais de TV. 

O pessoal de campo possui baixa escolaridade, péssimo treinamento e pouca diligência nas tarefas a realizar. 

Dos quatro institutos é o que pior paga os funcionários. 


É uma espécie de torre de Babel puxando para bordel da opinião. Já apresentou análises tiradas das pranchetas dos seus executivos. Publicou resultados de pesquisas sem realizar qualquer investigação em campo. 


Em termos de opinião pública já pintou e bordou. 


O cliente praticamente determina as porcentagens que espera divulgar e é atendido. 


O seu presidente e sociólogo, com aura de intelectual, é um neófito petista. O governo do Lula tirou-o do colapso financeiro acumulado no Plano Real; e da bancarrota após a desvalorização do Real em 1998. 


Daí vem o ódio visceral que Marcos Coimbra nutre pelos tucanos e destila pelos jornais e blogs que lhe dão abrigo... ou paga para se abrigar.

O DATAFOLHA tem praticamente a mesma idade do Vox Populi. Talvez seja um ou dois anos mais velho. (Estou com preguiça de verificar essa minudência). 


Do começo até final dos anos 90 foi um grande instituto. Foi mesmo!


Na primeira década do século XXI deixou de sê-lo. 


Como tudo no Brasil, o que começa bem é obrigado a desvirtuar-se pelo caminho se quiser sobreviver. Mas, se mal recordo, ainda hoje o seu principal cliente é o jornal Folha de S. Paulo, também financeiramente combalido. 


O pessoal de campo é composto majoritariamente por universitários, conquanto isso diferença alguma represente em relação aos demais. Especialmente nestes últimos anos, – por problemas de caixa, – ter baixado o nível de seleção dos entrevistadores e estes, embora cursando universidades, não possuam conhecimentos sequer para sentarem nos bancos dessas instituições de ensino. 


Obviamente a qualidade das suas pesquisas no passado caiu drasticamente e hoje, como se viu nas eleições de 2004/06 e nas de 3 de outubro passado, erra tanto ou mais quanto os concorrentes. 


No entanto, a metodologia que aplica nas suas análises é a única coisa que o distingue da concorrência. O Datafolha opta por entrevistas aleatórias nas ruas, baseado em critérios de aparência, idade ou região, enquanto os outros três visitam bairros para colher a opinião dos moradores das residências.


Vou poupar o leitor dos métodos aplicados por esses institutos. É um assunto chato.

Contudo, se nos debruçarmos sobre os resultados noticiados por essas quatro empresas, nos últimos vinte anos, veremos uma fileira de descrédito em ascensão. Mas isso não significa propriamente que os clientes delas tenham sido ludibriados. Cuidado! Não dê ouvidos às maledicências.

Uma coisa são os resultados publicados pela imprensa; outra, muito distinta, os entregues ao cliente. Por vezes, as sutilezas entre um papel e outro são abissais; por isso determinadas jornalistas confundem “tomada com nariz de porco”...

Enfim...

Pesquisas de opinião não são baratas. Contudo, neste apagar da era lulista, nenhum dos brasileiros se pergunta quem paga essa avalanche de análises que estão sendo divulgadas praticamente dia sim e o outro também. 


Também ninguém compara a periodicidade desses trabalhos atuais com os realizados nas eleições passadas; ou com as de oito anos atrás, para desconfiar que há algo podre no reino da Dinamarca.

Deveriam comparar e logo descobririam quem as paga atualmente.

Adoraria ver a cara dos contribuintes brasileiros quando descobrirem que são eles que pagam para serem enganados.

Em vista do buraco financeiro em que se encontra essa quatrina de pesquisadores, o PT com as chaves dos cofres do banco do Brasil e das empresas estatais na mão, balança-as despudoradamente diante do nariz deles tal qual carroceiro pendura a cenoura diante do focinho do cavalo.

As pesquisas eleitorais no Brasil são fundamentais para a manipulação do processo eleitoral. 


O PT aprendeu que são instrumentos de prospecção, mas, sobretudo, de condução do processo e de captação de fundos; como sempre foram desde que o IBAD e o IBOPE as introduziram no país. 


Obviamente elas são relevantes para a orientação das estratégias de campanha dos candidatos; mas... muito mais importantes, – importantíssimas são – para influenciar e convencer os eleitores. Especialmente os de baixa renda, os quais, coincidência ou não, são também os de baixa compreensão, mas representam milhões de votos.


Milhões de votos que o Lula, tal como os coronéis do passado, espera obter para continuar no poder.

Acanhado será quem pensar que Dilma Rousseff vai ter autonomia para exercer a presidência. Não sabe nem falar coisa com coisa. Só sabe comandar no grito e na intimidação. Nestes dois aspectos é dez vezes pior que o Lula. Se ela não soube gerenciar uma lojinha de R$ 1,99, fez da Petrobras a confusão que se vê hoje nos jornais e transformou a Casa Civil num covil de corruptos, dizer que ela tem capacidade para assumir a presidência da república, com jogo de cintura suficiente para negociar com o Congresso, só pode ser piada.

Portanto, para a Dilma chegar aonde o Lula quer, os institutos de pesquisas de opinião tornaram-se as peças motoras fundamentais para o sucesso da empreitada.

Por uma simples razão:

Os brasileiros acreditam em pesquisas de opinião! 


Como escrevi antes, e é fato comprovado, têm preguiça de saber mais sobre os candidatos, além do que a propaganda eleitoral lhes informa ou do panfleto encontrado na rua. 


Pesquisar nem lhes passa pela cabeça. 


Votam seguindo a tendência do que lhes é mostrado todos os dias na televisão durante os noticiários. Desde a década de 50, do século passado, graças ao IBAD, adotaram como mantra cívico o seguinte conceito: “Quem está à frente nas pesquisas representa a vontade popular. Vai ganhar!”.


Creio que o leitor já ouviu muitas vezes essa frase...

E também esta que complementa a anterior: “Se as pesquisas dão fulano na frente, para quê desperdiçar o voto, votando em quem não tem chances de ganhar?”

Se o leitor me disser que nunca escutou esses dois conceitos, vou fingir que acredito.

O maior patrimônio de um instituto de pesquisas de opinião é a credibilidade que inspira junto ao público. Isto é, ao mostrar com exatidão os resultados das enquetes realizadas, – versus os fatos ocorridos, – a variação das porcentagens não pode sobejar; menos ainda ficar aquém das margens do estudo efetivado.

A exatidão dos resultados é a maior demonstração de confiabilidade de um instituto. No sentido inverso, a inexatidão é o seu maior descrédito.

Quando um instituto demonstra falta de acuracidade constante nos resultados apresentados só há uma conclusão a se chegar: – O instituto não é sério! Ou é formado por incompetentes ou frauda resultados, o que dá no mesmo.

O desespero do Lula para eleger a Dilma subiu tanto que, no pleito de 3 de outubro passado, esses quatro institutos abandonaram de vez o decoro; conseguiram transformar suspeitas veladas em certezas confirmadas. 


Suspeita de que manipulam os resultados; certeza de que trabalham em conluio com a vontade e aspirações petistas com o claro propósito de manipular os eleitores a favor da Dilma.

E isso é o que torna mais graves os erros mostrados nas pesquisas nesta última eleição. A conjuração uniformizada com os petistas só tem uma causa: Dinheiro! Muito dinheiro. E dinheiro é coisa que não falta no PT.

Ah... já ia me esquecendo... E também a marolinha verde (votos na Marina Silva) que as pesquisas não identificaram.

Tadinhos desses institutos! Que dó! São tão ingênuos...

Nenhum dos trabalhos voltados a pesquisas eleitorais, – e o digo com vasto conhecimento de causa e muita indignação, – que esses quatro institutos publicam atualmente é sério, como também não são sérias as pessoas que os comandam e realizam.

Se o fossem, jamais autorizariam a publicação de números que distam da verdade. Muito menos, atribuiriam erros a uma suposta onda verde que “passou desapercebida” durante as enquetes.

Até o Datafolha? Ora, ora! Até tu, Brutus?; foste incapaz de detectar o desastre que a corrupta da Erenice Guerra causou na campanha ou o dislate das declarações da Dilma sobre o aborto? Por isso te apressaste tão ligeiro a ir a campo com uma pesquisa direcionada a esse enfoque?

Foi uma boa jogada, mas o rei está nu!

A acuidade dos diretores desses institutos está apenas direcionada para o cliente que contrata a pesquisa. Quem contrata, paga. Quem paga, determina o que deve ser publicado. A opinião pública que se lixe! Ninguém entende mesmo de porra nenhuma.

Os institutos são privados e não é o povo que os sustenta. Portanto, não dão a mínima para o que o cidadão comum pensa deles ou o arremedo de credibilidade que nele possa despertar o resultado da pesquisa apresentada, nem a falsa opinião que derivada dela possa resultar.

Para esses quatro institutos, até o Datafolha, friso, importa tão-somente suprir o freguês com a melhor informação possível e, cumprido esse objetivo, adequar os resultados obtidos à conveniência e gosto do que o pagador deseja divulgar... sem se comprometer.

– “Se as pesquisas dão fulano na frente, para quê desperdiçar o voto, votando em quem não tem chances de ganhar?” – Certo?

Caso ocorra algum clamor a respeito, seja por parte de jornalistas a soldo da parte contrária, seja por qualquer organismo responsável que descubra a mentira, como aconteceu em 3 de outubro, aparece logo um batalhão de gente para justificar o injustificável ou defender o indefensável.

Até novas pesquisas, recém saídas do forno, ainda fervendo, são lançadas imediatamente ao público para provarem que se houve erro no resultado, não foi intencional.

Os donos desses institutos logo comparecem como “convidados” em programas televisivos, – especialmente da Globo e da Bandeirantes, – para justificarem por A+B, – mais C e D se for preciso, – as metodologias aplicadas; explicações estas geralmente confusas e técnicas demais para mentes habituadas a não pensar.

Ao estilo do sociólogo Marcos Coimbra, presidente do Instituto Vox Populi, todos recusam-se a admitir os erros, (leia-se manipulações) e culpam “as” “metodologias” pelas discrepâncias encontradas. (Veja «AQUI»)

As metodologias são as culpadas?

Isso é a mais pura e deslavada mentira! Até parecem gerentes das agências bancárias a justificar os “erros” de débitos indevidos nas contas correntes. A culpa é do computador.

Como se metodologias e ações do computador não fossem mãos humanas a determiná-las.

Eu gostei mais do Ibope ter inventado a "marola verde". Foi mais criativo; logo copiado pelos outros. Os jornalistas adoraram o apelido. Os blogueiros, idem.

Desses quatro institutos, só o Datafolha afirma não realizar pesquisas para candidatos a cargos políticos. Pelo menos essa é a versão oficial que o seu Diretor-geral, Mauro Paulino, se encarrega de divulgar. 


Contudo, não é bem assim; mas isso é assunto para outro texto. Os demais, entretanto, não têm qualquer constrangimento em fazê-lo, bem como, em temperar um ou outro número ao paladar do cliente; notadamente quando se trata de resultados a serem divulgados pela mídia onde o(s) candidato(s) do governo precisa(m) de certa maquiagem para aparecer(em) bem, quando na verdade está(ão) bem mal.


Assim aconteceu na eleição Lula X Alckmin. Então...

Um candidato bem posicionado numa pesquisa concentra doações... e, se eleito, retribui com prazer contratos super faturados.

Cada instituto, sob a égide de uma metodologia própria, que alega ser diferente da do outro, (a única diferente é a do Datafolha), quando justifica os resultados apurados não poupa palavras nem argumentos. 


Nem poderia! 


A desfaçatez é tão grande que, para inspirarem credibilidade, chegam ao ponto de imitar os institutos americanos ao afirmarem que os estudos apresentados são radiografias da situação, a expressão da realidade... naquele momento... “para mais ou para menos”.

Outra mentira! 


Só quem não entende nada de pesquisas, não conhece os donos desses institutos, os grotões escolhidos onde os entrevistadores são obrigados a trabalhar, – quando são, – e e a forma como essa gente opera, poderá dar-se ao luxo de acreditar em tal patranha.

É o caso da maior parte da população e das empresas brasileiras. 


Como afirmei no início, a vontade de pesquisar dos brasileiros cobre outras vertentes. A vontade de estudar, compreender, memorizar e comparar também é praticamente nula. Acreditam em tudo; até em vaca voadora. Não raciocinam de forma independente. Isso obrigaria o cérebro a funcionar e os neurônios poderiam se desgastar.

Por outro lado, a imprensa em geral encarrega-se de alimentar essa falta de vontade do cidadão ao divulgar como confiáveis apenas os resultados impactantes, deixando os mais importantes para os especialistas, geralmente colegas de profissão, a fim de estes os usarem a bel-prazer, nos seus artigos ao gosto e simpatia de quem os encarregou de escrever.

Se eu pusesse aqui a narrar o que assisti e fui obrigado a participar em matéria de pesquisas eleitorais, um blog inteirinho seria insuficiente para comportar tantas evidências; a maioria documentada e até gravada...

Por exemplo: – A pareceria Rede Globo / IBOPE para a eleição de Fernando Collor de Mello, em 1987


Quem já esqueceu das aparições do elegante corrupto no programa do Chacrinha? Outro caso que recordo, sem muito esforço, foi a causa que gerou o direito de resposta de Leonel Brizola em 1994, o qual Cid Moreira foi obrigado judicialmente a ler durante o Jornal Nacional, (reveja «AQUI»). 


É difícil de esquecer; tanto o que foi dito quanto os requebros desconfortáveis do corpo do apresentador. Outro evento inesquecível, a derrota de Alckmin para Lula, a gota de água que me fez abandonar o Brasil para sempre...


Outro exemplo: – Que pesquisas são essas que mostram o Lula com 80% de popularidade? Isso é quase uma unanimidade. Nem presidente de clube ou técnico de futebol bem sucedidos, com a taça do campeonato nas mãos, conseguem obter tanta aceitação. Você conhece algum país do mundo onde um governante tenha obtido honestamente – algum dia, em algum século – tamanha popularidade? 


Na Coréia do Norte, na velha Rússia comunista e no Burundi, certamente sim, já você me dirá...

Mas no Brasil será isso possível com tanta miséria pojando por todos os lados?; com tantos assaltos, roubos e assassinatos na soleira da porta?; com tantas mães desesperadas de fome matando os próprios filhos? 


Com tanta gente, cada vez mais, nas favelas? 


Com tantos condomínios assaltados?; com tanta corrupção policial?; 


Com tantos escândalos de corrupção na porta ao lado do gabinete do presidente da república?


Espero que o leitor não seja fundamentalista; dos que vêem nas promessas Lula/ Dilma um sinal da bem-aventurança na Terra. Portanto, para terem o celular da moda ou a tela plana de televisão, outra alternativa não terão senão aceitar, obedecer e votar em quem o "grande" líder lhes diga que está à frente nas pesquisas...

O seu barraco vai continuar igual. 


O ônibus que utiliza permanecerá sujo, mal conservado e caro. 

Esgoto e luz elétrica insistirão em ficar longe da sua casa. 

A família continuará a ser destratada nos hospitais sucateados e você seguirá pagando os impostos mais altos do mundo; pois, pobre ou remediado, no governo Lula, paga mais impostos que os ricos, mas isso as pesquisas não mostram.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Tiririca, “O” Deputado.

Nunca um apelido fez tanto jus a um indivíduo... e aos eleitores que o elegeram..

Tiririca” para quem ainda não sabe é o nome artístico de Francisco Everardo Oliveira Silva, 45 anos de idade, brasileiro, natural do Ceará, “casado” e amigado diversas vezes, pai de vários filhos, palhaço, cantor e compositor de profissão, hoje eleito Deputado Federal nº. 2222, coligado ao Partido da República (PR) e analfabeto absoluto. Não sabe ler nem escrever.

Dizem que faz uns garranchos à laia de assinatura.

Clique em cima da foto se quiser assistir ao desatino na sua melhor performance.

Tiririca, no dicionário Houaiss, na rubrica angiospermas, aparece como substantivo feminino, de designação comum, atribuído a diferentes plantas consideradas daninhas às plantações. Na rubrica regionalismo, do Rio Grande do Sul, significa punguista ou batedor de carteira. Para o resto do Brasil tem sentido de muito irritado ou furioso. Para a TV Record é sinônimo de humorista, participante do Show do Tom.

Para o agora ex-candidato ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante(PT), muito em breve ex-senador, – aquele que costuma revogar o irrevogável e apresentar manchetes de jornais falsas, – Tiririca é sinônimo de constrangimento, de vergonha, de enfurecimento pessoal. Pelo que li, o nobre senador mandou tirar a foto dele da propaganda eleitoral do candidato Tiririca. Sentiu-se desconfortável ao ver o seu nome e bigode associados a tão estrambótica figura.

Detalhe, o PR, partido pelo qual Tiririca se elegeu com mais de um milhão e trezentos mil votos, apoiava a candidatura de Mercadante, é aliado do governo Lula e, ao mesmo tempo, uma legenda de aluguel para votar a favor de quem mais paga.

Para o Ministério Público Eleitoral, Tiririca significa imputado por falsidade ideológica e passível de condena por esse crime. 


Significa também analfabeto rematado, pois possui provas que o indivíduo não sabe ler nem escrever nada. 

Neste sentido apresentou outra denúncia. 

Porém, o juiz Aloísio Sérgio Rezende Silveira rejeitou o pedido sob o argumento de que a legislação eleitoral, desde a Constituição Federal de 1988, até aos atos infralegais, não exige dos candidatos a cargos eletivos qualquer grau de escolaridade, mediana ou elevada, mas tão-somente noções rudimentares da linguagem pátria.

Em outras palavras, segundo as leis brasileiras, qualquer beócio sem letra e sem escrita, mesmo que fale tupiniquês com sintaxe favelês, pode ser deputado ou presidente da república. Para ser varredor de rua precisa ter obrigatoriamente o segundo grau COMPLETO.

Tem sentido! Nos tempos do império varredor de rua era conhecido eufemisticamente como “escrivão da pena alta”.

Para a ex-esposa, Tiririca é sinônimo de canalha ou cafajeste. Para se livrar de pagar pensão alimentar aos filhos, o presente deputado eleito transferiu para terceiros todos os bens que possui.

Para os indivíduos que o ajudaram e para ele trabalharam por anos, Tiririca significa safado, ladrão, pilantra, filho-da-puta, pois não lhes pagou os salários devidos e hoje responde a processos trabalhistas, cujas indenizações alega não ter como pagar.

Para os moradores dos Jardins, em S. Paulo, ou da Vieira Souto, no Rio de Janeiro, estou certo que Tiririca é o apelido modesto de um sujeito com cara de porteiro de edifício de classe média. 


Um palhaço, de circo pobre, com queda para o bizarro, dono de voz insuportável que é explorado por aqueles que se dizem seus benfeitores.

Para mim, Tiririca é só um ser escatológico, espelho da prosopografia do cidadão brasileiro e reflexo da leviandade e falta de inteligência com que os eleitores tratam o processo eleitoral no Brasil.

Se ele se portar direitinho e tiver um Zé Dirceu para dizer-he o que fazer e como se comportar, tem todas as qualidades e aptidões para ser o Lula do futuro. 


Tiririca bebe como o Lula, fala como o Lula, é analfabeto como o Lula, é nordestino como o Lula e tem o mesmo carisma popular que tem o Lula.

Se hoje eu morasse no Brasil e tivesse um filho, com toda a certeza impedi-lo-ia de estudar. As chances de tornar-se presidente da república seriam enormes.

Entretanto, a despeito do que penso eu ou o Ministério Público Eleitoral, a justiça civil, a justiça trabalhista, ou os moradores dos Jardins e da Vieira Souto, para mais de um milhão de paulistas e paulistanos...

Tiririca significa DEPUTADO FEDERAL; cidadão capaz de velar e defender os interesses do Estado de São Paulo, o mais rico da federação, dentro do Congresso Nacional.
É uma pena! 

Um Estado tão bonito, tão rico, com tantos carros do ano, com tantos pedágios caríssimos e com mais de um milhão de gentios tão deploráveis...


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