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quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Big Brother Brasil 13 – Elogio da Estupidez

Televisão amolece o Cérebro(meu pai na década de 1970)

Por Milton Simon Pires(*) - Alerta Total

Em 1830 a prostituição foi legalizada na Holanda. Os argumentos a favor foram váriosdesde o fim da violência contra as mulheres até as antigas tradições portuárias da cidade de Amsterdã, não faltou motivo para justificar o reconhecimento da “profissão mais antiga do mundo”.

Duvido que naquela época alguém pudesse imaginar que em 2013 o país fosse apontado pela Organização das Nações Unidas como um dos principais destinos do tráfico de seres humanos.

Da mesma forma, não é fácil entender como, da terra de Van Gogh, Erasmo, Rembrant, e da Seleção de Futebol de 74 tenham surgido dois picaretas como John de Mol e Joop van den Ende. Em 1994 estas criaturas fundaram uma empresa chamada Endemol e é a ela que devemos essa “coisachamada “Big Brother Brasil” - o BBB.

A maioria daquilo que tem sido escrito sobre o BBB na internet varia muito pouco. São críticas ferozes como um bicho de pelúcia! Elas têm como fundo ou uma mistura de sociologia e psicanálise temperadas com o marxismo esquizofrênico da Escola de Frankfurt, ou simples “colunismo virtual” - descrições daquilo que acontece na “casa mais vigiada no Brasil”.

A grande vingança dos derrotados nas Invasões Holandesas

Nestas linhas quero me propor uma outra tarefa: vou chamá-la de “Introdução ao Estudo da Estupidez”.

Quero esquecer os interesses da Rede Globo, a anencefalia dos participantes ou o desespero da empresa holandesa que, afundada em dívidas, não encontra mais ninguém na Europa para comprar o seu lixo.

Não...minha intenção aqui é outrafalar sobre o sucesso do programa no Brasil da “companheirada”. Imagino que para demonstrar cultura deveria mencionar o livro de George Orwell ou definir quem era originalmente o Grande Irmão.

Não se enganem com o texto porque aqui não tem nada disso!

Meu recado vai ser curto e grosso – o sucesso dessa porcaria é tão grande porque o Brasil é aquela casa ! Ninguém ali está fingindo ou sendo diferente do que “é fora”. Muito pelo contrário; a originalidade das pessoas é tanta que nos momentos de desespero afirmam com lágrimas de crocodilo: “isso aqui é um jogo..”.

Hipnotizado, um país inteiro vigia os “heróis do Bial” enquanto esquece de si mesmo. Esquece o Mensalão, os mortos nas estradas, as pessoas agonizando nas emergências imundas do SUS, os professores com salário de fome e a polícia infestada de bandidos.

Até , tudo bem, ou melhor: tudo mal, mas nãonovidade em escrever na internet que a televisão brasileira aliena as pessoas. Muita gente fez isso antes de mim e há uma legião de pensadores universitários petistas pronta ganhar bolsa de doutorado falando mal da Rede Globo.

Talvez esse discurso ainda funcione com a novela das oito e com o Carnaval, mas com o BBB a coisa é diferente. Eu sustento que ele não aliena ninguém.

Pela primeira vez me vejo obrigado a concordar com os filósofos de botequim que afirmam que o “povo é isso mesmo”. O que este programa parece ter conseguido, e sim inovou , foi criar uma espécie de moto contínuo, um ciclo interminável em que é possível se tornar mais estúpido a medida que todos juntos, contemplamos ao vivo a miséria da nossa própria estupidez.

Leia a íntegra «aqui» no Alerta Total

(*) Milton Simon Pires é Médico em Porto Alegre - cardiopires@gmail.com


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