O cara
que disse: “a voz das ruas é a voz do povo”, e aquele outro que escreveu: “a voz do povo é a voz de Deus” deviam estar de porre. Eventualmente chegaram a tais conclusões após noites de esbórnias nos braços das “povas”...
Se tivessem conhecido o Brasil de hoje, certamente não teriam afirmado tais sandices. Teriam dito o mesmo que FHC: “Esqueçam tudo o que eu escrevi”, conquanto ele negue ter dito o que disse...
“Esqueçam tudo o que eu escrevi”, para Fernando Henrique Cardoso, é a expressão da infâmia na política... sendo ele próprio a personificação da infâmia na sua retórica vazia...
Aparentemente, para os brasileiros, as palavras tendem a ser mais importante que o pensamento ou o raciocínio lógico. Mais importantes que os fatos.
Amam mais as palavras do que a eles próprios.
Talvez por isso, dos políticos bandidos, dos petistas ladrões, dos presidentes da república indecentes, dos juízes corruptos esperam desculpas, ainda que esfarrapadas, como forma de poderem escutar palavras que tanto desejam e falarem mais palavras ainda para esquecerem as safadezas de quem as praticou; quiçá os estultos que são nos entendimentos que eventualmente aproveitam dessas palavras.
Ainda não consegui decidir se os brasileiros são estúpidos ou românticos. Apesar de traídos sempre dão segundas chances. Como se quisessem apagar as traições sofridas para aliviarem o sofrimento, o despeito, a humilhação que recusam reconhecer...
Que negam para si próprios.
Parecem maridos traídos. Em vez de se separarem da mulher, tiram o sofá da sala.
Ultimamente preferem matá-las e vice-versa.
Só conseguem ver por um lado do prisma a cada vez; sequer conseguem ter a iniciativa de girá-lo após cada mirada... a ver se por outro lado conseguem perceber ou encontrar melhores visões ou soluções.
Se sentem como se estivessem do outro lado dos acontecimentos. Culpam a todos e a tudo das próprias vicissitudes, mas incapazes são de olharem para o próprio reflexo no espelho.
Entre a vida e a ficção, preferem a ficção; mal sabendo que as duas coisas, apesar de muito próximas, nunca se tocam nem se completarão.
Entre a dor e o nada, também sempre preferem a dor.
Na política opinam sobre qualquer conjetura, deduzindo em cima das próprias conjeturas que fazem das conjeturas... para concluírem solenemente que possuem o domínio final do fato e, portanto, nada mais resta a fazer. Em outras palavras, sabem que votam em criminosos e ainda assim votam neles.
Não sabem como lidar com as escolhas que fazem da vida, nem como conviver com elas... E esta é a parte mais triste, pois ninguém pode ajudá-los.
Sonham com uma realidade onde querem estar... que nunca será nem estarão. E, quanto mais envelhecem, descobrem que não são o que pensavam ser e aterrorizados ficam ao
perceberem que talvez nunca sejam.
Vivem em zonas de sombras...
Não reclamam, não rejeitam; apenas são capazes de emitir o mais alto dos sons: o silêncio; e oferecer a mais inerme das atitudes: a apatia.
E ultimamente... vandalismo após vandalismo em manifestações sem objetivos comuns, sem pés nem cabeça... sem qualquer resultado prático, exceto R$ 0,20 a menos na passagem de ônibus, compensado com um aumento de 30% no valor do IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano)
Tenho a percepção que não sabem porque fazem as coisas. Ceio que apenas fazem para sentirem algum tipo de sensação... Tal como uma droga que propicia uma “viagem” e ao fim dela, acho que sempre esperam uma epifania; um sinal de Deus...
Não é de admirar, portanto, ver que preferem se filiar ao “partido confessional”. Dedicam-se a qualquer santo para se agarrarem espremidos à corda de qualquer andor, em vez de baterem o pé no chão e se mostrarem patriotas; exigirem e lutarem por um patriotismo em uníssono e pelos direitos que lhes concernem como cidadãos.
Escolher alguém do povo, saído da ralé desse povo, para
ser representante do povo como um todo é o maior equivoco desse povo.
Fernando Haddad, prefeito de S. Paulo, um exemplo claro do que afirmo, é um brasileiro abjeto, politicamente gerado por um criador não menos ignóbil, também vindo desse povo...
De um povo que assume a matéria, mas não o seu espírito benigno.
Quem conhece o Brasil sabe que viver lá é viver várias vidas numa vida só. Obriga qualquer criatura a superar a própria superação, sabendo que vai fracassar.
De uns anos para
cá, quando a globalização o infectou e o neoliberalismo o dominou, o espírito questionador ficou anêmico.
Uma grande parcela da população passou a valorar só a vida material forte, impulsiva e a vontade de domínio onde impera a individualidade poderosa, o egoísmo, a vitalidade superior, a droga, a arma, a exigência, e a afirmação dos impulsos vitais, a cobiça.
Outros muitos milhões, – a maioria, rendeu-se à debilidade, à enfermidade, à corrupção, à luta de ventilador e ao fracasso regido pela falta de confiança na vida, porque valorizam a autocompaixão, o sentimentalismo televisivo, a emoção pela emoção exacerbada, a humildade subserviente, a sobrevivência neopentecostal e o sexo travestido de amor.
As “intelectualidades”(?), por seu turno, abandonaram posições antes mantidas até sob tortura e passaram a defender as suas novas verdades indissolúveis e assíncronas: o sentido próprio da honra; as verdades éticas e efêmeras de cada um; a justiça da verdade ou a igualdade onde falta justiça e juízes decentes, juízes que respeitem a justiça...
Entretanto, todos, de uma maneira geral, compartilham um mesmo sentimento, a covardia: – saem de casa como candidatos a vítimas e regressam sentindo-se
sobreviventes, sem se importarem que criminosos lhes fechem as cidades e lhes tolham a liberdade de ir e vir.
Ulysses Guimarães disse certa vez: “o povo brasileiro precisa que lhe seja incutido o desejo profundo de tomar consciência e entender os seus sonhos, as exigências dos padrões que impõem ou aceitam e, com isso, reencontrar as suas raízes”.
Tenho para mim que a ética no Brasil não pode ser algo dividido... como de fato o é; ou na melhor das hipóteses, apenas um passatempo agradável ou, na pior, uma amálgama de repúdios e frustrações cabais que resultam em preconceitos absurdos:
- Bandidos são vistos como vítimas e as vítimas como algozes.
- Tem-se pena dos negros por serem incapazes, (leia-se preguiçosos) de estudar, então se lhes permite entrar, ainda que analfabetos, nas universidades sob a denominação de “cotas raciais”.
- Desmoraliza-se a polícia a defender o patrimônio público e privado, mas valorizam-se os vândalos que chamam de manifestantes contra poderosos e símbolos do capitalismo.
- Defendem o homossexualismo à boca cheia sem perceberem o quão infeccioso representam esses dejetos humanos para a sociedade, especialmente para famílias carentes de estrutura a criarem filhos gerados impensadamente.
Se o povo brasileiro quer um país liberal com vocação para a ética, capaz de ser professada pela maioria dos seus cidadãos, não pode continuar somente na iniciativa individual que prevalece esporadicamente... Deve
manter sempre na mente a sua própria história, especialmente as histórias que “nunca” existiram; aquelas que, ao longo dos anos, têm limitado, “nessepaiz”, o progresso desse fundamento social.
Mais que nunca é chegado o momento de reincutir nos brasileiros o sentimento de cidadania, de patriotismo e de dignidade própria... De fazê-los entender (obrigá-los se for preciso), que a vida não é feita de promessas, mas de ações, cujas responsabilidades e conseqüências futuras, a ele, povo, são inerentes... visando o bem dos seus filhos, netos, bisnetos e gerações futuras.
- A quem cabe essa responsabilidade?
- Quem poderá (conseguirá) assumir essa responsabilidade?; e a ela se dedicar?
- Quem vai dizer aos educadores que a delinquência é hoje o etos do brasileiro adolescente? Como preveni-la? Como ajudá-los?
- Quem vai denunciar que o viés da TV Globo é hoje a favor do banditismo petista, das relações espúrias internacionais e contra os Estados Unidos da América?
- Quem dirá ao jornalismo brasileiro, em especial à TV Globo que a polícia não deve ser desmoralizada?
- Quem dirá à Renata Lo Prete, da TV Globo, que “Black Block” é só uma corja de bandidos amorais, e não um grupo de manifestantes, como ela disse, a expressarem os seus descontentamentos contra o governo de Geraldo Alckmin?
- Quem será capaz de fazer parar as mentiras que Renata Lo Prete profere a cada dia pela TV GloboNews?
- Quem vai dizer aos bancos brasileiros que precisam revelar as suas perdas e pararem de divulgar lucros, que nada mais são do que metáforas mitômanas?
- Nas eleições de 2014, quem será capaz de declarar publicamente que não votará em Dilma Rousseff, nem em nenhum petista, porque Dilma é uma criminosa, uma gerentona incompetente e mentirosa, e os petistas não passam de larápios do Erário público?
- Quem será capaz de assumir realmente a responsabilidade de influir e controlar a maioria dos imperfeitos; isto é, o país e seu povo de pouca instrução, baixa auto-estima e escassa ética social?
- Quem será capaz de dizer ao judiciário brasileiro que é preciso prender os esqualos togados, disfarçados de juízes, que defendem bandidos e fazem da justiça uma piada negra?
Quem
será capaz de
proteger os
brasileiros de
eles mesmos?