7 – Amor naufragado.
Meu anjo, a carga feita de desejos do meu barco naufragou nos teus braços. É possível negar o amor quando ele nos visita? – É terrível ser volúvel!
Nos conhecemos mais intimamente do que temos coragem de admitir. Tu bem o sabes. Nos amamos tanto que se tornou impossível acreditar na intensidade desse sentimento. Fomos incapazes de suportar o abraço que a felicidade nos deu.
Eu sabia que não ficarias muito tempo em silêncio. Tem sido assim ao longo destes estranhos anos de convivência. Obstinados e misantropos. Por mais que me ames, eu te amo ainda mais... Mas a nossa paixão ofende cérebros diminutos. Neles naufragamos.
Não escondo a minha culpa. Tampouco ignoro que tens amado as tuas lágrimas e os teus próprios ressentimentos.
Com pensamentos tristes e alegres esperamos o que o destino nos traria? Não sabes tu que a mente nos prega muitas peças? Jamais voltes a dizer que me amas; exceto se o disseres direta e pessoalmente para mim.
Quando te escrevo até esqueço que estou longe. Mas o amor mente! O amor faz a união e também a quebra. Não vês?
Não quero mais informação. Possuí-la faz-me adoecer de forma terminal. Rompe-me a estática da moralidade; o respeito que a ti dedico; a veneração que me faz separar-te do resto.
Não existe gente má, nem gente inocente, meu anjo. Só um monte de gente. Às vezes o que a gente procura está bem diante dos nossos olhos e nós não enxergamos. Lembra-te que a paixão é inimiga da precisão. Do mesmo modo, recorda que algumas perguntas jamais devem ser respondidas. Por que insistes?
O Brasil é uma bela terra abençoada, mas não consegue ocultar a fome, a culpa, nem a hipocrisia. Nos últimos anos tornou-se perverso e dessa iniqüidade não consegue fugir.
Um povo não se improvisa, meu anjo. A estatura do Brasil tem demorado demais a se modular e eu não sou eterno. Bem que gostaria. Há nessa terra aí uma espécie de loucura permitida; uma insanidade consensualista que me amofina e entristece... especialmente por perceber que o povo que aí vive retira forças do próprio medo e com isso se enfraquece cada vez mais.
Por que me chamas de sofista se o que quero é ser preciso? Em vez de perguntares no que acredito, questiona-te tu mesma no que acreditas tu. Certamente a tua resposta não terá base na lógica. Não fui eu que sacrifiquei quem amo apenas para pôr à prova as minhas convicções.
Meu anjo, não fui feito para ser derrotado. Posso ser destruído, mas nunca derrotado.
Nos conhecemos mais intimamente do que temos coragem de admitir. Tu bem o sabes. Nos amamos tanto que se tornou impossível acreditar na intensidade desse sentimento. Fomos incapazes de suportar o abraço que a felicidade nos deu.
Eu sabia que não ficarias muito tempo em silêncio. Tem sido assim ao longo destes estranhos anos de convivência. Obstinados e misantropos. Por mais que me ames, eu te amo ainda mais... Mas a nossa paixão ofende cérebros diminutos. Neles naufragamos.
Não escondo a minha culpa. Tampouco ignoro que tens amado as tuas lágrimas e os teus próprios ressentimentos.
Com pensamentos tristes e alegres esperamos o que o destino nos traria? Não sabes tu que a mente nos prega muitas peças? Jamais voltes a dizer que me amas; exceto se o disseres direta e pessoalmente para mim.
Quando te escrevo até esqueço que estou longe. Mas o amor mente! O amor faz a união e também a quebra. Não vês?
Não quero mais informação. Possuí-la faz-me adoecer de forma terminal. Rompe-me a estática da moralidade; o respeito que a ti dedico; a veneração que me faz separar-te do resto.
Não existe gente má, nem gente inocente, meu anjo. Só um monte de gente. Às vezes o que a gente procura está bem diante dos nossos olhos e nós não enxergamos. Lembra-te que a paixão é inimiga da precisão. Do mesmo modo, recorda que algumas perguntas jamais devem ser respondidas. Por que insistes?
O Brasil é uma bela terra abençoada, mas não consegue ocultar a fome, a culpa, nem a hipocrisia. Nos últimos anos tornou-se perverso e dessa iniqüidade não consegue fugir.
Um povo não se improvisa, meu anjo. A estatura do Brasil tem demorado demais a se modular e eu não sou eterno. Bem que gostaria. Há nessa terra aí uma espécie de loucura permitida; uma insanidade consensualista que me amofina e entristece... especialmente por perceber que o povo que aí vive retira forças do próprio medo e com isso se enfraquece cada vez mais.
Por que me chamas de sofista se o que quero é ser preciso? Em vez de perguntares no que acredito, questiona-te tu mesma no que acreditas tu. Certamente a tua resposta não terá base na lógica. Não fui eu que sacrifiquei quem amo apenas para pôr à prova as minhas convicções.
Meu anjo, não fui feito para ser derrotado. Posso ser destruído, mas nunca derrotado.