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sábado, 15 de setembro de 2007

E viva o Senado!

do André Petry
Revista VEJA - Edição 2026 - 19 de setembro de 2007
[Assinante da Veja lê aqui]

Desde que os números da vergonha apareceram no placar já se bateu todo o tipo de bumbo contra o Senado. Já se disse que ficou menor e desmoralizado. Que está maculado, diminuído. Que sai do episódio lanhado e podre. Até já voltaram a aparecer propostas para extingui-lo, deixando o Parlamento reduzido à Câmara dos Deputados. O Senado, ao se deixar estuprar por Renan Calheiros e seus 40, passou a ser a melhor expressão do lixo institucional de Brasília.

Mas que nada. Que injustiça. E que equívoco.

O Senado é nosso. O Senado, essa instituição de 180 anos, está onde sempre esteve, funciona no mesmo endereço, com a mesma missão, com os mesmos poderes e prerrogativas. E é nosso, pertence aos cidadãos brasileiros. Neste momento, quem demoniza o Senado faz, mesmo sem querer, mesmo com a mais nobre das intenções, o jogo obscuro de Renan Calheiros e seus 40. Explico-me.

Desde o início de tudo, desde quando sua vida clandestina começou a ser revelada ao país, o senador Renan Calheiros agarrou-se ao Senado – e o uso da expressão "vida clandestina" aqui se refere aos negócios escusos da sala de jantar, e não aos ardores solares da alcova. Renan Calheiros agarrou-se ao Senado como se fosse propriedade sua, como se fosse uma de suas fazendas no interior de Alagoas. Com a ajuda patética de seus 40, agarrou-se à cadeira de presidente do Senado, recusando-se a abandoná-la, como se fosse um banco de praça de Murici. Defendeu-se sentado ao centro da mesa do Senado como se fosse balcão de sua cozinha. Homiziado no Senado, Renan Calheiros fez tudo isso para misturar sua pequenez à grandeza da Casa. Quem não lembra da passagem pedestre em que disse que qualquer ataque contra ele era um ataque contra o Senado?

Pois bem. É por isso, para manter-se homiziado no Senado, que Renan Calheiros já disse inclusive que ninguém é mais apropriado para presidir a instituição do que ele mesmo. "Se eu não tiver condição de presidir o Senado, quem vai ter?", indagou em entrevista à Rádio Gaúcha. Ora, com todo esse comportamento de confundir-se com o Senado, Renan Calheiros e seus 40 querem, além de tudo, roubar uma instituição da nação. Uma instituição que pertence a nós, cidadãos brasileiros. E não podemos, bestificados, entregar o Senado a Renan Calheiros e seus 40.

Renan Calheiros vai passar. Certamente vai passar mais tarde do que cedo, mas vai passar. Seu cardápio de opções políticas, neste momento, oferece só coisas como afastamento, licença, férias prolongadas, renúncia. É lamentável que seja assim, na medida em que deveria incluir apenas cassação, e ponto. Mas Renan está liquidado. É o sorriso do cadáver. Deixemos que se vá. Porque uma hora Renan vai embora. Mas fiquemos com o Senado. O Senado é nosso. Quem está pequeno e desmoralizado, maculado e diminuído, lanhado e podre são os senadores. Renan Calheiros e seus 40. O Senado, não. Viva o Senado!

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Mexer em paradigmas é perigoso?

De jvilsemar [do seu blog VINCIT OMNIA VERITAS] - Set 7th, 2007

- O lançamento do livro “A cabeça do brasileiro”(1) do pesquisador Alberto Almeida com certeza não irá agradar a alguns, principalmente políticos e outros grupos de esquerda ou de direita que sobrevivem da falta de conhecimentos das massas ignaras. Não faltará todo o tipo de argumentos maquiavélicos para desqualificar a pesquisa por parte da trupe elitista que se mantém no poder, incluindo algumas ONGS que mascaram muitas realidades sociais do Brasil. Afinal de contas eles têm que manter o mito das massas pobres, ingênuas e éticas, de preferência jogando as mesmas contra a classe média, como se fosse a culpada por todos os males deste País. Exemplos não faltam, pois até o Ilmo. Sr. Presidente Lula, da modorrenta República brasileira, em certos momentos de desgaste governamental, como já demonstrado na mídia, não hesita, maquiavelicamente, em jogar os pobres contra a classe média.

- O livro, infelizmente, será lido por uma minoria de brasileiros e a grande maioria nem tomará conhecimento, a exemplo do presidente da República que é avesso à leitura. O livro estará provando que a única saída para a República Federativa do Brasil é a EDUCAÇÃO, com todas as letras maiúsculas. Alias, neste blog, há algumas matérias sobre o assunto EDUCAÇÃO. Se você fizer parte da minoria que gosta de ler dê uma olhada e depois tire as suas conclusões e faça as suas críticas.

- A falta de senso ético e de outros pontos de vista apontados no livro por parte do brasileiro com pouco instrução tem um nexo causal centrado em atitudes educacionais de governos anteriores que, estrategicamente, retiraram do currículo do Ensino Médio disciplinas que ajudariam o brasileiro a compreender melhor o seu país. Estamos nos referindo as disciplinas de “Organização Social e Política do Brasil – (OSPB)” e “Educação Moral e Cívica – (EMC)”. Nas IES retiraram a disciplina de “Estudos dos Problemas Brasileiros”. Revanche pela ditadura? As coisas que deram certo no período ditatorial deveriam de ser mantidas e aprimoradas para o bem da democracia social, pois com certeza o Brasil seria um pouco melhor em termos de educação. Até prova em contrário, os que combateram a ditadura são os principais culpados pelo fracasso do ensino brasileiro e de até termos pessoas que mal sabem ler e escrever cursando alguma faculdade privada de qualidade altamente duvidosa.

- O livro do pesquisador Alberto Almeida poderá ser um marco que jogará mais luz em paradigmas anacrônicos e quem sabe despertar, em poucos, um caminho revolucionário para mudanças estratégicas educacionais como a transdisciplinaridade. O problema principal é o povo ignaro que é dominado por mídias poderosas e grupos que preferem que as coisas continuem assim, bem no estilo Big Brother do filme “1984” ou do filme “Fahrenheit 451”. Quem viver ou sobreviver verá as mudanças nos próximos anos!

1 ALMEIDA, Alberto. A Cabeça do Brasileiro. Editora Record, 1. ed – 2007.

Retrato da hipocrisia; da vergonha de ser brasileiro

Foto: Ailton de Freitas / Agência O Globo

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), cumprimenta, durante a sessão de hoje no plenário, o senador do PSDB Álvaro Dias (PR). Em primeiro plano, de mãozinha nas costas, Arthur Virgílio, que também é do PSDB (AM) e líder do partido no senado, faz um carinho no Renan. Que meigo! Que cena enternecedora. Até uma lágrima me rolou pelo rosto. Não foi à toa que Artur Virgílio sequer chegou a 4,5% dos votos dos Amazoninos, nas últimas eleições. Tenho impressão que se esse ser infecto se candidatar novamente a senador, nem isso receberá.

Vergonha Nacional

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quinta-feira, 13 de setembro de 2007

A quem interessa a absolvição de Renan Calheiros.

Quando ocorre um assassinato, a primeira coisa que a polícia pergunta é a quem esse crime interessa ou beneficia. A partir desta premissa esboça-se a linha da investigação para encontrar a autoria e, se for o caso, o(s) mandante(s).

Ontem, no Senado Federal ocorreu um crime. Ontem, onde a honra e a ética deveriam ter prevalecido, imperou a desonestidade, a falta de escrúpulos e a democracia foi assassinada. [não esqueça este anúncio].

O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), um dia antes havia profetizado: “Eu sei que nesta quarta-feira, quando o plenário do Senado votar pela cassação ou não do senador Renan Calheiros, vai haver uma morte. A morte política do próprio Renan, ou a morte política do Senado

A quem interessa a morte política do senado? É mais que “óbviolulante”; só interessa ao PT, ao Lula e a todos aqueles que neles votam e querem continuar, preguiçosamente, a assaltar o estado. Em outras palavras, interessa à maioria dos brasileiros. Interessa a todos aqueles que reelegeram os mensaleiros, a todos que votam no PT, a todos os sem ética, sem vergonha na cara; a todos os maus brasileiros. Interessa a todos aqueles que querem quebrar o equilíbrio entre os poderes. 


A quem, especificamente? 

Ops, novamente na linha da investigação aparecem o poder executivo, o PT, o Lula e o povo. Que estranho!

Na Finlândia Lula afirmou aos jornalistas quando lhe perguntaram sobre o julgamento do Renan: "o resultado que vier do Senado, a favor ou contra, devemos acatar". – Devemos quem, bebum?

O natural seria o mula dizer que isso era uma questão interna de outro poder. Mas não resistiu. Ignorante e imbecil que só, traiu-se a si mesmo e a verdade saiu-lhe pela boca.

Todos nós, com dois dedos ou menos de inteligência, sabemos que a decisão dos 40 senadores desmoraliza o Senado e avigora a posição do Lula; desequilibra a relação entre os poderes a favor de Lula. O fato do julgamento do Renan ter coincidido com a data do Lula no exterior é outra indicação.

Todos os senadores já sabiam e souberam com bastante antecedência que a bancada de senadores do PT, UNIDA, votaria a favor do Renan. Todos SABIAM! Mesmo que não soubessem, ouviram os discursos do Mercadante, - aquele que falsifica manchetes de jornais, - e o da líder da Bancada, Ideli Salvati, - a rainha das CPIs, - que hoje defende a corrupção.

Alguém acreditou naquela manobra do Suplicy e do Délcidio em apresentarem um projeto para votação aberta no senado?

Para os que não acreditam no jogo autoritário do PT espero que acreditem agora. O PT quer desmoralizar o Congresso e dar um golpe, tipo Chavez, para permanecer no poder.

Senão, vejamos o que Ricardo Galhardo escreveu hoje no jornal O Globo:

Dizendo estar enojada com a absolvição de Renan Calheiros, a cientista política Maria Victoria Benevides, ex-presidente da Comissão de Ética Pública, defendeu a extinção do Senado. A posição é defendida por setores do PT, ao qual é filiada, como o presidente do partido, Ricardo Berzoini.

– Minha primeira reação foi de nojo. Depois me senti ofendida quando o senador Almeida Lima (PMDB-CE) disse que a absolvição de Renan é uma vitória do povo. É um insulto, isso sim. Aquilo não foi uma sessão secreta, foi clandestina — afirmou. Para acrescentar:

– O Senado mostrou que é perfeitamente dispensável. É um clube magnífico. Como cientista política, iniciarei um debate pela extinção do Senado e pregarei o voto nulo para senador em 2010. Apesar de tudo o que passamos neste longo período de democracia, continuamos com uma cultura política calcada no compadrio, coronelismo e clientelismo.

O diretor-executivo da ONG Transparência Brasil, Cláudio Weber Abramo, endossou a proposta da cientista política.

– Pessoalmente sou favorável à extinção do Senado. É uma casa anacrônica, mas o pior não é isso: os senadores agem como se estivessem em Júpiter. A sessão secreta exemplifica isso à perfeição. Eles decidem lá entre eles e mandam uma banana para o povo — disse Abramo".

Dito isto, só para desafiar você leitor(a) a descobrir o autor do crime praticado ontem no Senado da República Brasileira, pergunto: QUEM FOI O ASSASSINO(A)? QUEM FORAM OS MANDANTES?

Depois de descobrir, veja se encontra quem foi o mandante. Tenha cuidado para não ficar diante de um espelho.

Um Exemplo da Imprensa Brasileira

O Post abaixo foi publicado no Blog do Noblat e assinado pelo próprio. Não vale a pena nem fazer comentários. Quem quiser acessar o blog, clique aqui. Se navegar por ele, verá os paradoxos e as contradições deste nobre jornalista. Ele chama de imparcialidade. Ainda bem!

"Este blog está com Renan e não abre - por Ricardo Noblat - 13.9.2007 - 14h28m

"Escrevi aqui na útima segunda-feira:

"Sem essa de o Senado absolver Renan em troca da garantia de que ele renunciará à presidência e entrará logo de férias. Trata-se de manobra indecorosa urdida pelo governo. A consumar-se, produziria um retumbante escândalo capaz de enterrar de vez a reputação do Senado. Renan e o governo escapariam sem maiores arranhões. O governo porque negaria de joelhos o patrocínio de tamanha sordidez. Renan porque carece de pele para ser lanhado. É uma chaga só. Se preservasse o mandato, sairia no lucro. Cabe ao Senado condenar ou absolver Renan – e mais nada".

O Senado absolveu. Renan está no seu direito de continuar exercendo a presidência para a qual foi eleito em fevereiro último. O mandato é de dois anos. E se ele não for atropelado por alguma condenação, deverá cumpri-lo em respeito à vontade dos que o elegeram. De resto, Renan é tudo menos bobo. Conseguiu se manter no cargo porque não teve o mínimo pudor de usar a força que ele confere a seu ocupante para prestar favores a servos fiéis, ameaçar com o corte de privilégios e interpretar o regimento interno do Senado a seu gosto.

Irá abdicar de tais condições quando terá ainda de responder a mais dois ou três processos por quebra de decoro? Seria suicídio. Não o fará. A maioria dos senadores votou, ontem, pela prorrogação da crise. Foi ajudada pelo governo que prefere um aliado morto-vivo na presidência do Senado do que simplesmente um aliado - e menos ainda com prestígio lá dentro e cá fora. Portanto, suportem as consequências de seus atos. Toda a força a Renan. E até breve quando o Conselho de Ética do Senado começará a julgá-lo novamente".


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