Mineiros brasileiros no (des)governo Lula.
Logo após o acidente ocorrido na mina chilena e toda aquela demonstração de preparo e eficácia no resgate dos mineiros que os chilenos deram ao mundo, assisti pela Globo Internacional a um programa onde um “Intilekitual Uspeniano” era entrevistado sobre a segurança dos trabalhadores nas minas brasileiras.
Pelo que sei, o que passa na TV Globo internacional é transmitido primeiro no Brasil, seja pela Globo News a cabo ou pela Globo Pública. Portanto, se o leitor assiste regularmente a essas emissoras saberá a que me refiro; conseqüentemente, perdoar-me-á a falta de detalhes.
Já não lembro do nome do programa nem do entrevistado, menos do entrevistador. Para qualquer assunto transmitido pela Globo a minha memória torna-se indolente, desconfiada e rebotada. No entanto, recordo que o Uspeniano era engenheiro de minas, professor-não-lembro-do-quê e especialista em segurança.
Tinha cara de todólogo, mas isso foi só impressão minha.
Pois bem, lá para as tantas, o dito “Intelekitual” afirmou que era muito raro ocorrerem acidentes nas minas brasileiras... Elas contavam obrigatoriamente com duas saídas e uma série de equipamentos de segurança, razão pela qual pouquíssimos acidentes aconteciam.
Pois não é que ainda agora, ao ler o jornal O Globo de ontem, encontro uma reportagem que fala exa-ta-men-te o contrário?!
Por favor, leitor, se ainda não leu a reportagem, leia «AQUI» “Mineiros no Brasil: Sem resgate”. Vale a pena, creia-me, especialmente pelo número de acidentes durante o (des)governo Lula [veja o gráfico], e pelo detalhe na foto que ilustra a matéria.
Vale a pena também para comprovar o que sempre tenho escrito aqui: – a TV Globo é uma grande farsante, geralmente leviana, falsa e superficial nas matérias que leva ao ar. Com o arremedo de Fox News, tupiniquim de Cacoal, diante de qualquer desastre internacional o primeiro que faz é mostrar um feixe de feno para tranqüilizar os bezerros brasileiros.
Voltando à reportagem do jornal, a matéria começa assim:
“Enquanto o mundo ainda comemora o resgate dos 33 mineiros chilenos, que ficaram presos a 750 metros de profundidade, no Brasil os trabalhadores nas 11 minas de carvão em Santa Catarina choram os seus mortos a conta-gotas na região”.
“Foram 12 mortes desde maio de 2008. A última aconteceu há apenas dois meses, e mais dois mineiros ficaram inválidos. A cada dois meses, um trabalhador perde a vida nas minas subterrâneas, num dos trabalhos mais perigosos do mundo, revela reportagem de Cassia Almeida e fotos de Márcia Folleto”.
Em outras palavras, quando o tal programa da Globo foi ao ar, nesse momento mineiros brasileiros morriam! O jornalismo da Globo sabia disso e arrumou um Intilekitual Uspeniano para mentir descaradamente a fim de pôr uma carapaça – de suposta veracidade, – para não levantar rebuliço e prejudicar a eleição da assaltante de bancos.
Agora, leitor, repare na foto. Clique nela para ampliar, pois verá melhor. Observe o cartaz, escrito em verde e vermelho, logo acima do elevador onde estão os mineiros:
Repare na ortografia do que está escrito: “O CIPEIRO DEVERA FAZER A DECIDA DO PESSOAL”.
Diante de um cartaz escrito dessa maneira, suponho que há bastante tempo lá pendurado, fico imaginando a qualidade e a capacidade dos diretores e gerentes que comandam essa mina.
Das duas uma: ou por ali nunca passam ou se passam... são tão analfabetos quanto quem escreveu o cartaz. Não surpreende que haja tantos acidentes, tantas mortes e nenhuma notícia.
O CIPEIRO? Se entendi bem, por derivação de sentido, é o homem que trabalha no cipó. Que agarra no cipó... Será que é um macaco?
Quem trabalha, agarra ou anda em cipó, ou é Tarzan ou é macaco. Chipanzé, talvez. Sagüi se quisermos um momento de ternurinha. Tarzan já morreu... Aqui entre nós, quem trabalha com o cabo que desce e sobe o elevador é cabista, ascensorista, maquinista.
Não se preocupe, leitor, eu sei que “cipeiro” é só um termo na gíria dos mineiros das profundezas... Não deixa de ser bem adequado.
Cipó neles!
E quanto a “devera” que deve ser “DEVERÁ”, (com o “A” acentuado), futuro do presente do verbo dever? O leitor, como eu, provavelmente imagina que o tempo do verbo foi escrito no rigoroso cumprimento da nova ortografia lulopetista, imposta pelo analfabeto que lhe dá nome e para a qual os portugueses atenção deram sequer.
Afinal de contas, todos sabemos, no Brasil, pretérito mais-que-perfeito e futuro do presente não existem. Os brasileiros sobrevivem apenas no e do presente. Passado é esquecido e o futuro representa tão-somente um celular novo ou uma TV de tela plana.
Quanto à “DECIDA”, suponho que devem ter pretendido escrever “descida”... mas, como provavelmente esperam para breve a visita do Lula para inaugurar o novo poço a ser aberto dentro de cinco anos, escreveram dessa maneira para que o nobre guia dos brasileiros possa ler o cartaz sem se atrapalhar com o “S”. Vai que pronuncia “deficida”, com a sua lingüinha “plesa” e é mal interpretado pelos jornalistas tucanos?
Mais de uma bolinha de papel e vários rolos de fita seriam certamente jogados em cima do Serra.
Por coisas assim não me surpreende, nem fico mais aborrecido, que na Europa, especialmente aqui em Bruxelas ou em Madrid, os brasileiros sejam chamados de “singe” e “monos” respectivamente; “macacos” em bom português.
No Brasil mente-se por todos os poros e ninguém presta atenção às verdades, nem mesmo às mentiras.
Nota: No Brasil as mortes de mineiros são computadas na proporção das toneladas de minério extraído. Se a extração é volumosa, o lucro farto e acontecem algumas mortes, bom... qual é o problema? São só cipeiros, mineiros, brasileiros em suma!
Pelo que sei, o que passa na TV Globo internacional é transmitido primeiro no Brasil, seja pela Globo News a cabo ou pela Globo Pública. Portanto, se o leitor assiste regularmente a essas emissoras saberá a que me refiro; conseqüentemente, perdoar-me-á a falta de detalhes.
Já não lembro do nome do programa nem do entrevistado, menos do entrevistador. Para qualquer assunto transmitido pela Globo a minha memória torna-se indolente, desconfiada e rebotada. No entanto, recordo que o Uspeniano era engenheiro de minas, professor-não-lembro-do-quê e especialista em segurança.
Tinha cara de todólogo, mas isso foi só impressão minha.
Pois bem, lá para as tantas, o dito “Intelekitual” afirmou que era muito raro ocorrerem acidentes nas minas brasileiras... Elas contavam obrigatoriamente com duas saídas e uma série de equipamentos de segurança, razão pela qual pouquíssimos acidentes aconteciam.
Pois não é que ainda agora, ao ler o jornal O Globo de ontem, encontro uma reportagem que fala exa-ta-men-te o contrário?!
Por favor, leitor, se ainda não leu a reportagem, leia «AQUI» “Mineiros no Brasil: Sem resgate”. Vale a pena, creia-me, especialmente pelo número de acidentes durante o (des)governo Lula [veja o gráfico], e pelo detalhe na foto que ilustra a matéria.
Vale a pena também para comprovar o que sempre tenho escrito aqui: – a TV Globo é uma grande farsante, geralmente leviana, falsa e superficial nas matérias que leva ao ar. Com o arremedo de Fox News, tupiniquim de Cacoal, diante de qualquer desastre internacional o primeiro que faz é mostrar um feixe de feno para tranqüilizar os bezerros brasileiros.
Voltando à reportagem do jornal, a matéria começa assim:
“Enquanto o mundo ainda comemora o resgate dos 33 mineiros chilenos, que ficaram presos a 750 metros de profundidade, no Brasil os trabalhadores nas 11 minas de carvão em Santa Catarina choram os seus mortos a conta-gotas na região”.
“Foram 12 mortes desde maio de 2008. A última aconteceu há apenas dois meses, e mais dois mineiros ficaram inválidos. A cada dois meses, um trabalhador perde a vida nas minas subterrâneas, num dos trabalhos mais perigosos do mundo, revela reportagem de Cassia Almeida e fotos de Márcia Folleto”.
Em outras palavras, quando o tal programa da Globo foi ao ar, nesse momento mineiros brasileiros morriam! O jornalismo da Globo sabia disso e arrumou um Intilekitual Uspeniano para mentir descaradamente a fim de pôr uma carapaça – de suposta veracidade, – para não levantar rebuliço e prejudicar a eleição da assaltante de bancos.
Agora, leitor, repare na foto. Clique nela para ampliar, pois verá melhor. Observe o cartaz, escrito em verde e vermelho, logo acima do elevador onde estão os mineiros:
Repare na ortografia do que está escrito: “O CIPEIRO DEVERA FAZER A DECIDA DO PESSOAL”.
Diante de um cartaz escrito dessa maneira, suponho que há bastante tempo lá pendurado, fico imaginando a qualidade e a capacidade dos diretores e gerentes que comandam essa mina.
Das duas uma: ou por ali nunca passam ou se passam... são tão analfabetos quanto quem escreveu o cartaz. Não surpreende que haja tantos acidentes, tantas mortes e nenhuma notícia.
O CIPEIRO? Se entendi bem, por derivação de sentido, é o homem que trabalha no cipó. Que agarra no cipó... Será que é um macaco?
Quem trabalha, agarra ou anda em cipó, ou é Tarzan ou é macaco. Chipanzé, talvez. Sagüi se quisermos um momento de ternurinha. Tarzan já morreu... Aqui entre nós, quem trabalha com o cabo que desce e sobe o elevador é cabista, ascensorista, maquinista.
Não se preocupe, leitor, eu sei que “cipeiro” é só um termo na gíria dos mineiros das profundezas... Não deixa de ser bem adequado.
Cipó neles!
E quanto a “devera” que deve ser “DEVERÁ”, (com o “A” acentuado), futuro do presente do verbo dever? O leitor, como eu, provavelmente imagina que o tempo do verbo foi escrito no rigoroso cumprimento da nova ortografia lulopetista, imposta pelo analfabeto que lhe dá nome e para a qual os portugueses atenção deram sequer.
Afinal de contas, todos sabemos, no Brasil, pretérito mais-que-perfeito e futuro do presente não existem. Os brasileiros sobrevivem apenas no e do presente. Passado é esquecido e o futuro representa tão-somente um celular novo ou uma TV de tela plana.
Quanto à “DECIDA”, suponho que devem ter pretendido escrever “descida”... mas, como provavelmente esperam para breve a visita do Lula para inaugurar o novo poço a ser aberto dentro de cinco anos, escreveram dessa maneira para que o nobre guia dos brasileiros possa ler o cartaz sem se atrapalhar com o “S”. Vai que pronuncia “deficida”, com a sua lingüinha “plesa” e é mal interpretado pelos jornalistas tucanos?
Mais de uma bolinha de papel e vários rolos de fita seriam certamente jogados em cima do Serra.
Por coisas assim não me surpreende, nem fico mais aborrecido, que na Europa, especialmente aqui em Bruxelas ou em Madrid, os brasileiros sejam chamados de “singe” e “monos” respectivamente; “macacos” em bom português.
No Brasil mente-se por todos os poros e ninguém presta atenção às verdades, nem mesmo às mentiras.
Nota: No Brasil as mortes de mineiros são computadas na proporção das toneladas de minério extraído. Se a extração é volumosa, o lucro farto e acontecem algumas mortes, bom... qual é o problema? São só cipeiros, mineiros, brasileiros em suma!