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quinta-feira, 9 de novembro de 2006

Provectos esquerdistas


Caro Reinaldo Azevedo,


Os nossos provectos esquerdistas, entre eles o já citado professor de 77 livros, são possuidores, quase patológicos, daquela síndrome que assola a cidade maravilhosa; [antes eu duvidada, hoje tenho a certeza], Isto é, repetem à exaustão as letras gordas das manchetes ou de livros escritos por pensadores [franceses na sua maioria], dos quais, tais provectos, não têm a menor idéia do que se trata. Mas repetem e dissertam como se entendedores fossem do assunto que, de orelhada, mal pescaram. Vemos e ouvimos isso através do nosso apedeuta de 60 milhões de votos.
Portanto, nestepaiz do “prá mim fazer”, do “mim liga”, do “nóiz véve mutxo bem” e “a nível de”; das famigeradas “menas que”, sem mencionar o “de que” ou “nóiz vai”, a diferença entre opróbrio e “opróbio” ou entre esplendor e “explendor” são meras sutilezas partidárias entre quem é do núcleo e quem é festivo.

Os “opróbios” no seu “explendor” escolheram a demagogia, a mentira, o caixa dois, a particularização dos fundos de pensões, os mensalões, os sanguessugas, a corrupção às claras, o desejável controle da mídia, os roupões de algodão egípcio, as Gamecorp, e pintaram a estrela vermelha de amarelo e verde-louro..., a câmbio de meia dúzia de patacas, do “bolsa pra famelga”... Assim, menas, Reinaldo, menas..., pois entre você e eu e mais três ou quatro, o opróbrio já virou “opróbio” e já se tornou um costume nacional com todo o seu “explendor”. Provavelmente os 77 livros referendam isso e 10.000 assinaturas lhe dão voz.
Com certa tristeza, cada vez que leio o seu blog [coisa que faço a diário apenas por insistir na sanidade e afastar a solidão cívica], tenho a impressão que “atiramos pérolas aos porcos”, como se diz lá onde eu nasci. Afinal, nestepaiz si véve mutxo bem!

Um abraço


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