Translate
sexta-feira, 14 de setembro de 2007
quinta-feira, 13 de setembro de 2007
A quem interessa a absolvição de Renan Calheiros.
Quando ocorre um assassinato, a primeira coisa que a polícia pergunta é a quem esse crime interessa ou beneficia. A partir desta premissa esboça-se a linha da investigação para encontrar a autoria e, se for o caso, o(s) mandante(s).
Ontem, no Senado Federal ocorreu um crime. Ontem, onde a honra e a ética deveriam ter prevalecido, imperou a desonestidade, a falta de escrúpulos e a democracia foi assassinada. [não esqueça este anúncio].
O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), um dia antes havia profetizado: “Eu sei que nesta quarta-feira, quando o plenário do Senado votar pela cassação ou não do senador Renan Calheiros, vai haver uma morte. A morte política do próprio Renan, ou a morte política do Senado”
A quem interessa a morte política do senado? É mais que “óbviolulante”; só interessa ao PT, ao Lula e a todos aqueles que neles votam e querem continuar, preguiçosamente, a assaltar o estado. Em outras palavras, interessa à maioria dos brasileiros. Interessa a todos aqueles que reelegeram os mensaleiros, a todos que votam no PT, a todos os sem ética, sem vergonha na cara; a todos os maus brasileiros. Interessa a todos aqueles que querem quebrar o equilíbrio entre os poderes.
A quem, especificamente?
Ops, novamente na linha da investigação aparecem o poder executivo, o PT, o Lula e o povo. Que estranho!
Na Finlândia Lula afirmou aos jornalistas quando lhe perguntaram sobre o julgamento do Renan: "o resultado que vier do Senado, a favor ou contra, devemos acatar". – Devemos quem, bebum?
O natural seria o mula dizer que isso era uma questão interna de outro poder. Mas não resistiu. Ignorante e imbecil que só, traiu-se a si mesmo e a verdade saiu-lhe pela boca.
Todos nós, com dois dedos ou menos de inteligência, sabemos que a decisão dos 40 senadores desmoraliza o Senado e avigora a posição do Lula; desequilibra a relação entre os poderes a favor de Lula. O fato do julgamento do Renan ter coincidido com a data do Lula no exterior é outra indicação.
Todos os senadores já sabiam e souberam com bastante antecedência que a bancada de senadores do PT, UNIDA, votaria a favor do Renan. Todos SABIAM! Mesmo que não soubessem, ouviram os discursos do Mercadante, - aquele que falsifica manchetes de jornais, - e o da líder da Bancada, Ideli Salvati, - a rainha das CPIs, - que hoje defende a corrupção.
Alguém acreditou naquela manobra do Suplicy e do Délcidio em apresentarem um projeto para votação aberta no senado?
Para os que não acreditam no jogo autoritário do PT espero que acreditem agora. O PT quer desmoralizar o Congresso e dar um golpe, tipo Chavez, para permanecer no poder.
Senão, vejamos o que Ricardo Galhardo escreveu hoje no jornal O Globo:
Dizendo estar enojada com a absolvição de Renan Calheiros, a cientista política Maria Victoria Benevides, ex-presidente da Comissão de Ética Pública, defendeu a extinção do Senado. A posição é defendida por setores do PT, ao qual é filiada, como o presidente do partido, Ricardo Berzoini.
– Minha primeira reação foi de nojo. Depois me senti ofendida quando o senador Almeida Lima (PMDB-CE) disse que a absolvição de Renan é uma vitória do povo. É um insulto, isso sim. Aquilo não foi uma sessão secreta, foi clandestina — afirmou. Para acrescentar:
– O Senado mostrou que é perfeitamente dispensável. É um clube magnífico. Como cientista política, iniciarei um debate pela extinção do Senado e pregarei o voto nulo para senador em 2010. Apesar de tudo o que passamos neste longo período de democracia, continuamos com uma cultura política calcada no compadrio, coronelismo e clientelismo.
O diretor-executivo da ONG Transparência Brasil, Cláudio Weber Abramo, endossou a proposta da cientista política.
– Pessoalmente sou favorável à extinção do Senado. É uma casa anacrônica, mas o pior não é isso: os senadores agem como se estivessem em Júpiter. A sessão secreta exemplifica isso à perfeição. Eles decidem lá entre eles e mandam uma banana para o povo — disse Abramo".
Dito isto, só para desafiar você leitor(a) a descobrir o autor do crime praticado ontem no Senado da República Brasileira, pergunto: QUEM FOI O ASSASSINO(A)? QUEM FORAM OS MANDANTES?
Depois de descobrir, veja se encontra quem foi o mandante. Tenha cuidado para não ficar diante de um espelho.
Ontem, no Senado Federal ocorreu um crime. Ontem, onde a honra e a ética deveriam ter prevalecido, imperou a desonestidade, a falta de escrúpulos e a democracia foi assassinada. [não esqueça este anúncio].
O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), um dia antes havia profetizado: “Eu sei que nesta quarta-feira, quando o plenário do Senado votar pela cassação ou não do senador Renan Calheiros, vai haver uma morte. A morte política do próprio Renan, ou a morte política do Senado”
A quem interessa a morte política do senado? É mais que “óbviolulante”; só interessa ao PT, ao Lula e a todos aqueles que neles votam e querem continuar, preguiçosamente, a assaltar o estado. Em outras palavras, interessa à maioria dos brasileiros. Interessa a todos aqueles que reelegeram os mensaleiros, a todos que votam no PT, a todos os sem ética, sem vergonha na cara; a todos os maus brasileiros. Interessa a todos aqueles que querem quebrar o equilíbrio entre os poderes.
A quem, especificamente?
Ops, novamente na linha da investigação aparecem o poder executivo, o PT, o Lula e o povo. Que estranho!
Na Finlândia Lula afirmou aos jornalistas quando lhe perguntaram sobre o julgamento do Renan: "o resultado que vier do Senado, a favor ou contra, devemos acatar". – Devemos quem, bebum?
O natural seria o mula dizer que isso era uma questão interna de outro poder. Mas não resistiu. Ignorante e imbecil que só, traiu-se a si mesmo e a verdade saiu-lhe pela boca.
Todos nós, com dois dedos ou menos de inteligência, sabemos que a decisão dos 40 senadores desmoraliza o Senado e avigora a posição do Lula; desequilibra a relação entre os poderes a favor de Lula. O fato do julgamento do Renan ter coincidido com a data do Lula no exterior é outra indicação.
Todos os senadores já sabiam e souberam com bastante antecedência que a bancada de senadores do PT, UNIDA, votaria a favor do Renan. Todos SABIAM! Mesmo que não soubessem, ouviram os discursos do Mercadante, - aquele que falsifica manchetes de jornais, - e o da líder da Bancada, Ideli Salvati, - a rainha das CPIs, - que hoje defende a corrupção.
Alguém acreditou naquela manobra do Suplicy e do Délcidio em apresentarem um projeto para votação aberta no senado?
Para os que não acreditam no jogo autoritário do PT espero que acreditem agora. O PT quer desmoralizar o Congresso e dar um golpe, tipo Chavez, para permanecer no poder.
Senão, vejamos o que Ricardo Galhardo escreveu hoje no jornal O Globo:
Dizendo estar enojada com a absolvição de Renan Calheiros, a cientista política Maria Victoria Benevides, ex-presidente da Comissão de Ética Pública, defendeu a extinção do Senado. A posição é defendida por setores do PT, ao qual é filiada, como o presidente do partido, Ricardo Berzoini.
– Minha primeira reação foi de nojo. Depois me senti ofendida quando o senador Almeida Lima (PMDB-CE) disse que a absolvição de Renan é uma vitória do povo. É um insulto, isso sim. Aquilo não foi uma sessão secreta, foi clandestina — afirmou. Para acrescentar:
– O Senado mostrou que é perfeitamente dispensável. É um clube magnífico. Como cientista política, iniciarei um debate pela extinção do Senado e pregarei o voto nulo para senador em 2010. Apesar de tudo o que passamos neste longo período de democracia, continuamos com uma cultura política calcada no compadrio, coronelismo e clientelismo.
O diretor-executivo da ONG Transparência Brasil, Cláudio Weber Abramo, endossou a proposta da cientista política.
– Pessoalmente sou favorável à extinção do Senado. É uma casa anacrônica, mas o pior não é isso: os senadores agem como se estivessem em Júpiter. A sessão secreta exemplifica isso à perfeição. Eles decidem lá entre eles e mandam uma banana para o povo — disse Abramo".
Dito isto, só para desafiar você leitor(a) a descobrir o autor do crime praticado ontem no Senado da República Brasileira, pergunto: QUEM FOI O ASSASSINO(A)? QUEM FORAM OS MANDANTES?
Depois de descobrir, veja se encontra quem foi o mandante. Tenha cuidado para não ficar diante de um espelho.
Um Exemplo da Imprensa Brasileira
O Post abaixo foi publicado no Blog do Noblat e assinado pelo próprio. Não vale a pena nem fazer comentários. Quem quiser acessar o blog, clique aqui. Se navegar por ele, verá os paradoxos e as contradições deste nobre jornalista. Ele chama de imparcialidade. Ainda bem!
"Este blog está com Renan e não abre - por Ricardo Noblat - 13.9.2007 - 14h28m
"Escrevi aqui na útima segunda-feira:
"Sem essa de o Senado absolver Renan em troca da garantia de que ele renunciará à presidência e entrará logo de férias. Trata-se de manobra indecorosa urdida pelo governo. A consumar-se, produziria um retumbante escândalo capaz de enterrar de vez a reputação do Senado. Renan e o governo escapariam sem maiores arranhões. O governo porque negaria de joelhos o patrocínio de tamanha sordidez. Renan porque carece de pele para ser lanhado. É uma chaga só. Se preservasse o mandato, sairia no lucro. Cabe ao Senado condenar ou absolver Renan – e mais nada".
O Senado absolveu. Renan está no seu direito de continuar exercendo a presidência para a qual foi eleito em fevereiro último. O mandato é de dois anos. E se ele não for atropelado por alguma condenação, deverá cumpri-lo em respeito à vontade dos que o elegeram. De resto, Renan é tudo menos bobo. Conseguiu se manter no cargo porque não teve o mínimo pudor de usar a força que ele confere a seu ocupante para prestar favores a servos fiéis, ameaçar com o corte de privilégios e interpretar o regimento interno do Senado a seu gosto.
Irá abdicar de tais condições quando terá ainda de responder a mais dois ou três processos por quebra de decoro? Seria suicídio. Não o fará. A maioria dos senadores votou, ontem, pela prorrogação da crise. Foi ajudada pelo governo que prefere um aliado morto-vivo na presidência do Senado do que simplesmente um aliado - e menos ainda com prestígio lá dentro e cá fora. Portanto, suportem as consequências de seus atos. Toda a força a Renan. E até breve quando o Conselho de Ética do Senado começará a julgá-lo novamente".
"Escrevi aqui na útima segunda-feira:
"Sem essa de o Senado absolver Renan em troca da garantia de que ele renunciará à presidência e entrará logo de férias. Trata-se de manobra indecorosa urdida pelo governo. A consumar-se, produziria um retumbante escândalo capaz de enterrar de vez a reputação do Senado. Renan e o governo escapariam sem maiores arranhões. O governo porque negaria de joelhos o patrocínio de tamanha sordidez. Renan porque carece de pele para ser lanhado. É uma chaga só. Se preservasse o mandato, sairia no lucro. Cabe ao Senado condenar ou absolver Renan – e mais nada".
O Senado absolveu. Renan está no seu direito de continuar exercendo a presidência para a qual foi eleito em fevereiro último. O mandato é de dois anos. E se ele não for atropelado por alguma condenação, deverá cumpri-lo em respeito à vontade dos que o elegeram. De resto, Renan é tudo menos bobo. Conseguiu se manter no cargo porque não teve o mínimo pudor de usar a força que ele confere a seu ocupante para prestar favores a servos fiéis, ameaçar com o corte de privilégios e interpretar o regimento interno do Senado a seu gosto.
Irá abdicar de tais condições quando terá ainda de responder a mais dois ou três processos por quebra de decoro? Seria suicídio. Não o fará. A maioria dos senadores votou, ontem, pela prorrogação da crise. Foi ajudada pelo governo que prefere um aliado morto-vivo na presidência do Senado do que simplesmente um aliado - e menos ainda com prestígio lá dentro e cá fora. Portanto, suportem as consequências de seus atos. Toda a força a Renan. E até breve quando o Conselho de Ética do Senado começará a julgá-lo novamente".
Renan: a maior derrota da imprensa
Do Paulo Henrique Amorim [do seu Blog Conversa Afiada]
“Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil.
. A absolvição de Renan Calheiros é a maior derrota da imprensa brasileira depois da reeleição do Presidente Lula.
. A Veja, a Globo, o Estadão, a Folha e O Globo e seus inúmeros e inúteis colunistas jogaram todas as fichas na cassação.
. Como ensina o professor Wanderley Guilherme dos Santos, a imprensa brasileira se transformou num partido político (clique aqui).
. E jogou tudo contra um político da base de apoio ao Presidente Lula.
. Renan Calheiros cometeu todos os crimes que 99,9% dos políticos brasileiros cometem.
. Renan Calheiros provavelmente pagou a mulher com quem teve uma filha fora do casamento numa operação idêntica à de outro ex-senador de partido da oposição.
. Sobre a operação do ex-senador, a mídia conservadora (e golpista !) se cala até hoje.
. A mídia conservadora (e golpista !) foi atrás de Calheiros também porque ele é nordestino.
. E a elite branca (e no caso da elite de São Paulo, também separatista) não gosta de ninguém da base aliada do Presidente Lula e muito menos se for nordestino.
. Imagine se Renan Calheiros fosse do Piauí...
. Renan Calheiros não é um santo.
. Mas, o Senado mostrou que a mídia conservadora (e golpista !) pode enfiar a faca no pescoço do Supremo, mas não enfia a faca no pescoço do Senado.
. (E de que adiantou o Supremo deixar os deputados assistirem à sessão ? Nada.)
. Se a mídia conservadora (e golpista !) tivesse o poder de enfiar a faca no pescoço do Senado, quantas cabeças ficariam em cima do pescoço ?
. A mídia conservadora (e golpista !) agora vai dizer que Renan Calheiros não tem condições de presidir o Senado.
. É porque para a mídia conservadora (e golpista !) só valem os 35 votos a favor da condenação.
. O Procon tem a obrigação de interpelar a Veja, a Globo, O Globo, a Folha e o Estadão, que transformaram durante um mês e meio Renan Calheiros num cadáver e enganaram seus consumidores”.
Pessoalmente não gosto de Paulo Henrique Amorim, a quem conheço bem, desde os seus tempos na Globo e de jantares italianos. Neste jornalista nunca enxerguei mais que a sua pequena estatura, sua micro-inteligência e sua grande venalidade.
“Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil.
. A absolvição de Renan Calheiros é a maior derrota da imprensa brasileira depois da reeleição do Presidente Lula.
. A Veja, a Globo, o Estadão, a Folha e O Globo e seus inúmeros e inúteis colunistas jogaram todas as fichas na cassação.
. Como ensina o professor Wanderley Guilherme dos Santos, a imprensa brasileira se transformou num partido político (clique aqui).
. E jogou tudo contra um político da base de apoio ao Presidente Lula.
. Renan Calheiros cometeu todos os crimes que 99,9% dos políticos brasileiros cometem.
. Renan Calheiros provavelmente pagou a mulher com quem teve uma filha fora do casamento numa operação idêntica à de outro ex-senador de partido da oposição.
. Sobre a operação do ex-senador, a mídia conservadora (e golpista !) se cala até hoje.
. A mídia conservadora (e golpista !) foi atrás de Calheiros também porque ele é nordestino.
. E a elite branca (e no caso da elite de São Paulo, também separatista) não gosta de ninguém da base aliada do Presidente Lula e muito menos se for nordestino.
. Imagine se Renan Calheiros fosse do Piauí...
. Renan Calheiros não é um santo.
. Mas, o Senado mostrou que a mídia conservadora (e golpista !) pode enfiar a faca no pescoço do Supremo, mas não enfia a faca no pescoço do Senado.
. (E de que adiantou o Supremo deixar os deputados assistirem à sessão ? Nada.)
. Se a mídia conservadora (e golpista !) tivesse o poder de enfiar a faca no pescoço do Senado, quantas cabeças ficariam em cima do pescoço ?
. A mídia conservadora (e golpista !) agora vai dizer que Renan Calheiros não tem condições de presidir o Senado.
. É porque para a mídia conservadora (e golpista !) só valem os 35 votos a favor da condenação.
. O Procon tem a obrigação de interpelar a Veja, a Globo, O Globo, a Folha e o Estadão, que transformaram durante um mês e meio Renan Calheiros num cadáver e enganaram seus consumidores”.
Pessoalmente não gosto de Paulo Henrique Amorim, a quem conheço bem, desde os seus tempos na Globo e de jantares italianos. Neste jornalista nunca enxerguei mais que a sua pequena estatura, sua micro-inteligência e sua grande venalidade.
Entretanto, o que ele escreveu está absolutamente certo. A imprensa que hoje mete o pau no Lula e nos aliados deste, é a mesma que defendeu a candidatura do mula a presidente.
É a mesma que, a serviço do PT, deu destaque ao dossiê Caymam fabricado pelo Maluf para afetar FHC; ao dossiê falso dos aloprados peteístas para prejudicar o Serra. É a mesma que nunca se posicionou claramente contra a corrupção e, em muitos casos, a abafa.
É a mesma que se vende para este ou para aquele conforme sejam os interesses deste ou daquele. É a mesma que dá destaque ao desarmamento, à morte do menino João Hélio, mas abafa o assassino que foi diretor do Estadão e que matou a amante e que está em liberdade e de cujo status não sai uma linha nos jornais.
É a mesma que abafa o roubo no cemitério desse modista infecto chamado Ronaldo Ésper.
É a mesma que abafa o hiper-super-super-faturamento das obras feitas para o Pan Americano.
É a mesma que achincalhou o Prefeito de São Paulo só porque este não autorizou a venda de um terreno municipal para uma certa emissora de TV.
Eu poderia continuar aqui enumerando os casos, mas o espaço é pequeno.
Eu poderia continuar aqui enumerando os casos, mas o espaço é pequeno.
Há muito tempo aprendi que ninguém é tão pequeno que não tenha o que ensinar, nem tão grande que não tenha o que aprender. Paulo Henrique Amorim, finalmente, apesar da sua pequenez, conseguiu dar uma dentro. Antes tarde do que nunca... Embora o que ele escreveu seja absolutamente óbvio e ter sido motivado pelos inúmeros recalques que possui por haver sido despedido da Globo, da TV Bandeirantes, da Cultura, etc, e trabalhar hoje numa emissora que não gosta..., as suas palavras são mais que verdadeiras, reais, atuais e um triste retrato da merda de imprensa que o Brasil tem.
Mas, já diz o ditado: pra quem é, bacalhau basta! Para o tipo de povo que a lê, esta imprensa que informa, desinforma, mente e falseia, está até de bom tamanho.
Prejudicados ficam os crédulos, os idiotas que acreditam em ética, moral, honra, dignidade e que este país pode um dia ter jeito.
terça-feira, 11 de setembro de 2007
Sair do pessimismo.
de Daniel Innerarity, professor titular de Filosofia da Universidade de Zaragoza - 07/09/2007
Resumo: [para ler o artigo original em espanhol, clique AQUI]
Acho que boa parte do que se passa com a esquerda em muitos países do mundo é que ela se limita a ser a antidireita, algo que não tem nada a ver com uma verdadeira alternativa, apesar das aparências. Já se disse que a esquerda quer não tanto despertar a esperança coletiva, mas sim inquietar o eleitorado para ganhar a preferência que, resignadamente, nos faz decidir pelo mal menor. Ou de modo sintético: atualmente, a direita é otimista e a esquerda, pessimista.
O que ocorre é que as emoções e as idéias estão mais estreitamente relacionadas do que podemos supor. Se examinarmos as coisas desta forma, percebemos o deslocamento ideológico que está acontecendo.
Tradicionalmente, a diferença entre progressista e conservador correspondia ao pessimismo e ao otimismo. Mas, em grande medida, isto não é mais assim. O estado de espírito geral da direita, que tem o seu maior expoente em Sarkozy, é justamente o contrário da resignação: decidida e atuante, sem complexos, confiante no futuro e com uma firme resolução de não deixar para ninguém o poder de comando da vanguarda.
Esta disposição é o que está trazendo dificuldades para uma esquerda que, muito embora tenha boas razões para se opor, não as tem no momento de propor algo melhor. Abraça-se a causa dos excluídos ou se converte em advogada do pluralismo, não o faz para construir a partir de tudo isso uma concepção alternativa do poder. A esquerda é, fundamentalmente, melancólica e reparadora. O socialismo é entendido atualmente como reparação das desigualdades da sociedade liberal.
A mentalidade reparadora configura-se às custas do pensamento inovador e antecipado. Desta forma, não se oferece ao cidadão uma interpretação coerente do mundo que nos espera, visto apenas como algo ameaçador. Mobilizar os bons sentimentos e evocar continuamente a ética não é suficiente; faz falta entender as mudanças sociais e saber de que modo podem ser conquistados, nas novas circunstâncias, os valores que o identificam a alguém.
A primeira dificuldade da esquerda para configurar-se como alternativa esperançosa provém desta espécie de "heroísmo diante do mercado", que impede a compreensão de sua verdadeira natureza. Para uma boa parte da esquerda, raciocinar economicamente é conspirar socialmente. Ela pensa que o social não pode ser preservado mais do que contra o econômico. A denúncia ritual da mercantilização do mundo e do neoliberalismo provém de uma tradição intelectual que contrapõe o social ao econômico, que tende a privilegiar o determinismo e as construções diante das oportunidades oferecidas pela mudança social.
Em vez de proclamar que "outro mundo é possível", é melhor imaginar outras formas de conceber e atuar neste mundo. A idéia de que não se pode fazer nada diante da globalização é uma desculpa da inapetência política. O que não se pode fazer é agir como antes. A esquerda não se livrará deste pessimismo que a atormenta enquanto não se esforçar para aproveitar as possibilidades geradas pela globalização e orientar as mudanças sociais num sentido mais justo e igualitário. Um projeto político deve encarnar uma esperança, racional e inteligente, ou não será mais do que a inércia necessária para continuar a manter-se sofrivelmente.
Resumo: [para ler o artigo original em espanhol, clique AQUI]
Acho que boa parte do que se passa com a esquerda em muitos países do mundo é que ela se limita a ser a antidireita, algo que não tem nada a ver com uma verdadeira alternativa, apesar das aparências. Já se disse que a esquerda quer não tanto despertar a esperança coletiva, mas sim inquietar o eleitorado para ganhar a preferência que, resignadamente, nos faz decidir pelo mal menor. Ou de modo sintético: atualmente, a direita é otimista e a esquerda, pessimista.
O que ocorre é que as emoções e as idéias estão mais estreitamente relacionadas do que podemos supor. Se examinarmos as coisas desta forma, percebemos o deslocamento ideológico que está acontecendo.
Tradicionalmente, a diferença entre progressista e conservador correspondia ao pessimismo e ao otimismo. Mas, em grande medida, isto não é mais assim. O estado de espírito geral da direita, que tem o seu maior expoente em Sarkozy, é justamente o contrário da resignação: decidida e atuante, sem complexos, confiante no futuro e com uma firme resolução de não deixar para ninguém o poder de comando da vanguarda.
Esta disposição é o que está trazendo dificuldades para uma esquerda que, muito embora tenha boas razões para se opor, não as tem no momento de propor algo melhor. Abraça-se a causa dos excluídos ou se converte em advogada do pluralismo, não o faz para construir a partir de tudo isso uma concepção alternativa do poder. A esquerda é, fundamentalmente, melancólica e reparadora. O socialismo é entendido atualmente como reparação das desigualdades da sociedade liberal.
A mentalidade reparadora configura-se às custas do pensamento inovador e antecipado. Desta forma, não se oferece ao cidadão uma interpretação coerente do mundo que nos espera, visto apenas como algo ameaçador. Mobilizar os bons sentimentos e evocar continuamente a ética não é suficiente; faz falta entender as mudanças sociais e saber de que modo podem ser conquistados, nas novas circunstâncias, os valores que o identificam a alguém.
A primeira dificuldade da esquerda para configurar-se como alternativa esperançosa provém desta espécie de "heroísmo diante do mercado", que impede a compreensão de sua verdadeira natureza. Para uma boa parte da esquerda, raciocinar economicamente é conspirar socialmente. Ela pensa que o social não pode ser preservado mais do que contra o econômico. A denúncia ritual da mercantilização do mundo e do neoliberalismo provém de uma tradição intelectual que contrapõe o social ao econômico, que tende a privilegiar o determinismo e as construções diante das oportunidades oferecidas pela mudança social.
Em vez de proclamar que "outro mundo é possível", é melhor imaginar outras formas de conceber e atuar neste mundo. A idéia de que não se pode fazer nada diante da globalização é uma desculpa da inapetência política. O que não se pode fazer é agir como antes. A esquerda não se livrará deste pessimismo que a atormenta enquanto não se esforçar para aproveitar as possibilidades geradas pela globalização e orientar as mudanças sociais num sentido mais justo e igualitário. Um projeto político deve encarnar uma esperança, racional e inteligente, ou não será mais do que a inércia necessária para continuar a manter-se sofrivelmente.
Assinar:
Postagens (Atom)