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quinta-feira, 14 de abril de 2011

Uma galinha no lixo

Reinaldo Azevedo publicou hoje um artigo muito interessante (leia «aqui») onde afirma que “Certa imprensa está feliz como pinto no lixo! Aliás, cabe a metáfora mesmo, não a comparação: É pinto no lixo”.

Pessoalmente, penso exatamente o mesmo, embora discorde do pinto.

Em matéria de jornalismo, o Brasil é um lixão repleto de galinhas e galos a ciscar... Os pintos não têm vez.

Por coincidência, como já imaginava, lendo a Folha de S. Paulo não encontrei pintos, mas o texto de uma criatura, que pela idade, está mais para galinha. Galinha velha. Galinha ciscando no lixo; no entulho da ignorância; certamente na imundice da sua própria concupiscência.

O nome dela é Daniela Lima e o texto que escreveu, chafurdando na venalidade, você lê «aqui», no original, para assinantes da Folha. Se não for assinante, leia-o «aqui» ou «aqui».

Qualquer pessoa com um pouco de conhecimento político poderá perceber que Daniela, sendo jornalista, não só prima pela falta de inteligência, como mostra bem que as suas penas e bico estão a serviço da desinformação e, sobretudo da manipulação petista. A estupidez que revela no artigo parece estar diretamente proporcional à sua falta de entendimento sobre o que FHC escreveu na Revista Interesse Nacional. Leia-o «aqui».

O artigo dessa galinha ciscadora parece estar essencialmente direcionado para a maledicência difamadora com o intuito de plantar a discórdia e "ajudar a orientar" o foco dos debates para 2014.

Qualquer comentário meu sobre FHC passará sempre longe da amabilidade. É bem verdade! Porém, devo reconhecer que o seu artigo está carregado de razão e jamais, pegue-se por onde se lhe pegue, jamais qualquer interpretação subjetiva, por pior que seja, poderá se aproximar das burrices imbecis que Daniela Lima escreveu; ou a chamada "oposição Brasileira", sofrendo de ataxia agúda, interpretou. Muito menos as ações adotadas pelo Governador de SP são "estratégia diferente da defendida em artigo por FHC".

Daniela Lima não só se mostra uma autência apedeuta em interpretação de texto, como parece ter um gosto especial para inventar mentiras.

Entretanto, jornalismo a serviço do PT geralmente prefere a deturpação, cuja imbecilidade Daniela Lima exemplifica tão bem... ao estilo galinha feliz... no lixo.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Efeitos da generalização.

Um dos aspectos mais interessantes da sociedade brasileira é a capacidade que tem para generalizar e rotular.

Na falta de maior criatividade o plural majestático passa a ser usado, os diminutivos correm livres e o subjuntivo campeia à solta em todas as conversas.

É comum ler nos jornais, ou ver e ouvir na TV, a determinados jornalistas emitirem opiniões próprias, num texto e tom como se deles não fossem, porém, em nome de “TODOS”... para demonstrarem que estão bem “informadinhos” ou... foi-lhe ordenado que dessem essas “impressõesinhas” a bem da convicção que “TODOS” têm.

Quase sempre esses escritos ou discursos começam com expressões assim: “Entende-se que...”; “O Brasil insiste em não enxergar...”; “O público exige...”; “Não é de nossa índole...” etc.

O autor, “humildemente”, escreve ou fala “apenas” o sentir nacional.

No texto procura deixar implícito que todas as palavras lá escritas são um reflexo do que “TODOS” falam nos papos de mesa de bar...

Quantas vezes o leitor já ouviu: – “Sicrano emocionou o Brasil” ou, “o drama da ginasta “tal” deixou a TODOS comovido”? – inclusive com erro de “plurals”; pouco importando se você ou eu não ficamos comovidos, nem nos emocionamos ou estremecemos com o favelês que passou a ser falado no “Brasiu”.

As empresas fazem exatamente o mesmo.

Veja os anúncios de carros. Qual deles não mostra que “TODOS” gostam individualmente da marca anunciada; e “TODOS” sempre pedem para repetir os feirões dessa marca?

Num caso e no outro para nada importa se eu ou você discordamos; ou se você gosta da Ford e eu do Citroën, até por que estas marcas também afirmam que “TODOS” dão preferência a elas.

Nas empresas, a generalização é praticada com especial cuidado; geralmente na forma de boatos que começam assim:

– Você tá sabendo? Fulano vai ser demitido...

– Verdade?

– Não me diga que você não sabe...

– Não!

– Não? Não sabe? Mas TOOODO o mundo tá sabendo!...

Quando ainda morava no “paíf” do Lula costumava indignar-me com essas generalizações... embora desde os primeiros passos como estagiário tivesse aprendido a estar sempre consciente de que o Brasil é, essencialmente, uma nação de saltimbancos, governada por imorais.

– Todos? – era a minha resposta habitual, lacônica e simples, seguida de: – Quem são esses todos?

Obviamente o(a) boateiro(a) logo se engasgava e eu passava a ser o alvo do novo boato.

Em outras palavras, seguindo a mesma toada, já que a minha opinião e pensar são engolidos pelo “TODOS”, todas essas generalizações, tão em moda no Brasil, tentam mostrar que só existem porque são “reflexos” da opinião geral onde TODOS são incapazes...

Da maioria esmagadora que “obriga TODOS” a seguirem o rebanho... Do contrário, quem não pensar ou agir igual perderá a vez.

Um exemplo bem claro do que afirmo foi executado acintosamente durante oito anos com os resultados das pesquisas para aprovação do governo Lula.

No jornalismo brasileiro a generalização é a pauta do dia. Dependendo de quem encomenda a matéria, a generalização é usada para transmitir determinada mensagem e ser absorvida pela maioria, já que, subentende-se, “TODOS opinam igual”.

Na propaganda, a coisa é mais séria. Não só, como também, a falta de ética, de escrúpulos e de vergonha na cara por lá desbordam. A ganância dessa gentalha, ao longo dos anos, só tem piorado o caráter já nefasto dos brasileiros.

Eu sou dos poucos que ainda pensa, de uma maneira geral, que todos esses textos ou peças publicitárias apenas demonstram que os autores são seguidores fanáticos e praticantes tenazes da “pesquisa generalizada” para pastorear o rebanho; método tão em voga no Brasil. Principalmente na época da ditadura que Lula COPIOU com esmero; e que os marqueteiros da Dilma têm aperfeiçoado a cada minuto com requintada vileza e muita hipocrisia.

Quem não acreditou e/ou se emocionou com a voz embargada da Dilma ao mencionar os “brasileirinhos” mortos no Rio?

Embora o correto fosse dizer “brasileirinhas”, – pois mais meninas faleceram, – os “brasileirões” arrepiaram-se e uma lágrima ou outra escorreu desenfreada face abaixo.

Os jornais escreveram rios de palavras para relatar o fato, pois “TODOS” ficaram emocionados.

Na Globo New internacional o “TODOS emocionados” foi repetido quase à insanidade.

Entretanto, não é só a Globo a abusar do “TODOS” para emocionar a todos.

O curioso desses “TODOS” é que NINGUÉM se emocionou com o garoto baleado, caído, sangrando profusamente, no corredor da escola Municipal Tasso de Silveira, no meio de uma multidão bestial, passando ao lado ou por cima dele... sem dar a mínima!

Nem os policiais, incompetentes se preocuparam em controlar a turba de selvagens histéricos.

Selvagens em geral procedem assim, mas “TODOS” ficam emocionados com todas as emoções... menos com uma criança caída no chão, sangrando e gesticulando o bracinho, querendo ajuda.

Quando leio ou ouço esses “TODOS” abrangentes, sempre penso que seria perigoso instar aqueles que não concordam a atirar a primeira pedra. Poderiam chover muitas... embora convicto esteja que a covardia os impediria de atirá-las.

O mesmo repito para mim diante dos artigos generalizados. Principalmente diante de um corpo de uma criança caída, vertendo sangue em borbotão e vendo que TODOS a ignoram.

Que lástima a Globo não ter mostrado a ignorância de “TODOS” aqueles que ela enaltece e escreve como arauto de “TODOS que se emocionam”.

Nos meus anos de vida nesse país infame, chamado Brasil, diante das emoções comoventes que a Globo, a Record e a Band transmitiam, no dia seguinte perguntava à minha governanta se ficara emocionada com a notícia; ou se havia pedido para repetir o feirão de carros da FIAT, a que mais usava o plural generalizado..

– Qual noticia? Qual feirão? – Os olhos arregalados dela só acerbavam a minha indignação.

Na copa da empresa, na hora do café, repetia as mesmas perguntas. Poucos ou nenhum eram os “TODOS” que sabiam das “emoções Globais, Iurdianas ou Bandeirantianas” ou gostavam de determinado carro, anunciado como sendo a preferência de todos. Afinal, trabalhador brasileiro que se preze passa o “Jornal Nacional” dentro do ônibus, nas três ou quatro horas que tarda para chegar ao destino. Jornal, raramente lê; e se o faz, soletra as manchetes para deduzir o resto, seja por ilação ou por orelhada... quase sempre do todólogo do lado que entende de tudo, mas não sabe de porcaria nenhuma.

E como há todólogos no Brasil...

Entretanto, sobre o Big Brother, TODOS sabiam e, provavelmente, ainda sabem de tudo e mais um pouco.

É bem verdade que há muito no Brasil a expressão e o sentir nacional deixaram de ser de dentro para fora, para passarem a ser de fora para dentro. Brasileiro não é chegado a um raciocínio independente... ou a pensar por si próprio diante das vicissitudes da vida.

Tanto assim é que a incúria dos editores e a insensatez ou venalidade de muitos jornalistas têm proporcionado a inversão dos principais paradigmas sociais: - TODOS os desvios éticos passaram a ser abençoados e verborragicamente justificados para serem perdoados pelos brasileiros.

A eleição de Fernando Collor para presidente, seu impeachment e, anos depois, eleito senador, ilustram bem os efeitos da generalização e o reviramento dos conceitos morais dos brasileiros.

O fato de um presidente da república mentir descaradamente e nada acontecer é outro exemplo.

A eleição de uma ladra de bancos para presidir o Brasil é só a cereja do bolo a coroar esses TODOS...

A patuléia tem pouca memória e muita preguiça política. Generalizar poupa os neurônios precários dos brasileiros; permite-lhes opinar sobre tudo, sem medo de confrontações, porque a mentira é muita, o vocabulário é escasso e a generalização uma bolha pra lá de confortável.

O que seria dos formadores de opinião sem a generalização? A Globo mal passaria de jornal de bairro e Edir Macedo continuaria como caixa de banco.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Tiros em Realengo!

Alô, Alô Realengo! Aquele abraço!... Apenas para relembrar o estribilho de Jorge Duílio Lima Meneses, que já foi Jorge Ben, depois virou Jorge Ben Jô... E hoje, velho, encalhado na mesma toada, faz-se chamar Jorge Ben Jor, ou Benjor, dependendo da numerologia do dia.

Nos meus anos de Rio de Janeiro, no Leblon, ouvia dizer que em Realengo morava a morte; o calor abrasava como inferno e o vento... Ah... corria o boato que o vento fazia a curva em Padre Miguel para evitar se queimar por lá.

Por lá tampouco aparecia a televisão. Morte em Realengo não era notícia. Não dava Ibope.

Quando não eram os bandidos matar, era a policia. Se as chuvas não afogavam o suficiente, o Aedes aegypti multiplicava-se e matava...

E hoje, como antanho, ademais do sol a queimar, dos bandidos e da polícia a matar, das chuvas, dos mosquitos...

Hoje, em Realengo não só se continua a matar à vontade, como também se massacram crianças na escola, durante o horário letivo.

Isso sim é novidade.

Realengo chegou finalmente às páginas dos jornais. Do Brasil e do mundo.

Desta vez, fora da musicalidade azucrinante de Ben Jor e de Gilberto Gil, mas pelos tiros no massacre praticado na escola Municipal Tasso de Silveira, por um tal Wellington Menezes.

A televisão de outrora, tão arredia a Realengo, gostou. Foi até lá.

A rede Globo gostou tanto que montou um estenderete para informar ao mundo que houve Tiros em Realengo!

Até posso imaginar que o mesmo deve ter feito a TV Record, na sua busca de qualidade imitada, por certo mais espalhafatosa e dramática, com o linguajar habitual pra secar a Última Flor do Lácio.

Foi bizarro ver como a Globo Internacional passou um dia inteiro a explorar a tragédia com seu costumeiro arrasta emoções à última lágrima... Tal qual abutre na carnada soube esbaldar-se bem no sofrimento alheio.

– “Você se sente herói por ter ajudado a levar as crianças o Hospital?” – perguntaram repetidas vezes os diferentes repórteres, com o mesmo erro gramatical, ao entrevistarem os mesmos “heróis”...

Como sempre, os holofotes focaram-se apenas nos efeitos. No estardalhaço dos efeitos. Das causas nem um pio.

Ninguém quer saber.

Todos fingem não saber explicar, porque notadamente se recusam a enxergar as causas, das quais são parte causante e efeito ao mesmo tempo.

Wellington Menezes era doido, introvertido, esquizofrênico, filho de mãe que morreu louca... Ponto. Está explicado!?

Confesso que me perdi nas "explicações" tentadas dos “pisscólogos”. Pasmei com as palavras; mais com a imagem da “pissicóloga” de fartos seios e tomara-que-caia a segurá-los.

Belos seios, intui. Psicólogos de verdade não vi. Nem ouvi. Mas compreendi.

Os repórteres da Globo são incapazes de pronunciar corretamente essa profissão. Talvez por isso, mais inábeis são de encontrar um profissional à altura de ilustrá-la para tentar explicar o inexplicável.

Será mesmo inexplicável?

O importante é explorar o drama pelo drama; a tragédia pela tragédia; e quanto maior a histeria, as lágrimas “capitada” pelas câmaras, maior a audiência será...

Sem dúvida o “Michel Moore” brasileiro já deve estar a caminho da porta da Lei Rouanet para surrupiar uma montanha de dinheiro público e realizar o seu “Tiros em Realengo”... numa versão mal acabada de “Tiros em Columbine”, onde não faltará, por certo, o toque habitual da mediocridade do cinema brasileiro.

Maria Bethânia, que já foi favorecida pela Lei Rouanet, certamente nos brindará no seu blog, de R$ 50.000,00 pagos pelos brasileiros, com um poema de dor por Realengo, interpretado por ela própria.

Tragédia e elegíada à parte, resta apenas mais uma brutalidade de um brasileiro contra crianças. Mais outra! Contra meninas! Mais outra! Contra o sexo feminino de tenra idade! Mais outra entre tantas outras, que se sucedem uma após a outra num rodopiar incessante, cujos efeitos estrepitosos sempre fazem esquecer as causas que lhes dão origem... O quanto os brasileiros são responsáveis por essas causas... embora se fartem de chorar durante os efeitos.

Que estranho o ensandecido mulato ter escolhido preferencialmente mais meninas do que meninos... para matar.

Já aparecerá, pois, quem haverá de afirmar que Wellington Menezes, quando infante, era azucrinado pelas meninas... por ser negro.

E todas as explicações dos "pisscólogos" e "pissicólogos" passarão por aí.

É verdade que para denegrir o sexo feminino, os machos brasileiros são bons à beça! Principalmente nas justificativas da violência que lhes sobra à farta, tanta é a que lhes corre nas veias.

Não me surpreende, portanto, haver tantos veados no Brasil. Tantos maricas querendo impor suas mariquices a uma sociedade essencialmente corrupta, covarde, que virou lupanar a céu aberto, mas que já pode se orgulhar de ter também os seus “Tiros em Columbine” que no Brasil, por ser diferente da cidade de Littleton, Colorado, EUA, se chama Realengo.


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