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terça-feira, 20 de maio de 2008

Deus nunca foi brasileiro?

Só quem sai do Brasil por um bom tempo consegue compreender, na volta, como “estepaiz” vai se deteriorando em termos de pessoas, de cultura e até de vida. 

O Brasil, pouco a pouco, mostra-se que é mais um país de estúpidos, de gente sem cultura e repleto de eufemismos, do que um país de Deus, como se dizia no meu tempo. 

Vocês não sabem como isso me entristece.

Furacão aqui tem nome de tempestade tropical; terremoto, de abalo sísmico. 


Não consigo entender porque suavizam esses "atos" de Deus. 

Talvez porque agora se sabe que Deus não é brasileiro e no dia que acontecer uma fatalidade destas em cidades como São Paulo ou Rio de Janeiro, se perceba o horror da falta de escrúpulos das autoridades, dos construtores, e do povo alienado a tudo que no Brasil sobrevive.

As pessoas, até as cultas que conheço, deram para deturpar a pronúncia das palavras; acentuam-nas nas sílabas erradas e pior: “Objetivo” virou ‘obijetivo’; “Opção”, falam ‘opissão’; “Psicólogo”, dizem ‘pissicólogo’; “Psiquiatra”, até âncora de televisão famoso fala ‘pissiquiatra’ e informa que determinada pessoa foi ‘rapitada’ e não “raptada”. “Descer para baixo” ou “ascender para cima” virou moda. Acredito eu, pela influência de Paulo Coelho com os seus “acabamos de terminar” ou do Lula de poucas luzes e obscura instrução que troca os ‘S’ por “F”, quando a cachaça fala mais alto ou a pobre da esposa não está por perto para puxar-lhe a manga do paletó.

Quanto à “Justiça”, que já era injusta, agora virou “subijetiva”, como escutei na televisão, da boca de um juiz de direito. 


Não quero aqui entrar em detalhes técnicos, pois não vale a pena. 

Entretanto, dei-me conta que os Códigos, a Constituição Federal ou os aspectos técnicos do direito são cada vez mais violados ou jogados no ralo a cada hora. 

Um exemplo “fragrante” como diz certo Promotor do Ministério Público, é o caso Nardoni. O pai e a madrasta da infeliz menina Isabela Nardoni estão a ser julgados pelo clamor popular e não pelo que está escrito na Lei. 

Isso dá medo. 

Contra esse sorumbático casal existem apenas evidências circunstanciais. Não importa o quanto eu ou você “tenhamos certeza” que “são culpados”. A nossa certeza é apenas “subijetiva” e não pode ser motivo nem justificativa de se negar a quem quer que seja, o que está escrito na Lei Penal ou na Constituição Federal. 

Para evitar isso foram elaboradas. 

A Lei precisa ser cumprida conforme dispõe. 

A bem da verdade, a polícia não possui nenhuma prova cabal de que foram eles quem mataram a filha; portanto, como essa mesma polícia só encontrou circunstâncias, nenhum juiz poderia, conforme dispõe a Lei, negar o pedido de hábeas corpus

Entretanto já o fizeram; única e simplesmente para atenderem à histeria do clamor popular. Quando um tribunal Superior atenta contra o que está escrito, na lei que já era fraca de poder, perde completamente a sua eficácia. 

Isso me dá pavor. 

Pavor por ver o “técnico” submeter-se à “emoção” que não passa de contrição de meia dúzia de estúpidos e desocupados que se plantaram na frente da casa dos Nardoni e do sensacionalismo de duas redes de televisão.

Viver fora do Brasil, depois de quase meio século de permanência nele, percebe-se como se é enganado “nestepaiz”. Mas o mais triste é ter a constatação que aqui não se comenta nem se sabe o que se diz do Brasil lá fora, nem do seu estulto presidente nem do seu ministro da cultura, apenas para nomear dois casos que mais me impressionaram.

Mudando de assunto, ontem, domingo, 18 de Maio, ocorreram simultaneamente, em Buenos Aires e na Cidade do México, dois festivais musicais para arrecadação de fundos para as crianças abandonadas. 


O Brasil não foi convidado. 

A despeito desta omissão, nenhuma rede de televisão, sequer, mencionou esse mega evento. 

Estranho, não? 

Por metro quadrado o Brasil tem a maior população de crianças abandonadas da América Latina. Por que não foi convidado? Todos os demais países Latinos enviaram os seus melhores cantores. 

Só o Brasil não? Por quê?

É pena que eu não seja rico para poder retirar do Brasil todas as pessoas que gosto e poupá-las da vergonha de serem obrigados(as) a viver neste nefasto país onde se “véve” pior a cada dia; embora os noticiários nacionais informem o contrário. 


Só quem vive fora consegue perceber também que o país, onde a ética que aqui de vez em quando passa férias, tornou-se além de tudo uma ilha cercada de mentiras onde Deus nunca gostou de morar.


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