Um exemplo do tipo de justiça que existe no Brasil.
Saíram
Deixaram
A casa simples de madeira , erguida para abrigar a família , foi expropriada sem direito à indenização . “Tem 20 anos que nóis mora aqui , e o que nóis vai fazer ? Morar embaixo da lona ?”, pergunta a agricultora. O ar de espanto se justifica diante da ação do próprio Estado , que havia levado vários programas , como o Luz para Todos , ao povoado de Posto da Mata .
No linguajar simples do campo , a tradução de “corredor ” é beira de estrada .
Equem quiser ver e ouvir Rosilda, basta uma pesquisa rápida no youtube. (ver vídeo acima)
Odepoimento está lá . Quando fala da terra que julgava sua , ela relata que pagou pelos 62 hectares . “Nóis não entrou, nóis não invadiu. Nóis comprou. E aqui não tinha índio , não morava índio . Como é que agora tem? Não conheci nenhum índio morando aqui .”
E
O
A desocupação foi feita sem a devida proteção dos direitos humanos .
AJustiça bem que determinou que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) enviasse
representante de suas comissões de direitos humanos para acompanhar a operação . Mas a regional do Mato Grosso não encontrou nenhum profissional disposto a cumprir a tarefa humanitária .
Nem o apoio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) os pequenos agricultores tiveram.
A
O artigo 4º do Decreto nº 1.775, de 08 de janeiro de 1996, determina que o Incra dê prioridade ao reassentamento de ocupantes de terras identificadas como tradicionalmente indígenas . O plano de desintrusão até previa reassentar a parcela de pequenos agricultores que tinha perfil de reforma agrária . Mas , nos lotes , em Ribeirão Cascalheira (MT), não há infraestrutura alguma. Nem água para matar a sede dos animais .
O Incra ofereceu apenas barracos de lona para abrigar aquelas famílias de pequenos produtores que , da noite para o dia , viraram sem-terra .
Aosque não tinham perfil de reforma agrária , nem o transporte prometido chegou. Uma “norma de execução ” do Incra diz que apenas “ocupantes não índios de boa fé ”, enquadrados nos critérios de reforma agrária , fazem jus a reassentamento . Rosilda e sua boa fé ficaram fora do programa .
Aos
A desocupação acabou, mas o quadro de insegurança jurídica permanece.
Quantas “Suiá Missus”mais teremos que assistir , por deficiência da legislação vigente?
Nada contra a preservação ou criação de áreas indígenas . Tudo a favor da segurança jurídica de um processo baseado em leis claras , de forma a não alimentar a antropologia da vingança em que gente simples , como a agricultora Rosilda, acaba no corredor e sem direito à indenização .
Meu comentário :
Com isso pretendem os esqualos togados demonstrar ao mundo que o Brasil é um país sério ... e, claro , ao mesmo tempo , dar passo a que advogados amancebados com o poder público − e pagos a peso de ouro , − possam interpor um sem fim de recursos a modo de conseguir dar ganho de caus a aos clientes .
Direito ao contraditório justificado pelo amplo direito à defesa ... Dizem! Sei.
Defesa de quem pode pagar os tais “bons ” advogados amancebados...; indefesa para quem não pode e se rende à tal justiça sem integridade .
Tanto assim é que o povo brasileiro , por seu lado , cego e bruto como é, na letargia mental onde coexiste, mal percebe que justiça extrema sempre significa extrema injustiça . Quiçá , por isso , aceita tão pacificamente o conceito mais burro que eu já vi: − “decisão judicial não se discute; é para se cumprir ”.
Quantas “Suiá Missus”
O que o leitor acaba de ler é só mais um dos milhões de exemplos da MERDA de justiça que existe no Brasil.
Nesse país administrado basicamente por ladrões , corruptos e bandidos das mais variadas vertentes e índoles , raro não é ver que por lá pouco ou nada se conhece do significado intrínseco de justiça .
Num país onde a “presidenta” é uma notória LADRA DE BANCOS , falsária e mentirosa patológica , eleita por voto direto , nada mais lógico do que o poder judiciário disfarçar a venalidade que o caracteriza aplicando o conceito Summum ius (Justiça extrema ), para qualquer decisão .
É a tal da justiça com direito ao contraditório .... Assim o Brasil fica bem na foto ... parecendo até um país civilizado e bem democrático ...
Os brasileiros nem percebem que os atributos das Leis e os da Justiça que os fazem justiçar impedem o afloramento da verdade singular ... como no caso da pobre agricultora Rosilda Pimentel
de Souza.