Translate

domingo, 10 de maio de 2009

Prosopografia do político brasileiro - 2

Com vocês o deputado federal Sérgio Moraes, (PTB-RS), relator da Comissão de Ética, ao inocentar o deputado Edmar Moreira, o dono do castelo de R$ 25.000,00, no processo por quebra do decoro parlamentar:

"Estou me lixando para a opinião pública. Até porque parte dela não acredita no que vocês [jornalistas] escrevem. Vocês batem, mas a gente se reelege."
Dizer que sua excelência, o deputado Sérgio Moraes, extrapolou nas palavras seria dissimular o significado assustador e incontestável que enceram. Não entendo como no Brasil fizeram tanto banzé por isso. Moraes apenas afirmou o que realmente acontece. A mais pura e cristalina verdade.

A imprensa brasileira quase sempre é leviana. Todos sabemos. Vive de manchetes. Se aborda um assunto sério fica apenas na superficialidade e, com freqüência, os fatos revelam-se contraditórios e até fraudes escrachadas.

Portanto, é verdade que a "opinião pública", – no Brasil composta por ventríloquos amestrados, – pouca ou nenhuma importância dá ao que é noticiado.

Ademais, como é do conhecimento dessa mesma “opinião pública” – e fartamente comprovado ao longo dos anos, – a imprensa brasileira funciona de acordo com quem manda, do dinheiro que precisa ou do custo do papel, este subvencionado pelo governo.

Independência jornalística? Ora... também não exageremos! Certo? Seria pedir a um desdentado para quebrar nozes com os dentes.

Responsabilidade social, cívica ou jornalista... só a favor das causas e necessidades governamentais! Ou dos anunciantes, por suposto! Os interesses verdadeiros de um povo não vendem jornal nem dão Ibope. Contudo, as suas agruras, sim! E quanto mais sangue, sexo ou drama tiver, melhor!

Quem diabos quer saber se o povão vive na favela no meio do esgoto a céu aberto? Isso lá é notícia? Ou que o deputado tal roubou o dinheiro da antena coletiva?, e continua por aí feliz da vida a passear de rolex no braço? Ou que o vereador de nome japonês desviou a merenda escolar para o supermercado da esquina vender às mães desses mesmos alunos? Obviamente isso não é noticia! E se for, um parágrafo no jornal ou dois segundos na televisão já está de bom tamanho. Seguimento ou desdobramento que é bom, nem pensar.

Se a imprensa brasileira – de modo geral, televisionada ou escrita, – noticia que falsificaram o leite e não informa qual a marca desse leite ou quem são os envolvidos, que credibilidade pode ter essa imprensa?

Se a agência bancária tal é assaltada e as câmaras da reportagem têm toda a parcimônia para preservar o nome do banco ou cobri-lo com uma faixa translúcida quando da exibição, como acreditar que essa imprensa é séria ou que pretende prestar um serviço – realmente – informativo?

Se um dia, determinado jornalista – de reputação ilibada; famoso no âmbito nacional por suas verdades nuas e cruas sobre o governo, – é promovido a âncora de televisão e, de repente, muda completamente o discurso, que seriedade pode ser atribuída a esse profissional?

Se uma colunista, de igual fama e projeção pátria, diretora de uma sucursal jornalística, transparece na sua coluna a influência ou idéias no namorado da vez, sem se importar de se contradizer a ela mesma, como acreditar que dita senhora é possuidora de opinião própria? Ou o que informa tem alguma autenticidade?

Se um vespertino – de grande tiragem – fabrica intencionalmente uma fraude com fins políticos, de caras a sedimentar na mente da tal “opinião pública” uma “verdade” capaz de pender o fiel da balança – a favor de determinado sorridente ou apontado cara de defunto – nas eleições presidenciais de 2010, como acreditar no conteúdo ou na veracidade do que publica?

Por outro lado, o povo brasileiro que se diz pacífico, [entenda-se covarde], também tem memória galinácea e nenhum patriotismo. Portanto, merece bem que políticos como este sejam eleitos vezes sem conta. Faz até questão de elegê-los! Não elegeram o Lula duas vezes, apesar de todos os escândalos? E o Sarney? E o Collor de Melo? E todos os petistas corruptos e ladrões apanhados com a mão na massa?

Não sei porque os jornalistas brasileiros fizeram tanto espalhafato com as palavras desse deputado. – O povo não deu a mínima! – Será que não gostam de ouvir a verdade? Ou será que a hipocrisia, tão brasileira que lhes permeia, não os deixa enxergar quem realmente são, o que fazem e a irresponsabilidade que demonstram?

quinta-feira, 7 de maio de 2009

O Brasil apóia egípcio para a UNESCO.

Que nome se dá ao governo brasileiro que apoia um egípcio, – tido como inaceitável – para ocupar o cargo mais alto da UNESCO [Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura], em detrimento de dois brasileiros altamente conceituados e, sobretudo, preparados?

– O nome mais apropriado é de bando de traidores; filhos de reputíssimas escrachadas! De bandidos sem honra! Piores que os integrantes do PCC! Pelo menos estes têm código de honra e de conduta. Os petistas que governam o Brasil nem amostra disso sequer possuem.

É chato ter razão! E no que concerne ao Brasil mais ainda! Gostaria de não tê-la. Gostaria de errar nas minhas previsões.

Como é que morre tanta gente assassinada no Brasil e não há uma só alma com coragem suficiente para acabar com essa raça petista que vende o Brasil por quaisquer “mil real"?

Que pergunta a minha! No Brasil é costume só se matar inocentes... aos milhares!

Quanto esse meliante do Lula e seus asseclas receberam para apoiar Farouk Hosni para o cargo de diretor-geral da UNESCO? Quanto?

Pouco não deve ter sido! E muito deve ter entrado nos cofres do PT e nas contas de Zé Dirceu, Luiz Gushiken e demais “camaradas”, mantidas em paraísos fiscais.

E quanto vocês brasileiros recebem para continuarem a permitir que o Lula e demais bandidos governamentais continuem a envergonhar e a trair o Brasil? Quanto?

– Sei! Cinqüenta real, né me’mo? – O “Bolsa Esmola” faz maravilhas, num é? Compra qualquer consciência patriótica que possam ter!

Cuspo em vocês, brasileiros de merda, por permitirem que vexames como esses se repitam um atrás do outro! Tá ligado?

R$ 50,00 é inté dimás pró qu’ocês vale como povo e como cidadãos! Morou?

Farouk Hosni, – candidato à direção-geral da UNESCO – desagrada não só à comunidade científica nacional, mas igualmente aos EUA, Rússia, México, Argentina, França, Índia e China, os quais já declararam apoio ao brasileiro Márcio Barbosa.

Contudo e apesar de tudo, os outros bandidos e integrantes do bando PT, alocados no Itamaraty, já anunciaram o apoio oficial do governo brasileiro a Farouk Hosni. Cadê os excelentes diplomatas que lá existiam?

Os franceses, – com um relacionamento comercial com o Egito, muito maior do que o Brasil algum dia poderá vir a ter ou sonhar, – que antes haviam optado pelo egípcio, retiraram-lhe o apoio.

Farouk Hosni tem um discurso anti-semita e fundamentalista. É visto pela comunidade internacional como perigoso, incompetente e corrupto para ocupar um cargo da importância como a chefia da UNESCO.

Um diplomata amigo disse-me sexta-feira passada que Hosni não presta nem pra guia de visita às pirâmides.

Quando ministro da Cultura do Egito, declarou-se disposto a "queimar todos os livros em hebraico que encontrasse nas bibliotecas do seu ministério".

Esse mesmo diplomata acrescentou que Hosni, apesar de estudado, era pior que Gilberto Gil quando este desempenhou cargo homônimo no governo petista. Pior?


Poderá haver algum ministro da cultura pior que o Gilberto Gil?

Felizmente Márcio Barbosa, que já foi diretor do INPE [Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais], conta com mais de 20 votos; tem grandes chances de ganhar a eleição prevista para setembro; felizmente sem precisar do apoio de vagabundos.

Será mais outro brasileiro a deixar de lado o seu país. A deixar resvalar na couraça da indiferença os males que acometem o Brasil. Será outro a ter vergonha de usar um passaporte brasileiro.

O senador Cristóvam Buarque (PDT-DF), – homem de grandes luzes, tanto assim que abandonou o PT, – era outro dos candidatos. O governo brasileiro também o preteriu para apoiar o egípcio. Deve ter sido em represália por desejar manter a sua conduta honesta e ter largado o PT; o qual, diga-se, já não conta em suas fileiras com nenhum homem de bem; nem mesmo umzinho com vontade de ser honrado.

Esse apoio do meliante Lula e seus corruptos petistas é mais outra pedrada nas vidraças da diplomacia brasileira; cuja fama – já lá se vai o tempo, — um dia foi considerada uma das melhores escolas diplomáticas do mundo.

Tudo o que o PT toca vira merda! Perde sentido! Inverte valores! Passa a feder e perde a pouca ou alguma virtude que possuía.

O apoio do Brasil à candidatura egípcia causará mais outra fricção entre Israel e Brasil. O momento não poderia ser melhor. E ainda tem gente que se surpreende pelo fato dos brasileiros serem escorraçados da maioria dos países...

– Na minha opinião são ainda poucos! Quem sabe se forem muitos, mas muitos mesmo, esses muitos se unam e consigam exigir do país um pouco de vergonha na cara para que os próximos a vir para a Europa não passem vergonhas... e sejam pessoas decentes.

O governo quadrilheiro – que rege o Brasil – diz oficialmente: – “o apoio ao candidato egípcio é o fruto do excelente estado das relações bilaterais entre Brasil e Egito. O apoio é fundamental para o êxito da estratégia. Assim serão reforçados os laços que unem o nosso país ao mundo árabe".

Quanto será que foi depositado na conta do Celso Amorim para que o fizesse ter a coragem de falar tamanha imbecilidade; que só petistas e esmolados do “Bolsa Família” acreditam?

Certamente foi essa mesma coragem que o levou há poucos dias a telefonar para os dois egrégios brasileiros e dar-lhe a notícia que haviam sido traídos pelo seu próprio governo e país.

Nenhum acordo comercial; nenhuma vantagem política; nenhuma relação bilateral com qualquer país justifica a traição de um governo aos seus próprios compatriotas. Menos ainda neste caso da UNESCO. O inverso também é injustificável!

E esse governo petista [ou seja lá o que for], ainda quer fazer parte do Conselho de Segurança da ONU? A mitomania dessa gente é diretamente inversa aos atos que comete. A incompetência desses facínoras parece não ter limites. Caramba!

Mais uma vez lamento profundamente ser obrigado a comprovar que no Brasil nem mais patriotas existem; capazes de defender as poucas cabeças ilustres que esse país, a custo, foi um dia capaz de gerar. O silêncio no Brasil sobre este assunto chega a ensurdecer.

A Márcio Barbosa e Cristóvam Buarque a minha solidariedade e a mais sincera consternação por vê-los rejeitados injustamente pelo país a que pertencem; que um dia foi meu.

A você, Márcio Barbosa, que já não é a primeira vez que sente a maldade petista, faça como eu; mude de nacionalidade! O Brasil deixou de ser um país decente. Lá só existe gente sem amor próprio e sem dignidade.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

O Sorridente e o Furioso. Dois FDPs rematados...

Mas que digo eu? Coitadas das mães! Provavelmente, damas da necessidade, geraram tamanhos abortos humanos porque não tiveram outro remédio. Refiro-me a esses dois aqui ao lado, Fernando Collor de Melo e Roberto Jefferson.

Que pecados humanos e dogmas cristãos cometeram e quebraram tão distintas senhoras?, para que seus filhos, – em vez de homens de bem, sonho de qualquer genitora, – hajam enveredado por trair quem neles vota?, por chafurdar no fedor petista?; e, por último, abjurar e roubar o próprio país onde nasceram?

Dois filhos de uma pátria ex-amada! Dois dejetos humanos da sociedade brasileira! Dois excrementos boiantes que só aparecem porque o Brasil se tornou uma fossa a céu aberto.

Este foi o meu pensamento ao ler a nota da jornalista RENATA LO PRETE, hoje de manhã, na coluna PAINEL do Jornal Folha de São Paulo de 05 de maio.

A notícia é de ontem, bem sei! Mas eu só leio notícias de ontem na esperança de enxergar um hoje melhor no que diz respeito ao Brasil. É o meu lado masoquista.

Só mesmo no Brasil, – apesar de tudo e com tudo o que já aconteceu e foi feito, – uma jornalista, – malgrado a excelente reputação, – atreve-se a escrever a nota que transcrevo abaixo.

Porquê?

Em nome de quê ou de quem?

Quanto $ está rolando por debaixo da mesa?

Estou assistindo à reprise, ao estilo Rede Globo, desta vez em fazer renascer o destituído Fernando Collor de Mello? [A entrevista de Collor foi dada a um jornal pertencente às Organizações Globo]

Estou assistindo à sedimentação paulatina de uma opinião a ser incutida na maioria, para que esta, ao modo ventríloquo, como é seu hábito, possa num futuro breve expressar um juízo “próprio” e consolidado?

Como sempre digo, é perigoso misturar imprensa com política. Porém, é absolutamente criminal ver uma jornalista a $erviço da política. Ainda mais a $erviço de dois rematados safados e pilantras.

Não foi a mesma Renata Lo Prete quem fez a famosa entrevista com Roberto Jefferson onde este denunciava o mensalão petista e o “Ali Babá”?

– “Foi!”

Ah, bom! Então está explicado! Era apenas o começo.

Explica também porque Roberto Jefferson afirmou há bem pouco tempo que “faltou coragem ao procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, para denunciar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva”, acusado por ele, Jefferson, de ser "Ali Babá, chefe dos 40 ladrões".

Como as coincidências acontecem e se entrelaçam, né? E a história no Brasil tem uma insistência em se repetir que chega a ser apavorante...

As distintas mães desses senhores, afinal, pela habitual infelicidade brasileira, não estão sós.

Em tempo, nunca é tarde para lembrar, Roberto Jefferson foi o comandante da tropa de choque que defendeu à unha Fernando Collor de Mello. É a voz irada em defesa dos sorrisos falsos do patrão.

Eis a nota leitor(a) e tire as próprias conclusões. – Assinante da FSP lê o original «AQUI».

Jornal Folha de São Paulo – Seção Painel – 05/05/2009.
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Duo continuísta

Fernando Collor (PTB) não está sozinho ao manifestar, em entrevista ao "Valor", sua crença de que "Lula terá um terceiro mandato consecutivo". Presidente do partido do senador e autor, em 2005, da denúncia do mensalão, Roberto Jefferson hoje se declara favorável a consulta popular sobre a possibilidade de mudar a Constituição para que o petista concorra em 2010. "Vamos escutar o que diz o povo. Na eventualidade de impedimento da ministra Dilma, o caminho é o presidente Lula", afirma o deputado cassado.

Líder petebista no Senado e um dos políticos mais próximos de Dilma, Gim Argello não vai na mesma toada. Ouvirá a bancada sobre a entrevista, mas diz que, em princípio, trata-se da posição de Collor
.”

terça-feira, 5 de maio de 2009

O que não disseram sobre a gripe do México

Os causadores da praga do México, chamada gripe suína e agora Gripe A.

Nomeiem os mortos!


por JAIME AVILÉS, do jornal mexicano La Jornada.

Para ler o original clique «AQUI». Está em inglês.

Acima de tudo, a gripe que mudou a vida (e morte) do nosso país é um grito de denúncia da pilhagem sistemática que nós, milhões de mexicanos, temos sofrido nos últimos 27 anos; – anos que nos transformaram hoje na fonte de infecção para toda a humanidade. O que aconteceu foi a conseqüência lógica e catastrófica de políticas irresponsáveis que dia a dia empurraram à pobreza cem milhões de nós, deixando a maioria faminta sem outra opção que a imigração ou o narcotráfico.

Durante o regime de Vicente Fox, o México teve os maiores lucros da sua história com a exploração do petróleo, porém, para nós nada sobrou dessa bonança. A maior parte do dinheiro foi usada para cortar impostos dos mais ricos entre os ricos e o resto – um trocado – está hoje nas cercas e montes de estrume dum rancho em Guanajuato [rancho presidencial de Fox em San Cristóbal, de grandes dimensões; a esposa de Fox é acusada de ter usado do poder pessoal para criar e enriquecer múltiplos negócios através dos filhos], nas companhias dos filhos de Marta Sahagún e nas contas bancárias de homens e mulheres do regime.

Enquanto isso, não há um único laboratório, nem mesmo no maior centro de conhecimento da nossa universidade nacional, a UNAM, capaz de detectar a mutação de um vírus ultimamente chamado de A/H1N1. Como Enrique Galván Ochoa e Luis Linares Zapata documentaram nas páginas do La Jornada – ao longo desta semana excepcional, – no México tínhamos uma empresa estatal chamada Birmex, que era capaz de fornecer "vacinas, imunoglobulinas e reagentes de diagnóstico para instituições de saúde pública dos estados da República mexicana". Fox desmantelou a Birmex.

Antes de Fox, o ex-presidente Ernesto Zedillo [agora na universidade de Yale] fechou tanto o Instituto Nacional de Higiene quanto o Instituto Nacional de Virologia que se dedicavam a estudar vírus e a desenvolver vacinas para combatê-los. Nada sobrou.

Os primeiros casos da atual gripe na Cidade do México não foram detectados, entre outras razões, porque o Ministério da Saúde não tinha ferramentas para identificá-los. Demorou alguns dias, depois de múltiplos contágios e algumas mortes, para que o médico do governo – o limitado e sempre hesitante José Angel Córdova Villalobos – mandasse algumas amostras para laboratórios canadenses pedindo-lhes, por favor, que dissessem o que estava causando aquela gripe incomum.

O planeta está em choque porque, mesmo 10 dias depois daquela mensagem noturna terrorista de Córdova Villalobos na quinta-feira da semana passada, o "governo" (ou o que quer que seja) de Felipe Calderón ainda não revelou os nomes de qualquer uma das vítimas fatais do vírus, que mais cedo ou mais tarde entrará para a história como o vírus da gripe do México. Depois de acidentes aéreos, rodoviários, terremotos, enchentes e incêndios as autoridades divulgam os nomes dos mortos. Mas agora não – e ninguém sabe explicar a razão.

Não é preciso ser muito inteligente para entender que se Calderón e seu médico governamental se negam a dar os nomes dos mortos deve ser para esconder informações que poderiam destruir a lógica do governo de gerenciar a crise usando ferramentas de pânico social.

É fundamental que a gente saiba: Quem foram os mortos? Que idade tinham? Onde moravam? Qual seu status sócio-econômico? Qual a ocupação deles?

Em outras palavras: eles viviam em domicílios com água corrente, banheiro, chuveiro, piso de cimento, eletricidade? Quantas pessoas havia na família?; quantos dormiam no mesmo quarto?; quantos banhos tomavam? Eram obesos? Subnutridos? Quantas vezes por dia comiam e o que comiam? Quando andavam pelos seus bairros e vilas, passavam perto de fazendas de criação de porcos? O ambiente cotidiano deles estava saturado com fezes de aves ou porcos? Tiveram eles contato com animais?

Muitos no México suspeitam que os mortos nessa epidemia pertencem à camada mais desprotegida da nossa sociedade; que testemunhamos mais uma vez uma doença da miséria e que o real objetivo das medidas aplicadas até agora num país com mais de 50 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza extrema é isolar os mais pobres de nós, menos pobres e com certeza dos ricos. Isso poderia explicar o fechamento total de escolas, restaurantes, bares, escritórios, cinemas, teatros, ginásios, piscinas, etc. Mais cedo ou mais tarde isso vai tornar-se claro.

Em mais um ato de impulso totalitarista, Calderón impôs por conta própria o segredo funerário. Isto é uma violação do direito à informação; não apenas dos mexicanos, mas de toda a humanidade. Enquanto ele esconder informações-chave, como os nomes dos mortos, o aparato de terror eletrônico vai permitir ao governo continuar a manipular-nos à vontade.

Não é hora de pedir aos nossos amigos em todo o mundo para levantar uma onda de solidariedade internacional contra essa forma de censura? Vamos pedir uma autópsia do grupo social que está morrendo dessa gripe. Teremos que marchar de novo até ao Zócalo, fazer greve de fome, bloquear rodovias, antes que eles nos dêem os nomes dos mortos?

O México é um dos países mais ricos do continente americano, mas uma peste voraz, mais destrutiva e mortal que a gripe suína, transformou-nos num um país fraco, mais faminto e com menos esperança que o Haiti; até mesmo que a pobre Honduras, uma República da Banana sem bananas. Essa peste são os políticos neoliberais do PRI e do PAN, a praga dos Salinas e Zedillos, dos de-la-Madrids e Foxes, todos a serviço de um punhado de milionários insaciáveis.

Por que permitimos que isso acontecesse? Por que permitimos que nos desprezassem? Estávamos enganados quando fomos às ruas com bandeiras brancas para por fim à rebelião indígena de Chiapas?

Por que as outras vítimas desse vírus, que vivem com boa higiene, se recuperam? Por que vivemos sob a psicose de que o A/H1N1 supostamente prefere gente entre 20 e 45 anos de idade? Como é que fomos convencidos disso sem mesmo saber os nomes dos mortos?

No México temos testemunhado uma campanha descarada contra López Obrador nas últimas eleições, quando foi chamado de "um perigo para o México"; vimos Calderón assumir o poder depois de uma eleição maciçamente contestada, alegando que usaria "quaisquer meios" para isso; vimos Calderón renegar as promessas de campanha, começando pela criação de empregos; e vimos quando embarcou em uma guerra "contra" os narcos que apenas militarizou o país e permitiu a Calderón um controle maior da nação; vimos nessas ações que ele arriscou a segurança nacional do nosso país e dos Estados Unidos.

Assim, nós mexicanos, temos a clareza e maturidade suficientes para saber que Calderón não está acima de tudo: se um dia se vestiu de soldado para lançar as forças armadas numa trágica aventura, ele agora veste o avental branco para manter-nos sob prisão domiciliar, a suar de pânico.

Há dois objetivos que surgem desta epidemia na agenda dos cidadãos: exigir que o "governo" (ou o que quer que seja) nos dê os nomes dos mortos e pedir mudanças radicais na agenda de pesquisas científicas. Da mesma forma que forçamos esse presidente espúrio a construir uma refinaria nova, nacionalizada, para aumentar nosso controle sobre a riqueza do petróleo, agora precisamos lutar por novos laboratórios e pela restauração do ensino de filosofia, ética e estética [referência à tentativa de remover essas disciplinas do currículo obrigatório].

Basta! Já deu! Não vamos sofrer nem mais um dia sob a tirania desse regime ignorante!
Jaime Avilés é colunista do La Jornada.[jamastu@gmail.com]

Prosopografia do político brasileiro - 1

Com vocês o Senador Heráclito Fortes (DEM-PI), primeiro-secretário do Senado.
Gordo, mega-barrigudo, cara de porco e aspecto desmazelado.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

A Globo, o Porquinho e o Tamiflu.

Em Bruxelas, – e do Brasil, – somente os canais da Globo e da Record, ambos Internacionais, participam do meu pacote de TV por assinatura. Portanto, não sei o que é noticiado nas outras emissoras brasileiras.

Entretanto, se comparar os noticiários dos canais mencionados, jogo ambos no lixo. Apesar disso, desconfio que tenho um lado masoquista latente, embora anos de análise não o tenham aflorado. Porém, volta e meia, geralmente tarde da noite, lá vou eu pra frente da TV sofrer um pouco.

Da TV Record não vou comentar. Raramente a assisto. Cá entre nós, tampouco dá vontade. A voz cavernosa e o português deficitário da Adriana Araújo causam-me ojeriza. Às vezes tenho a impressão que se alguém puser-lhe uma sela em cima, sai relinchando tela a fora. Coitada. Mas sobre a Globo quero escrever umas quantas palavras. Perco horas tentando interpretá-la. Mais horas levo a exorcizar a raiva que me causa testemunhar as suas manipulações jornalísticas.

Quanta estupidez desfila pela Globo!

E ninguém diz palavra! Exceto os demitidos, cujo ressentimento ou covardia os faz desopilar escrúpulos que, quando “de” empregadinhos da Globo, não possuíam. Eliakin Araújo, Leila Cordeiro, Paulo Henrique Amorim, Luis Carlos Azenha, Marcelo Resende, Roberto Cabrini e tantos outros estão aí para comprovarem. Não é o meu caso. Nunca trabalhei para qualquer das unidades das Organizações Globo. A única vez que fui convidado, recusei. Quando aumentaram a oferta, voltei a recusar.

Alguém aí no Brasil já se deu conta que é só sintonizar na Globo para se arrepiar? Quando telefono para amigos ou familiares então, chego a sentir-lhes o eriçar da penugem na nuca ou os poros da pele, se acaso conversamos durante os noticiários.

Nestes últimos dias tenho a impressão que a executiva da Globo e seus profissionais subalternos estão doidinhos para que a Gripe Suína desça no Brasil. Como se o “paíf” tivesse poucas desgraças...

Eu nunca vi tamanho alarde – e alarme – em relação a um fato como o que a Globo vem fazendo sobre essa Gripe. Os(as) âncoras dessa emissora, infelizmente a mais assistida no Brasil, parecem babar quando falam a respeito.

Quem não se lembra da recente palhaçada jornalística que fizeram com aquela doida da Paula Oliveira, seu pai deputado-cheio-de-amigos-corruptos e o lúpus inventado. A tal que se cortou toda para aplicar o golpe da xenofobia em cima do governo Suíço? Obviamente fracassou, graças à polícia Suíça que revelou a verdadeira trama. Mais que rapidamente, a Globo, feito ratazana, escondeu-se. O que faz muito bem, – aliás, – quando mete o pé na jaca. E poucas não são as vezes. Nem teve a decência de se desculpar por ter feito um estardalhaço em cima de um fato falso.

A pergunta que temos de nos fazer é: – Porquê? – Porquê a Globo faz espalhafato com assuntos que os outros noticiam sem holofotes?

Aqui na Europa, apesar de já existirem vários casos identificados de Gripe Suína, os noticiários são absolutamente normais, sensatos; sequer transpiram gotas assustadoras. Advertências e cuidados sim, mas nada comparado à histeria que a Globo transmite.

A outra pergunta que havemos de nos fazer é: – A quem interessa todo esse alarido atemorizante? – Certamente ao telespectador não é; conquanto este último acabe afetado e, de tantas justificações, termine convencido que sim! Que é do interesse dele entrar em pânico e correr à farmácia para comprar caixas de Tamiflu [fosfato de oseltamivir] fabricado pela Roche, cujo o estoque, o imbecil do Lula já declarou estar o Brasil bem suprido.

O Temporão, ministro da Saúde, já afirmou, – também, – que o país tem o remédio para curar a Gripe Suína. Pra dar e vender. Pra doar até aos países hermanos se for preciso. Como sobra mitomania!

O fosfato de oseltamivir para curar a Gripe Suína? Mas como pode ser isso certo, seu estúpido e boçal Lula ou seu irresponsável ministro da saúde?, se nem os especialistas sabem ao certo se esse medicamento funciona para o vírus Influenza A/H1N1, composto por genes de origem aviária, suína e humana?

Testes já realizados provaram que a administração desse antiviral não é eficaz em todos os casos. Nem poderia! Não foi desenvolvido para esse vírus, que é totalmente novo.

Mas... [há sempre um "mas"]... Entre os antivirais específicos para o influenza, somente para o vírus da gripe comum, o fosfato de oseltamivir - Tamiflu - é o único disponível no mercado brasileiro. Além de ser um potente inibidor da enzima neuraminidase, cuja atividade é essencial para a disseminação do influenza pelo organismo, é caro pra nego nenhum botar defeito. Portanto, inacessível à maioria do povão.

Apesar de ter sido lançado em 2000 e ser indicado somente para o tratamento da gripe como até então se conhecia, [e não para a Gripe Suína], ainda é um medicamento pouco conhecido pela classe médica. Entendeu caro leitor?

Ontem ou antes de ontem a Globo já informou, através dum daqueles convidados especiais, que o fosfato de oseltamivir também é indicado para a profilaxia [prevenção], da doença. Não é verdade! Assim diz a bula que na data de hoje acompanha o medicamento vendido nas farmácias aí no Brasil e aqui na Bélgica. Doravante tudo pode ser diferente como diz a canção. Não é mesmo?

Quando vivia aí no Brasil costumava dizer para quem quisesse ouvir que: – no dia em que as Organizações Globo e o PT forem erradicados do Brasil, talvez, – e só talvez, – o Brasil poderá ter oportunidade de encontrar um rumo; tanto social como moral ou patriótico.

Na verdade, esse vaivém de manipulações Globo-Gripe Suína-Tamiflu-Governo, não necessariamente nesta ordem, tem um só objetivo: O jogo político-financeiro. A dissimulação da realidade. Desviar os olhos da opinião pública do foco principal da questão e, de quebra, ganhar um bom dinheiro. E que dinheiro!

A pedido do..., ou ordem de..., por encomenda paga ou por interesse próprio, essa emissora tem feito mais mal ao Brasil do que o Collor, que ela mascarou e fez eleger, ou do que Lulas e FHCs juntos já fizeram.

Esse mal deriva da falta absoluta de ética que a Globo demonstra e nem procura disfarçar.

Misturar política na imprensa é algo ameaçador. Como o inverso é. Enganar o povo é ainda pior. Entretanto, tudo nesta vida se baseia em política, é bem verdade. Porém, fazê-la da forma asquerosa e irresponsável como a Globo faz, não só é nojento, mas deve ser repudiado de forma imperativa e extirpado cirurgicamente.

Há três tipos de procedimentos que a Globo adota, os quais têm o condão de me enojar. O primeiro é o dano que faz às cabeças ignorantes dos brasileiros; isto é, a manipulação informativa, tal como o faz agora no caso da Gripe Suína e já o fez no passado com outros assuntos.

Quem não se lembra das campanhas contra o Brizola? E das novelas pré Collor de Mello com mensagens pró candidato? E de quando transformaram Pedro Malan, um simples engenheiro que serviu a ditadura, em representante do pensamento ortodoxo da economia, na economia nacional? Este último foi ministro da fazenda e deu no que deu. Até hoje nunca consegui descobrir se Malan era um engenheiro da economia ou um ecônomo da engenharia.

Por trabalhos tão 'brilhantes' da Globo muita gente deixou de acreditar que o seu voto fazia diferença. Com isso chegamos a esse estafermo do Lula empoleirado em Brasília a roubar o país como jamais alguém se atreveu. Ou à corja de meliantes que forma o Senado e a Câmara Federal do Brasil.

O segundo procedimento, o mais grave e bem visível, é a apatia comprada – com mais de trinta moedas – para esquecer as vicissitudes do dia a dia nacional. A Globo vende o seu grau de apatia.

Os noticiários da emissora, incluindo as rádios, quando não atacam o que foi mandado atacar, – com propósitos corporativistas ou políticos, – viram autênticos ou lúdicos boletins médicos; quando não, listas de supermercados. Com isso transformam a opinião pública num enorme rebanho de carneiros. Faz a esmagadora maioria guardar a ética e a decência a sete chaves para que nem nos dias santos se atreva a desfilar com tais atributos.

Em terceiro lugar está a delicada situação financeira da Globo. Para poder arrumar dinheiro é um autêntico capacho do Governo. Sempre o foi. Essa é a sua vocação congênita. O norte que adotou no seu rumo empresarial. Afinal, a sua “gloriosa” trajetória nasceu de uma fraude acobertada pelos militares. Na era Lula, apesar de tê-lo combatido no período pré-Collor, a sua verdadeira índole desembestou de vez e pudicícia alguma lhe restou.

Os jatinhos, os luxos dos Marinhos e milhares de decisões executivas incompetentes levaram-na à porta da falência e a pouco importar-se com a credibilidade ou responsabilidade social que um órgão informativo deve ter e demonstrar. Ela fez que ninguém mais as tivesse! Portanto não há desassossegos

Por conseguinte, se as pilantragens do Lula e seus petistas amestrados começam a feder demasiado, a “poderosa” TV Globo está sempre às ordens para abafar, – se quiser ter um novo empréstimo aprovado, obviamente!

Ninguém dentro dessa venal empresa tem pejo em criar cortinas de fumaça a fim de desviar a atenção dos verdadeiros problemas do país: – deixa de lado a manipulação informativa e parte para o espalhafato; para o escândalo; para a comoção nacional... de modo a disfarçar ou anular o óbvio; para o povo não prestar atenção às sacanagens que sofre.

O que mais me assombra no meio disso tudo são as suas supostas reportagens investigativas. Narradas com vozes compenetradas e tons fatalistas dão a impressão que o assunto é sério, quando na verdade não passam de superficialidades sem remate ou seguimento, quase sempre costuradas nas coxas; logo esquecidas nos dias seguintes.

Antigamente usava à farta as partidas de futebol e as novelas da imortal Janete Clair. Mas hoje já não se joga futebol como antigamente e Jenete Stocco Emmer Dias Gomes morreu. Ademais, a concorrência na fabricação de novelas e a perda da exclusividade das transmissões desportistas tiram-lhe a hegemonia. Menos mal. Já imaginaram agüentar em pleno século XXI a canastrice de dois Tarcísios Meira ou chatura infinita dos Galvão Buenos da vida?

A Gripe Suína, que nada tem a ver com o porco, é a empulhação do momento. O disfarce; a camuflagem; o nome bombástico para embrutecer mentes e levar o povão à histeria. Assim esquecem de enxergar a merda que se tornou o governo Lula; ou o fato da Casa Civil ser ocupada por uma assaltante de bancos que agora tem câncer; ou das desgraças a correrem soltas por todas as cidades do Brasil; ou do faturamento colossal que a Roche obterá e da montanha de dinheiro que ofertará ao PT.

Enquanto isso... O endividamento cresce assustadoramente; a violência já chegou à soleira da porta; a corrupção destrambelhou e se generalizou em todos os setores da sociedade; os políticos aumentam os próprios salários numa velocidade alucinante; os gastos do governo extrapolam até a mais insana das barreiras... Até o poder judiciário perdeu a compostura e tem como seu presidente supremo um "Chefe de Capangas".

A Gripe Suína disfarça e faz esquecer tudo isso; apesar dos especialistas afirmarem que nada tem a ver com o coitado do porco e no Brasil não haver motivo para histeria.

O que mais me estarrece é o fato do governo, petista e vagabundo, afirmar que está preparado para enfrentar a pandemia. Que absurdo! Que mentira mais deslavada! Será que ninguém vê o propósito econômico nisso tudo?

Se nem os países mais avançados e sérios estão preparados, [nenhum país está preparado para uma pandemia], o que dizer desses bandidos que desgovernam o Brasil?

Se no passado os militares impunham à imprensa, especialmente a televisionada, a censura e o texto a ser dito ou escrito nos noticiários, hoje, na nacional-democracia de governo corrupto e povo débil, as ações da imprensa são meras reações; ou para aumentar o Ibope e elevar os preços que cobram pela publicidade; ou favores a receberem em troca de algum propósito político-financeiro do governo, – geralmente às custas do contribuinte, – que lhes permita continuar.

Para onde, ainda está por se descobrir.

A carneirada cega e amestrada, transformada em povo precário, em opinião pública, confunde e inverte todas a equações. Não consegue diferenciar causa e efeito e troca alhos por bugalhos; passa a usar máscara deixando o nariz de fora e corre para a farmácia a comprar caixas e mais caixas de Tamiflu.

--------------
Nota: Se o(a) Leitor(a) desejar ler uma opinião profissional sobre este tema, acesse "Gripe suína: 'O Globo' veste marrom", artigo assinado por Luciano Martins Costa, no Observatório da Imprensa.


Comentários: Para enviar por E-mail clique «AQUI»



x