O Padre que comia meninos levados
Ao ler as reportagens, cujos links informo abaixo, lembrei-me da minha infância.
Lá na roça onde fui criado, em Minas Gerais, cresci ouvindo estórias de padres católicos que “comiam” “meninos levados”.
Nos meus oito ou nove anos de idade, bem matutos, acreditava piamente que eram devorados literalmente com ossos e tudo. Não sobravam nem os sapatos.
O sumiço dos sapatos era o que mais me intrigava.
No final de cada ano um monte deles desaparecia. Para onde? Todos pareciam saber, mas ninguém me contava.
Após esses sumiços, sempre me perguntava se os sapatos também haviam sido comidos. Se não, a curiosidade beliscava imperiosa: – aonde teriam ido parar? – Eu não tinha sapatos. Eles tinham.
Andavam sempre bem vestidos. Calça azul, camisa celeste e sapatos pretos com sola de couro... Que luxo! Que inveja.
Como eu queria um par daqueles sapatos.
No entanto, se no dia da feira, na rua do mercado, esbarrava por acaso com algum desses “meninos levados”, fugia deles como o diabo foge da cruz. Só pela roupa já sabia que eram levados.
Vai que um deles, para salvar-se, me agarrava e levava para o padre me comer?
Com mais pavor ainda, se via um padre, eu corria desabalado para esconder-me atrás da primeira árvore que encontrava. E havia muitas naquela época; tantas quanto padres.
Havia também um orfanato lotado de “meninos levados”, e, ao lado, um seminário também cheio de padres.
Uma vez, numa sabatina de significados de vocábulos, fui castigado pela professora. Ela perguntou-me o que era um orfanato; eu respondi que era a dispensa dos padres. Dona Albertina ficou brava comigo... e eu era tão bom aluno.
Felizmente, os meus pais, na sua santa ignorância, pois analfabetos eram, nunca foram chegados a uma Igreja; jamais me obrigaram a freqüentá-la.
Meu avô dizia que um padre era o diabo vestido de preto.
Nas noites de chuva, à luz do lampião, dava-lhe para dissertar sobre os perigos da Igreja Católica... e eu esbugalhava os olhos; a boca não fechava... A coisa piorava quando descrevia episódios da guerra e dizia que a Igreja era um asilo de criminosos nazistas...
Eu logo os imaginava ao redor de uma fogueira, cortando e mastigando pedaços assados desses “meninos levados”. E os sapatos? A pergunta vinha quase imediata. Será que os comiam também? Nhecaa!... Até os sapatos? Aquela gente do orfanato era muita esquisita...
Até os sapatos? Porque não os jogavam fora? De repente eu podia encontrar um par que me servisse...
Mas essas estórias não me atormentavam tanto assim. Adorava o meu avô. O susto logo passava.
Enquanto ele falava, eu sonhava acordado em ser um dia tão valente como ele. O problema maior era na escola; no dia da catequese, às sextas-feiras. Ficava com dor de barriga, tal era o medo de que o padre quisesse me comer...
Mas aos nove anos eu havia decidido que seria tão valente como o meu avô.
Olhava para mim e, de tão magro, convencia-me que não despertava o apetite do padre. Mas, por via das dúvidas, sentava-me no último banco da classe. Se uma mosca pousava no meu nariz, nem bugia. Tentava assoprar a danada com os olhos.
A coragem fazia-me suar a jorros.
Se o padre me encarava, ficava paralisado...
Vai me comer! Já me via amarrado a um espeto, rolando acima do carvão. O coração quase saltava pela boca ante a expectativa do que ele ia me dizer.
Se me convidasse para ir à casa dele, já tinha a resposta na ponta da língua. Sairia correndo da sala.
Porém, por alguma razão, o devorador de “meninos levados” fazia sempre perguntas para o colega do lado.
Ufa! Era uma sorte!
Nesses momentos, disfarçadamente baixava os olhos e regozijava-me pelas minhas pernas magras como gambitos... Jurava que na janta não iria repetir o prato duas ou três vezes como era meu costume. Tinha que continuar magro para não despertar o apetite do padre. Os “meninos levados” eram todos gordos e rosados.
O alívio só chegava com o fim da aula. Era enorme.
Era tão grande, mas tão grande, que me sentia capaz de sair flutuando como uma pena ao sabor da brisa. Nunca aconteceu, realmente. Contudo, que eu ficava feliz, lá isso ficava... e me sentia leve até à noite da quinta-feira seguinte.
O terror começava a crescer quando me deitava. Um pouco antes do copo de leite que mamãe me obrigava a beber antes de dormir.
Eu detestava leite branco; ainda mais quente, com aquela nata asquerosa... que insistia em aparecer todos os dias no trajeto do fogão até à esteira onde dormia.
Mas eu bebia.
Certa sexta-feira, ainda o Sol ameaçava despontar no horizonte, vovô decidiu acompanhar-me até à escola; isto é, até à entrada do povoado.
Até à escola não podia, senão o mico era certo.
Eu acordava cedo para dar tempo de caminhar os cinco quilômetros que distavam. Ele precisava comprar tabaco para o cachimbo e outras coisas mais na quitanda do “seu” Antônio, um português de bigodes fartos, língua afiada, sorriso permanente e uma pança que se confundia com a pipa de vinho que mantinha na frente da loja, onde se sentava à espera dos fregueses.
Durante o primeiro par de quilômetros caminhamos em silêncio. Eu acordara ranzinza por causa da aula de catequese.
No entanto, apesar de adorar o meu avô, mais macambúzio fiquei com a sua companhia. Não era por nada, não; só que o lombo do “Brasil”, o jumento que me levava para a escola, nesse dia seria do velho. Ora!
Na ida e na volta.
De raiva, até deixei em casa o meu chapéu de palha, parecido com o do John Wayne.
Para que usar chapéu se não tinha “cavalo” para ser cowboy?
Depois de cruzarmos o riacho, que eu apelidara de “Rio Bravo”, cujo fio de água fui chutando a ponto de molhar shorts e livros, do nada o meu avô perguntou-me por que eu ficava nervoso todas as quintas à noite.
Não respondi.
Continuei encafifado, chutando as malesas do caminho.
Mesmo assim senti os olhos dele. Isso deixou-me mais irritado. Odiei não ter levado o meu chapéu para poder incliná-lo sobre os olhos e oferecer-lhe o ar de desprezo que todo o prisioneiro mostra quando caminha a pé, atrás do sheriff montado a cavalo.
Três horas depois o Sol já brilhava. No horizonte surgia o alto do campanário da igreja. Meu vovô parou o “Brasil”, desmontou e repetiu a pergunta.
– É por causa da nata do leite! – respondi-lhe atravessado. – Odeio leite branco... nunca tem chocolate em casa... – continuei desabafando.
O velho fitou-me desconfiado. Entrecerrou os olhos por alguns instantes, puxou do cachimbo sem tabaco e meteu-o na boca:
– Fale direito comigo, moleque! Somos amigos ou não somos? – disse a meia voz no seu sotaque arrastado, puxando nos ‘R’.
Foi o suficiente.
Ele já me havia explicado o que era amizade; o quanto lealdade e confiança eram importantes para que ela se mantivesse e fortalecesse. Ele era da Bélgica; dizia que lá a amizade verdadeira fora o mais importante para esse pequeno país vencer os alemães durante a guerra...
O meu avô havia lutado na guerra. Era valente.
Era o meu herói e, sem dúvida alguma, o meu melhor amigo. Portanto, contei tudo.
Ainda reclamei mais um pouco do nojo da nata no leite. Afinal, mamãe obedecia tudo o que ele mandava. Mas logo acabei por contar o que me consumia; o medo de ser comido por um dos padres. De ser raptado e devorado, sem deixar sequer os sapatos; fato grave no meu caso; nem sapatos tinha.
Depois desse episódio não me lembro de ter visto o meu avô rir com tanta vontade, tão alto e por tantos minutos.
Pareceram intermináveis.
Quanto mais me olhava, mais ria. E eu sem entender nada. Por alguns momentos cheguei a pensar que o velho tinha desandado das idéias...
Finalmente se acalmou, mas não parou de sorrir. Com carinho pegou-me pelas axilas e montou-me em cima do jumento.
– Félix, meu neto, – disse-me ainda a sorrir, – você nunca será comido por um padre, porque eu não vou deixar... Além do mais, você é magro como um caniço, feio como um susto e é o negrinho mais inteligente que conheço.
Na aula de catequese dessa sexta-feira não senti medo. Nunca mais senti.
Quando voltei para a roça, caminhando ao lado do meu avô, pela primeira vez na vida percebi quem eu era; embora só anos mais tarde viesse a entender porque os padres “comiam” os “meninos levados” e os sapatos desapareciam.
Nota:
Os “meninos levados” não eram travessos como eu imaginava. Mamãe dizia que eu era muito levado; vivia aprontando. Bom, nem tanto... mas as ameaças dela não deixavam dúvidas. Se não me comportasse seria comido pelos padres...
Na verdade, os “meninos levados”, aqueles de calças azuis e camisas celestes, com quem cruzava no dia da feira, eram os órfãos levados para o orfanato, que cresciam, tornavam-se seminaristas e passavam depois a usar batinas pretas. Para mim eram padres... Por isso não encontrava os sapatos!
Hoje, pelas ruas, é raro ver um padre de batina preta. Os “comedores” de “meninos levados” vivem disfarçados.
Uma explicação:
Os links a seguir levam às reportagens que me fizeram recordar o episódio da infância que acabei de contar. Não deixe de lê-las.
As fotos acima mostram um dos mais pervertidos “comedores” de “meninos levados”, que eu, morando no México em 1993, por coincidência profissional tive o desprazer de conhecer pessoalmente.
Na época esse criminoso já era famoso como um dos maiores pedófilos do país e a Igreja Católica mexicana, apesar de saber, fingia que não sabia. O Papa João Paulo II também fingia. Outro hipócrita.
Se você quiser e puder, por favor divulgue as reportagens abaixo. No Brasil, a hipocrisia e conivência da imprensa com a Igreja Católica chega a ser criminosa.
Cabe a nós acabar com os “comedores” de “meninos levados”; com os pedófilos que se aproveitam da fé dos ingênuos.
Lá na roça onde fui criado, em Minas Gerais, cresci ouvindo estórias de padres católicos que “comiam” “meninos levados”.
Nos meus oito ou nove anos de idade, bem matutos, acreditava piamente que eram devorados literalmente com ossos e tudo. Não sobravam nem os sapatos.
O sumiço dos sapatos era o que mais me intrigava.
No final de cada ano um monte deles desaparecia. Para onde? Todos pareciam saber, mas ninguém me contava.
Após esses sumiços, sempre me perguntava se os sapatos também haviam sido comidos. Se não, a curiosidade beliscava imperiosa: – aonde teriam ido parar? – Eu não tinha sapatos. Eles tinham.
Andavam sempre bem vestidos. Calça azul, camisa celeste e sapatos pretos com sola de couro... Que luxo! Que inveja.
Como eu queria um par daqueles sapatos.
No entanto, se no dia da feira, na rua do mercado, esbarrava por acaso com algum desses “meninos levados”, fugia deles como o diabo foge da cruz. Só pela roupa já sabia que eram levados.
Vai que um deles, para salvar-se, me agarrava e levava para o padre me comer?
Com mais pavor ainda, se via um padre, eu corria desabalado para esconder-me atrás da primeira árvore que encontrava. E havia muitas naquela época; tantas quanto padres.
Havia também um orfanato lotado de “meninos levados”, e, ao lado, um seminário também cheio de padres.
Uma vez, numa sabatina de significados de vocábulos, fui castigado pela professora. Ela perguntou-me o que era um orfanato; eu respondi que era a dispensa dos padres. Dona Albertina ficou brava comigo... e eu era tão bom aluno.
Felizmente, os meus pais, na sua santa ignorância, pois analfabetos eram, nunca foram chegados a uma Igreja; jamais me obrigaram a freqüentá-la.
Meu avô dizia que um padre era o diabo vestido de preto.
Nas noites de chuva, à luz do lampião, dava-lhe para dissertar sobre os perigos da Igreja Católica... e eu esbugalhava os olhos; a boca não fechava... A coisa piorava quando descrevia episódios da guerra e dizia que a Igreja era um asilo de criminosos nazistas...
Eu logo os imaginava ao redor de uma fogueira, cortando e mastigando pedaços assados desses “meninos levados”. E os sapatos? A pergunta vinha quase imediata. Será que os comiam também? Nhecaa!... Até os sapatos? Aquela gente do orfanato era muita esquisita...
Até os sapatos? Porque não os jogavam fora? De repente eu podia encontrar um par que me servisse...
Mas essas estórias não me atormentavam tanto assim. Adorava o meu avô. O susto logo passava.
Enquanto ele falava, eu sonhava acordado em ser um dia tão valente como ele. O problema maior era na escola; no dia da catequese, às sextas-feiras. Ficava com dor de barriga, tal era o medo de que o padre quisesse me comer...
Mas aos nove anos eu havia decidido que seria tão valente como o meu avô.
Olhava para mim e, de tão magro, convencia-me que não despertava o apetite do padre. Mas, por via das dúvidas, sentava-me no último banco da classe. Se uma mosca pousava no meu nariz, nem bugia. Tentava assoprar a danada com os olhos.
A coragem fazia-me suar a jorros.
Se o padre me encarava, ficava paralisado...
Vai me comer! Já me via amarrado a um espeto, rolando acima do carvão. O coração quase saltava pela boca ante a expectativa do que ele ia me dizer.
Se me convidasse para ir à casa dele, já tinha a resposta na ponta da língua. Sairia correndo da sala.
Porém, por alguma razão, o devorador de “meninos levados” fazia sempre perguntas para o colega do lado.
Ufa! Era uma sorte!
Nesses momentos, disfarçadamente baixava os olhos e regozijava-me pelas minhas pernas magras como gambitos... Jurava que na janta não iria repetir o prato duas ou três vezes como era meu costume. Tinha que continuar magro para não despertar o apetite do padre. Os “meninos levados” eram todos gordos e rosados.
O alívio só chegava com o fim da aula. Era enorme.
Era tão grande, mas tão grande, que me sentia capaz de sair flutuando como uma pena ao sabor da brisa. Nunca aconteceu, realmente. Contudo, que eu ficava feliz, lá isso ficava... e me sentia leve até à noite da quinta-feira seguinte.
O terror começava a crescer quando me deitava. Um pouco antes do copo de leite que mamãe me obrigava a beber antes de dormir.
Eu detestava leite branco; ainda mais quente, com aquela nata asquerosa... que insistia em aparecer todos os dias no trajeto do fogão até à esteira onde dormia.
Mas eu bebia.
Certa sexta-feira, ainda o Sol ameaçava despontar no horizonte, vovô decidiu acompanhar-me até à escola; isto é, até à entrada do povoado.
Até à escola não podia, senão o mico era certo.
Eu acordava cedo para dar tempo de caminhar os cinco quilômetros que distavam. Ele precisava comprar tabaco para o cachimbo e outras coisas mais na quitanda do “seu” Antônio, um português de bigodes fartos, língua afiada, sorriso permanente e uma pança que se confundia com a pipa de vinho que mantinha na frente da loja, onde se sentava à espera dos fregueses.
Durante o primeiro par de quilômetros caminhamos em silêncio. Eu acordara ranzinza por causa da aula de catequese.
No entanto, apesar de adorar o meu avô, mais macambúzio fiquei com a sua companhia. Não era por nada, não; só que o lombo do “Brasil”, o jumento que me levava para a escola, nesse dia seria do velho. Ora!
Na ida e na volta.
De raiva, até deixei em casa o meu chapéu de palha, parecido com o do John Wayne.
Para que usar chapéu se não tinha “cavalo” para ser cowboy?
Depois de cruzarmos o riacho, que eu apelidara de “Rio Bravo”, cujo fio de água fui chutando a ponto de molhar shorts e livros, do nada o meu avô perguntou-me por que eu ficava nervoso todas as quintas à noite.
Não respondi.
Continuei encafifado, chutando as malesas do caminho.
Mesmo assim senti os olhos dele. Isso deixou-me mais irritado. Odiei não ter levado o meu chapéu para poder incliná-lo sobre os olhos e oferecer-lhe o ar de desprezo que todo o prisioneiro mostra quando caminha a pé, atrás do sheriff montado a cavalo.
Três horas depois o Sol já brilhava. No horizonte surgia o alto do campanário da igreja. Meu vovô parou o “Brasil”, desmontou e repetiu a pergunta.
– É por causa da nata do leite! – respondi-lhe atravessado. – Odeio leite branco... nunca tem chocolate em casa... – continuei desabafando.
O velho fitou-me desconfiado. Entrecerrou os olhos por alguns instantes, puxou do cachimbo sem tabaco e meteu-o na boca:
– Fale direito comigo, moleque! Somos amigos ou não somos? – disse a meia voz no seu sotaque arrastado, puxando nos ‘R’.
Foi o suficiente.
Ele já me havia explicado o que era amizade; o quanto lealdade e confiança eram importantes para que ela se mantivesse e fortalecesse. Ele era da Bélgica; dizia que lá a amizade verdadeira fora o mais importante para esse pequeno país vencer os alemães durante a guerra...
O meu avô havia lutado na guerra. Era valente.
Era o meu herói e, sem dúvida alguma, o meu melhor amigo. Portanto, contei tudo.
Ainda reclamei mais um pouco do nojo da nata no leite. Afinal, mamãe obedecia tudo o que ele mandava. Mas logo acabei por contar o que me consumia; o medo de ser comido por um dos padres. De ser raptado e devorado, sem deixar sequer os sapatos; fato grave no meu caso; nem sapatos tinha.
Depois desse episódio não me lembro de ter visto o meu avô rir com tanta vontade, tão alto e por tantos minutos.
Pareceram intermináveis.
Quanto mais me olhava, mais ria. E eu sem entender nada. Por alguns momentos cheguei a pensar que o velho tinha desandado das idéias...
Finalmente se acalmou, mas não parou de sorrir. Com carinho pegou-me pelas axilas e montou-me em cima do jumento.
– Félix, meu neto, – disse-me ainda a sorrir, – você nunca será comido por um padre, porque eu não vou deixar... Além do mais, você é magro como um caniço, feio como um susto e é o negrinho mais inteligente que conheço.
Na aula de catequese dessa sexta-feira não senti medo. Nunca mais senti.
Quando voltei para a roça, caminhando ao lado do meu avô, pela primeira vez na vida percebi quem eu era; embora só anos mais tarde viesse a entender porque os padres “comiam” os “meninos levados” e os sapatos desapareciam.
Nota:
Os “meninos levados” não eram travessos como eu imaginava. Mamãe dizia que eu era muito levado; vivia aprontando. Bom, nem tanto... mas as ameaças dela não deixavam dúvidas. Se não me comportasse seria comido pelos padres...
Na verdade, os “meninos levados”, aqueles de calças azuis e camisas celestes, com quem cruzava no dia da feira, eram os órfãos levados para o orfanato, que cresciam, tornavam-se seminaristas e passavam depois a usar batinas pretas. Para mim eram padres... Por isso não encontrava os sapatos!
Hoje, pelas ruas, é raro ver um padre de batina preta. Os “comedores” de “meninos levados” vivem disfarçados.
Uma explicação:
Os links a seguir levam às reportagens que me fizeram recordar o episódio da infância que acabei de contar. Não deixe de lê-las.
As fotos acima mostram um dos mais pervertidos “comedores” de “meninos levados”, que eu, morando no México em 1993, por coincidência profissional tive o desprazer de conhecer pessoalmente.
Na época esse criminoso já era famoso como um dos maiores pedófilos do país e a Igreja Católica mexicana, apesar de saber, fingia que não sabia. O Papa João Paulo II também fingia. Outro hipócrita.
Se você quiser e puder, por favor divulgue as reportagens abaixo. No Brasil, a hipocrisia e conivência da imprensa com a Igreja Católica chega a ser criminosa.
Cabe a nós acabar com os “comedores” de “meninos levados”; com os pedófilos que se aproveitam da fé dos ingênuos.
A Igreja Católica, nos seus 2.000 anos de existência tem feito mais mal à humanidade do que esse “bem” falso que tanto alardeia.
Não só pelo fato de perverter milhões de jovens mundo afora, mas também por todas as guerras "Santas" em nome de Cristo para poder enriquecer; por todos os atrasos que causou no campo científico, sobretudo na moral e no social; por ter criado tantos dogmas hipócritas e burros, entre eles o celibato clerical, apenas e sempre por fins financeiros, objetivos nada fraternos e domínio do poder.
E por favor não confunda fé católica ou cristã com o fato de acreditar em Deus. São duas coisas completamente diferentes. Embora a Igreja insista que são a mesma coisa, NÃO SÃO!
Lembre-se que a igreja católica é uma grande seita: copiou dos egípcios o seu dia máximo de celebração, o dia do deus Sol, Rá, o domingo.
Os fiéis, e neles, creio, você pode estar incluído(a), ajoelham-se aos pés de um símbolo antigo de tortura e consomem símbolos ritualísticos de sangue e carne, numa demonstração alegórica de canibalismo... mas dizem que se ajoelham diante da cruz e chamam à alegoria canibal, santa comunhão.
Deus não tem nada a ver com isso!
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