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terça-feira, 13 de abril de 2010

Igreja Católica, atraso, sangue, sofrimento e hipocrisia.

Um dos aspectos mais intrigantes da Igreja Católica Apostólica Romana, – e do cristianismo de um modo geral, – é a sua afeição pelo atraso, por sangue, por sofrimento e pela hipocrisia.

Como instituição religiosa, apesar do grande número de eruditos que possui, da intelectualidade, estudo e conhecimentos que a permeiam, é de uma ignorância convenientemente tacanha. 


Sem falar na preguiça, pois, neste atributo, nem a preguiça é tão indolente.

Tudo o que não compreende, rejeita!; e dá um jeito de transformar em pecado. Diante de novos conceitos, novas idéias ou modos de vidas vê logo a personificação do diabo ou uma influência demoníaca. O resultado final que provoca é sempre o extermínio; seja através de novos dogmas, seja pela negação pura e simples.

Foi assim com Galileu, com as civilizações Maias e Astecas, com o iluminismo, islamismo, judaísmo... e até com a tradução da Bíblia para o inglês. Esta última sem grande sucesso, felizmente; apesar de ter mandado assassinar milhares de pessoas só pelo fato de lerem a Bíblia nesse idioma.

Para a Igreja a Terra continuaria plana e o centro do Universo. Do mesmo modo, como disse há dias o secretário de estado do Vaticano, "a culpa da pedofilia na igreja é devido ao homossexualismo que nada tem a ver com o celibato".

Por “default” a Igreja Católica opõe-se a qualquer progresso da humanidade, avanço social e tenta por todos os meios retrasar ou impedir as descobertas científicas.

Nos tempos atuais vai até mais longe, como na declaração do secretário do Vaticano. É como o PT. Tenta enfiar-nos os dedos nos olhos achando que todo o mundo é idiota e só eles os inteligentes.


A maior parte da humanidade é formada por idiotas, é bem verdade. Infelizmente!

Neste texto vou deixar de lado as guerras que essa organização travou em nome de Cristo, e dos genocídios praticados em Seu nome. Foram tantos, – e ainda são, – que nada mais são do que conseqüências naturais da estupidez que a domina e da cobiça que exercita. 


Melhor dizendo, do imperativo de sangue, de sofrimento e de hipocrisia... de muita hipocrisia na sua suposta intenção de salvar a humanidade... conquanto esta permaneça ignorante, mas contribuindo.

Salvar?

Quando uma Igreja se coloca a si mesma como uma espécie de portal, cobrando pedágio para os fiéis “estarem na presença” de Deus, essa Igreja está longe de qualquer tentativa de salvação, e sim, perto do enriquecimento; que é na verdade o objetivo primário de todos aqueles que formam qualquer instituição religiosa... com o intuito de "salvar".

As obras de caridade, os asilos, os alimentos aos pobres e campanhas pela fé não passam de peças de marketing para gerar mais fundos e, conseqüentemente, maior enriquecimento.

Poder, domínio e enriquecimento são as grandes especialidades das Igrejas mundo afora. A Igreja Católica Apostólica Romana é apenas a mais hábil de todas. 


Tem mais anos de experiência...

E hoje o seu know-how é copiado e praticado por qualquer vigarista. 

A ignorância humana e sua necessidade de buscar no divino a consolação para a própria falta de escrúpulos, principalmente de fé, é um grande negócio e a maior motivação para qualquer igreja.

Coitado do Cristo. Se Ele soubesse que o Seu nome seria usado para roubar judeus, árabes e ciganos, matar, queimar milhões de seres humanos ou abusar sexualmente de crianças, ou até mesmo arrecadar fundos para fundar impérios econômicos, teria feito um trato com Judas. 


Ter-se-ia aboletado com a metade das trinta moedas e passado o resto da vida com a Madalena em algum Resort do Caribe a desfrutar do bom e do melhor... ou talvez, devido à imortalidade, estaria hoje dando aulas na USP e o ensino brasileiro não seria o lixo que é.

Utopias à parte, ninguém precisa estudar teologia para conhecer os desmandos, a corrupção, os assassinatos, roubos e as poucas vergonhas, nada humanas, menos ainda cristãs que cresceram e prosperam a diário no seio da Igreja Católica... desde que o Imperador Constantino “viu” no céu uma cruz de fogo e, abaixo dela, a frase “in hoc signus vinces”, (Por este sinal vencerás). 


Que conveniente!

Hoje diríamos que foi uma tremenda jogada de marketing. Sem dúvida alguma deve ter sido uma visão extraordinária. E que visão! Afinal, propiciou o inicio da maior multinacional financeira de todos os tempos. 


A mais poderosa, rica e a de maior faturamento que, por sua vez, serviu de cópia para neopentecostais, batistas, adventistas, testemunhas de Jeová e o resto das nefandas chamadas cristãs.

Ainda bem que ao Lula, mitômano desde criancinha, não lhe ocorreu visão semelhante. Bom,... mesmo que a tivesse ninguém acreditaria; já todos sabemos que é um mentiroso patológico...

Mas em Constantino acreditaram. Ora se não! E alguém duvidaria do imperador?

Caíram como patos numa “visão celestial” enxergada por um só homem, dentro de num acampamento militar, repleto de homens que nada viram, porém divulgada por muitos sob seu comando. 


Resultado? 

Os cristãos alistaram-se no exército romano, pagando obviamente muito bem, e Constantino venceu a batalha; que teria perdido não fosse essa ajuda humana e financeira.

Ajuda que levou à institucionalização oficial da Igreja Católica, à bíblia, mais ou menos como a conhecemos hoje, e aos fanáticos pogroms anti-semitas que resultaram em chacinas, linchamentos, violações e expulsões dos “assassinos de Cristo”.

Em outras palavras, a multinacional da fé enriqueceu, floresceu e seu estatuto administrativo, filosófico e orgânico tornou-se o livro mais copiado e vendido do mundo.

Em time que está ganhando não se mexe, já diz o ditado. Portanto, in hoc signus vinces! E a International Catholic Church Corporation só tem ganhado com esse signo, quando o reinventou a partir do século IV. 


Até Hitler o usou. 

E Pio XII, o papa que ajudou tantos criminosos, o nazista Joseph Ratzinger quer transformá-lo em santo?

Nada mais justo e merecido, pois a suástica é uma cruz quebrada. Um símbolo de tortura. O signo quebrado.

Signo que vem de sinal e nada tem a ver com horóscopo. Conforme nenhuma guerra tem a ver com Cristo, já que Ele jamais pediu que se travasse qualquer contenda para ou em sua glorificação. 


Nem mandou os Cruzados invadirem Jerusalém. 

Nem vestiu os nazistas de padres e os espalhou pela América Latina.

Nem mandou fornecer armas aos negros que lutavam pela independência das colônias portuguesas. 

Nem disse aos padres e pastores para arrancarem dízimos dos miseráveis...

Muito menos Lhes disse para não se casarem ou desafogarem a sordidez que os conspurca nos corpos de crianças. 

Duvido que alguma vez abençoasse um soldado a caminho de um campo de batalha...

Ou tivesse inspirado Tomás de Torquemada, o "grande inquisidor em nome de Cristo" a condenar milhões à fogueira.

A igreja católica é sábia em produzir psicopatas assassinos...

Hoje, como desde que o mundo é mundo, as pessoas têm especial predileção pela desgraça. Entre o nada e a dor, o ser humano sempre prefere a dor. Portanto, acredita em tudo que prometa aliviá-lo do sofrimento do dia-a-dia que causa a si mesmo, ou busca desesperadamente desfazer-se da própria culpa do sofrimento que causa nos outros.

Infelizmente, a maioria dos seres humanos confunde fé em Deus com fé na Igreja, seja esta qual for. 


E uma coisa nada tem a ver com a outra.

As pessoas confundem e misturam uma coisa com a outra, geralmente esquecendo-se da primeira, para apostarem na segunda, porque a igreja promete servir-lhes de intermediário com a fé, poupando-lhes o esforço, a dedicação e, sobretudo a verdade do que significa acreditar em Deus e seguir o exemplo de Jesus.

Deus jamais pôde ou poderá “estar” numa igreja ou ter um padre ou pastor como seu intermediário ou emissário. Jamais!


Acreditar numa bobagem dessas é negar o próprio Deus, os ensinamentos de Jesus e a si próprio.

Mas a índole do ser humano é fraca, mais até que a carne. 


Sabedora disso, a igreja manipula a maneira como as pessoas vivenciavam o cristianismo. 

Alardeia que somente através dela a salvação é a única saída. 

Ou então, como faz Edir Macedo, através do dízimo a prosperidade vem ao encontro do doador...

Que grande MENTIRA! 


Por meio da Igreja, de qualquer igreja, padre ou pastor, cardeal ou Papa é que não há salvação possível. Muito menos por meio do dízimo dado para uma igreja.

Os que lerem a Bíblia ou as antigas escrituras com um pouco de atenção, dar-se-ão conta, facilmente que, a Igreja Católica e o cristianismo de um modo geral, - como foi e é praticado, - está muito longe dos ensinamentos de Jesus.

Para ter Deus dentro de si e vivenciar os ensinamentos de Jesus, não é necessário pagar o dízimo nem freqüentar ou conviver com essas corjas de hipócritas que formam as Igrejas pelo mundo.

Deus criou o homem à sua imagem e semelhança, Gênesis 1:26, e a humanidade sequer percebe que não é inferior a Deus... Coríntios 1, 3:16 diz: “Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?

No entanto, a humanidade quer ser inferior a Deus... para ter a quem culpar dos próprios infortúnios e praticar exatamente o contrário do que está escrito no Livro que supostamente beija, jura e acredita... mas declara com orgulho que crê em Deus, contudo... hipocritamente ignora as partes difíceis de praticar ou inconvenientes para acreditar.

Quem realmente acredita em Deus não precisa de igreja ou de um homem de batina para servir-lhe de intermediário quando a Ele quiser se dirigir ou pedir ajuda.

Quem usa a Igreja ou qualquer dos seus funcionários para "chegar" até Deus, apenas corre o risco de ficar sem o seu dinheirinho, ter os joelhos esfolados, o cérebro lavado e, se for criança, provavelmente estuprada, corrompida e manipulada.

Se o ser humano não tiver Deus dentro de si, certamente não O encontrará numa igreja... E se O tiver, ao entrar numa igreja, Deus esperará na porta, do lado de fora.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

O jornalismo abutre brasileiro.

Quem assiste pela TV às inundações que alagam algumas cidades do Brasil, – e tiver alguma memória, – certamente dar-se-á conta que as desgraças ocorrem sempre nos mesmos lugares.

Independente dos anos transcorridos até os rostos dos aflitos se assemelham. Não obstante, iguais e repetidas são as perguntas e comentários dos jornalistas.

E que perguntas! Autênticas pérolas da demagogia aplicada à informação.

Eis algumas que anotei:

– "Como se sente vendo sua casa destruída?”; ou,

– “A senhora sente dor por ter perdido sua família?”; ou,

– “Como vai ser sua vida, agora que perdeu tudo?”; ou,

– "É muita dor, não é?"; ou

– “É muito triste para a senhora?”; ou, a melhor de todas:

– “Como está seu coração?

O questionamento hipócrita desses jornalistas chega a ser criminoso. A TV Record e a TV Bandeirantes são campeãs absolutas... e ambas criticam a demagogia.

Obviamente, os respectivos diretores de jornalismo acreditam que perguntando dessa forma a audiência aumentará e o drama será sentido, não na carne, mas nas veias; e, de passo, almejam derrotar a TV Globo, igualmente demagógica. Portanto, os intitulados “repórteres” dessas emissoras perguntam tais imbecilidades para a câmara enquadrar o rosto do(a) entrevistado(a) à espera das lágrimas.

Se a pessoa resiste, a câmara não se importa de esperar alguns segundos. Se resiste muito, o repórter repete a pergunta.

Que gentalha! Que abutres escarafunchando sangue... Que falta de escrúpulos! Sobretudo, que falta de respeito com as pessoas que perderam tudo... com as quais o repórteco só se preocupa para proporcionar drama para a telinha.

Não basta mostrar e comentar o fato, quase sempre naquele português analfabeto; num favelês repleto de faltas de concordâncias...

Será que esses jornalistas, de fundo de quintal, além de serem uns ignorantes do próprio idioma, esperam que o(a) desabrigado(a), comece a rir da própria infelicidade? Ou que manifeste alívio por ver o barraco destruído?

Provavelmente esperam obter o “furo” de ver o pai que acabou de perder os filhos, rir à gargalhada.

Como todos os demais valores humanos, no Brasil a polaridade invertida é a constante. Parece até que as desgraças acontecem só para serem aproveitadas por esses abutres. Nenhum desses dejetos do jornalismo se preocupa em cobrar das autoridades as devidas providências para salvar a massa enorme de infelizes pendurados nos morros.

O importante é o drama e, ao cair da noite, um programa bombástico para debater soluções... que morrem no encerramento.

Assim é o Brasil da corrupção, do mentiroso Lula da Silva, do jornalismo marrom e das mesmas tragédias repetidas ano após ano... sem que as autoridades façam alguma coisa para corrigir... e... sobretudo... sem que a imprensa se empenhe em cobrar permanentemente as soluções necessárias.

quarta-feira, 31 de março de 2010

O Padre que comia meninos levados


Ao ler as reportagens, cujos links informo abaixo, lembrei-me da minha infância.

Lá na roça onde fui criado, em Minas Gerais, cresci ouvindo estórias de padres católicos que “comiam” “meninos levados”. 


Nos meus oito ou nove anos de idade, bem matutos, acreditava piamente que eram devorados literalmente com ossos e tudo. Não sobravam nem os sapatos.

O sumiço dos sapatos era o que mais me intrigava.

No final de cada ano um monte deles desaparecia. Para onde? Todos pareciam saber, mas ninguém me contava. 


Após esses sumiços, sempre me perguntava se os sapatos também haviam sido comidos. Se não, a curiosidade beliscava imperiosa: – aonde teriam ido parar? – Eu não tinha sapatos. Eles tinham. 

Andavam sempre bem vestidos. Calça azul, camisa celeste e sapatos pretos com sola de couro... Que luxo! Que inveja.

Como eu queria um par daqueles sapatos.

No entanto, se no dia da feira, na rua do mercado, esbarrava por acaso com algum desses “meninos levados”, fugia deles como o diabo foge da cruz. Só pela roupa já sabia que eram levados.

Vai que um deles, para salvar-se, me agarrava e levava para o padre me comer?

Com mais pavor ainda, se via um padre, eu corria desabalado para esconder-me atrás da primeira árvore que encontrava. E havia muitas naquela época; tantas quanto padres.

Havia também um orfanato lotado de “meninos levados”, e, ao lado, um seminário também cheio de padres.

Uma vez, numa sabatina de significados de vocábulos, fui castigado pela professora. Ela perguntou-me o que era um orfanato; eu respondi que era a dispensa dos padres. Dona Albertina ficou brava comigo... e eu era tão bom aluno.

Felizmente, os meus pais, na sua santa ignorância, pois analfabetos eram, nunca foram chegados a uma Igreja; jamais me obrigaram a freqüentá-la. 


Meu avô dizia que um padre era o diabo vestido de preto. 

Nas noites de chuva, à luz do lampião, dava-lhe para dissertar sobre os perigos da Igreja Católica... e eu esbugalhava os olhos; a boca não fechava... A coisa piorava quando descrevia episódios da guerra e dizia que a Igreja era um asilo de criminosos nazistas... 

Eu logo os imaginava ao redor de uma fogueira, cortando e mastigando pedaços assados desses “meninos levados”. E os sapatos? A pergunta vinha quase imediata. Será que os comiam também? Nhecaa!... Até os sapatos? Aquela gente do orfanato era muita esquisita...

Até os sapatos? Porque não os jogavam fora? De repente eu podia encontrar um par que me servisse...

Mas essas estórias não me atormentavam tanto assim. Adorava o meu avô. O susto logo passava. 


Enquanto ele falava, eu sonhava acordado em ser um dia tão valente como ele. O problema maior era na escola; no dia da catequese, às sextas-feiras. Ficava com dor de barriga, tal era o medo de que o padre quisesse me comer...

Mas aos nove anos eu havia decidido que seria tão valente como o meu avô. 


Olhava para mim e, de tão magro, convencia-me que não despertava o apetite do padre. Mas, por via das dúvidas, sentava-me no último banco da classe. Se uma mosca pousava no meu nariz, nem bugia. Tentava assoprar a danada com os olhos. 

A coragem fazia-me suar a jorros. 

Se o padre me encarava, ficava paralisado... 

Vai me comer! Já me via amarrado a um espeto, rolando acima do carvão. O coração quase saltava pela boca ante a expectativa do que ele ia me dizer.

Se me convidasse para ir à casa dele, já tinha a resposta na ponta da língua. Sairia correndo da sala.

Porém, por alguma razão, o devorador de “meninos levados” fazia sempre perguntas para o colega do lado. 


Ufa! Era uma sorte! 

Nesses momentos, disfarçadamente baixava os olhos e regozijava-me pelas minhas pernas magras como gambitos... Jurava que na janta não iria repetir o prato duas ou três vezes como era meu costume. Tinha que continuar magro para não despertar o apetite do padre. Os “meninos levados” eram todos gordos e rosados.

O alívio só chegava com o fim da aula. Era enorme. 


Era tão grande, mas tão grande, que me sentia capaz de sair flutuando como uma pena ao sabor da brisa. Nunca aconteceu, realmente. Contudo, que eu ficava feliz, lá isso ficava... e me sentia leve até à noite da quinta-feira seguinte.

O terror começava a crescer quando me deitava. Um pouco antes do copo de leite que mamãe me obrigava a beber antes de dormir. 


Eu detestava leite branco; ainda mais quente, com aquela nata asquerosa... que insistia em aparecer todos os dias no trajeto do fogão até à esteira onde dormia. 

Mas eu bebia.

Certa sexta-feira, ainda o Sol ameaçava despontar no horizonte, vovô decidiu acompanhar-me até à escola; isto é, até à entrada do povoado. 


Até à escola não podia, senão o mico era certo. 

Eu acordava cedo para dar tempo de caminhar os cinco quilômetros que distavam. Ele precisava comprar tabaco para o cachimbo e outras coisas mais na quitanda do “seu” Antônio, um português de bigodes fartos, língua afiada, sorriso permanente e uma pança que se confundia com a pipa de vinho que mantinha na frente da loja, onde se sentava à espera dos fregueses.

Durante o primeiro par de quilômetros caminhamos em silêncio. Eu acordara ranzinza por causa da aula de catequese. 


No entanto, apesar de adorar o meu avô, mais macambúzio fiquei com a sua companhia. Não era por nada, não; só que o lombo do “Brasil”, o jumento que me levava para a escola, nesse dia seria do velho. Ora! 

Na ida e na volta. 

De raiva, até deixei em casa o meu chapéu de palha, parecido com o do John Wayne. 

Para que usar chapéu se não tinha “cavalo” para ser cowboy?

Depois de cruzarmos o riacho, que eu apelidara de “Rio Bravo”, cujo fio de água fui chutando a ponto de molhar shorts e livros, do nada o meu avô perguntou-me por que eu ficava nervoso todas as quintas à noite. 


Não respondi. 

Continuei encafifado, chutando as malesas do caminho. 

Mesmo assim senti os olhos dele. Isso deixou-me mais irritado. Odiei não ter levado o meu chapéu para poder incliná-lo sobre os olhos e oferecer-lhe o ar de desprezo que todo o prisioneiro mostra quando caminha a pé, atrás do sheriff montado a cavalo.

Três horas depois o Sol já brilhava. No horizonte surgia o alto do campanário da igreja. Meu vovô parou o “Brasil”, desmontou e repetiu a pergunta.

É por causa da nata do leite! – respondi-lhe atravessado. – Odeio leite branco... nunca tem chocolate em casa... – continuei desabafando.

O velho fitou-me desconfiado. Entrecerrou os olhos por alguns instantes, puxou do cachimbo sem tabaco e meteu-o na boca:

Fale direito comigo, moleque! Somos amigos ou não somos? – disse a meia voz no seu sotaque arrastado, puxando nos ‘R’.

Foi o suficiente. 


Ele já me havia explicado o que era amizade; o quanto lealdade e confiança eram importantes para que ela se mantivesse e fortalecesse. Ele era da Bélgica; dizia que lá a amizade verdadeira fora o mais importante para esse pequeno país vencer os alemães durante a guerra...

O meu avô havia lutado na guerra. Era valente. 


Era o meu herói e, sem dúvida alguma, o meu melhor amigo. Portanto, contei tudo. 

Ainda reclamei mais um pouco do nojo da nata no leite. Afinal, mamãe obedecia tudo o que ele mandava. Mas logo acabei por contar o que me consumia; o medo de ser comido por um dos padres. De ser raptado e devorado, sem deixar sequer os sapatos; fato grave no meu caso; nem sapatos tinha.

Depois desse episódio não me lembro de ter visto o meu avô rir com tanta vontade, tão alto e por tantos minutos. 


Pareceram intermináveis. 

Quanto mais me olhava, mais ria. E eu sem entender nada. Por alguns momentos cheguei a pensar que o velho tinha desandado das idéias...

Finalmente se acalmou, mas não parou de sorrir. Com carinho pegou-me pelas axilas e montou-me em cima do jumento.

Félix, meu neto, – disse-me ainda a sorrir, – você nunca será comido por um padre, porque eu não vou deixar... Além do mais, você é magro como um caniço, feio como um susto e é o negrinho mais inteligente que conheço.

Na aula de catequese dessa sexta-feira não senti medo. Nunca mais senti.

Quando voltei para a roça, caminhando ao lado do meu avô, pela primeira vez na vida percebi quem eu era; embora só anos mais tarde viesse a entender porque os padres “comiam” os “meninos levados” e os sapatos desapareciam.

Nota:

Os “meninos levados” não eram travessos como eu imaginava. Mamãe dizia que eu era muito levado; vivia aprontando. Bom, nem tanto... mas as ameaças dela não deixavam dúvidas. Se não me comportasse seria comido pelos padres...

Na verdade, os “meninos levados”, aqueles de calças azuis e camisas celestes, com quem cruzava no dia da feira, eram os órfãos levados para o orfanato, que cresciam, tornavam-se seminaristas e passavam depois a usar batinas pretas. Para mim eram padres... Por isso não encontrava os sapatos!

Hoje, pelas ruas, é raro ver um padre de batina preta. Os “comedores” de “meninos levados” vivem disfarçados.

Uma explicação:

Os links a seguir levam às reportagens que me fizeram recordar o episódio da infância que acabei de contar. Não deixe de lê-las.

As fotos acima mostram um dos mais pervertidos “comedores” de “meninos levados”, que eu, morando no México em 1993, por coincidência profissional tive o desprazer de conhecer pessoalmente. 


Na época esse criminoso já era famoso como um dos maiores pedófilos do país e a Igreja Católica mexicana, apesar de saber, fingia que não sabia. O Papa João Paulo II também fingia. Outro hipócrita.

Se você quiser e puder, por favor divulgue as reportagens abaixo. No Brasil, a hipocrisia e conivência da imprensa com a Igreja Católica chega a ser criminosa. 


Cabe a nós acabar com os “comedores” de “meninos levados”; com os pedófilos que se aproveitam da fé dos ingênuos.

A Igreja Católica, nos seus 2.000 anos de existência tem feito mais mal à humanidade do que esse “bem” falso que tanto alardeia. 


Não só pelo fato de perverter milhões de jovens mundo afora, mas também por todas as guerras "Santas" em nome de Cristo para poder enriquecer; por todos os atrasos que causou no campo científico, sobretudo na moral e no social; por ter criado tantos dogmas hipócritas e burros, entre eles o celibato clerical, apenas e sempre por fins financeiros, objetivos nada fraternos e domínio do poder.

E por favor não confunda fé católica ou cristã com o fato de acreditar em Deus. São duas coisas completamente diferentes. Embora a Igreja insista que são a mesma coisa, NÃO SÃO!

Lembre-se que a igreja católica é uma grande seita: copiou dos egípcios o seu dia máximo de celebração, o dia do deus Sol, Rá, o domingo. 


Os fiéis, e neles, creio, você pode estar incluído(a), ajoelham-se aos pés de um símbolo antigo de tortura e consomem símbolos ritualísticos de sangue e carne, numa demonstração alegórica de canibalismo... mas dizem que se ajoelham diante da cruz e chamam à alegoria canibal, santa comunhão.

Deus não tem nada a ver com isso!

Matérias em Português: Observatório da Imprensa e outros:

A "Legião" desmorona, ninguém noticia.

Pesadelos da Igreja - Pedofilia, demofobia e fotofobia

Comunicado da Legião reconhece abusos do Pe. Maciel e pede perdão

Pe. Corcuera explica ao Movimento Regnum Christi significado de revelações sobre o Pe. Maciel

Matérias em espanhol: jornal El País e outros:

La increíble vida de Marcial Maciel

Los Legionarios de Cristo admiten que su fundador cometió abusos sexualesLos Legionarios reniegan de su fundador

terça-feira, 30 de março de 2010

A consciência e a hipocrisia no jornalismo brasileiro.

A Hipocrisia

A Consciência
Várias vezes comentei aqui esse assunto. Necessidade alguma haveria de reprisá-lo. 

A qualidade do jornalismo brasileiro continua ladeira abaixo. 

O cinza tornou-se decisivamente a sua cor predominante e a venalidade o impulso a movê-lo.

No entanto, e apesar dessa constatação, nunca me havia deparado, frente a frente, com a boa e antiga consciência ética e com a hipocrisia; ambas jornalísticas, separadamente palpáveis em dois dos seus personagens mais ilustres.

Suspeitas tinha, mas jamais havia visto esses dois atributos plasmados de forma tão cristalina diante de mim.

Com peculiaridades tão antagônicas, creio que esses dois profissionais merecem algumas palavras. Especialmente pela forma como vejo e entendo os artigos que escrevem, cujos teores deveriam inflar ou desinflar opiniões ou contribuírem para o esclarecimento...

Um deles o faz. O outro não.

Explico:

No jornalismo de qualidade os detalhes são muito importantes. Se ignorados ou aviltados, como é hábito no Brasil, os danos podem ser terríveis. Tanto para leitores, quanto para protagonistas.

De um modo geral, o bom jornalismo, escrito e falado, deve espelhar o pensamento ético e o comportamento moral da sua sociedade. 


Sobretudo, tornar os profissionais que lhes dão conteúdo em os arautos da vida, do sofrimento do povo, das mazelas do governo, porque a eles cabe denunciar as injustiças. Mostrar as tendências. Dar opiniões honestas e pautadas na ética. Assumir defesas e até acusações fundamentadas, quando necessárias.

O bom jornalismo tem o dever de informar, de explicar e, acima de tudo, de concluir. No Brasil isso não ocorre. Quando informa, não explica. Se explica, não conclui. E se conclui, perde-se em vieses dubitativos ou ambíguos, proporcionando mais confusão do que informação.

Quem nunca leu num jornal que o PIB aumentou e, duas folhas adiante, na coluna de algum jornalista conceituado, lê exatamente o contrário; ou vice-versa?

O bom jornalista, por defeito de profissão, deveria ser uma criatura consciente do material que tem em mãos. Derivado disso, a sua responsabilidade é bem maior que a de qualquer outro indivíduo, pois o que escreve ou diz chega a milhares de pessoas. Ele tem o poder de interpretar a realidade e fazê-la chegar a quem o lê ou escuta... e com isso mudar pensamentos, opiniões, comportamentos... e até influir nas decisões de um juri no tribunal.

Do computador de um jornalista podem sair palavras que se transformam em imagens; uma vez expostas ao público podem resultar de difícil compreensão e serem vistas como uma deturpação da realidade... ou mais reais que a própria realidade.

É o que acontece no caso presente; nesta comparação entre dois profissionais a quem a um chamei de consciência e ao outro de hipocrisia.

Se um me proporciona a confiança do seu texto e o prazer ou zanga de lê-lo, o outro causa-me geralmente suspeitas, indignação e às vezes asco.

Se um possui a preocupação de informar os fatos e/ou elucidá-los sob o seu ponto de vista, – o que é absolutamente louvável e, sobretudo ético, como deve ser o bom jornalista, – o outro faz desses mesmos fatos, medalhas para pendurá-las no peito, travestindo-os com amálgamas narrativas que mais confundem;... cujo objetivo, outro não é, senão criar pencas de celeumas a serviço claro do escopo que mais [lhe] interessa no momento. Às vezes por diversão perversa pura, suspeito.

Se um mostra em cada letra os escrúpulos que possui, o outro demonstra que não os tem; não só no que escreve, por vezes repleto de erros ortográficos e de concordâncias, mas, sobretudo, no que faz publicar ou pessoalmente publica.

E, há anos, no meio destes opostos estamos nós, leitores.

De um lado a responsabilidade. Se preferirem, a consciência de ser um bom jornalista; de expressar a opinião sincera sobre o que pensa de determinado assunto, importando-lhe pouco se agrada a gregos ou a troianos. 


Certo para uns, errado para outros, ninguém fica indiferente ao que Reinaldo Azevedo escreve. Ou gosta ou não gosta. Concorda ou discorda. Não há meio-termo. O leitor não se agarra à suspeita nem dá de ombros para fugir dela.

Obviamente, nem tudo o que Reinaldo Azevedo escreve eu concordo, gosto ou acho que tem razão. Nem poderia. Temos digitais diferentes; graus de visão separados.

Porém, em tudo o que Reinaldo Azevedo escreve, sempre com redação impecável, – coisa raríssima no jornalismo brasileiro, – é possível perceber a sua opinião pessoal ou o lado do muro que escolheu. Os seus textos transpiram cuidados esmerados com a ética e revelam-nos a coerência permanente dos seus princípios morais e políticos. – Na minha opinião, isso é jornalismo. Bom jornalismo. Uma demonstração inequívoca de consciência responsável de como se deve tratar o material sobre o qual se disserta.

Já do outro lado, num extremo distante, também há muitos anos, vejo Ricardo Noblat. O “pescador de frases” fora de contexto e seu uso na manipulação. É a irresponsabilidade profissional. A burla pessoal. A ambivalência no comentário, no conteúdo... e até na tergiversação. 


Em síntese, a hipocrisia sem pudor. 

O cinismo em preto e branco. 

A dissimulação. 

O blefe. 

A falta de escrúpulos. 

O esquecimento absoluto de que a principal função de um jornalista é informar, não confundir; muito menos provocar a patuléia a câmbio de pseudo-interesses santarrões ou avoengos... igualmente hipócritas.

Ricardo Noblat representa bem a essência do que passou a ser o jornalismo brasileiro. Não é um jornalista, e sim... só mais outro jornaleiro que mexe com jornais.

Portanto, se quisermos entender estes dois profissionais tão opostos, no país dos contrastes, é preciso recorrer a Shakespeare. Através dele será possível entender a existência de milhares de Ricardos Noblats... e como Reinaldo Azevedo se sobressai, tão luminoso, num facho de luz em meio ao nevoeiro jornalístico que predomina no Brasil.

Se Ricardo Noblat, no seu terninho brilhante, a lo mafioso da Little Italy americana, é a tragédia do jornalismo e, no que escreve, apenas deixa para meditação e gosto amargo, uma fila interminável de interrogações, Reinaldo Azevedo mostra-nos, sem catarses, o que é ser ou não ser.

Para ilustrar o que aqui comento, vale a pena ler alguns artigos e comparar:

REINALDO AZEVEDO (apenas 2 demonstrações claras do bom jornalismo)

Quando Aiatoélio Quis Ser O Próprio Profeta
(Artigo contundente que desmascara Élio Caspari… o tal de, reza a fama, “reputação ilibada”).

Datafolha, Inconformados E Frenofóbicos
(Este artigo prova como os chamados “expoentes do jornalismo brasileiro” não passam de escrevinhadores a serviço de interesses escusos).

com:

RICARDO NOBLAT, (apenas 2 das suas muitas manipulações):

Brasileira torturada na Suíça aborta gêmeos
(Notícia dada em primeira mão por Noblat, cuja irresponsabilidade quase provocou uma crise diplomática. Dois dias depois provou-se que o jornalista defendia uma vigarista, que nunca esteve grávida e que, inclusive, foi presa e condenada pela justiça Suíça).

Este blog está com Renan e não abre
(Noblat defendendo um dos maiores corruptos que o Brasil tem... apenas para provocar a algazarra da patuléia).

quinta-feira, 25 de março de 2010

A aparência externa do caráter psicótico de Lula da Silva.

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Nos últimos oito anos o Brasil tornou-se o país do lixo, governado por psicopatas, corruptos, ladrões e assassinos. À frente, melhor que ninguém, está Luis Inácio Lula da Silva; o presidente eleito pela maioria, não menos psicopática e não menos corrupta.

Mentiras freqüentes, crueldade com colegas, irmãos e vizinhos, baixíssima tolerância à frustração, ausência de culpa ou remorso e falta de constrangimento quando apanhados na mentira ou em flagrante delito são os atributos que caracterizam e definem o povo brasileiro, de uma maneira geral, e o Lula de forma exponencial.

A foto do Lula, tirada por Gustavo Miranda do Jornal o Globo, congela para a eternidade a aparência externa do caráter intrínseco do atual presidente do Brasil.

É uma daquelas imagens que não só fala mais que mil palavras, mas mostra um completo tratado da verdadeira personalidade abjeta do Lula.

Como todo o político é o espelho do caráter de quem o elege, posso afirmar, sem medo de errar, que a imagem demente do Lula, captada por Gustavo Miranda, é igualmente o reflexo dos 80% da população que apóiam o seu governo.

Parabéns Gustavo por nos mostrar em cores a verdadeira personalidade do maior psicopata que o Brasil já produziu.

domingo, 4 de outubro de 2009

13% dos brasileiros admitem vender o voto.

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Do Jornal Folha de São Paulo – 04/10/2009Clique «AQUI» para ler a reportagem. 


Pesquisa Datafolha feita em todo o país mostra que 13% dos brasileiros admitem já ter trocado seu voto por dinheiro, emprego ou presentes. Esse percentual corresponde a cerca de 17 milhões de pessoas maiores de 16 anos em um universo de 132 milhões de eleitores.

Ainda de acordo com o levantamento, 94 % dos entrevistados vêem como condenável a venda do voto, percentual idêntico ao dos que dizem ser errado pagar propina.

Para especialistas, os brasileiros pensam corretamente sobre ética, mas não agem de acordo. "Ou vivemos na Escandinávia e não sabíamos, ou o que fazemos na prática corresponde pouco ao que dizemos que fazemos", avalia a antropóloga Lívia Barbosa.

Espelho, espelho meu, existe povo mais alborqueiro do que o brasileiro?

Quando morava no Brasil sempre me fazia essa pergunta. Com o passar do tempo, – e hoje longe desse nefasto país, – dei-me conta que uma nação constituída principalmente por alborqueiros, abéculas e arigofes não poderia ser diferente.

O Brasil é essencialmente um país de gente covarde que deixou de ser o que era e passou, – sob a influência e batuta do Lula, – a ser o que realmente sempre foi.

Sem medo de errar, posso afirmar que os brasileiros durante a administração petista, com Lula à frente, finalmente saíram do armário e assumiram a sua verdadeira índole.

Uns imitaram e outros se inspiraram no guia que os governa!

Sendo a maioria uma patuléia ignorante, que vê na educação escolar apenas o meio e o fim de aprender a assinar o nome e ler as parcelas do crediário em ‘deiz vez sem juro’, a corrupção e a venalidade são, sem dúvida, o molho que lhes engalana a vida.

O governo petista e o seu arauto maior, o Lula, ensinaram direitinho como votar com a mão no bolso.

Como resultado dessa pratica, os milhares de assassinatos mensais pelas ruas das principais cidades deve ser, certamente, o ápice da diversão nacional.

Neste sentido, tenho para mim que os outros mensais milhões de assaltos, roubos e invasões de lares são o estimulante, o aperitivo a motivá-los a novos atos aterrorizantes, – para o resto do mundo, – mas tão habituais, corriqueiros, aceites e praticados no dia a dia pelos brasileiros.

Portanto, se pensarmos bem, vender o voto às claras é até algo enfadonho. Nem merecia ser manchete de jornal.


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