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quarta-feira, 21 de junho de 2006

Voto nulo ou anulo o voto?

Para quem não sabe, tenho um cachorro que parece gente. Na verdade, é melhor que gente. Só não escreve porque, de tão teimoso, insiste em não cortar as unhas. Mas fala. E fala tudinho. 

Outro dia, dizia-me ele que neste assunto da disputa televisivo-jornalistica entre PT e PSDB, parecia-lhe que a esquerda e a direita andavam trocadas. O meu amigo canino tem alguma razão, devo admitir.

Bem vistas as coisas, no caso desta quizumba, [como se diz no Rio de Janeiro], tenho visto mais pseudo-idealismo [democratizar um povo, fundar uma democracia], pseudo-otimismo [ser o inicio do fim do doentio status quo do neoliberalismo] e pseudomoralismo [defenestrar um presidente hipócrita, já com fama de chefe de bando que enganou o seu povo] do lado da direita que da esquerda.

A boa da esquerda passou a ser cínica, pragmática, moralmente contorcionista, hipócrita e medrosa [epítetos que habitualmente lançava sobre a direita]. A esquerda [que agora esconde o “bottom” do PT no lado interior da aba do paletó], acha que o Brasil tem um problema “interno” [porque o Alckmin não é uma ameaça para ninguém], logo, tão elegível para efeitos de sofrer uma puxada de tapete.

Todos reconhecem [o “todos” é sinal de meiguice] que, às mãos do Lula, nunca o país sofreu tamanho surrupiamento nos seus cofres públicos. O homem é, de fato, um perigo.

Mas a esquerda, que começa sempre as frases dizendo que FHC é um demagogo [por descargo de consciência, não se vá dar o caso de mais uma “síndrome Sarney”], logo se descarta do seu “grande coração” para dizer que este é um assunto que não obriga a nenhum tipo de ingerência pró-ativa. [seja lá o que isso quer dizer]. 


Devemos, isso sim, observar à distância, no aconchego do nosso sofá, como um certo triunvirato [mistura de rapadura, café e leite] brinca de esconde-esconde por mais, 3 meses. 

Até lá? Vão desaparecendo algumas centenas de evidências de corrupções passadas, mas, os hélas, são “efeitos colaterais”.

Curioso, não é? 


A esquerda não consegue ultrapassar o estigma da sua ética tão "desmoral". 

Não consegue pôr, para trás das costas, o eventual móbil do feito e fartamente comprovado, nem o seu preconceito cultural e político em relação ao PSDB em geral, e, FHC em particular. - Muito biodisel vai ter de ser vendido para tapar o buraco orçamental do esforço de governar o Brasil por 20 anos, não acham?

E ainda tem gente que apregoa o voto nulo.... 


Que tal parlamentarismo bem ao estilo Europeu? Pisou na bola, cai o governo e outro se constitui. 

Que pusilanimidade é essa de voto nulo? 

Somente alguém sem conhecimento político pode aventar tamanha insanidade num país tão cheio de contrastes como é o Brasil. Somente alguém sem conhecimento real e in situ deste país pode imaginar que tal loucura seja, remotamente, possível.

Com o devido respeito à liberdade de expressão que cada individuo tem, voto nulo me lembra a Petropaulo do Maluf e que São Paulo era um enorme lençol de petróleo....

Voto nulo é eleição sem responsabilidade; voto sem angústia. É brincar de democracia ao estilo avestruz e, depois, jogar a culpa nos Paulistas, nos nordestinos, nos antigos colonizadores, nos gringos ou então no diabo que nos carregue. Nunca em nós mesmos.


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