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sábado, 22 de setembro de 2007

Médicos fazem festa e jovem morre em hospital

Jornal O Dia – por André Bernardo e Pâmela Oliveira

A dona de casa Luciana Bellarmino de Anchieta, 36 anos, disse que durante as 24 horas que permaneceu no hospital Souza Aguiar, no Rio de Janeiro, à espera de uma vaga no CTI para seu filho, Wallace Bellarmino da Cunha, 14 anos, ouviu comentários a respeito de uma festa que médicos residentes estariam realizando nas dependências do hospital. Segundo a TV Bandeirantes, um documento comprova a chegada de cerveja no local para a festa. O garoto morreu no hospital.

"Quando ouvi aquilo, nem acreditei. Até pensei em reclamar, mas fiquei com medo. Já imaginou se fizessem alguma maldade contra o Wallace?", reclama Luciana, que ainda não decidiu que providências pretende tomar contra o município pela morte do filho.

"Quando começou a passar mal, meu filho ainda pediu para não ser levado para o Souza Aguiar. Ele tinha medo daquele lugar porque sabia da fama do hospital. Parece que o Wallace estava adivinhando", lamentou.

Horas antes do desabafo de Luciana, o secretário municipal de Saúde, Jacob Kligerman, em entrevista a uma rádio, defendeu a direção da unidade. "Prestigio muito o atual diretor", disse Kligerman, que demonstrou descontentamento com as denúncias . "A quem interessa essas reportagens? A mim interessa que o Souza Aguiar seja um exemplo para o Rio", disse.

Para a dona de casa Rosane da Silva, 32 anos, porém, o Souza Aguiar ainda está longe de ser um modelo, como ambiciona o secretário. Ontem Rosane esperou por mais de três horas para que sua avó, Maria Aparecida, de 89 anos, fosse atendida na Emergência da unidade.

"Infelizmente a gente não tem para onde correr. Mas se isso tivesse acontecido com minha mãe internada eu tinha quebrado tudo", disse ela, ao saber que médicos residentes deram uma festa no hospital.

Outra a reclamar do atendimento da unidade foi Mônica Lima, 37 anos. Ela foi atendida na emergência às 10h50 por um acadêmico que receitou um remédio e pediu que esperasse por um médico. Às 15h09, o médico ainda não havia aparecido. "É absurdo. O hospital é público, mas nós pagamos impostos", protestou.

A entrada de cerveja para a festa realizada na residência médica - registrada no livro de ocorrência do hospital - deixou indignada a vereadora Andréa Gouvêa Vieira, da Comissão de Saúde da Câmara. "É o fim do mundo. Eu, se fosse o secretário, chamaria a responsabilidade. Ninguém tem coragem de enfrentar o corporativismo médico. Vou fazer requerimento de informações a secretaria." O Conselho Regional de Medicina (Cremerj) acionou a Comissão de Ética do Hospital Souza Aguiar para apurar os fatos ocorridos e apresentar relatório.

Engraçado como o Prefeito César Maia [DEM-RJ], não fala nada disto no seu ex-blog. O contrário é que deixaria de ser engraçado. 


Mas César Maia é César Maia, a personificação da economia intelectual. Entretanto, o mais curioso disto tudo é que casos como este acontecem a diário no Rio de Janeiro, ex-cidade maravilhosa, hoje capital do crime, da droga, da corrupção no Brasil e ninguém faz nada. 

Só uma população covarde e oportunista permite este tipo de caos. Não é só no Rio que estes absurdos ocorrem. 

É no Brasil inteiro, onde uma população sem caráter e sem moral se acovarda diante dos desmandos na saúde. Permitem que um imposto criado, precisamente, para sanear a saúde [CPMF], seja utilizado para fins escusos. 

Portanto, têm mais é que agüentar situações humilhantes como narra a reportagem; ou como a greve dos médicos nos Estados do Nordeste.

Enquanto o povo desta merda de país não se der conta do seu papel na sociedade em que vive, aviões da TAM continuarão a cair, festas nos hospitais se sucederão e humilhações humanas serão perpetradas contra humanos. 


O Brasileiro não tem vergonha na cara. Portanto, merece qualquer tipo de destrato. Covardes!

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Uma aberração ...


Da Associated Press – Terça, 18 de setembro de 2007, 11h58


SENADOR AMERICANO PROCESSA DEUS POR ESTRAGOS

Um senador americano do Estado de Nebrasca está processando Deus por causar inumeráveis mortes e horror, além de ameaças terroristas. Ernie Chambers, furioso por outro processo que considera frívolo, diz que quer mostrar que qualquer um pode processar quem queira nos Estados Unidos.

Chambers diz em seu processo que Deus fez ameaças terroristas contra ele e seus eleitores, causou medo e provocou "ampla mortandade, destruição e aterrorização de milhões de habitantes da Terra".

O senador, que costuma escapar das orações matinais das sessões legislativas e já fez críticas a cristãos, também afirma que Deus causou "apavorantes enchentes, horríveis furacões e terríveis tornados".

Chambers diz que sua ação foi provocada por um processo federal contra juiz que barrou palavras como "estupro" e "vítima" em julgamento sobre ataque sexual. O réu no caso, Tory Bowen, processou o juiz Jeffre Cheuvront alegando que ele violou seus direitos de livre discurso.

A foto do autor, [acima], já diz tudo e pouco há o que dizer de tamanha e infeliz reprodução humana. Entretanto, este mundo, realmente, está cada vez mais doido. Como diz a minha empregada, é o fim dos tempos; o ser humano perdeu completamente a compostura, a racionalidade e o seu próprio respeito. 


Cá como lá, ou vice-versa, parece que a política está tomada por palhaços e gente sem vergonha. Isto sem falar que esse senador é membro do senado mais poderoso e rico do planeta. É um homem, negro, que aos 70 anos de idade esqueceu o que a vida lhe ensinou e envergonha, agora, toda a sua raça. 

É de vomitar!

sábado, 15 de setembro de 2007

Os números da vergonha

Do Extra Online - AL - 15/09/2007 - 12:58

Protegidos por uma sessão secreta, com o apoio do governo e o aval do PT, senadores condenam a ética e absolvem Calheiros” – Otávio Cabral - (Veja)

Com acordos às escondidas, ameaças, chantagens e protegido pelo anonimato, um grupo de 46 senadores desferiu na semana passada um golpe letal contra a credibilidade do Senado Federal e dos políticos em geral. Ao absolverem o senador Renan Calheiros da acusação de quebra do decoro parlamentar, os 46 senadores (os quarenta que votaram contra a cassação e os seis que se abstiveram) autorizaram um novo padrão de conduta para os nobres do Parlamento brasileiro – o podetudo. De agora em diante, estabeleceu-se o consenso entre a maioria de que não existe nada de mais no fato de um parlamentar, como Renan Calheiros, usar um lobista de empreiteira para pagar suas despesas pessoais. Não é da conta de ninguém tentar saber de que forma um senador, como Renan Calheiros, conseguiu fazer fortuna na política. Está liberado de possíveis constrangimentos qualquer um que, como Renan Calheiros, queira fazer negócios usando malas de dinheiro de origem desconhecida. Ficam autorizados a apresentação de notas frias, o uso de bois-fantasma, a invenção de empréstimos para, assim como Renan Calheiros, tentar justificar contas que não fecham. Na sessão secreta que absolveu Renan Calheiros, além de massacrarem a ética, os 46 senadores também viraram as costas para a sociedade, envergonharam o Parlamento e reduziram o Senado ao mesmo patamar moral do presidente Renan Calheiros.

"A era dos grandes tribunos, referências éticas do Parlamento, que dividiam o Senado com a massa ignara, acabou há tempos", diz Octaciano Nogueira, professor de ciência política da Universidade de Brasília. "Hoje, resta-nos somente a massa ignara." De fato, nos últimos meses, principalmente depois da crise gerada pelas acusações contra o presidente Renan Calheiros, personagens bizarros, como os senadores Wellington Salgado, Almeida Lima e Sibá Machado, assumiram posições de destaque no palco dos debates. São figuras sem propostas, sem idéias e até sem votos. O peemedebista Wellington Salgado e o petista Sibá Machado são suplentes que assumiram o mandato na ausência dos titulares. Como eles, há outros onze reservas que não devem explicações a ninguém e acabam muitas vezes se prestando ao papel de vassalos de interesses diversos. Esses personagens descompromissados ajudaram Renan Calheiros a escapar da cassação, alguns apenas em troca de pequenos favores. Mas eles não estavam sós. Na surdina, o governo e o PT se associaram a Renan para costurar um acordo que garantiu a salvação do mandato do senador – desta vez à custa de grandes e dispendiosos favores, com ingredientes de chantagem e ameaça e com a participação de personagens conhecidos pela atuação heterodoxa no submundo da política.

JOSÉ SARNEY - Sempre agindo na sombra, foi um dos fiadores do acordo que culminou na absolvição de Renan

A VERSÃO
O senador admite que trabalhou pela absolvição de Renan Calheiros, mas não participou de nenhum tipo de acordo para que ele deixasse a presidência.

O FATO
Sarney foi o mentor da idéia de barganhar a presidência do Senado em troca do apoio dos petistas. A proposta foi levada ao presidente Lula por sua filha, a senadora Roseana Sarney.

O plano de salvação de Renan Calheiros começou há duas semanas no gabinete do presidente Lula, no Palácio do Planalto, onde esteve, em audiência, a senadora Roseana Sarney, do mesmo PMDB de Renan Calheiros. Líder do governo no Congresso, Roseana foi ao presidente tratar das articulações para a aprovação da CPMF. Depois de discorrer sobre as dificuldades que o governo teria para prorrogar o imposto do cheque, a conversa derivou para a situação de Renan Calheiros. A senadora disse que estava muito preocupada com os últimos acontecimentos e, principalmente, com as adesões de parlamentares petistas à tese da cassação. Como se tivesse portando um recado, Roseana advertiu: "A pior coisa que pode acontecer ao governo é ter o Renan como inimigo". Depois vaticinou: "Se Renan deixar a presidência, a prorrogação da CPMF ficaria muito difícil, pois ele colocaria o PMDB para rejeitar a emenda". O presidente entendeu a mensagem e disse apenas que seria mais fácil angariar votos contra a cassação se Renan renunciasse ao cargo. Roseana relatou a conversa ao pai, o senador José Sarney, que levou a proposta a Renan Calheiros. O senador disse que não renunciaria porque não confiava no PT. Suas contas ainda lhe garantiam a vitória no plenário por uma margem apertada.

Dois dias antes da votação, na segunda-feira, o senador José Sarney telefonou para Renan Calheiros e disse que o risco de derrota aumentara consideravelmente. A mesma preocupação era compartilhada pelo ministro das Relações Institucionais, Walfrido Mares Guia, destacado pelo presidente para acompanhar o caso. A contabilidade oficial de Sarney e Mares Guia apontava para uma divisão absoluta: 40 votos a favor e 40 votos contra a cassação. Sarney e Mares Guia não tinham certeza sobre o voto do senador Marcelo Crivella, considerado um aliado, e informaram a Renan que era muito arriscado chegar à sessão com a segurança de um palpite. No mesmo dia, Sarney, Roseana e Mares Guia viajaram para São Luís, onde participaram de um jantar promovido por uma empresa mineradora. Lá, encontraram o empresário Gilberto Miranda – um ex-suplente profissional, rico e conhecido em Brasília pelo excepcional talento em convencer certos tipos de pessoas com certos tipos de fraqueza a mudar radicalmente de idéia. A partir daí, as articulações para salvar Renan passaram a acontecer em ritmo frenético. Gilberto Miranda disparou telefonemas para dezenas de senadores em Brasília. Falou com vários deles, na maioria integrantes da base aliada. Um dos poucos a admitir a conversa é o peemedebista Gerson Camata. Miranda perguntou a Camata qual seria a condição para ele reconsiderar o voto a favor da cassação. Camata rechaçou o cerco e disse que nada o faria mudar de opinião.
MERCADANTE - O senador eleito com 10 milhões de votos foi reduzido a tarefeiro do partido na batalha contra a moralidade. Uma pena

A VERSÃO
O senador petista garantiu que não pediu votos para Renan Calheiros nem participou de nenhum acordo para absolver o colega peemedebista.

O FATO
Além de se abster da votação, o que ajudou a salvar Renan, o senador fez campanha intensa pela absolvição, inclusive garantindo a aliados que Renan deixaria a presidência.

De volta a Brasília, José Sarney e Walfrido decidiram pela tacada final. Ainda do avião, um Legacy da FAB, Walfrido conversou com o senador Aloizio Mercadante e Sarney passou o recado às lideranças no Congresso. Alertaram sobre o placar apertado e combinaram de procurar Renan com a seguinte proposta: caso ele sinalizasse que se afastaria temporariamente do cargo após a votação, o governo e o PT trabalhariam no plenário para absolvê-lo. Já era madrugada de quarta, dia da votação, quando o grupo desembarcou na base aérea. Sarney levou a proposta de afastamento ao presidente do Congresso, que, de início, hesitou, mas acabou aceitando depois de receber a garantia de que não haveria traição entre os petistas. Ficou combinado que os senadores petistas iriam se abster, uma forma de identificar o voto. Nas contas dos aliados, era preciso convencer ao menos dez senadores a fechar com a absolvição. No plenário, coube ao senador Mercadante difundir a versão de que a cassação de Calheiros se resumia a uma disputa política que só interessava à oposição. Os petistas, porém, não precisam mais de justificativa alguma. "Com discursos assim vocês da oposição nunca vão ganhar da gente", ironizava o senador petista João Pedro, criticando abertamente os que defendiam a cassação. Uma semana antes, o próprio João Pedro havia votado contra Renan Calheiros no Conselho de Ética.

Com os petistas no bolso, bastaram algumas operações laterais para sacramentar a vitória de Calheiros. Sabe-se que Renan e seus aliados conseguiram buscar votos na oposição, à custa de chantagem, cobrança ou promessas de favores. Senadores que se diziam indecisos em público fizeram pacto de sangue com Renan no privado. O tucano Papaléo Paes, por exemplo, chegou a dar entrevistas a favor da cassação. No plenário, ajudou Roseana Sarney a contabilizar votos a favor de Renan. Houve traições mais sórdidas. Um senador da oposição, que zelou como se fosse um xerife pela aprovação do processo de cassação, procurou o presidente do Congresso e lhe confidenciou que sua posição não passava de um teatro para seus eleitores. Ele estava agradecido pelo belo emprego no governo que Renan arrumou para um de seus filhos. Enquanto isso, em outro flanco, Gilberto Miranda, o empresário rico e recém-casado, pegou um jato para Brasília e continuou as conversas com os senadores. No plenário, o peemedebista Wellington Salgado avisava: "Tá rolando grana, tá rolando muito argumento". Um senador que ouviu o comentário ainda perguntou do que se tratava. Salgado repetiu: "Tá rolando argumento", explicou, esfregando o polegar no dedo indicador, sinal clássico que significa dinheiro. Absolvido, Renan, conforme o combinado, pegou a família e foi descansar em Maceió. Ele ainda terá de responder a outros três processos. O governo, satisfeito, comemorou discretamente. 


Os petistas, covardes, foram vistos se jactando no fundo do plenário logo depois da sessão. José Sarney embarcou para Natal, onde foi lançar um livro. Gilberto Miranda, com a missão cumprida, retomou sua lua-de-mel. E o Senado... E a opinião pública... E o Conselho de Ética. Que se danem. O que interessa são os "argumentos...".


"A imagem do Senado, hoje, é a de um pau de galinheiro."

[Demóstenes Torres, senador (DEM-GO)]

Dornelles deveria ser preso!

Francisco Oswaldo Neves Dornelles, senador (PP-RJ), [foto ao lado] defendendo "tecnicamente" a absolvição de Renan Calheiros declarou em discurso, no plenário do senado do Brasil: "Crime tributário não é causa para quebra de decoro. Amanhã, isso pode ser usado contra os senhores. Porque muitos aqui têm problemas fiscais."

O ministério público deveria mover uma ação contra este calhorda irresponsável e venal por INCITAÇÃO AO CRIME, conforme dispõe o ART. 286 do Código Penal [Incitar, publicamente, a prática de crime: Pena – detenção, de 3 (três) a 6 (seis) meses, ou multa]; e por APOLOGIA DE CRIME E DO CRIMINOSO, conforme reza o ART. 287 do mesmo código, [Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime: Pena – detenção, de 3 (três) a 6 (seis) meses, ou multa].

Mais uma vez vemos um mau brasileiro, um autêntico filho da puta, insultar não só os "inguinorantes" que nele votaram, mas, e sobretudo, os cidadãos honestos deste país. É de vomitar em cima desse safado!

Se em pleno senado da República este homem, um senador, faz apologia de um crime e incita os demais a fazê-lo, não existe mais ordem no Brasil. Se a um senador é permitido cometer crimes, ele então está acima da lei? 


O caos está instaurado no Brasil?!?!?

Senado para quê?

Ensaio: Roberto Pompeu de Toledo
Revista VEJA - Edição 2026 - 19 de setembro de 2007
[Assinante da Veja lê aqui]

Muitos países vivem sem Senado e não são menos felizes, ou mais infelizes, por causa disso. Israel é um bom exemplo. Portugal é outro. São países que adotam o chamado sistema "unicameral", o do Poder Legislativo sediado em uma única casa, a Câmara (ou Assembléia) dos Deputados. Há, na teoria, argumentos pró e contra o unicameralismo ou o bicameralismo. No Brasil, a velhos argumentos contra a existência do Senado, somou-se, na semana passada, um novo. Os velhos argumentos são:

• O Senado torna o Poder Legislativo repetitivo e lento. O processo de uma lei passar pela Câmara, depois ir para o Senado, depois voltar para a Câmara se houver modificação no Senado, e depois até talvez voltar para o Senado se houver modificação na Câmara, produz cansaço e exasperação. No meio do caminho, perde-se o interesse e arrisca-se comprometer a oportunidade da lei. Quando se tem em conta que, em cada casa, o projeto passa por diferentes comissões especializadas, o cansaço e a exasperação crescem. As comissões existem para peneirar as propostas, examinando-as sob diversos pontos de vista. Com isso, instala-se um processo de revisão que torna redundante o "poder revisor" que se atribui ao Senado.

• A existência de duas casas legislativas resulta em concorrência de uma contra a outra. Muitos são os exemplos de rivalidade nociva entre Câmara e Senado. Fiquemos em um, recente: a instalação das chamadas CPIs "do apagão aéreo". Como não houve acordo para criar uma comissão mista (as vaidades são muitas, e a tela da televisão é pequena), criaram-se duas, uma no Senado e outra na Câmara. Resultado: duplicação de depoimentos, conclusões discordantes, desperdício de energia e perda de credibilidade.

• A especificidade do Senado dilui-se no sistema brasileiro. A especificidade do Senado é representar os estados, enquanto a Câmara representa o povo. No Senado, os estados são representados por igual, à razão de três senadores cada um. Na Câmara, um estado será tão mais representado quanto maior for sua população. Isso na teoria. Ocorre que, pela legislação brasileira, há um número mínimo (oito) e um máximo (setenta) de deputados por estado. Isso faz com que a população de estados pequenos seja super-representada e a dos grandes sub-representada. Roraima, com 400.000 habitantes e oito deputados, tem um deputado para cada 50.000 habitantes, enquanto São Paulo, com 40 milhões de habitantes e setenta deputados, tem um para cada 570.000. A população de São Paulo vale, na Câmara dos Deputados, onze vezes menos do que a de Roraima. Tal sistema existe, segundo seus formuladores, para proteger os estados menores e tornar mais equitativa, na Câmara, a presença das diversas unidades federativas. Ora, não é o Senado a casa da representação equitativa dos estados? Se a Câmara usurpou esse papel, para que o Senado?

• O Senado é em larga parte biônico. "Biônico" era o apelido, na ditadura, do senador nomeado, invenção do regime para não perder o controle da casa. Eram senadores sem voto. Pois mais de vinte anos depois da redemocratização continuam a existir os senadores biônicos, agora na pessoa do "suplente", aquele de quem ninguém ouve falar na campanha eleitoral e, quando menos se espera, lá está, ocupando uma cadeira para a qual se votou em outro. Um caso recente é o do senador Euclydes Mello, do PTB de Alagoas. O eleito Fernando Collor saiu para dar uma volta e assumiu o primo suplente. Outro caso recente é o de Gim Argello (PTB-DF), que despontou para a vaga de Joaquim Roriz com um rico elenco de suspeitas sobre sua cabeça, mas que teve a posse assegurada pelo voto amigo do presidente Renan Calheiros. A presença dos biônicos deslegitimiza a casa.

• O Senado não cumpre deveres que lhe são específicos. Cabe-lhe com exclusividade aprovar as indicações de ministros do Supremo Tribunal, embaixadores e membros das agências reguladoras. É uma tarefa nobre e útil, que mais nobre e útil seria se fosse exercida com cuidado e competência. Não é o caso. Na aprovação da notória diretoria da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o Senado comportou-se com a habitual leviandade, antes como carimbador das propostas do Executivo do que como poder verificador e equilibrador das decisões do outro.

A esses argumentos acrescentou-se, na semana passada, evidenciado em toda sua extensão, o mal do "clubismo". Por ser uma casa pequena, onde todos se conhecem bem, o Senado é ambiente propício às cumplicidades, à troca de favores e à venda de lealdades. Não foi outra a causa da absolvição de Renan Calheiros. O clube se fechou em torno dele (ou, pelo menos, a maioria do clube), num processo de escora mútua: eu protejo você hoje e você me protege amanhã, eu finjo que não vejo o que você fez e você finge que não vê o que eu faço, e vamos todos juntos, que o barco soçobra e se um cair ao mar corremos todos o risco de lhe fazer companhia. O clube é uma instituição malsã porque, em vez de ao estado e à nação, tende a servir a si mesmo, a suas trapaças e a suas malfeitorias.

Um impostor na política

O Senador Artur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto, líder do PSDB, [foto ao lado], após a sessão do senado que absolveu Renan Calheiros, onde seis senadores se abstiveram de votar, afirmou em relação a esses seis senadores: "São pessoas repulsivas. Seis pessoas acanalharam seus votos."

Ao Arthur Virgílio, certamente deve ter-lhe caído a outra metade do cérebro. Como toda a ameba flutuante, este ser dejeto esqueceu que ELE MESMO, in persona, foi contra o voto aberto, e VOTOU CONTRA, quando senador Tião Viana (PT) apresentou o projeto para acabar com o voto secreto no senado.

Arthur Virgílio é um hipócrita e um péssimo político. De repulsivo só ele tem tudo! Mente pelos cotovelos e adora criar uma cizânia para aparecer. Mais uma vez, certo está o povo do amazonas que nem importância lhe deu nas últimas eleições ao outorgar-lhe menos de 4,5% dos votos. É de vomitar em cima deste ser pusilânime.

São homens como Arthur Virgílio que envergonham a todos nós, à política como um todo, e confundem um povo que não sabe em quem acreditar.

E viva o Senado!

do André Petry
Revista VEJA - Edição 2026 - 19 de setembro de 2007
[Assinante da Veja lê aqui]

Desde que os números da vergonha apareceram no placar já se bateu todo o tipo de bumbo contra o Senado. Já se disse que ficou menor e desmoralizado. Que está maculado, diminuído. Que sai do episódio lanhado e podre. Até já voltaram a aparecer propostas para extingui-lo, deixando o Parlamento reduzido à Câmara dos Deputados. O Senado, ao se deixar estuprar por Renan Calheiros e seus 40, passou a ser a melhor expressão do lixo institucional de Brasília.

Mas que nada. Que injustiça. E que equívoco.

O Senado é nosso. O Senado, essa instituição de 180 anos, está onde sempre esteve, funciona no mesmo endereço, com a mesma missão, com os mesmos poderes e prerrogativas. E é nosso, pertence aos cidadãos brasileiros. Neste momento, quem demoniza o Senado faz, mesmo sem querer, mesmo com a mais nobre das intenções, o jogo obscuro de Renan Calheiros e seus 40. Explico-me.

Desde o início de tudo, desde quando sua vida clandestina começou a ser revelada ao país, o senador Renan Calheiros agarrou-se ao Senado – e o uso da expressão "vida clandestina" aqui se refere aos negócios escusos da sala de jantar, e não aos ardores solares da alcova. Renan Calheiros agarrou-se ao Senado como se fosse propriedade sua, como se fosse uma de suas fazendas no interior de Alagoas. Com a ajuda patética de seus 40, agarrou-se à cadeira de presidente do Senado, recusando-se a abandoná-la, como se fosse um banco de praça de Murici. Defendeu-se sentado ao centro da mesa do Senado como se fosse balcão de sua cozinha. Homiziado no Senado, Renan Calheiros fez tudo isso para misturar sua pequenez à grandeza da Casa. Quem não lembra da passagem pedestre em que disse que qualquer ataque contra ele era um ataque contra o Senado?

Pois bem. É por isso, para manter-se homiziado no Senado, que Renan Calheiros já disse inclusive que ninguém é mais apropriado para presidir a instituição do que ele mesmo. "Se eu não tiver condição de presidir o Senado, quem vai ter?", indagou em entrevista à Rádio Gaúcha. Ora, com todo esse comportamento de confundir-se com o Senado, Renan Calheiros e seus 40 querem, além de tudo, roubar uma instituição da nação. Uma instituição que pertence a nós, cidadãos brasileiros. E não podemos, bestificados, entregar o Senado a Renan Calheiros e seus 40.

Renan Calheiros vai passar. Certamente vai passar mais tarde do que cedo, mas vai passar. Seu cardápio de opções políticas, neste momento, oferece só coisas como afastamento, licença, férias prolongadas, renúncia. É lamentável que seja assim, na medida em que deveria incluir apenas cassação, e ponto. Mas Renan está liquidado. É o sorriso do cadáver. Deixemos que se vá. Porque uma hora Renan vai embora. Mas fiquemos com o Senado. O Senado é nosso. Quem está pequeno e desmoralizado, maculado e diminuído, lanhado e podre são os senadores. Renan Calheiros e seus 40. O Senado, não. Viva o Senado!

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Mexer em paradigmas é perigoso?

De jvilsemar [do seu blog VINCIT OMNIA VERITAS] - Set 7th, 2007

- O lançamento do livro “A cabeça do brasileiro”(1) do pesquisador Alberto Almeida com certeza não irá agradar a alguns, principalmente políticos e outros grupos de esquerda ou de direita que sobrevivem da falta de conhecimentos das massas ignaras. Não faltará todo o tipo de argumentos maquiavélicos para desqualificar a pesquisa por parte da trupe elitista que se mantém no poder, incluindo algumas ONGS que mascaram muitas realidades sociais do Brasil. Afinal de contas eles têm que manter o mito das massas pobres, ingênuas e éticas, de preferência jogando as mesmas contra a classe média, como se fosse a culpada por todos os males deste País. Exemplos não faltam, pois até o Ilmo. Sr. Presidente Lula, da modorrenta República brasileira, em certos momentos de desgaste governamental, como já demonstrado na mídia, não hesita, maquiavelicamente, em jogar os pobres contra a classe média.

- O livro, infelizmente, será lido por uma minoria de brasileiros e a grande maioria nem tomará conhecimento, a exemplo do presidente da República que é avesso à leitura. O livro estará provando que a única saída para a República Federativa do Brasil é a EDUCAÇÃO, com todas as letras maiúsculas. Alias, neste blog, há algumas matérias sobre o assunto EDUCAÇÃO. Se você fizer parte da minoria que gosta de ler dê uma olhada e depois tire as suas conclusões e faça as suas críticas.

- A falta de senso ético e de outros pontos de vista apontados no livro por parte do brasileiro com pouco instrução tem um nexo causal centrado em atitudes educacionais de governos anteriores que, estrategicamente, retiraram do currículo do Ensino Médio disciplinas que ajudariam o brasileiro a compreender melhor o seu país. Estamos nos referindo as disciplinas de “Organização Social e Política do Brasil – (OSPB)” e “Educação Moral e Cívica – (EMC)”. Nas IES retiraram a disciplina de “Estudos dos Problemas Brasileiros”. Revanche pela ditadura? As coisas que deram certo no período ditatorial deveriam de ser mantidas e aprimoradas para o bem da democracia social, pois com certeza o Brasil seria um pouco melhor em termos de educação. Até prova em contrário, os que combateram a ditadura são os principais culpados pelo fracasso do ensino brasileiro e de até termos pessoas que mal sabem ler e escrever cursando alguma faculdade privada de qualidade altamente duvidosa.

- O livro do pesquisador Alberto Almeida poderá ser um marco que jogará mais luz em paradigmas anacrônicos e quem sabe despertar, em poucos, um caminho revolucionário para mudanças estratégicas educacionais como a transdisciplinaridade. O problema principal é o povo ignaro que é dominado por mídias poderosas e grupos que preferem que as coisas continuem assim, bem no estilo Big Brother do filme “1984” ou do filme “Fahrenheit 451”. Quem viver ou sobreviver verá as mudanças nos próximos anos!

1 ALMEIDA, Alberto. A Cabeça do Brasileiro. Editora Record, 1. ed – 2007.

Retrato da hipocrisia; da vergonha de ser brasileiro

Foto: Ailton de Freitas / Agência O Globo

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), cumprimenta, durante a sessão de hoje no plenário, o senador do PSDB Álvaro Dias (PR). Em primeiro plano, de mãozinha nas costas, Arthur Virgílio, que também é do PSDB (AM) e líder do partido no senado, faz um carinho no Renan. Que meigo! Que cena enternecedora. Até uma lágrima me rolou pelo rosto. Não foi à toa que Artur Virgílio sequer chegou a 4,5% dos votos dos Amazoninos, nas últimas eleições. Tenho impressão que se esse ser infecto se candidatar novamente a senador, nem isso receberá.

Vergonha Nacional

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quinta-feira, 13 de setembro de 2007

A quem interessa a absolvição de Renan Calheiros.

Quando ocorre um assassinato, a primeira coisa que a polícia pergunta é a quem esse crime interessa ou beneficia. A partir desta premissa esboça-se a linha da investigação para encontrar a autoria e, se for o caso, o(s) mandante(s).

Ontem, no Senado Federal ocorreu um crime. Ontem, onde a honra e a ética deveriam ter prevalecido, imperou a desonestidade, a falta de escrúpulos e a democracia foi assassinada. [não esqueça este anúncio].

O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), um dia antes havia profetizado: “Eu sei que nesta quarta-feira, quando o plenário do Senado votar pela cassação ou não do senador Renan Calheiros, vai haver uma morte. A morte política do próprio Renan, ou a morte política do Senado

A quem interessa a morte política do senado? É mais que “óbviolulante”; só interessa ao PT, ao Lula e a todos aqueles que neles votam e querem continuar, preguiçosamente, a assaltar o estado. Em outras palavras, interessa à maioria dos brasileiros. Interessa a todos aqueles que reelegeram os mensaleiros, a todos que votam no PT, a todos os sem ética, sem vergonha na cara; a todos os maus brasileiros. Interessa a todos aqueles que querem quebrar o equilíbrio entre os poderes. 


A quem, especificamente? 

Ops, novamente na linha da investigação aparecem o poder executivo, o PT, o Lula e o povo. Que estranho!

Na Finlândia Lula afirmou aos jornalistas quando lhe perguntaram sobre o julgamento do Renan: "o resultado que vier do Senado, a favor ou contra, devemos acatar". – Devemos quem, bebum?

O natural seria o mula dizer que isso era uma questão interna de outro poder. Mas não resistiu. Ignorante e imbecil que só, traiu-se a si mesmo e a verdade saiu-lhe pela boca.

Todos nós, com dois dedos ou menos de inteligência, sabemos que a decisão dos 40 senadores desmoraliza o Senado e avigora a posição do Lula; desequilibra a relação entre os poderes a favor de Lula. O fato do julgamento do Renan ter coincidido com a data do Lula no exterior é outra indicação.

Todos os senadores já sabiam e souberam com bastante antecedência que a bancada de senadores do PT, UNIDA, votaria a favor do Renan. Todos SABIAM! Mesmo que não soubessem, ouviram os discursos do Mercadante, - aquele que falsifica manchetes de jornais, - e o da líder da Bancada, Ideli Salvati, - a rainha das CPIs, - que hoje defende a corrupção.

Alguém acreditou naquela manobra do Suplicy e do Délcidio em apresentarem um projeto para votação aberta no senado?

Para os que não acreditam no jogo autoritário do PT espero que acreditem agora. O PT quer desmoralizar o Congresso e dar um golpe, tipo Chavez, para permanecer no poder.

Senão, vejamos o que Ricardo Galhardo escreveu hoje no jornal O Globo:

Dizendo estar enojada com a absolvição de Renan Calheiros, a cientista política Maria Victoria Benevides, ex-presidente da Comissão de Ética Pública, defendeu a extinção do Senado. A posição é defendida por setores do PT, ao qual é filiada, como o presidente do partido, Ricardo Berzoini.

– Minha primeira reação foi de nojo. Depois me senti ofendida quando o senador Almeida Lima (PMDB-CE) disse que a absolvição de Renan é uma vitória do povo. É um insulto, isso sim. Aquilo não foi uma sessão secreta, foi clandestina — afirmou. Para acrescentar:

– O Senado mostrou que é perfeitamente dispensável. É um clube magnífico. Como cientista política, iniciarei um debate pela extinção do Senado e pregarei o voto nulo para senador em 2010. Apesar de tudo o que passamos neste longo período de democracia, continuamos com uma cultura política calcada no compadrio, coronelismo e clientelismo.

O diretor-executivo da ONG Transparência Brasil, Cláudio Weber Abramo, endossou a proposta da cientista política.

– Pessoalmente sou favorável à extinção do Senado. É uma casa anacrônica, mas o pior não é isso: os senadores agem como se estivessem em Júpiter. A sessão secreta exemplifica isso à perfeição. Eles decidem lá entre eles e mandam uma banana para o povo — disse Abramo".

Dito isto, só para desafiar você leitor(a) a descobrir o autor do crime praticado ontem no Senado da República Brasileira, pergunto: QUEM FOI O ASSASSINO(A)? QUEM FORAM OS MANDANTES?

Depois de descobrir, veja se encontra quem foi o mandante. Tenha cuidado para não ficar diante de um espelho.

Um Exemplo da Imprensa Brasileira

O Post abaixo foi publicado no Blog do Noblat e assinado pelo próprio. Não vale a pena nem fazer comentários. Quem quiser acessar o blog, clique aqui. Se navegar por ele, verá os paradoxos e as contradições deste nobre jornalista. Ele chama de imparcialidade. Ainda bem!

"Este blog está com Renan e não abre - por Ricardo Noblat - 13.9.2007 - 14h28m

"Escrevi aqui na útima segunda-feira:

"Sem essa de o Senado absolver Renan em troca da garantia de que ele renunciará à presidência e entrará logo de férias. Trata-se de manobra indecorosa urdida pelo governo. A consumar-se, produziria um retumbante escândalo capaz de enterrar de vez a reputação do Senado. Renan e o governo escapariam sem maiores arranhões. O governo porque negaria de joelhos o patrocínio de tamanha sordidez. Renan porque carece de pele para ser lanhado. É uma chaga só. Se preservasse o mandato, sairia no lucro. Cabe ao Senado condenar ou absolver Renan – e mais nada".

O Senado absolveu. Renan está no seu direito de continuar exercendo a presidência para a qual foi eleito em fevereiro último. O mandato é de dois anos. E se ele não for atropelado por alguma condenação, deverá cumpri-lo em respeito à vontade dos que o elegeram. De resto, Renan é tudo menos bobo. Conseguiu se manter no cargo porque não teve o mínimo pudor de usar a força que ele confere a seu ocupante para prestar favores a servos fiéis, ameaçar com o corte de privilégios e interpretar o regimento interno do Senado a seu gosto.

Irá abdicar de tais condições quando terá ainda de responder a mais dois ou três processos por quebra de decoro? Seria suicídio. Não o fará. A maioria dos senadores votou, ontem, pela prorrogação da crise. Foi ajudada pelo governo que prefere um aliado morto-vivo na presidência do Senado do que simplesmente um aliado - e menos ainda com prestígio lá dentro e cá fora. Portanto, suportem as consequências de seus atos. Toda a força a Renan. E até breve quando o Conselho de Ética do Senado começará a julgá-lo novamente".

Renan: a maior derrota da imprensa

Do Paulo Henrique Amorim [do seu Blog Conversa Afiada]

“Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil.

. A absolvição de Renan Calheiros é a maior derrota da imprensa brasileira depois da reeleição do Presidente Lula.

. A Veja, a Globo, o Estadão, a Folha e O Globo e seus inúmeros e inúteis colunistas jogaram todas as fichas na cassação.

. Como ensina o professor Wanderley Guilherme dos Santos, a imprensa brasileira se transformou num partido político (clique aqui).

. E jogou tudo contra um político da base de apoio ao Presidente Lula.

. Renan Calheiros cometeu todos os crimes que 99,9% dos políticos brasileiros cometem.

. Renan Calheiros provavelmente pagou a mulher com quem teve uma filha fora do casamento numa operação idêntica à de outro ex-senador de partido da oposição.

. Sobre a operação do ex-senador, a mídia conservadora (e golpista !) se cala até hoje.

. A mídia conservadora (e golpista !) foi atrás de Calheiros também porque ele é nordestino.

. E a elite branca (e no caso da elite de São Paulo, também separatista) não gosta de ninguém da base aliada do Presidente Lula e muito menos se for nordestino.

. Imagine se Renan Calheiros fosse do Piauí...

. Renan Calheiros não é um santo.

. Mas, o Senado mostrou que a mídia conservadora (e golpista !) pode enfiar a faca no pescoço do Supremo, mas não enfia a faca no pescoço do Senado.

. (E de que adiantou o Supremo deixar os deputados assistirem à sessão ? Nada.)

. Se a mídia conservadora (e golpista !) tivesse o poder de enfiar a faca no pescoço do Senado, quantas cabeças ficariam em cima do pescoço ?

. A mídia conservadora (e golpista !) agora vai dizer que Renan Calheiros não tem condições de presidir o Senado.

. É porque para a mídia conservadora (e golpista !) só valem os 35 votos a favor da condenação.

. O Procon tem a obrigação de interpelar a Veja, a Globo, O Globo, a Folha e o Estadão, que transformaram durante um mês e meio Renan Calheiros num cadáver e enganaram seus consumidores”.

Pessoalmente não gosto de Paulo Henrique Amorim, a quem conheço bem, desde os seus tempos na Globo e de jantares italianos. Neste jornalista nunca enxerguei mais que a sua pequena estatura, sua micro-inteligência e sua grande venalidade. 

Entretanto, o que ele escreveu está absolutamente certo. A imprensa que hoje mete o pau no Lula e nos aliados deste, é a mesma que defendeu a candidatura do mula a presidente. 

É a mesma que, a serviço do PT, deu destaque ao dossiê Caymam fabricado pelo Maluf para afetar FHC; ao dossiê falso dos aloprados peteístas para prejudicar o Serra. É a mesma que nunca se posicionou claramente contra a corrupção e, em muitos casos, a abafa. 

É a mesma que se vende para este ou para aquele conforme sejam os interesses deste ou daquele. É a mesma que dá destaque ao desarmamento, à morte do menino João Hélio, mas abafa o assassino que foi diretor do Estadão e que matou a amante e que está em liberdade e de cujo status não sai uma linha nos jornais. 

É a mesma que abafa o roubo no cemitério desse modista infecto chamado Ronaldo Ésper. 

É a mesma que abafa o hiper-super-super-faturamento das obras feitas para o Pan Americano. 

É a mesma que achincalhou o Prefeito de São Paulo só porque este não autorizou a venda de um terreno municipal para uma certa emissora de TV.

Eu poderia continuar aqui enumerando os casos, mas o espaço é pequeno. 

Há muito tempo aprendi que ninguém é tão pequeno que não tenha o que ensinar, nem tão grande que não tenha o que aprender. Paulo Henrique Amorim, finalmente, apesar da sua pequenez, conseguiu dar uma dentro. Antes tarde do que nunca... Embora o que ele escreveu seja absolutamente óbvio e ter sido motivado pelos inúmeros recalques que possui por haver sido despedido da Globo, da TV Bandeirantes, da Cultura, etc, e trabalhar hoje numa emissora que não gosta..., as suas palavras são mais que verdadeiras, reais, atuais e um triste retrato da merda de imprensa que o Brasil tem. 

Mas, já diz o ditado: pra quem é, bacalhau basta! Para o tipo de povo que a lê, esta imprensa que informa, desinforma, mente e falseia, está até de bom tamanho. 

Prejudicados ficam os crédulos, os idiotas que acreditam em ética, moral, honra, dignidade e que este país pode um dia ter jeito.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Lula... o eterno mitômano!




Sair do pessimismo.

de Daniel Innerarity, professor titular de Filosofia da Universidade de Zaragoza - 07/09/2007

Resumo: [para ler o artigo original em espanhol, clique AQUI]

Acho que boa parte do que se passa com a esquerda em muitos países do mundo é que ela se limita a ser a antidireita, algo que não tem nada a ver com uma verdadeira alternativa, apesar das aparências. Já se disse que a esquerda quer não tanto despertar a esperança coletiva, mas sim inquietar o eleitorado para ganhar a preferência que, resignadamente, nos faz decidir pelo mal menor. Ou de modo sintético: atualmente, a direita é otimista e a esquerda, pessimista.

O que ocorre é que as emoções e as idéias estão mais estreitamente relacionadas do que podemos supor. Se examinarmos as coisas desta forma, percebemos o deslocamento ideológico que está acontecendo.

Tradicionalmente, a diferença entre progressista e conservador correspondia ao pessimismo e ao otimismo. Mas, em grande medida, isto não é mais assim. O estado de espírito geral da direita, que tem o seu maior expoente em Sarkozy, é justamente o contrário da resignação: decidida e atuante, sem complexos, confiante no futuro e com uma firme resolução de não deixar para ninguém o poder de comando da vanguarda.

Esta disposição é o que está trazendo dificuldades para uma esquerda que, muito embora tenha boas razões para se opor, não as tem no momento de propor algo melhor. Abraça-se a causa dos excluídos ou se converte em advogada do pluralismo, não o faz para construir a partir de tudo isso uma concepção alternativa do poder. A esquerda é, fundamentalmente, melancólica e reparadora. O socialismo é entendido atualmente como reparação das desigualdades da sociedade liberal.

A mentalidade reparadora configura-se às custas do pensamento inovador e antecipado. Desta forma, não se oferece ao cidadão uma interpretação coerente do mundo que nos espera, visto apenas como algo ameaçador. Mobilizar os bons sentimentos e evocar continuamente a ética não é suficiente; faz falta entender as mudanças sociais e saber de que modo podem ser conquistados, nas novas circunstâncias, os valores que o identificam a alguém.

A primeira dificuldade da esquerda para configurar-se como alternativa esperançosa provém desta espécie de "heroísmo diante do mercado", que impede a compreensão de sua verdadeira natureza. Para uma boa parte da esquerda, raciocinar economicamente é conspirar socialmente. Ela pensa que o social não pode ser preservado mais do que contra o econômico. A denúncia ritual da mercantilização do mundo e do neoliberalismo provém de uma tradição intelectual que contrapõe o social ao econômico, que tende a privilegiar o determinismo e as construções diante das oportunidades oferecidas pela mudança social.

Em vez de proclamar que "outro mundo é possível", é melhor imaginar outras formas de conceber e atuar neste mundo. A idéia de que não se pode fazer nada diante da globalização é uma desculpa da inapetência política. O que não se pode fazer é agir como antes. A esquerda não se livrará deste pessimismo que a atormenta enquanto não se esforçar para aproveitar as possibilidades geradas pela globalização e orientar as mudanças sociais num sentido mais justo e igualitário. Um projeto político deve encarnar uma esperança, racional e inteligente, ou não será mais do que a inércia necessária para continuar a manter-se sofrivelmente.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Peteísta é mesmo sem vergonha!

Não tem palavra e hoje sabemos que não tem ideologia.


El nuevo discurso de Emir Sader
por Hugo Scotte


Vejam como é a reputação lá fora do nosso “filósofo” de araque, sr. Emir Sader. Vale a pena ler o artigo, começando por algumas pérolas desse sujeito. Este artigo foi publicado em fevereiro de 2006 no La Jornada do México e fazia parte da minha coleção sobre as opiniões desse grupelho de bandidos chamado PT.
Emir Sader, en Jornal do Brasil, diciembre de 2003:
En 2004, definitivamente triunfará la esperanza o el miedo. Habrá triunfado el miedo: Si Lula continúa pidiendo para ser juzgado al final de su mandato.(…)

Si el equipo económico continúa siendo el sector más importante del gobierno. Si continúa la opción de recortar recursos para las políticas sociales.(…)

Si Lula y otros miembros del gobierno siguen sin decir que el mayor enemigo del país es el capital especulativo y continúan, al contrario, agradando a esos capitales para que vengan y se queden, en las condiciones que ellos quieran. Si se continúa exhibiendo el superávit de exportación como el gran ejemplo de pujanza de la economía brasileña, mientras se sigue mostrando el superávit fiscal como prueba de seriedad del gobierno.(…)

Si Heloísa Helena hubiera sido expulsada del PT, señalando el fin del carácter democrático y pluralista de ese partido.(…)

Si la reforma agraria no hubiera dejado de ser una promesa. Si Brasil continúa gastando más dinero en el pago de los intereses de la deuda que con la salud y la educación.(...)


Parece que el Emir Sader de 2003 no es el mismo de 2005. Sus ideas se modificaron profundamente a partir del momento en que el Partido Socialismo y Libertad conquistó su legalización y destacadas personalidades y militantes petistas, entre ellas Plínio de Arruda Sampaio, rompieron con el PT y se integraron al P-Sol.

Desde entonces, el profesor Sader escribió varios artículos donde ataca duramente al P-Sol. Su principal argumento es que el partido hace el juego de la derecha. Para demostrar que esa afirmación es correcta, realiza una retorcida transformación de la realidad – que nada tiene que ver con el método de quien se reivindica marxista – para afirmar categóricamente que existe hoy en Brasil una confrontación entre la derecha y la izquierda, lo que significa un enfrentamiento entre la derecha y el gobierno de Lula.

En el artículo publicado con el título de Entradas, salidas y banderas en el sitio de la Agência Carta Maior (ver texto completo) afirma que muchos de los militantes que salen del PT y se integran al P-Sol no diferencian los gobiernos de Lula y Fernando Enrique Cardoso y plantean una “opción reduccionista de la polarización (determinada por Sader) entre gobierno y oposición y no entre izquierda y derecha”.

Según el profesor, “La coyuntura actual está caracterizada por la ofensiva de la derecha contra el gobierno de Lula y contra el PT, a partir de los graves errores cometidos por la dirección anterior del partido y por el propio gobierno”.

La realidad no es así. Si alguna cosa caracteriza esta coyuntura es la increíble traición del Gobierno de Lula y de la Cúpula del PT a las aspiraciones populares y a los compromisos históricos asumidos por el partido.

La quiebra política y moral del Partido de los Trabajadores no fue provocada por una ofensiva de la derecha, sino por el abandono de los principios políticos y morales, por su opción descarada por el neoliberalismo y por la corrupción.

Chico de Oliveira, en una conferencia en Rio de Janeiro, el 5 de diciembre, ha definido muy bien la esencia del gobierno: “El gobierno de Lula es un gobierno de derecha”.

Pero el profesor Sader habla de “errores”, en política se cometen errores - eso no es ningún crimen, aunque los errores a veces cuesten muy caros -, pero no existen “errores éticos”, no existe una ética relativa, sujeta a errores o aciertos.

Si hoy la derecha está a la ofensiva y pretende desangrar hasta la última gota al Gobierno de Lula, no es por causa de la “explotación” de esos supuestos errores por parte de las CPIs (Comisiones Parlamentarias de Investigación).

El origen de esa situación es el esquema de corrupción que, como un cáncer, se diseminó por el gobierno y el partido del gobierno, contaminando la estructura nacional de cuadros y manchando la última bandera que el PT todavía podía enarbolar: la de la ética en la política. Salió a la superficie, de manera escandalosa, la chocante realidad de las campañas electorales del partido y de su propia estructura, sustentadas por capitales fantasmas, ligados a negocios con el Estado y tal vez por otros capitales de origen más que dudoso.

La derecha no ataca al gobierno y al PT por causa de su política económica y social. Ocurre exactamente lo contrario. Eso explica que el PSDB (Partido de la Social Democracia Brasileña) y el PFL (Partido del Frente Liberal), no exijan la renuncia o el impeachment del presidente, ni la salida del ministro de Economía, ni siquiera del ministro de la Reforma Agraria. El gobierno de Lula no representa un peligro para la oligarquía brasileña, el sistema financiero internacional, ni el imperialismo. Los tucanes (integrantes del PSDB) y pefelistas (miembros del PFL) arremeten contra Lula para debilitarlo políticamente, para evitar su reelección y porque quieren retornar al gobierno y retomar las riendas del poder.

La polarización real

¿Cuál es la polarización o la contradicción real en el país? Un marxista mínimamente serio la definiría a partir de los antagonismos de clases enfrentadas. La situación actual se presenta como un enfrentamiento entre la burguesía y su gobierno - el Gobierno de Lula - por un lado y los trabajadores y el pueblo por el otro. El gobierno dirige una política económica neoliberal contra los trabajadores, los campesinos y el pueblo explotado. Pero de esta situación también se desprenden resistencias y ofensivas populares, como los 100 días de huelga de los profesores universitarios o la revuelta de la población y los jóvenes de Recife contra el aumento de los pasajes de transporte urbano. En el terreno político el nacimiento, la consolidación y el crecimiento del P-Sol forman parte de este proceso.

La política internacional de Lula

El malabarismo de Sader continúa cuando se refiere a la política internacional: “hay políticas que no se encuadran en la lógica neoliberal, aunque minoritarias, porque la política externa brasileña - aunque con problemas, como Haití – (el resaltado es nuestro) se constituye en una fuerza importante en la lucha por un mundo multipolar (de ahí el odio que suscita en la gran prensa y en la derecha en general).

Es lamentable que un intelectual como Sader, reconocido por su lucha contra el neoliberalismo y el imperialismo, afirme que la política brasileña en Haití es “un problema” De esa manera oculta la cruda verdad: en Haití el Gobierno de Lula tiene las manos sucias de sangre del pueblo más pobre del continente. La represión al pueblo haitiano sirve de moneda para intentar comprar el tan deseado escaño en el Consejo de Seguridad de las Naciones Unidas (sin derecho a veto, por supuesto).

La intervención militar en Haití muestra descaradamente ni más, ni menos, que Brasil forma parte del dispositivo de dominación política montado por el imperialismo de los Estados Unidos. No es casual que tanto la Secretaria de Estado estadounidense Condoleezza Rice, como el propio presidente Bush, hayan ratificado que Lula es su mejor aliado en un continente donde hay crecientes enfrentamientos con la política imperialista de la Casa Blanca.

La política de Lula no tiene nada que ver con la política de Hugo Chávez. Sader pretende mostrar al P-Sol como alejado de Chávez y de la revolución venezolana. No hay nada más falso y equivocado. El P-Sol defiende la política de integración continental del ALBA (Alianza Bolivariana de las Américas) y el gobierno de Lula se niega a apoyar esta iniciativa independiente y soberana.

Los ataques al P-Sol

Llegamos al anatema clásico lanzado por el inquisidor Sader: el nuevo partido tendría un discurso de ultra izquierda y una política de derecha: “votos y alianzas tácticas con la derecha por parte del P-Sol contra el gobierno - posiciones clásicas de ultra izquierda”.

Aquí comienza a aparecer más claramente el verdadero sentido del nuevo discurso de Sader.

Después de atacar el “fracaso” de la “operación de la candidatura de Plínio de Arruda Sampaio de agrupar para una ruptura en masa del PT”. El profeta Sader augura que los “compañeros valiosos” – que salieron del PT – “van a enfrentar un marco político e ideológico mucho más distante de lo que tenían en la relación con tendencias del PT como la Articulación de Izquierda y Democracia Socialista”.

Sader manda un claro mensaje para aquellos petistas que entraron y continúan entrando en el nuevo partido. No deben aceptar esa dirección, es necesario domesticar al P-Sol. Es preciso mantener la “unidad de izquierda” y para eso existen límites establecidos por el propio Sader: el P-Sol sólo puede existir como satélite del PT, sólo puede ser una especie de nuevo PCdoB (Partido Comunista do Brasil). Eso es lo que Sader quiere, un nuevo partido de izquierda domesticado, que no ataque al PT y que inclusive lo vote en las elecciones.

Pero para eso es necesario descalificarlo, acusando al P-Sol de “institucional” y “electoralista” (el PT puede participar de las elecciones, el P-Sol no debería). Pero no nos dejemos engañar por la retórica del profesor Sader y vayamos a la cuestión de fondo: lo que verdaderamente está en juego es el tema del segundo turno en las elecciones. Para mantener la unidad de la izquierda y enfrentar a la derecha, los militantes del P-Sol deberían apoyar a los candidatos del PT en la segunda vuelta, para tener la conciencia tranquila, para sentir la íntima satisfacción de que enfrentaron a la derecha, defendiendo un gobierno que no es de izquierda pero es atacado por esa derecha… y para merecer la aprobación de los nuevos profetas del New PT, que permiten geberosamente la existencia de una izquierda domesticada e impotente.

El P-Sol quiere la reunificación de la izquierda verdaderamente consecuente. Reconoce que hay muchos militantes valiosos en el PT. Pero para ser realmente de izquierda, para ser realmente consecuente, es necesario enfrentar a ese gobierno. La izquierda socialista no puede tener nada en común con un partido que mantiene, reproduce y profundiza el neoliberalismo.

Pero Sader sigue insistiendo: “el PT continúa siendo el mejor espacio para esa acumulación, la fuerza más importante de la izquierda - de su capacidad de contribuir para levantar esas banderas depende inclusive el futuro de otros sectores de izquierda, que dependen de un PT y de una izquierda fuertes y firmes en la lucha antineoliberal, por lo que deben colaborar y no actuar en contra. Porque lo que queda no son las entradas y salidas - son las banderas”. Una afirmación totalmente fuera de la realidad.

El PT de hoy es incapaz de llevar adelante el combate contra el neoliberalismo, porque el Gobierno de Lula - el actual, el único que existe, - aplica en todos los frentes, la política neoliberal.

La izquierda, el pueblo, el P-Sol, no deben colaborar con ese partido que sostiene a un gobierno neoliberal y que intenta reelegir a Luiz Inácio Lula da Silva como Presidente de la República.

El pueblo brasileño tiene derecho a buscar otros caminos, de participar de otras experiencias, de votar en otros candidatos que enfrenten de verdad al neoliberalismo. Ese pueblo que supo combatir la dictadura y construir instrumentos de organización independientes, de clase, tendrá en el P-Sol una referencia y un espacio de participación política. En el 2006, la candidatura de Heloísa Helena se presenta como la verdadera opción de izquierda y antineoliberal. El Partido Socialismo y Libertad está siendo construido como una herramienta de lucha contra el neoliberalismo, pero también por el socialismo y la libertad.

No pierda su tiempo, profesor Sader, el P-Sol no es una especie de parásito que se alimenta del PT. Tal vez sea mejor dejar la arrogancia de lado e intentar entender - y aceptar - la realidad.

En una cosa estamos de acuerdo: “lo que queda no son las entradas y salidas – son las banderas”. Sólo que el partido que usted defiende quedó con las banderas enlodadas, olvidadas. El P-Sol las enarbola y se organiza alrededor de ellas: independencia de clase, antiimperialismo, solidaridad, socialismo y libertad. Son esas las banderas que la verdadera izquierda empuña y ellas flamean agitadas por el viento de la Historia.

Como o Lula é notícia lá fora – 5

El mejor amigo de Bush
Pedro Fuentes



Contrastando con la “acogida” que tuvo en Argentina, Bush salvó las apariencias de su incursión en el continente con el encuentro con Lula. Los sectores de la izquierda que continúan defendiendo que la política internacional de Lula es progresista, deben reflexionar sobre las opiniones del presidente estadounidense sobre el presidente de Brasil. La confianza depositada por Bush en Lula es tan grande como el odio que tiene por Chávez. No se trata de una cuestión de afectos personales.

Bush demuestra su aprecio a quien envió tropas a Haití, a quien – junto con el club de “Amigos de Venezuela” y la OEA – intentó colocar a Chávez en una situación delicada. Lula, el mismo que criticó a Kitchner por la renegociación de una parte de la deuda externa y que mantiene el récord mundial del pago de intereses de la deuda externa: 299 mil de millones de reais, 130 mil de millones de dólares, pagos desde enero de 2003 hasta setiembre de 2005.

Bush cuenta con el gobierno de Lula como el más apto para intentar controlar la tempestad desencadenada en el continente. Existe una profunda lógica en esta conducta. Lula representa fielmente los intereses de la burguesía brasileña que tiene relaciones estructurales e históricas con la estadounidense.

Desde la segunda mitad del siglo XX y especialmente durante la dictadura militar, los Estados Unidos se apoyaron en Brasil para amortiguar la situación creada en el continente después de la revolución cubana. Desde entonces, el imperialismo yanquee aceptó que la burguesía aplicara en la región una política con elementos de “subimperialismo” en relación a otros países latinoamericanos.

Por eso, está totalmente fuera de la realidad la idea de que Lula tenga una posición en el campo antiimperialista de Chávez, que aplica una política con fuertes elementos progresistas ante el imperialismo.

“Hugo Chávez estuvo a punto de hacer naufragar la Cumbre de Brasilia, celebrada el 30 de setiembre, para poner en marcha la CSN (Comunidad Sudamericana de Naciones) al negarse a firmar la declaración protocolar. Chávez criticó la estructura institucional por repetir las fórmulas fracasadas del MERCOSUR y de la Comunidad Andina de Naciones y sostuvo en el estilo directo y franco que lo caracteriza, que por ese camino la integración regional sería solamente “en el año 2200”. (Argenpress)

La burguesía brasileña es hábil al utilizar el contexto político latinoamericano para favorecer sus intereses y fortalecerse como exportadora en el mercado mundial. Brasil, junto al grupo de los 20 – de los cuales son pocos los países latinoamericanos – está consiguiendo la anulación de los subsidios agrícolas de Europa y de los Estados Unidos.

Pero esta política está bien lejos de los programas de integración latinoamericana en el terreno político y comercial. La abolición de los subsidios no es una política para integrar Latinoamérica y enfrentar al imperialismo, ella defiende el agronegocio, las grandes empresas de la soja y las agroindustrias, muchas integradas visceralmente a las multinacionales imperialistas – por otro lado – enfrenta a los campesinos europeos, que con su movilización defienden esos subsidios.

La crisis del MERCOSUR es otro ejemplo de las diferencias entre la política del gobierno venezolano y las de los gobiernos de Brasil y Argentina. El MERCOSUR vive en crisis desde su inicio. Los enfrentamientos entre la burguesía brasileña y argentina fueron permanentes en relación a los impuestos sobre calzados, arroz, electrodomésticos, etc.

Esas dificultades demuestran la incapacidad de las burguesías nativas de establecer un acuerdo de intercambio que funcione, a causa de sus propios intereses, pero también por la dependencia del imperialismo. En este contexto, es imposible llegar a relaciones comerciales aceptables, ellas no pueden ser igualitarias, en la medida en que todo intercambio es visado por el lucro capitalista.


Esta notícia não saiu aqui. 

Reparem como o Lula é tratado. 


Este é mais outro exemplo de que o que aqui se comenta sobre o prestígio do Lula lá fora, é totalmente falso. 


Lá fora, especialmente na América Latina, o Lula não passa de um capacho dos interesses americanos. Tem fama de ser um vendido e, claro, um sujeito sem caráter que prometeu muito e não cumpriu nada. 


É lamentável que aqui sejamos também enganados no que diz respeito à tão decantada fama de estadista do Lula que a imprensa brasileira nos empurra olhos a dentro. 


E o Lula ainda fala mal do jornalismo brasileiro. Pura tática para boi dormir. Dá nojo ser brasileiro!!!

Como o Lula é notícia lá fora - 3

Brasil como problema

Raúl Zibechi

En los últimos días dos prestigiosos economistas de izquierda coincidieron en apuntar hacia el gobierno de Luiz Inacio Lula da Silva como responsable por el retraso de la puesta en marcha del Banco del Sur. Con ello desnudaron que detrás de las declaraciones en favor de la integración regional, juegan un papel relevante los intereses vinculados con las multinacionales que están bloqueando las mejores intenciones encabezadas por Venezuela y Ecuador, secundadas por la mayor parte de los países sudamericanos.

El peruano Oscar Ugarteche, en un artículo titulado “Brasil versus Banco del Sur”, fue muy explícito al señalar que lo único que falta es voluntad política ya que los problemas técnicos están resueltos y el banco cuenta ya con estatuto: “La mayor resistencia del gobierno brasileño a la arquitectura regional es que quisiera que el Banco del Sur financie la IIRSA (Integración de la Infraestructura Regional Sudamericana)”. El gobierno de Lula ha colocado en el centro de su política regional este conjunto de obras que buscan fomentar el comercio biocénico (Pacífico-Atlántico), para poner los recursos naturales de modo más barato y rápido en los mercados del primer mundo.

En realidad Brasil no necesita un banco regional que se desempeñe como entidad de desarrollo ya que posee su propio banco, el Banco Nacional de Desarrollo Económico y Social, que cuenta con mayores recursos para invertir en la región que el BID y el Banco Mundial. Por eso, como señala Ugarteche, puso “el taco en la tierra” para frenar el lanzamiento del Banco del Sur que se iba a producir en julio en Venezuela. La conclusión, según el economista, es que “oponerse a la arquitectura financiera sudamericana es hacerle un servicio al status quo, al Tesoro estadunidense y a las instituciones financieras de Washington, debilitadas y desprestigiadas”.

El belga Eric Toussaint, presidente del Comité para la Anulación de la Deuda del Tercer Mundo, aseguró en entrevista que “Brasil no apoya la iniciativa del Banco del Sur porque no lo necesita para sus proyectos de potencia económica”. Sin embargo, el gobierno de Lula participa formalmente en la iniciativa “ya que si este banco se concretiza, Brasil no puede estar ausente porque podría perder una parte del peso dominante que tiene”. Mientras los gobiernos de Hugo Chávez, Rafael Correa y Evo Morales quieren acelerar la puesta en marcha del Banco del Sur, “Brasil trata de reducir la velocidad”, concluye Toussaint.

El tema no es menor y no depende de voluntades personales sino de estrategias de larga duración. Brasil quiere ser la potencia global de Sudamérica, y para ello necesita alzarse con la hegemonía regional. La IIRSA es una de las herramientas, ya que el principal beneficiado en la región será la burguesía paulista, por vía doble: se asegura la rápida circulación de mercancías hacia el norte y el grueso de las empresas constructoras de estas gigantescas obras de infraestructura serán brasileñas. Pero la IIRSA no es una creación de Lula, sino del anterior gobierno de Fernando Henrique Cardoso. Lula se limita a continuarla y profundizarla.

Es necesario, entonces, comprender la estrategia de Brasil. En un reciente libro Samuel Pinheiro Guimaraes (Desafios brasileiros na era dos gigantes, Contraponto, 2006), el número dos de la diplomacia de Itamaraty explica los objetivos a largo plazo de su país: “El ascenso brasileño a la condición de gran potencia no debe ser considerado una utopía, sino un objetivo nacional necesario. Su no realización correspondería al fracaso en enfrentar los desafíos que tiene por delante y, por tanto, aceleraría el ingreso en un periodo de gran inestabilidad (y eventuales conflictos internos)”. Uno de los principales “desafíos” se relaciona con la distribución de la riqueza, ya que Brasil es considerado el “campeón mundial de la desigualdad”. Agrega que Sudamérica “es la región clave y base para la estrategia mundial de Brasil”.

La claridad del diplomático permite comprender el tipo de integración que busca Brasil. La burguesía brasileña opera de la misma forma como lo hacía la europea en los albores del imperialismo: para no verse forzada a una distribución de la riqueza necesitó expandirse hacia las regiones más pobres en las que podía obtener ganancias suplementarias. ¿No es eso lo que están haciendo las elites brasileñas, cuyas empresas dominan ya porciones importantes de las fuerzas productivas y de los recursos naturales de Bolivia, Uruguay, Paraguay, Ecuador y Argentina?

Es cierto, como apunta Ugarteche, que la oportunidad es ahora que el gobierno de George W. Bush está debilitado y no puede oponerse a una integración sudamericana autónoma al área del dólar. No sería la primera vez que una nación de este continente le hace el juego a la superpotencia. Pero sería la primera ocasión en que un gobierno que se proclama de “izquierda” contribuye a reforzar los lazos de dependencia. Por eso el debate abierto resulta prioritario. Los gobernantes de la región, por elementales razones diplomáticas, no pueden apuntar con el dedo a gobernantes de otros países. Pero los demás no podemos ni debemos disimular la existencia de dos caminos opuestos y contradictorios.

Ciertamente la situación en Brasil es muy difícil, sobre todo para los movimientos que son la única izquierda realmente existente. La opción por el etanol realizada por Lula al recibir a Bush en marzo pasado, equivale a darle vía libre a las multinacionales para avanzar sobre la Amazonia y la agricultura familiar. Por eso llama la atención que intelectuales europeos como Toni Negri, en gira por varios países de la región, sostenga la peregrina tesis de que todos los gobiernos progresistas apuntan en la misma dirección ya que fortalecen el multilateralismo. Eso es cierto, pero supone una mirada eurocéntrica. En estos momentos, en este continente, el verdadero multilateralismo pasa por impulsar una integración capaz de desafiar la hegemonía estadunidense, no de reforzarla.
Este tipo de notícia não é publicado aqui. 


Vale a pena ler como somos vistos lá fora e como a imprensa brasileira, estrábica, venal e conspurcada só ataca o que lhe interessa. 


Que ataque o Lula, aplaudo de pé, pois esse sujeito é um escárnio para todos nós que ainda acreditamos num Brasil viável. 


Contudo, deveria, a meu ver, dar publicação, TAMBÉM, a este tipo de opinião. Entretanto, o que noto, isso sim, são determinados artigos de jornalistas brasileiros que plagiam textos como este acima, como se deles fossem. 


Porquê o fazem? 


Ora, assim, eu também posso ser jornalista...

Como o Lula é notícia lá fora – 4

O Artigo abaixo, publicado no jornal Mexicano ‘La Jornada’ é assinado por um Brasileiro que aqui dentro fala e escreve o contrário. Vale a pena ler e depois vomitar. 

El enigma Lula
01-09-2007


Por Emir Sader - profesor de la Universidade de São Paulo (USP) y de la Universidade do Estado do Río de Janeiro (UERJ)

La extensa entrevista concedida por el presidente brasileño Lula al periódico O Estado de Sao Paulo, el domingo 26 de agosto, presenta, en toda su dimensión, el enigma, la contradicción viva que representan él y su gobierno. Cualquiera puede aislar una u otra respuesta para intentar confirmar sus posiciones –sea de adhesión total al gobierno, sea de crítica radical, por la izquierda o por la derecha. Pero nadie puede, considerando la totalidad de la entrevista de cinco páginas, dejar de ver que se busca un arreglo de cuentas de un gobierno que recibe, a la vez, la más dura oposición de la gran prensa brasileña, la simpatía de la gran mayoría de las capas pobres, la crítica de parte importante de la izquierda y el apoyo del gran empresariado.

A Lula le gusta utilizar la expresión del cantante brasileño Raul Seixas, “metamorfosis ambulante”, para intentar definirse, para decir que así habría logrado rehuir de las tentaciones que él llama “principismo”, como referencia a lo que serían, a su juicio, posiciones dogmáticas. Esto puede servir para captar las trasformaciones ideológicas y políticas desde que irrumpió en la vida política brasileña como líder sindical de oposición a la dictadura militar, hace ya 30 años. Sin embargo, lo que hace es parecer que Lula simplemente se adaptó a las condiciones concretas para ejercer el poder para todos los brasileños, a la vez puede ser leído como una auténtica conversión ideológica a las condiciones funcionales de reproducción del capitalismo brasileño.

La primera impresión de esto es el reforzamiento del carácter monopolista y antidemocrático de la prensa brasileña. Aunque obtuvo el apoyo mayoritario del pueblo, según los resultados electorales de hace nueve meses que lo llevaron a ser relegido, y que las encuestas de opinión confirman el enorme apoyo que recibe –aun con nuevas crisis, explotadas ampliamente por la prensa–, en particular de los más pobres, la gran mayoría de la población. Sin embargo, el punto de vista del gobierno no está presente cotidianamente en la gran prensa, monolítica en su férrea oposición, que excluye totalmente ópticas plurales.

Lula no esconde que lo que considera el éxito más grande de su gobierno sería exactamente aquello por lo que es más criticado por la izquierda: la política económica. Pero inmediatamente agrega las prioridades de su política exterior: alianzas en América Latina y con el sur del mundo. Cuando le preguntan en qué medida esa política es mérito suyo o si la ha recibido de su antecesor (Fernando Henrique Cardoso), lo cuestiona, diciendo que de haber sostenido la política heredada el país habría quebrado.

En su visión, esa conducción económica es la condición para el gran éxito de sus políticas sociales. Parte indispensable de su programa de gobierno se finca en la Carta a los brasileños, gracias a la cual se garantiza mantener los compromisos heredados –sobre todo con el capital financiero, que había desarrollado un fuerte ataque especulativo frente a la posibilidad de victoria de Lula en 2002–, que le permitió superar el apoyo de 35 por ciento –piso histórico de sus candidaturas previas a la presidencia– hacia los 61 por ciento que finalmente alcanzó. Trata así de justificar los sacrificios que impuso, en el primer año de gobierno, cuando aumentó el superávit primario por encima de lo que demandó el FMI.

Sobre los conflictos recientes de la política exterior brasileña, Lula intenta disminuir su dimensión, confirmando el interés de Brasil en construir el gasoducto sudamericano y afirmando que todavía se está discutiendo la naturaleza del Banco del Sur. Reitera la disposición de Brasil de ser más generoso con los países menos desarrollados de la región (Bolivia, Paraguay y Uruguay).

Confiesa que tiene fundamento la preocupación por la disputa entre el etanol y la producción de alimentos. “En un país como México, el alza del precio del maíz, por ejemplo, genera un problema grave porque el pueblo come mucha tortilla”, dice, para concluir que “la política de combustibles no puede entrar en conflicto con la política de alimentos”. Subestimando los conflictos que la prensa exhibe con Hugo Chávez, explica que Venezuela está comprando tres barcos de etanol de Brasil.

Sin embargo, Lula no menciona el carácter de las nuevas relaciones con Estados Unidos a partir de las visitas mutuas con Bush, así como tampoco aborda otros temas por los que es criticado duramente desde sectores más de izquierda en Brasil, como los transgénicos, la no apertura de los archivos de la dictadura, la persecución a radios comunitarias, el lento avance de la reforma agraria, así como, especialmente, la independencia de hecho del Banco Central y la libre circulación de los capitales en la esfera financiera.

O nosso “filósofo” Emir Sader, aquele que escreve textos em português cheios de erros e defende o sapão e o PT a ferro e fogo, quando escreve em espanhol, [se é que o texto foi escrito por ele], muda o tom. 


O artigo acima apareceu-me, de repente, num dos jornais mexicanos que assino. Não é meu costume publicar ou ler textos desse intelectual de araque. Entretanto, o título chamou a minha atenção. 

Fiquei surpreso com o conteúdo.

É interessante notar que Emir Sader não nega a sua nacionalidade. 


Nem poderia. 

A hipocrisia está no sangue. 

Como bom brasileiro e peteísta, ele também tem duas caras, duas opiniões e dois tipos de textos distintos; um cheio de erros que defende o sapão e outro, em outro idioma, sem erros, que o ataca. 

Quem o leu em 2003 e o lê agora, fora do Brasil, é claro, é possível identificar mais outro malabarismo deste ilustre professor que já foi condenado a prisão por mentir, insultar e acusar sem provas, as quais só existiam na sua mente transloucada. 

É o fim da picada! 

Eu realmente tenho vergonha de ser brasileiro.


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