Oposição incompetente
Artigo publicado no "Blog do Noblat". Os meus agradecimentos ao Ricardo Noblat por sua gentileza.
Oposição incompetente
Por Félix Barbosa(*)
Bem-vindos aos fatos: o PT sangra e está acuado contra as cordas.
A oposição perdeu todas as mesas das CPMIs e é sistematicamente derrotada nas votações dos requerimentos que submete. Se Einstein media o valor de um homem pela medida em que ele [homem], se libertava do seu próprio eu.
Nos oposicionistas na CPMI dos Correios, vejo uma "medida" pequena.Para trazer o Doleiro Barcelona à CPMI, Álvaro Dias, ilustre senador da oposição, votou contra.
Na votação para convocação do ex-ministro Gushiken, uma "incontinência urinária" assolou alguns membros da oposição, justo na hora do voto.
O senador Artur Virgílio adepto das palavras bonitas, de difícil compreensão, nem apareceu na sala. Como ele, outros se virgularam de suas eméritas presenças no momento da votação.
O Resultado foi a derrota da oposição na sessão da CPMI dos Correios: PT 18 X oposição 11. (média ponderada dos votos recebidos pelos requerimentos da oposição no dia 18/08/2005).
Quem assistiu a essa sessão, pôde presenciar um festival de derrotas da oposição e a competência política da tropa de choque do PT, conduzida por Ideli Salvatti, Maurício Rands, Carlos Abicalil, sob o guarda chuva do Senador Delcidio Amaral.
Do lado da oposição o que se via era alguns galinhos garnisés, a começar pelo mais bonito parlamentar, o jovem ACM neto. Sem argumentação, sem eloqüência e verborragiando palavras apelativas, amargaram a "não aprovação" de todos os requerimentos para convocação dos, sobejamente conhecidos, mentores e operadores da maior crise de corrupção deste país.
Há muito se sabia do DNA corruptor do PT.
No entanto, a corrupção anterior, a egolatria do Sr. FHC, a falta de ética do falecido Sérgio Mota, a conspurcação do Serra com os laboratórios e a ação dos fundos de Pensão nas privatizações deram origem ao fenômeno Lula paz e amor.
Deram origem, sobretudo, à institucionalização da corrupção sistêmica e voraz que assistimos e, com nojo, nos defrontamos ao raiar de cada dia, nestes últimos três meses.
Os professores da corrupção foram superados pelos defensores da ética. Não só na arte de corromper, mas também na retórica, na capacidade de convencimento, na eloqüência dos argumentos.
Cedo ou tarde será preciso escolher um lado se quisermos permanecer humanos. A oposição, no entanto, escolhe todos, em nome da tal da "governabilidade". São contra o impeachment do Lula. Porém, afirmam que ele é autista; que nada sabe, que não tem condições de continuar governando.
No Brasil, política é com "p" minúsculo e significa dinheiro.
Nós nunca a compreenderemos.
Somos uma maioria analfabeta e não temos líderes de verdade.
Quem o era, já morreu. Quem ainda é, lembra da ditadura e está velho demais e sem forças. Só nos resta os Artur Virgilios, os Mãos Santas, ACMs, César Borges e outros que somem da sala da CPMI na hora de votar.
O Brasil é um organismo.
Todos nós somos células com diferentes finalidades. No entanto estamos entrelaçados, servindo uns aos outros. Mas maioria dos brasileiros não entende isso. Vemos uma UNE vendida - o futuro já vendido!
Vemos os sindicatos negociando migalhas. Vemos a compra de um avião, cujo preço construiria duas ou três universidades capazes gerarem bons líderes. Vemos uma oposição ao estilo PRONA, usar o nome de Deus insistentemente, para adornar parlapatices citatórias sejam elas do Livro Sagrado, de próceres ou de uma lista de frases em latim.
Já não surpreende como o PT conseguiu comprar tanta gente e manipular o Congresso Nacional. Temos uma oposição fraca, sem hombridade. As transmissões das CPIs, mostram-nos, com nitidez, os interesses ali grassantes. Nenhum deles é republicano.
Ao vê-los tratarem-se uns aos outros como Excelência, sinto um torpor lúcido, pesadamente incorpóreo, estagno, entre desonestidade e a hipocrisia, numa sensação à sombra da excrescência. Assistindo à performance dos chamados oposicionistas, minha atenção bóia entre dois mundos e vê cegamente a profundeza de um Brasil e a leviandade da sociedade eleitora de tais pessoas.
Tenho a impressão de que se ali adentrasse um policial e gritasse: - "POLICIA" – eles não sairiam correndo. Responderiam em uníssono: - "E aí amizade? Demorou pra chegar! Vai um chopinho?".
Diante de uma oposição tão contraditória, eu, crítico do Lula e do PT, devo reconhecer que há no gênio petista um elemento obscuro.
Aquele elemento confuso, real, mas difícil de definir, chamado mediunidade. Lula foi o veículo de um vasto número de tendências, se não tivesse sido tal veículo, não teria podido dominar a oposição incompetente. Foi essa que o enviou para que nela ingressasse, e Lula comandou e tem comandado, porque a venalidade da oposição assim lhe ordenou que o fizesse.
(*) Félix Barbosa, 49 anos, é engenheiro químico; Doutor em Literatura; Mestre em Literatura Espanhola; Mestre em Administração de Empresas; é Consultor de Empresas na área de contratos societários internacionais.
Aquele elemento confuso, real, mas difícil de definir, chamado mediunidade. Lula foi o veículo de um vasto número de tendências, se não tivesse sido tal veículo, não teria podido dominar a oposição incompetente. Foi essa que o enviou para que nela ingressasse, e Lula comandou e tem comandado, porque a venalidade da oposição assim lhe ordenou que o fizesse.
(*) Félix Barbosa, 49 anos, é engenheiro químico; Doutor em Literatura; Mestre em Literatura Espanhola; Mestre em Administração de Empresas; é Consultor de Empresas na área de contratos societários internacionais.