Translate

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Collor de Mello versus Pompeu de Toledo


Antes de prosseguir, gostaria de convidá-lo, caro leitor, a ler primeiro os dois artigos que me inspiraram a escrever estas palavras. Se os ler poderá entender melhor o texto abaixo. Para tanto, clique «AQUI» ou nas respectivas fotos. Após a leitura encontrará um link para retornar a esta página.

Na extrema-esquerda desta crônica coloquei Fernando Collor de Mello; atual senador pelo PTB de Alagoas. Um autêntico filho de reputíssima dama da necessidade, no sentido mais comprovado que a expressão possa abranger; cujo significado político é igual.

Já foi presidente do Brasil, veja só. O povo votou nele por ser “bonitinho”, graças a uma das campanhas mais sórdidas, vis e corruptas já realizadas diretamente pela Rede Globo de Televisão e suas venais e depravadas organizações Globo.

Collor de Mello, aos poucos dias do seu governo, arruinou milhões de vidas populares. Congelou a poupança e as aplicações financeiras de todos os brasileiros. Teve gente que se suicidou de vergonha por não poder atender aos compromissos. Milhares de pequenas empresas faliram. Milhões ficaram sem comer.

Nada aconteceu com Collor de Mello. O povo prejudicado mostrou o esplendor da sua excelsa covardia congênita e calou; a estudantada pintou as caras e os pais aceitaram o que a TV Globo disse para aceitar!

Foi um carnaval fora de época, pintado de verde e amarelo.

No entanto, Collor de Mello por ter cuspido no prato que comeu, isto é, não ter atendido aos interesses nada republicanos de quem o pôs no Palácio da Alvorada, foi escorraçado da presidência como rato miserável que é, pra neguinho algum botar defeito.

A TV Globo igualmente trabalhou bastante para isso acontecer.

Os místicos alegaram logo que, o que aqui se faz aqui se paga. Santa ingenuidade!

Obviamente, como acontece sempre no Brasil com esta classe de gente, o Supremo Tribunal Federal declarou-se hipocritamente incompetente para julgá-lo pelos crimes dos quais era acusado; apesar das testemunhas, provas fartas, cheques e demais falcatruas documentadas.

Foi inocentado. Fez o que quis e nada pagou.

Com maior obviedade ainda, – também como é habitual no Brasil, – Collor de Mello voltou à cena política brasileira, – como senador, – pelos braços de um povo alienado, tolo, comprovadamente estulto; sem um pingo de dignidade ou vergonha na cara. O povo alagoano! O qual, cabe o destaque, não difere em absoluto de qualquer outro vivente, espalhado às pencas pelos demais Estados brasileiros.

Os mesmos que o levaram à presidência. Os místicos.

Assim, no flanco direito, para contraponto, caro leitor, coloquei em linha reta de admiração no escrever o senhor Roberto Pompeu de Toledo. Comparado ao chibalé acima, só posso afirmar que é um colunista renomado da revista Veja, onde, na maioria das vezes, para meu deleite, escreve artigos muito interessantes e verdadeiros.

Como eu gostaria de escrever assim.

Tão verdadeiros são, com freqüência as palavra neles refletidas parecem-me terem sido arrancadas do meu pensamento, cuja razão foi incapaz de dar ordem aos dedos para pô-las num papel.

Não conheço pessoalmente nenhum dos sublimes brasileiros com os quais ilustro esta crônica. No entanto, se diferenças faço, é porque, – como se diz lá na terra onde nasci, – eu não estava lá, não vi nem ouvi, mas posso ser testemunha.

É fato sabido, – aqui tampouco é novidade – que brasileiro adora merda. Convive no meio dela. Vota nela. Come-a todos os dias e, freqüentemente expressa-a nas idéias, nos atos; até nos diálogos mais quotidianos e imaculados.

Quem nunca escutou nas reuniões familiares o marido ou a esposa enviarem-se um ao outro, metaforicamente, à merda; como modo de falar tipo “não me enche” ou “pára de dizer bobagem”? Não é tomado como ofensa. Nem poderia. É só um modo brasileiro de expressar...

As namoradas para os namoradinhos – e vice-versa, – são pródigos na sua utilização. Colegas de trabalho abusam da verbalização.

De igual forma pouco espanta, portanto, que o sonho de consumo luxurioso de todo o brasileiro seja a bunda, de onde sai a merda.

Mulheres e homens brasileiros, inclusive, fazem questão de se exercitarem para desenvolverem glúteos avantajados e protuberantemente singulares. Talvez para maior produção e doação.

Se descaídos, querem-nos alçados; se achatados, lutam para avolumá-los. Existem até meias-calça com recheio tundá para os(as) mais tímidos(as).

Uma vez logrado os volumes desejados balançam-nos tremulantes com orgulho, para dá-los com prazer a desnudo.

Diante desta realidade não é de estranhar que o Senador Renan Calheiros, outro alagoano corrupto, refira-se – em plenário – ao Senador Tasso Jereissati com o produto que mais gosta.

Porque será que brasileiro tem a mania de falar para os outros o que come em casa?

Deve ser por isso que mudei de nacionalidade.

Enquanto brasileiro, pouco importa agora, jamais alardeei desse quitute nacional. Sequer provei. Nem de garoto briguento, nem de namorado preterido... Nem à falecida esposa – na intimidade viva ou ante o féretro – fui capaz de pronunciar tão abominável expressão. Talvez seja porque não engulo arroz nem feijão.

Não obstante, foi preciso sair do Brasil para mandar alguém àquela parte. Um brasileiro, tinha de ser.

Como a vida dá voltas.

Aconteceu recentemente; aqui em Bruxelas. Um funcionário do nacional-petismo-falocrata veio ao meu escritório tentar dissuadir-me de apresentar o relatório sobre o péssimo controle da rastreabilidade do gado brasileiro. Tadinho. Quando se atreveu a ameaçar-me, a minha estatura avolumou-se tal qual bunda brasileira para empurrá-lo escada abaixo.

A cada degrau, confesso, repeti essa odiosa palavra nas suas muitas e variadas combinações substantivas e adjetivas.

Será que o fiz para compensar os anos de Brasil que lá não a verbalizei? Se não foi, dou-me conta, enquanto escrevo, esqueci de exorcizar alguns gêneses brasileiros, sobreviventes à minha saída desse país de merda.

Portanto, o fato do atual Senador Collor de Mello repetir à insanidade no seu discurso em plenário: – “Eu tenho obrado em sua cabeça [referindo-se a Pompeu de Toledo], nesses últimos dias, venho obrando, obrando, obrando em sua cabeça...” – só comprova o que disse acima, no começa desta crônica:

– Fernando Collor de Mello é um sujeito sem princípios. Um meliante! Um crápula. Existe porque no Brasil só há homens de merda; – ou como se diz em Portugal: só há merdinhas pois nem para merda servem; – daí a insistência dos brasileiros em tê-la sempre na boca.


Comentários: Para enviar por E-mail clique «AQUI»



x