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sábado, 18 de fevereiro de 2006

Carta aberta ao sr. Noblat e amigos do blog:

As repetidas ameaças, caro Noblat, que o senhor tem escrito desde que se mudou para o Estadão têm aquele simpático desvio leninista misturado com uma dose de AI5 tupiniquim bem ao estilo Antônio Marcos Pimenta Neves, e devem ser cumpridas. 

Pessoalmente, nem mesmo aqueles que aqui vituperam, desculpe, me revejo ou os vejo no conteúdo licencioso das suas ameaças. Menos ainda aqueles afeitos às mensagens espíritas ou religiosas, tenham elas o fundamento que tenham.

Tampouco discutirei a sua honorabilidade nem o que está oculto em cada ameaça ou imposição de regras que entende escrever, nem como as suas opções editoriais [sim, porque no seu translado para o site do Estadão há, como bem sabe, arte de fé]. 


Mas eu estou sim com todos os que aqui escrevem, sejam eles política ou socialmente corretos, petistas ou não, xenófobos, usurpadores de nicks alheios, ou até com a turba de fanáticos que aqui se expressam. 

Também estou com o senhor na tentativa de moralizar o conteúdo deste seu blog. - Nós somos todos muito finos para nos preocuparmos com jornalismo agressivo ou com quem permite que o pensamento do povo venha à tona. Não é verdade? 

Mas eu entendo que há uma coisa que vale mais do que isso: A sua sobrevivência, os seus financiadores e a oportunidade de calar o que realmente muitas pessoas, deste infeliz, país ainda conseguem pensar e têm a coragem de expressar no seu Blog. 

As suas ameaças “moralizatórias” ajudam-me a compreender o por quê se confunde no Brasil o desejo de paz com a covardia física, pois existe em todos um medo físico do perigo e das privações e, no seu caso em particular, o leva à histérica ameaça de se igualar aos Blog que nem ouso repetir.

O que importa hoje, no seu blog é que não nos preocupemos com o assalto aos cofres públicos, como pouca gente se preocupou em colocar um apedeuta na presidência deste Brasil espoliado; hoje também não devemos nos preocupar, especialmente no ano de eleições, que o PT apenas deu forma ao que o seu partido vem fazendo ao longo dos anos; amanhã também não devermos nos preocupar com o assalto às nossas casas: A liberdade para o senhor, meu caro Noblat, só tem um valor... 


No entanto, esquece o senhor, foi a liberdade sem peias que deu fama ao seu blog, criada pelo senhor mesmo. É claro que hoje não interessa que vejamos e, menos ainda, que comentemos, as noticias colocadas “estrategicamente”, divulgando as partes que interessam, industriando devagar ou em cachoeira este ou aquele empenho visando um interesse maior.

Se por acaso o senhor, entre tantos sucessos e prêmios recentes, resolver comentar estas humildes palavras, não se esqueça do que já disse sobre a honorabilidade da opinião e o respeito que devemos à liberdade. E que nenhum de nós esqueça que é muito fácil e popular punir o mensageiro, - seja eu ou o mais destoado que aqui escreve - e muito conveniente levantar esta poeira. No meio da poeira, meu caro Noblat, todos os figurões são pardos. 


Eles também são contra a licenciosidade, claro. E, neste caso, ficam sabendo que podem retaliar dessa maneira...

Seria admissível que a política no “seu” Blog esteja entregue aos estados de alma, aos caprichos e às obsessivas fixações pessoais do Sr. Mesquita? 


Será compreensível que a maioria dos que aqui escrevem não manifestem nenhuma incomodidade visível com tamanha exorbitância ou que um medíocre burocrata a serviço do PFL, PSDB e até do PT não distinga entre os autores das caricaturas aqui escritas e a liberdade que cada um tem de dizer o que quiser? 

Sr. Noblat, como aceitar que nos tomem a todos por tolos quando se pretende que entre a recente caída do PSDB nas pesquisas e as suas ameaças haja uma concomitância tão visível?

Certamente o senhor esqueceu, e os meus nobres amigos deste blog desconhecem, a reunião de emergência que ocorreu no restaurante Massimo em São Paulo quando o todo poderoso editor Sr Pimenta matou a amante. 


Só a Veja não se alinhou com a decisão de publicar apenas uma nota de rodapé sobre o vil ato praticado por aquele que ajudou a formar o jornal do qual o senhor participa do Site.

Hoje não nos preocupamos com o assalto ao jornal, como ontem pouca gente se preocupou com o assalto à casa de um blogger; amanhã não nos preocupamos com o assalto a nossa casa. 


De uma coisa podemos estar certos: a liberdade só tem um valor. E os cavalheiros que desde há anos andam a violar o segredo de justiça, «colocando notícias» estrategicamente, divulgando partes de processos, industriando devagar ou em catadupas, esses, não foram assaltados pela polícia.

domingo, 6 de novembro de 2005

A escolha amorosa

É preciso que se diga, ad nauseum, que o amor como consenso não existe. 

Cada ser humano quando está utilizando tal palavra, em qualquer idioma, está se referindo a um “sentir” tão particular que não será jamais alcançado por qualquer outro ser humano. 

“Eu teria de ser igual para sentir igual”, portanto, a palavra jamais deve se aplicar.

Então, resta que eu “sinta”... amor. Seja o que for isto para mim e seja eu quem for. Logo, podemos depreender que para sentir necessito de outras pessoas, mas não de uma em especial, senão como escolha.

A escolha por sua vez é um exercício da experiência – e não poderia ser de outro modo; as minhas escolhas amorosas são decorrências de como vivi até este momento. De como percebi o mundo e as outras pessoas, e sobretudo da forma como percebi as minhas faltas. 


Necessitado de complementar-me. 

Ávido de preencher-me. 

Faminto de afeto. 

É com este quadro, como eu o vejo, que falseio a realidade para escolher mal. Como o sedento no deserto, que a custa da sede vê no ar miragens de águas ali quase ao alcance. E por mais que exangue, busque as desejadas águas, por mais que se arraste gastando todas as energias, não encontra, não se sacia. 

Assim faz o que ama.

A experiência que propicia a escolha do objeto de amor é sólida e incontestável. A experiência que vivemos está impregnada em nós, nos constitui e fala muito do que fomos. Esta experiência é única, e a escolha que vai gerar por conseguinte será única.

Somente não sabemos o peso dos detalhes, a riqueza de certas imperfeições do outro.

Sabemos do sabor próprio a algo que interessa a nós. Assim, o amado é sempre nossa vítima, porque depositamos nele significados que ele não vai alcançar. Muitas vezes este outro, lisonjeado, tenta vestir a fantasia que lhe pomos, e durante algum tempo vivemos a quimera de vidro que somente quando se parte sabemos que cristal não era, como diz o poeta.

Resta-nos dar ouvido ao oráculo : Se queres amar e ser bem amado... “Conhece-te a ti mesmo”.

quinta-feira, 29 de setembro de 2005

Os “SE” do Noblat

Acho graça à análise que o Noblat desenvolve sobre a vitória do AR [ALDO REBELO] versus a derrota do Nono [JOSÉ THOMAZ NONO].

É “se” pra lá, “se” pra cá, “se” aquilo, “se” aquilo o outro; é “se” que não acaba mais, tentando explicar o inexplicável.

Noblat tem vezes que é brilhante, mas em outras parece até que não é ele quem escreve tais análises. Talvez, nestes momentos, seja atacado pela síndrome do inventor da roda, querendo deixá-la cada vez mais e mais redonda. Ou, como todo o gênio, tem o seu momento opaco, como teve ao aceitar o Suplicy para escrever neste blog.

Contudo, eu gosto de todos esses “se”. Eu mesmo os uso.

Por exemplo, gosto de pensar que: “se” a minha mãe tive sido uma negra violão, provavelmente um alemão teria casado com ela e eu hoje seria um mulato de olhos verdes, morando na Alemanha, e não nesta ENORME MERDA que é o Brasil. Teria feito uma faculdade de qualidade, reconhecida no mundo inteiro e, teria um montão de louras querendo experimentar o meu sentido híbrido de alemão com negra. Ah... como eu falaria bem alemão...... Ah.... “se” a minha mãe tivesse sido negra, negrinha de cabelo pixaim...

Para você, Noblat, relembro-lhe uma resposta do falecido Miguel Arraes quando, certa vez um jornalista lhe perguntou ao que atribuía a derrota que tivera na eleição. Arraes respondeu:

- “perdi porque o outro candidato teve mais votos”.

Resposta simples e verdadeira. - Nonô perdeu porque o AR teve mais votos. Simples! Sendo AR, seus tiros foram profusos e melhores direcionados. A munição que usou era de melhor qualidade. A pólvora estava mais fresca e os alvos eram brandos demais. Entendeu, Noblat?

Você escreveu: “Os 15 votos que deram a vitória a Aldo Rebelo (PCdoB/SP)...” - 15 votos! Sendo ele AR nenhum número melhor combina com tais iniciais. AR-15. Número cabalístico. Tem tudo a ver.

Por outro lado, como você mesmo disse, foi bom o Nonô ter perdido. Você vai continuar entrando na câmara disfarçado de José Thomaz Nonô. Viu? seu desejo foi atendido e o sucesso do Blog está garantido.... até a moda passar.

No meio desta estória toda, fico triste pelo o Eduardo T. – Rio. Mais uma vez foi um Paulista que veio lá das Alagoas para ganhar o 3º. cargo mais importante da rééépublica.

E para finalizar, parabéns ao 3 em Um. Com AR-15 na presidência, um Brasil mais corrupto será construído. A paralisação dos trabalhos será mais, digamos, permanente... O Mensalão continua, a pizza leva mais muzzarella, e o Lulla continua.

Ah.... se a minha mãe tivesse sido negra.........

Atentai Brasileiros:

Para a posteridade, reproduzo um comentário muito interessante que encontrei numa das janelinhas do Blog do Noblat. Como certamente será deletado, guardo-o aqui no meu.

Foi Enviado por Vianna (
sergioviannabsb@ig.com.br)

Quando Noblat era Diretor do Correio Braziliense, dava gosto ler o jornal. 

Ali nas páginas dirigidas por ele, na forma e conteúdo, se via um bom jornalismo. 

Qualquer cidadão tem o direito de mudar de posição política. Não questiono esse direito. Só lamento que o Noblat, de quem sou leitor desde o JB, tenha criado um estilo neste Blog baseado na mágoa e no ressentimento. 

Abriu espaço para aqueles que ainda não sabem o que é democracia nem cidadania. Ao ler a notinha do "não convidem para a mesma mesa....Renan, Lula, Michel Temer, etc.", me deu vontade de fazer um comentário. 

Antes porém, fui ler os comentários já postados. Fiquei estarrecido após uma hora de leitura. O nível está aquém do primarismo político. Ou eu não sei qual a lógica do Blog, ou me fica a impressão de que o rancor e a mágoa que o Noblat imprimiu ao Blog abriu esta perspectiva tão lamentável. 

Se o que está postado hoje, for uma fotografia da média da juventude brasileira, creio que são todos jovens, a esperança de que o Brasil caminhava para o crescimento cultural na medida do avanço do acesso às informações livres, foi para o "brejo", literalmente. 

Dá dó ver o que está acontecendo aqui neste espaço. 

Dó de dor mesmo, não de desprezo, pois acho que o livre arbítrio deve prevalecer e o respeito a esse direito também. Mas está doendo muito assistir a manifestações tão deprimentes. 

Uma boa noite a todos e me desculpem os que não estão contribuindo para o baixo nível, pois me refiro à média geral do festival de besteira que assolam este blog (cum permissa do Estanislau). 

Até breve.

sexta-feira, 26 de agosto de 2005

Um novo fim

Por Félix Barbosa(*)

"Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim." – [Chico Xavier]

Quem observa o Brasil com discernimento entristece-se ao escutar parlamentares do PT citarem o presente “tsunami” de corrupção como algo, não de agora, mas oriundo do governo FHC e dos tempos coloniais. Por conseguinte, concluo eu, o PT, seus dirigentes e atuais governantes só seguiram a tradição.

Essa lengalenga de dizer: – se tivéssemos sido colonizados pelos ingleses ou pelos holandeses talvez outro seria o Brasil, – é uma falácia. Já tivemos mais de 500 anos para sanear a “rouboBras” e nada fizemos. Como dizia Dostoiewsky, "o inimigo está lá fora". É cômodo, não?

Recordo uma entrevista do Sr. Douglas North, prêmio Nobel de Economia, à revista Veja, onde afirmou que os países da América Latina importaram seu modelo institucional de Portugal e da Espanha e por isso levam desvantagem. 


Segundo ele, a Península Ibérica tem instituições ineficientes, sem maturidade para estimular o crescimento econômico. Em contra-partida, os Estados Unidos, sob a carga genética das instituições inglesas, têm um sistema bem mais moderno.

Para usar a expressão do momento, repilo frontalmente tal pensamento. Basta ver a economia da Espanha atual e como ela e Portugal estão comprando este Brasil nosso aos retalhos. – No entanto, esse tipo de pensamento soa como música para todos os comodistas de plantão, cuja inépcia e, por conta de se locupletarem, justificam as suas excrescências ao governo anterior, aos colonizadores ou ao infeliz Delúbio. Infeliz sim! - Execrado por todos e ungido, a “celerado único” por aqueles a quem ele lhes consagrou fidelidade canina.

O nosso caráter brasileiro, apesar de vilipendiado pelo PT, reside nas 7 subjetividades: Amor; paixão; lealdade; fidelidade; conquista; sedução e idoneidade. Quiçá, por não as exercermos corretamente tenhamos permitido tanta corrupção. Nela, o PT como um todo se diz vitima de um passado, – e hoje sabemos que a tal “ética” deles era uma ignomínia.

Esta falta de entendimento convergiu na eleição do homem equivocado. No Lula personifica-se a não-fidelidade e a não-lealdade; a paixão e o não-amor; a conquista e a ausência de sedução. - [o Collor, por exemplo, plim-plim..., usou a sedução]. – Por outro lado, tocando à idoneidade, vê-la ou não no Lula, se a possui ou não, depende da faceta do cristal com a qual se observe este atributo.

Quem hoje, desapontado, diz ter sido seduzido pelo Sr. Lula, é um “purista”. O PT dos últimos 12 anos conquistou parte da nação. – PSDB foi seu aríete. – Permitiu ao Lula conquistar 53 milhões de almas desiludidas por meio de um MST invasor, Sindicatos achacadores, shows milionários, tratamento dentário, malas de dinheiro e promessas mitômanas, tão veementes, mais pareciam ser a chave da porta da felicidade.

Conquista nada tem a ver com sedução. Sedução significa enlevo, deleite, atração, encanto, fascínio, – predicado do qual FHC se valeu para reeleger-se, calcado nos resultados do seu primeiro mandato. 


Entretanto, conquista, como ela mesma inspira, quer dizer submeter, vencer, subjugar, alcançar, obter a qualquer preço. Em outras palavras, Lula adestrou o poder por conquista. 

No exercício desse poder, não obteve mérito, nem força, nem mesmo submissão apesar de comprar a Vice-Presidência, o Sr. Roberto Jefferson e uma série de parlamentares, cujo abrolhar assemelha-se a lenços de papel sendo arrancados da caixa.

Quem elegeu o Sr. Lula, [direito não censuro], e por ele se sente ludibriado, tampouco está afrontando o necessário para alterar esta conjuntura. Não lê a Constituição, nem sequer o manual do Procon; não conhece os seus direitos, não os procura e menos ainda os exerce. Apenas rezinga e culpa a ascendência! 


Portanto, qualquer infortúnio ou tributo indevido adicional, é reflexo do pretérito. E pagamos todos! O Congresso Nacional paga salários polpudos a parlamentares ausentes contumazes ou aposentadoria aos renunciantes e tampouco nada faz. E pagamos todos!

Certa vez Rui Barbosa concluiu - "O povo não tem representante porque as maiorias partidárias, reunidas nas duas casas do Congresso, distribuem a seu bel-prazer as cadeiras de uma e de outra casa, conforme os interesses das facções a que pertencem." – e eu pergunto: não é o povo quem escolhe esses representantes?

Isto foi dito há 90 anos atrás. De lá para cá, talvez tenhamos estultice e celulares demais e com certeza, sabedoria de menos, sem falar na mesma fome, na mesma falta de patriotismo, na mesma carência de escolas, na mesma corrupção. As verdades mais claras do passado podem tornar-se ainda mais claras no presente. Porém, somente aqueles que constroem o futuro têm direitos a julgar o passado. 


O PT perdeu esse direito! 

É possível até que sua passagem pela vida política brasileira assemelhe-se à réstia que uma pedra deixa na superfície das águas.

(*) Félix Barbosa, é engenheiro químico; Doutor em Literatura Inglesa; Mestre em Literatura Espanhola; Mestre em Administração de Empresas; Atualmente é Consultor de Empresas na área de contratos societários internacionais.

quarta-feira, 24 de agosto de 2005

Oposição incompetente

Artigo publicado no "Blog do Noblat". Os meus agradecimentos ao Ricardo Noblat por sua gentileza.

Oposição incompetente

Por Félix Barbosa(*)

Bem-vindos aos fatos: o PT sangra e está acuado contra as cordas. 

A oposição perdeu todas as mesas das CPMIs e é sistematicamente derrotada nas votações dos requerimentos que submete. Se Einstein media o valor de um homem pela medida em que ele [homem], se libertava do seu próprio eu. 

Nos oposicionistas na CPMI dos Correios, vejo uma "medida" pequena.Para trazer o Doleiro Barcelona à CPMI, Álvaro Dias, ilustre senador da oposição, votou contra. 

Na votação para convocação do ex-ministro Gushiken, uma "incontinência urinária" assolou alguns membros da oposição, justo na hora do voto. 

O senador Artur Virgílio  adepto das palavras bonitas, de difícil compreensão, nem apareceu na sala. Como ele, outros se virgularam de suas eméritas presenças no momento da votação.

O Resultado foi a derrota da oposição na sessão da CPMI dos Correios: PT 18 X oposição 11. (média ponderada dos votos recebidos pelos requerimentos da oposição no dia 18/08/2005).

Quem assistiu a essa sessão, pôde presenciar um festival de derrotas da oposição e a competência política da tropa de choque do PT, conduzida por Ideli Salvatti, Maurício Rands, Carlos Abicalil, sob o guarda chuva do Senador Delcidio Amaral.

Do lado da oposição o que se via era alguns galinhos garnisés, a começar pelo mais bonito parlamentar, o jovem ACM neto. Sem argumentação, sem eloqüência e verborragiando palavras apelativas, amargaram a "não aprovação" de todos os requerimentos para convocação dos, sobejamente conhecidos, mentores e operadores da maior crise de corrupção deste país.

Há muito se sabia do DNA corruptor do PT. 


No entanto, a corrupção anterior, a egolatria do Sr. FHC, a falta de ética do falecido Sérgio Mota, a conspurcação do Serra com os laboratórios e a ação dos fundos de Pensão nas privatizações deram origem ao fenômeno Lula paz e amor. 

Deram origem, sobretudo, à institucionalização da corrupção sistêmica e voraz que assistimos e, com nojo, nos defrontamos ao raiar de cada dia, nestes últimos três meses.

Os professores da corrupção foram superados pelos defensores da ética. Não só na arte de corromper, mas também na retórica, na capacidade de convencimento, na eloqüência dos argumentos. 


Cedo ou tarde será preciso escolher um lado se quisermos permanecer humanos. A oposição, no entanto, escolhe todos, em nome da tal da "governabilidade". São contra o impeachment do Lula. Porém, afirmam que ele é autista; que nada sabe, que não tem condições de continuar governando.

No Brasil, política é com "p" minúsculo e significa dinheiro. 


Nós nunca a compreenderemos. 

Somos uma maioria analfabeta e não temos líderes de verdade. 

Quem o era, já morreu. Quem ainda é, lembra da ditadura e está velho demais e sem forças. Só nos resta os Artur Virgilios, os Mãos Santas, ACMs, César Borges e outros que somem da sala da CPMI na hora de votar.

O Brasil é um organismo. 


Todos nós somos células com diferentes finalidades. No entanto estamos entrelaçados, servindo uns aos outros. Mas maioria dos brasileiros não entende isso. Vemos uma UNE vendida - o futuro já vendido! 

Vemos os sindicatos negociando migalhas. Vemos a compra de um avião, cujo preço construiria duas ou três universidades capazes gerarem bons líderes. Vemos uma oposição ao estilo PRONA, usar o nome de Deus insistentemente, para adornar parlapatices citatórias sejam elas do Livro Sagrado, de próceres ou de uma lista de frases em latim.

Já não surpreende como o PT conseguiu comprar tanta gente e manipular o Congresso Nacional. Temos uma oposição fraca, sem hombridade. As transmissões das CPIs, mostram-nos, com nitidez, os interesses ali grassantes. Nenhum deles é republicano.

Ao vê-los tratarem-se uns aos outros como Excelência, sinto um torpor lúcido, pesadamente incorpóreo, estagno, entre desonestidade e a hipocrisia, numa sensação à sombra da excrescência. Assistindo à performance dos chamados oposicionistas, minha atenção bóia entre dois mundos e vê cegamente a profundeza de um Brasil e a leviandade da sociedade eleitora de tais pessoas.

Tenho a impressão de que se ali adentrasse um policial e gritasse: - "POLICIA" – eles não sairiam correndo. Responderiam em uníssono: - "E aí amizade? Demorou pra chegar! Vai um chopinho?".

Diante de uma oposição tão contraditória, eu, crítico do Lula e do PT, devo reconhecer que há no gênio petista um elemento obscuro. 

Aquele elemento confuso, real, mas difícil de definir, chamado mediunidade. Lula foi o veículo de um vasto número de tendências, se não tivesse sido tal veículo, não teria podido dominar a oposição incompetente. Foi essa que o enviou para que nela ingressasse, e Lula comandou e tem comandado, porque a venalidade da oposição assim lhe ordenou que o fizesse.

(*) Félix Barbosa, 49 anos, é engenheiro químico; Doutor em Literatura; Mestre em Literatura Espanhola; Mestre em Administração de Empresas; é Consultor de Empresas na área de contratos societários internacionais.


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