Pior que viver no Brasil é ter que regressar a ele.

No amontoado de revistas e jornais que guardaram durante a minha ausência vi retratado, no branco, a negritude funesta da alma que se tornou a brasileira.
O “pretejar” das consciências caminha cada vez mais para a escuridão total; para ausência absoluta da falta de caráter de um povo. O sem escrúpulos “nestepaiz” chegou ao ponto de adulterar o leite com soda cáustica e água oxigenada.
Leite que tem como seu principal usuário a criança que precisa crescer com saúde.
O queijo também foi falsificado às toneladas. Isso também li. O Laboratório “X” dedicou-se ao longo de vários anos a adulterar e a falsificar exames de DNA, tornando filho quem não é filho de pai/ mãe que, em alguns casos, conforme li, nem trepação houvera.
Em pouco mais de um mês, a quantidade de crianças recém nascidas, enfiadas em sacos de plástico, jogadas no lixão, em beira de estrada e nas margens de rios, são, definitivamente, o prenúncio marcado do pouco valor que já se dá ao ser humano “nestepaiz”, de governo corrupto, e analfabeto na presidência, eleito por uma maioria esmagadora de gente sem princípios morais, cívicos ou de cidadania.
Os aviões e helicópteros continuam a cair pelo descaso e pela corrupção generalizada que impera aqui, mais que em outros lugares. Três helicópteros despencam no mesmo dia e se descobre que o agente do governo, num deles, nem habilitado estava para a função que desempenhava.
No dia seguinte cai um avião particular na sopa de uma família que almoçava reunida. Todos mortos e o fraudador da constituição nem se pronuncia a respeito. Que pode ele pronunciar se é um rematado fraudador?
A cidade maravilhosa já virou um Congo às claras e abertas. Ainda lembro o quão acertado foi aquele jornalista, nos jogos pan-americanos lá passados, quando escreveu no quadro de avisos da central de jornalismo: “Welcome to Congo”. Foi criticado, defenestrado, mas estava certo como nunca.
Só aquele Prefeito que lá se locupleta, e no seu ex-blog escreve abobrinhas, disfarça a realidade. Ah... em conjunto com aqueles, milhares deles e delas, que se manifestam pela paz e depois das passeatas vão correndo aos morros para se abastecerem de drogas, que alimentam a guerra para a qual querem tanto que haja paz.
Brasília já virou uma latrina a céu aberto.
Saí daqui com o Presidente do Senado a ponto de ser cassado. Volto e descubro que até o paladino da ética, [só para quem não o conhece], o Sr. Mercadante, mercantilizou a absolvição do meliante, do sem caráter, do sem escrúpulos.
Não me surpreende que no carimbo do Congresso esteja escrito “CONGREÇO nacional”. Isso mesmo: com “Ç”. Não é à toa que em Jundiaí, no interior de São Paulo, vários pais pediram na Justiça que filhos fossem reprovados.
Os pais de um dos pimpolhos, o que estava na quarta série do Ensino Fundamental, recorreram ao Judiciário para pedir a reprovação do próprio filho. Outros dois casais alegaram, em outro pedido, que os seus rebentos receberam um ensino precário numa escola municipal e não poderiam ser aprovados. Nem tudo está perdido. Ainda existe alguma ética “nestepaiz” de maioria sem ética, sem escrúpulos e sem vergonha na cara.
Ainda na política leio que a Justiça acusa o Zeca do PT, o ex-governador de Mato Grosso do Sul, de um desvio milionário de dinheiro público. Ele é acusado de improbidade administrativa, peculato e uso de documentos falsos. Desviou dinheiro do governo do estado por meio de contratos superfaturados e notas frias emitidas por gráficas e agências de publicidade....
Isso não é novidade! É mais outro bandido. Sendo do PT que novidade há na notícia? Que peteísta é bandido, já sabemos há muito tempo. Pena que a maioria sabe disso e vota neles.
Neste meu regresso ao Brasil, após 45 dias fora, dei-me conta que se algum grande acontecimento ocorreu ‘nestepaiz’ deve ter ocorrido em absoluto silêncio e por força da inércia.
Entretanto, percebi que por detrás das notícias visíveis e perceptíveis que li há um monstro adormecido, preguiçoso e torpe que se esconde no coração de todos aqueles que aqui vivem; ele raramente se move ou tenta agarrar algo.
Definitivamente não quero ser parte deste país e recuso-me frontalmente a abrigar tamanha monstruosidade dentro de mim. Regressar ao Brasil já não causa emoção e sim desespero e aflição.