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segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Tempos de retrocesso

Editorial do Jornal folha de S. Paulo - domingo, 23 de agosto de 2009.

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Lula e seus aliados transformam a política em acobertamento mútuo e camaradagem sem nenhum escrúpulo”.

SEM NOVIDADE. Sustentando o senador José Sarney no Conselho de Ética, o PT simplesmente repete o clássico roteiro a que já se assistiu durante o escândalo do mensalão, o episódio dos "aloprados" e a manipulação do caso Oi-Brasil Telecom.

Provoca alguma tristeza, e alguns sorrisos, o drama pessoal do líder petista no Senado, Aloizio Mercadante, que anunciou em plenário sua disposição de continuar no cargo, apesar da demissão "irrevogável" veiculada na véspera.

A respeito de seu choroso depoimento no Senado, afirmando que continuaria a ser líder da bancada petista, mais vale o silêncio do que qualquer comentário crítico.

Não cabe, aqui, julgar dilemas individuais de quem quer que seja. O que importa notar, entretanto, é o vazio partidário e político que se abriu no país, conforme se consolidou o poder de Lula na Presidência e os acordos que possibilitaram seu exercício.

Mais do que cogitar acerca do caráter pessoal dos participantes da comédia, seria importante refletir sobre as condições práticas do que, a torto e a direito, chama-se a "governabilidade".

Será de fato necessário preservar uma suposta ordem nos negócios de Estado ao preço do pleno desprezo pela ética básica dos cidadãos?

Será que, em nome de uma candidatura artificial e estranha às instâncias partidárias -a da ministra Dilma Rousseff-, cumpre defender não os interesses de um partido aliado, mas esta ou aquela personalidade sob o foco das investigações?

No fundo, reedita-se hoje um comportamento político que, há quase sete décadas, foi definido pelo sociólogo Sérgio Buarque de Hollanda no seu clássico "Raízes do Brasil".

Lula e seus "companheiros", Lula e seus aliados, seus acólitos, ou seja lá que nome tenham: tudo corresponde exatamente ao perfil do "homem cordial", traçado por Sérgio Buarque.

Princípios, valores, códigos e programas não importam nesse modo de viver a política.

O "cordial", no caso, não se refere às características próprias de amabilidade e simpatia que um político possa ter -sobram a Lula, faltam a Dilma Rousseff, pouco importa. Trata-se, sobretudo, do predomínio do favorecimento pessoal sobre o cálculo e a racionalidade de Estado.

Lula, Sarney, Mercadante e tantos outros abdicaram de valores e princípios. A política se transforma em acobertamento mútuo e camaradagem sem escrúpulo.

Naufragam nesse processo tanto o PT -antigo arauto da renovação social e ética no país- como o PMDB, valioso instrumento, se é que alguém se lembra, da luta contra a ditadura.

O que resta de toda a farsa? Talvez a atitude de alguns políticos que abandonam o partido; talvez as reações de uma aturdida opinião pública, que acompanha cada lance de desmoralização institucional e de vergonha pessoal vivida durante o governo Lula. Tempos cordiais. Tempos de retrocesso e de vexame.

domingo, 23 de agosto de 2009

As patacoadas do Lula.

Lula completamente
embriagado
Lula, ao deixar o Pinheiro Palace Hotel em Rio Branco, no Acre, ontem, 22/08, afirmou:

"É muito difícil alguém dividir o eleitorado do PT. Acho que nem eu divido. Petista é que nem flamenguista, que nem corintiano, não se divide nunca”.

Tirando a metáfora futebolística, a primeira parte da fala do Lula é uma tradução parafraseada das primeiras palavras de Adolf Hitler, no discurso após as eleições de Setembro de 1930, quando o partido Nazi teve a sua primeira vitória.

Será que os marqueteiros do Lula andam reavivando velhos conceitos, acreditando serem os novos Goebbels tupiniquins?

Em marketing já diz o ditado: – "Nada se cria tudo se copia". – Mais no Brasil onde o desconhecimento histórico campeia a olhos vistos a memória nem se lembra que existe.

Quem sabe, esses marqueteiros – que deram para racionalizar o irracional, ensinando esse tipo de patacoada ao analfabeto, – algum dia se dêem conta que democracia tem o fulgor de astro nas mãos do um justo, mas brilha como espada se empunhada por um celerado.

Venezuela, Bolívia, Equador e agora a Colômbia estão aí para mostrar os riscos que corre o Brasil na sua imberbe democracia.

Porém, não nos esqueçamos que historicamente o Brasil tem sido o dia seguinte da América Latina.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Pior que ex-fumante só mesmo ex-petista.

O jornal O Globo publicou hoje:

Para analistas, ética cedeu lugar ao pragmatismo no PT.
De ex-petistas de carteirinha a sociólogos, historiadores e cientistas políticos, o raciocínio recorrente quando analisada a atual crise que atinge o PT é o de que, há tempos, a ética deu lugar à conveniência eleitoral
”.

Se tiver estômago, leia o resto da reportagem «
AQUI»

Esta reportagem global faz-me lembrar que, cinco séculos antes de Cristo, existiu na Grécia um filósofo que costumava chorar diante das conjeturas da vida e de coisas que realçam o conhecimento humano.

Seu nome era Heráclito.

Entre os seus conceitos havia este: – “Se tudo se torna tudo, cada coisa contêm em si o que nega”.

Diante da realidade atual do Brasil certamente Heráclito não choraria. Sorriria como faço eu; especialmente diante dos proselitismos de “ex-petistas de carteirinha, sociólogos, historiadores e cientistas políticos”: – “de que, há tempos, a ética petista deu lugar à conveniência eleitoral”.

Desde quando o PT teve ética? ou;

Desde quando o PT, como partido, teve algum interesse em modificar algo político no Brasil que não fosse a locupletação dos seus próprios dirigentes e a perpetuação no poder?

Entre o ter e o alardear há uma diferença enorme. Do mesmo modo entre o ser doutor em algo e sequer ter estudado para tal; algo muito ao gosto idiossincrático brasileiro.

Em outras palavras, é como ter uma carteira de motorista comprada, hábito praticado e procurado por uma enorme parcela da sociedade brasileira.

Enfim, é o que sempre digo: - ex-petista é como ex-fumante. - São um pé no saco! Usam e abusam da hipocrisia e do cinismo que a falta de escrúpulos lhes proporciona.

Adotam e proclamam novas opiniões/convicções que nunca tiveram no afã de se tornarem um tudo, negando a própria essência.

Deixam de ser o que sempre foram para apresentar uma face caiada com a qual tentam esconder a podridão de caráter que possuem.

Só quem lidou com o PT numa mesa de negociação sindical pode testemunhar o que aqui afirmo. Do contrário, digam o que disserem, nenhum desses hipócritas sequer conhece a verdadeira índole do petismo; muito menos as suas entranhas.

Se hoje saem com essas parlapatices é porque deixaram de ser pagos.

Alegar hoje que sempre lutaram contra José Sarney por este representar todo o contrário do ideário petista é uma grande falácia. É uma mentira enorme. Uma MEN-TI-RA das mais sujas que já existiu.

Melhor fosse que esses mesmos ex-petistas e sociólogos revelassem o quanto receberam pela publicação dos seus livros que ninguém leu ou lê; cujo fato, em prol da ganância pessoal, os fez apequenarem os escrúpulos e racionalizarem o que é irracional...

E a patuléia nem se deu conta que se tornou motivo de riso e, ao mesmo tempo, de dolorosa vergonha.

Melhor fora que esses hoje auto denominados analistas políticos e historiadores contassem de viva voz sobre os subsídios, viagens e ajudas que receberam para se tornarem papagaios repetidores da falsa ideologia petista que ajudaram a prevalecer durante vinte anos.

Brasileiro é sem dúvida alguma um ser sem caráter e a imprensa nacional um texto à parte na comédia nacional.

Inegavelmente, quando tudo se torna tudo, cada coisa contêm em si o que nega!

O triste fim de Aloizio Mercadante


Aloizio Mercadante, senador pelo PT-SP, representa bem o fenótipo do petista que, ao fim e ao cabo, é a manifestação detectável do genótipo brasileiro.

Desde as manchetes de jornais falsas que apresentava no horário eleitoral na tentativa de reeleição de Marta Suplicy à prefeitura de SP, passando pelas suas absurdas concepções econômicas, ridicularizadas pelos próprios companheiros de partido, até à presente e patética atuação na crise do Senado, este senador nada mais é que um equilibrista bamboleante na vida de um partido amoral.

É um verdadeiro outsider, apenas imbuído do oportunismo representativo de cada situação.

Falta de escrúpulos, de caráter e de hombridade são os seus melhores atributos.

Foi assim durante a luta pela queda da CPMF; piorou durante a crise do mensalão e atingiu o auge no ataque a Lina Vieira.

Em síntese, é só mais um brasileiro desprovido de atributos morais que se reveste de arrogância na tentativa de mostrar algo que não é, nem capacidade tem para ser.

Quem afirmar que esse homem é decente estará acreditando numa utopia ambulante com bigode na frente.

Mercadante diz que vai renunciar ao posto de líder do PT no senado. Pois eu, contra todos os prognósticos, duvido!

Aloizio Mercadante não é homem nem tem caráter para manter a palavra dada. Era assim de garoto; é assim de adulto. Se fosse o contrário, não estaria no PT.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

O governo petista está nu.

Com a saída do Senador Flávio Arns o PT ficou reduzido à sua origem; à sua essência. Aos sindicalistas que o fundaram; ao grupo alavão que deu à ética o seu significado mais brasileiro; a sua verdadeira índole.

Lula por excelência e Mercadante ou os demais petistas por adjacência, pois são incapazes de outros fins, representam bem o natural alborqueiro, idiossincrasia inata do brasileiro.

Mas alguém acha que tal peculiaridade é ou será percebida pelo povo?

Lastimo quem pensar que sim. Especialmente os 69% que, brasileiros sendo, apóiam o próprio reflexo.

Como tenho repetido à exaustão, – há anos, – se FHC foi uma ferida para o Brasil, o Lula foi um câncer e o PT a sua metástase.

Não é de surpreender, portanto, que:

1- a criminalidade brasileira esteja à espera em cada esquina das principais cidades;

2- a imprensa nacional seja estrábica e geralmente fútil ou embrionária;

3- a política brasileira seja com “p” bem minúsculo;

4- o povo seja acéfalo e arapuqueiro.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Collor de Mello versus Pompeu de Toledo


Antes de prosseguir, gostaria de convidá-lo, caro leitor, a ler primeiro os dois artigos que me inspiraram a escrever estas palavras. Se os ler poderá entender melhor o texto abaixo. Para tanto, clique «AQUI» ou nas respectivas fotos. Após a leitura encontrará um link para retornar a esta página.

Na extrema-esquerda desta crônica coloquei Fernando Collor de Mello; atual senador pelo PTB de Alagoas. Um autêntico filho de reputíssima dama da necessidade, no sentido mais comprovado que a expressão possa abranger; cujo significado político é igual.

Já foi presidente do Brasil, veja só. O povo votou nele por ser “bonitinho”, graças a uma das campanhas mais sórdidas, vis e corruptas já realizadas diretamente pela Rede Globo de Televisão e suas venais e depravadas organizações Globo.

Collor de Mello, aos poucos dias do seu governo, arruinou milhões de vidas populares. Congelou a poupança e as aplicações financeiras de todos os brasileiros. Teve gente que se suicidou de vergonha por não poder atender aos compromissos. Milhares de pequenas empresas faliram. Milhões ficaram sem comer.

Nada aconteceu com Collor de Mello. O povo prejudicado mostrou o esplendor da sua excelsa covardia congênita e calou; a estudantada pintou as caras e os pais aceitaram o que a TV Globo disse para aceitar!

Foi um carnaval fora de época, pintado de verde e amarelo.

No entanto, Collor de Mello por ter cuspido no prato que comeu, isto é, não ter atendido aos interesses nada republicanos de quem o pôs no Palácio da Alvorada, foi escorraçado da presidência como rato miserável que é, pra neguinho algum botar defeito.

A TV Globo igualmente trabalhou bastante para isso acontecer.

Os místicos alegaram logo que, o que aqui se faz aqui se paga. Santa ingenuidade!

Obviamente, como acontece sempre no Brasil com esta classe de gente, o Supremo Tribunal Federal declarou-se hipocritamente incompetente para julgá-lo pelos crimes dos quais era acusado; apesar das testemunhas, provas fartas, cheques e demais falcatruas documentadas.

Foi inocentado. Fez o que quis e nada pagou.

Com maior obviedade ainda, – também como é habitual no Brasil, – Collor de Mello voltou à cena política brasileira, – como senador, – pelos braços de um povo alienado, tolo, comprovadamente estulto; sem um pingo de dignidade ou vergonha na cara. O povo alagoano! O qual, cabe o destaque, não difere em absoluto de qualquer outro vivente, espalhado às pencas pelos demais Estados brasileiros.

Os mesmos que o levaram à presidência. Os místicos.

Assim, no flanco direito, para contraponto, caro leitor, coloquei em linha reta de admiração no escrever o senhor Roberto Pompeu de Toledo. Comparado ao chibalé acima, só posso afirmar que é um colunista renomado da revista Veja, onde, na maioria das vezes, para meu deleite, escreve artigos muito interessantes e verdadeiros.

Como eu gostaria de escrever assim.

Tão verdadeiros são, com freqüência as palavra neles refletidas parecem-me terem sido arrancadas do meu pensamento, cuja razão foi incapaz de dar ordem aos dedos para pô-las num papel.

Não conheço pessoalmente nenhum dos sublimes brasileiros com os quais ilustro esta crônica. No entanto, se diferenças faço, é porque, – como se diz lá na terra onde nasci, – eu não estava lá, não vi nem ouvi, mas posso ser testemunha.

É fato sabido, – aqui tampouco é novidade – que brasileiro adora merda. Convive no meio dela. Vota nela. Come-a todos os dias e, freqüentemente expressa-a nas idéias, nos atos; até nos diálogos mais quotidianos e imaculados.

Quem nunca escutou nas reuniões familiares o marido ou a esposa enviarem-se um ao outro, metaforicamente, à merda; como modo de falar tipo “não me enche” ou “pára de dizer bobagem”? Não é tomado como ofensa. Nem poderia. É só um modo brasileiro de expressar...

As namoradas para os namoradinhos – e vice-versa, – são pródigos na sua utilização. Colegas de trabalho abusam da verbalização.

De igual forma pouco espanta, portanto, que o sonho de consumo luxurioso de todo o brasileiro seja a bunda, de onde sai a merda.

Mulheres e homens brasileiros, inclusive, fazem questão de se exercitarem para desenvolverem glúteos avantajados e protuberantemente singulares. Talvez para maior produção e doação.

Se descaídos, querem-nos alçados; se achatados, lutam para avolumá-los. Existem até meias-calça com recheio tundá para os(as) mais tímidos(as).

Uma vez logrado os volumes desejados balançam-nos tremulantes com orgulho, para dá-los com prazer a desnudo.

Diante desta realidade não é de estranhar que o Senador Renan Calheiros, outro alagoano corrupto, refira-se – em plenário – ao Senador Tasso Jereissati com o produto que mais gosta.

Porque será que brasileiro tem a mania de falar para os outros o que come em casa?

Deve ser por isso que mudei de nacionalidade.

Enquanto brasileiro, pouco importa agora, jamais alardeei desse quitute nacional. Sequer provei. Nem de garoto briguento, nem de namorado preterido... Nem à falecida esposa – na intimidade viva ou ante o féretro – fui capaz de pronunciar tão abominável expressão. Talvez seja porque não engulo arroz nem feijão.

Não obstante, foi preciso sair do Brasil para mandar alguém àquela parte. Um brasileiro, tinha de ser.

Como a vida dá voltas.

Aconteceu recentemente; aqui em Bruxelas. Um funcionário do nacional-petismo-falocrata veio ao meu escritório tentar dissuadir-me de apresentar o relatório sobre o péssimo controle da rastreabilidade do gado brasileiro. Tadinho. Quando se atreveu a ameaçar-me, a minha estatura avolumou-se tal qual bunda brasileira para empurrá-lo escada abaixo.

A cada degrau, confesso, repeti essa odiosa palavra nas suas muitas e variadas combinações substantivas e adjetivas.

Será que o fiz para compensar os anos de Brasil que lá não a verbalizei? Se não foi, dou-me conta, enquanto escrevo, esqueci de exorcizar alguns gêneses brasileiros, sobreviventes à minha saída desse país de merda.

Portanto, o fato do atual Senador Collor de Mello repetir à insanidade no seu discurso em plenário: – “Eu tenho obrado em sua cabeça [referindo-se a Pompeu de Toledo], nesses últimos dias, venho obrando, obrando, obrando em sua cabeça...” – só comprova o que disse acima, no começa desta crônica:

– Fernando Collor de Mello é um sujeito sem princípios. Um meliante! Um crápula. Existe porque no Brasil só há homens de merda; – ou como se diz em Portugal: só há merdinhas pois nem para merda servem; – daí a insistência dos brasileiros em tê-la sempre na boca.


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