A consciência e a hipocrisia no jornalismo brasileiro.
A Hipocrisia |
A Consciência |
Várias vezes comentei aqui esse assunto. Necessidade alguma haveria de reprisá-lo.
A qualidade do jornalismo brasileiro continua ladeira abaixo.
O cinza tornou-se decisivamente a sua cor predominante e a venalidade o impulso a movê-lo.
No entanto, e apesar dessa constatação, nunca me havia deparado, frente a frente, com a boa e antiga consciência ética e com a hipocrisia; ambas jornalísticas, separadamente palpáveis em dois dos seus personagens mais ilustres.
Suspeitas tinha, mas jamais havia visto esses dois atributos plasmados de forma tão cristalina diante de mim.
Com peculiaridades tão antagônicas, creio que esses dois profissionais merecem algumas palavras. Especialmente pela forma como vejo e entendo os artigos que escrevem, cujos teores deveriam inflar ou desinflar opiniões ou contribuírem para o esclarecimento...
Um deles o faz. O outro não.
Explico:
No jornalismo de qualidade os detalhes são muito importantes. Se ignorados ou aviltados, como é hábito no Brasil, os danos podem ser terríveis. Tanto para leitores, quanto para protagonistas.
De um modo geral, o bom jornalismo, escrito e falado, deve espelhar o pensamento ético e o comportamento moral da sua sociedade.
Sobretudo, tornar os profissionais que lhes dão conteúdo em os arautos da vida, do sofrimento do povo, das mazelas do governo, porque a eles cabe denunciar as injustiças. Mostrar as tendências. Dar opiniões honestas e pautadas na ética. Assumir defesas e até acusações fundamentadas, quando necessárias.
O bom jornalismo tem o dever de informar, de explicar e, acima de tudo, de concluir. No Brasil isso não ocorre. Quando informa, não explica. Se explica, não conclui. E se conclui, perde-se em vieses dubitativos ou ambíguos, proporcionando mais confusão do que informação.
Quem nunca leu num jornal que o PIB aumentou e, duas folhas adiante, na coluna de algum jornalista conceituado, lê exatamente o contrário; ou vice-versa?
O bom jornalista, por defeito de profissão, deveria ser uma criatura consciente do material que tem em mãos. Derivado disso, a sua responsabilidade é bem maior que a de qualquer outro indivíduo, pois o que escreve ou diz chega a milhares de pessoas. Ele tem o poder de interpretar a realidade e fazê-la chegar a quem o lê ou escuta... e com isso mudar pensamentos, opiniões, comportamentos... e até influir nas decisões de um juri no tribunal.
Do computador de um jornalista podem sair palavras que se transformam em imagens; uma vez expostas ao público podem resultar de difícil compreensão e serem vistas como uma deturpação da realidade... ou mais reais que a própria realidade.
É o que acontece no caso presente; nesta comparação entre dois profissionais a quem a um chamei de consciência e ao outro de hipocrisia.
Se um me proporciona a confiança do seu texto e o prazer ou zanga de lê-lo, o outro causa-me geralmente suspeitas, indignação e às vezes asco.
Se um possui a preocupação de informar os fatos e/ou elucidá-los sob o seu ponto de vista, – o que é absolutamente louvável e, sobretudo ético, como deve ser o bom jornalista, – o outro faz desses mesmos fatos, medalhas para pendurá-las no peito, travestindo-os com amálgamas narrativas que mais confundem;... cujo objetivo, outro não é, senão criar pencas de celeumas a serviço claro do escopo que mais [lhe] interessa no momento. Às vezes por diversão perversa pura, suspeito.
Se um mostra em cada letra os escrúpulos que possui, o outro demonstra que não os tem; não só no que escreve, por vezes repleto de erros ortográficos e de concordâncias, mas, sobretudo, no que faz publicar ou pessoalmente publica.
E, há anos, no meio destes opostos estamos nós, leitores.
De um lado a responsabilidade. Se preferirem, a consciência de ser um bom jornalista; de expressar a opinião sincera sobre o que pensa de determinado assunto, importando-lhe pouco se agrada a gregos ou a troianos.
Certo para uns, errado para outros, ninguém fica indiferente ao que Reinaldo Azevedo escreve. Ou gosta ou não gosta. Concorda ou discorda. Não há meio-termo. O leitor não se agarra à suspeita nem dá de ombros para fugir dela.
Obviamente, nem tudo o que Reinaldo Azevedo escreve eu concordo, gosto ou acho que tem razão. Nem poderia. Temos digitais diferentes; graus de visão separados.
Porém, em tudo o que Reinaldo Azevedo escreve, sempre com redação impecável, – coisa raríssima no jornalismo brasileiro, – é possível perceber a sua opinião pessoal ou o lado do muro que escolheu. Os seus textos transpiram cuidados esmerados com a ética e revelam-nos a coerência permanente dos seus princípios morais e políticos. – Na minha opinião, isso é jornalismo. Bom jornalismo. Uma demonstração inequívoca de consciência responsável de como se deve tratar o material sobre o qual se disserta.
Já do outro lado, num extremo distante, também há muitos anos, vejo Ricardo Noblat. O “pescador de frases” fora de contexto e seu uso na manipulação. É a irresponsabilidade profissional. A burla pessoal. A ambivalência no comentário, no conteúdo... e até na tergiversação.
Em síntese, a hipocrisia sem pudor.
O cinismo em preto e branco.
A dissimulação.
O blefe.
A falta de escrúpulos.
O esquecimento absoluto de que a principal função de um jornalista é informar, não confundir; muito menos provocar a patuléia a câmbio de pseudo-interesses santarrões ou avoengos... igualmente hipócritas.
Ricardo Noblat representa bem a essência do que passou a ser o jornalismo brasileiro. Não é um jornalista, e sim... só mais outro jornaleiro que mexe com jornais.
Portanto, se quisermos entender estes dois profissionais tão opostos, no país dos contrastes, é preciso recorrer a Shakespeare. Através dele será possível entender a existência de milhares de Ricardos Noblats... e como Reinaldo Azevedo se sobressai, tão luminoso, num facho de luz em meio ao nevoeiro jornalístico que predomina no Brasil.
Se Ricardo Noblat, no seu terninho brilhante, a lo mafioso da Little Italy americana, é a tragédia do jornalismo e, no que escreve, apenas deixa para meditação e gosto amargo, uma fila interminável de interrogações, Reinaldo Azevedo mostra-nos, sem catarses, o que é ser ou não ser.
Para ilustrar o que aqui comento, vale a pena ler alguns artigos e comparar:
REINALDO AZEVEDO (apenas 2 demonstrações claras do bom jornalismo)
Quando Aiatoélio Quis Ser O Próprio Profeta
(Artigo contundente que desmascara Élio Caspari… o tal de, reza a fama, “reputação ilibada”).
Datafolha, Inconformados E Frenofóbicos
(Este artigo prova como os chamados “expoentes do jornalismo brasileiro” não passam de escrevinhadores a serviço de interesses escusos).
com:
RICARDO NOBLAT, (apenas 2 das suas muitas manipulações):
Brasileira torturada na Suíça aborta gêmeos
(Notícia dada em primeira mão por Noblat, cuja irresponsabilidade quase provocou uma crise diplomática. Dois dias depois provou-se que o jornalista defendia uma vigarista, que nunca esteve grávida e que, inclusive, foi presa e condenada pela justiça Suíça).
Este blog está com Renan e não abre
(Noblat defendendo um dos maiores corruptos que o Brasil tem... apenas para provocar a algazarra da patuléia).
A qualidade do jornalismo brasileiro continua ladeira abaixo.
O cinza tornou-se decisivamente a sua cor predominante e a venalidade o impulso a movê-lo.
No entanto, e apesar dessa constatação, nunca me havia deparado, frente a frente, com a boa e antiga consciência ética e com a hipocrisia; ambas jornalísticas, separadamente palpáveis em dois dos seus personagens mais ilustres.
Suspeitas tinha, mas jamais havia visto esses dois atributos plasmados de forma tão cristalina diante de mim.
Com peculiaridades tão antagônicas, creio que esses dois profissionais merecem algumas palavras. Especialmente pela forma como vejo e entendo os artigos que escrevem, cujos teores deveriam inflar ou desinflar opiniões ou contribuírem para o esclarecimento...
Um deles o faz. O outro não.
Explico:
No jornalismo de qualidade os detalhes são muito importantes. Se ignorados ou aviltados, como é hábito no Brasil, os danos podem ser terríveis. Tanto para leitores, quanto para protagonistas.
De um modo geral, o bom jornalismo, escrito e falado, deve espelhar o pensamento ético e o comportamento moral da sua sociedade.
Sobretudo, tornar os profissionais que lhes dão conteúdo em os arautos da vida, do sofrimento do povo, das mazelas do governo, porque a eles cabe denunciar as injustiças. Mostrar as tendências. Dar opiniões honestas e pautadas na ética. Assumir defesas e até acusações fundamentadas, quando necessárias.
O bom jornalismo tem o dever de informar, de explicar e, acima de tudo, de concluir. No Brasil isso não ocorre. Quando informa, não explica. Se explica, não conclui. E se conclui, perde-se em vieses dubitativos ou ambíguos, proporcionando mais confusão do que informação.
Quem nunca leu num jornal que o PIB aumentou e, duas folhas adiante, na coluna de algum jornalista conceituado, lê exatamente o contrário; ou vice-versa?
O bom jornalista, por defeito de profissão, deveria ser uma criatura consciente do material que tem em mãos. Derivado disso, a sua responsabilidade é bem maior que a de qualquer outro indivíduo, pois o que escreve ou diz chega a milhares de pessoas. Ele tem o poder de interpretar a realidade e fazê-la chegar a quem o lê ou escuta... e com isso mudar pensamentos, opiniões, comportamentos... e até influir nas decisões de um juri no tribunal.
Do computador de um jornalista podem sair palavras que se transformam em imagens; uma vez expostas ao público podem resultar de difícil compreensão e serem vistas como uma deturpação da realidade... ou mais reais que a própria realidade.
É o que acontece no caso presente; nesta comparação entre dois profissionais a quem a um chamei de consciência e ao outro de hipocrisia.
Se um me proporciona a confiança do seu texto e o prazer ou zanga de lê-lo, o outro causa-me geralmente suspeitas, indignação e às vezes asco.
Se um possui a preocupação de informar os fatos e/ou elucidá-los sob o seu ponto de vista, – o que é absolutamente louvável e, sobretudo ético, como deve ser o bom jornalista, – o outro faz desses mesmos fatos, medalhas para pendurá-las no peito, travestindo-os com amálgamas narrativas que mais confundem;... cujo objetivo, outro não é, senão criar pencas de celeumas a serviço claro do escopo que mais [lhe] interessa no momento. Às vezes por diversão perversa pura, suspeito.
Se um mostra em cada letra os escrúpulos que possui, o outro demonstra que não os tem; não só no que escreve, por vezes repleto de erros ortográficos e de concordâncias, mas, sobretudo, no que faz publicar ou pessoalmente publica.
E, há anos, no meio destes opostos estamos nós, leitores.
De um lado a responsabilidade. Se preferirem, a consciência de ser um bom jornalista; de expressar a opinião sincera sobre o que pensa de determinado assunto, importando-lhe pouco se agrada a gregos ou a troianos.
Certo para uns, errado para outros, ninguém fica indiferente ao que Reinaldo Azevedo escreve. Ou gosta ou não gosta. Concorda ou discorda. Não há meio-termo. O leitor não se agarra à suspeita nem dá de ombros para fugir dela.
Obviamente, nem tudo o que Reinaldo Azevedo escreve eu concordo, gosto ou acho que tem razão. Nem poderia. Temos digitais diferentes; graus de visão separados.
Porém, em tudo o que Reinaldo Azevedo escreve, sempre com redação impecável, – coisa raríssima no jornalismo brasileiro, – é possível perceber a sua opinião pessoal ou o lado do muro que escolheu. Os seus textos transpiram cuidados esmerados com a ética e revelam-nos a coerência permanente dos seus princípios morais e políticos. – Na minha opinião, isso é jornalismo. Bom jornalismo. Uma demonstração inequívoca de consciência responsável de como se deve tratar o material sobre o qual se disserta.
Já do outro lado, num extremo distante, também há muitos anos, vejo Ricardo Noblat. O “pescador de frases” fora de contexto e seu uso na manipulação. É a irresponsabilidade profissional. A burla pessoal. A ambivalência no comentário, no conteúdo... e até na tergiversação.
Em síntese, a hipocrisia sem pudor.
O cinismo em preto e branco.
A dissimulação.
O blefe.
A falta de escrúpulos.
O esquecimento absoluto de que a principal função de um jornalista é informar, não confundir; muito menos provocar a patuléia a câmbio de pseudo-interesses santarrões ou avoengos... igualmente hipócritas.
Ricardo Noblat representa bem a essência do que passou a ser o jornalismo brasileiro. Não é um jornalista, e sim... só mais outro jornaleiro que mexe com jornais.
Portanto, se quisermos entender estes dois profissionais tão opostos, no país dos contrastes, é preciso recorrer a Shakespeare. Através dele será possível entender a existência de milhares de Ricardos Noblats... e como Reinaldo Azevedo se sobressai, tão luminoso, num facho de luz em meio ao nevoeiro jornalístico que predomina no Brasil.
Se Ricardo Noblat, no seu terninho brilhante, a lo mafioso da Little Italy americana, é a tragédia do jornalismo e, no que escreve, apenas deixa para meditação e gosto amargo, uma fila interminável de interrogações, Reinaldo Azevedo mostra-nos, sem catarses, o que é ser ou não ser.
Para ilustrar o que aqui comento, vale a pena ler alguns artigos e comparar:
REINALDO AZEVEDO (apenas 2 demonstrações claras do bom jornalismo)
Quando Aiatoélio Quis Ser O Próprio Profeta
(Artigo contundente que desmascara Élio Caspari… o tal de, reza a fama, “reputação ilibada”).
Datafolha, Inconformados E Frenofóbicos
(Este artigo prova como os chamados “expoentes do jornalismo brasileiro” não passam de escrevinhadores a serviço de interesses escusos).
com:
RICARDO NOBLAT, (apenas 2 das suas muitas manipulações):
Brasileira torturada na Suíça aborta gêmeos
(Notícia dada em primeira mão por Noblat, cuja irresponsabilidade quase provocou uma crise diplomática. Dois dias depois provou-se que o jornalista defendia uma vigarista, que nunca esteve grávida e que, inclusive, foi presa e condenada pela justiça Suíça).
Este blog está com Renan e não abre
(Noblat defendendo um dos maiores corruptos que o Brasil tem... apenas para provocar a algazarra da patuléia).