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sexta-feira, 18 de julho de 2008

Falo português! Favelez é o futuro.

MV Bill [Alex Pereira Barbosa], cantor de rap, hip-hop, ou coisa que o valha, e também documentarista, dias antes do PCC dominar a cidade de São Paulo afirmou: – “Eu falo favelez, mas falo também português. Se a discussão ficar só na favela o assunto morre e nada acontece”.

O PCC dominou São Paulo. A favela se impôs no idioma. De repente, “todos” passaram a falar “favelez”.

Para quem não sabe ou não lembra, PCC significa “Primeiro Comando da Capital”.

O PCC é uma chusma de 
bandidos negros, traficantes e assassinos; todos oriundos das piores favelas de São Paulo. Hoje resplandecem e se esparramam nos bairros mais chiques da cidade.

Organizados sob uma estrutura hierárquica e absolutamente analfabeta, criaram leis próprias e um código de conduta, a cuja desobediência os integrantes pagam com a vida.

Estes indivíduos, pretos na sua maioria, vivem basicamente das vendas de cocaína e crack a meninos e meninas ricos e meio-ricos da maior cidade do Brasil. Os mesmos que fazem passeatas contra a venda de armas e levantam bandeiras pela paz.

Todos possuem linguagem própria e, devido à ignorância escolar, falam mal a língua portuguesa.

Dessa forma deturpada de falar, nasceu o termo “favelez” ou “favelês”; este último, mais usado pela maioria dos jornalistas brasileiros. Igualmente ignorantes, corruptos e iletrados, tampouco sabem compor um vocábulo com derivação sufixal.

Como tudo o que há de errado no comportamento humano se torna moda no Brasil, o favelez pegou. Hoje é o que se fala por todo o país, principalmente nos meios de comunicação radiofônicos e televisivos, tendo a TV Globo e Globo News como as grandes e principais difusoras desse assassinato linguístico.

Cabe também lembrar que o Brasil é governado por um analfabeto, escolhido pela maioria. Nada mais lógico e adequado. Embora alheio ao país na maioria do tempo, tampouco sabe falar ou se expressar corretamente. Igual como os que o elegeram.

A sua estulta dialética reforçou mais ainda a forma errada e aviltante de falar o idioma nacional. O português... que a mesma maioria começou a ignorar.

Até ao inicio da era tucana, por volta de 1994, no Brasil ainda se falava, de um modo geral, um português correto com os seus muitos sotaques. Os intelectuais ainda permaneciam fiéis às suas idéias e os meios de comunicação esforçavam-se por expressar uma linguagem escorreita.

Após 1994, a gestão venal e incompetente do PSDB, com o seu sociólogo mor à frente da nação, implementou desastradamente, nas escolas, o sistema de ciclos


Esta “genialidade” ganhou logo a alcunha de “fim da repetência” dos alunos que não estudavam. Premiou a incompetência, a preguiça dos professores e, como era de se esperar, preparou para a vida milhões de analfabetos funcionais... os fundadores do “favelez”.

No ano passado [2007, obviamente], dados oficiais do atual governo apedeuta dão como certo que 71% dos alunos que concluem o ensino médio são incapazes de lidar com conceitos básicos, como “contas de menos” [subtrações] e porcentagens. No quesito “redação” os números da incapacidade estudantil beiram o inconcebível.

Como conseqüência, os péssimos resultados colhidos pelos alunos nos testes de desempenho colocaram o Brasil no ranking dos imbecis; dos ignorantes que não sabem que só por meio do estudo um país pode e poderá crescer. 


Portanto, mal sabendo ler e, pior ainda, escrever, milhões de brasileiros e brasileiras adentraram ao mercado de trabalho. Muitos deles nas rádios e televisões.

E a TV Globo, no desespero de retomar a audiência perdia... dá a maior força à ignorância, ao favelez.

Hoje é muito comum escutar [no rádio e na televisão] uma série de palavras que deixam arrepiada qualquer pessoa que tenha concluído o seu curso até 1994. Eis apenas alguns exemplos, tal como são pronunciados:
“Absoluto” – falam “abissoluto” ou, no seu advérbio, ‘abissolutamente”;
“Bufê” – falam ‘bifê’. [Nem em francês se pronuncia assim].
“Detectado” – falam ‘ditéquitádo’;
“Flexível” – falam ‘filéquissívéu’;
“Infectado” – falam ‘inféquitado’;
“Magnólia” – falam ‘maguinólia’;
“Menu” – falam ‘mêni’. [Nem em francês se pronuncia assim].
“Objeção” – falam ‘oubijéção’;
“Objetivo” – falam ‘oubijétivo’;
“Objeto” – falam ‘oubijéto’;
“Obsceno” – falam ‘obisceno’;
“Opção” – falam ‘oupição’;
“Privilégio” – falam ‘previlégio’;
“Psicólogo” – falam ‘pissicólogo’;
“Psiquiatra” – falam ‘pissiquiatra’;
“Purê” – falam ‘pirê’;
“Raptado” – falam ‘rapitado’;
“Respectiva” – falam ‘rispéquitiva’;
“Subjetivo” – falam ‘subijétivo’;
“Taxímetro” – falam ‘táquissimitro’;
“Tecnologia” – falam ‘téquinologia’;
A duas consoantes juntas passaram a intercalá-las com um ‘ i ’ ou com um ‘ qui ’, dependendo do caso. E pior: na escrita aplicam a mesma sonorização. O que é lógico e compreensível. Esquecem até que, em português, só existe uma sílaba tônica em cada palavra.

Os artigos definidos já não se diferenciam dos indefinidos, nem das preposições. A pessoa vai “o” “pissicólogo” e não “ao psicólogo”. A referência é feita “o oubijéto” e não “ao objeto”. 


No fato de determinados sintomas persistirem... escrevem e verbalizam: “à persistirem os sintomas”. Neste exemplo, o “a” deveria ser átono e não tônico nem com acento gráfico. O correto mesmo seria usar o pronome “se”; “se os sintomas persistirem”. 

De qualquer forma deram para acentuar todos os artigos e preposições sem sequer ficarem vermelhos de vergonha.

Os plurais dos verbos também sumiram.

A diferença entre tonal e atonal perdeu sentido e capacidade de ser percebida. Tornaram-se surdos seletivos, se é que tal condição existe.

Quem ainda não viu escrito por aí: “entregas à domicilio”? ou “entregas em domicilio”?; ou, pior, não escutou um âncora de jornal nacional (Raquel Novaes ou William Bonner), anunciar: “à pártir de ámanhã...” quando o correto deveria ser: a partir de amanhã. Sem acentuar os “as”; sem dar-lhe tonalidade.

Os pronomes demonstrativos, se não ignorados, tornaram-se ambíguos. 


Numa confusão direcional deixaram de existir diferenças entre “este” e “esse” ou entre “deste” e “desse”. É tudo “esse” e “desse”, pouco importando se a posse pertence à primeira pessoa ou à terceira.

Juristas, promotores públicos e demais homens da lei, todos eles jovens, cujo saber falar corretamente deveria ser-lhes inerente, parecem autênticos mentecaptos na hora de se expressarem.

O pior mesmo está nas rádios e televisões. Não quero comentar sobre as evangélicas; estas não podem ser levadas a sério. 


Quero sim referir-me a CBN e à Bandnews FM. Supõe-se que estas duas redes radiodifusoras têm como objeto de existência prestar um serviço de qualidade. Mas não prestam! Nem vou referir-me à credibilidade e ao quanto manipulam os fatos. Isso será tema de outra crônica. Atenho-me somente à forma como os seus âncoras e apresentadoras falam.

Parece que todos eles saíram diretamente da favela para o microfone.

A rede Bandeirantes, como um todo, parece empregar os melhores profissionais no que tangue ao modo de falar favelez


As apresentadoras dos diversos programas, especialmente os vespertinos, devem ter aprendido a se expressarem na mesma escola do ébrio presidente que governa o país. 

Em tais moças, o que comentei acima, parece flutuar-lhes na mente um caleidoscópio de letras em procelas revoltosas.

Já na CBN, algo similar ocorre; porém, com honrosa exceção. Do meio do joio retiro o nome do Carlos Alberto Sardenberg. Lá, ressalvando esse senhor, pecam pela construção aloprada das frases; pela ignorância sintáxica e até pela confusão no uso dos pronomes reflexivos. 


Creio que nos intervalos, para se divertirem, usam uma gramática à laia de bola; tantos são os chutes gramaticais que sonorizam através do éter.

Na televisão, a TV Bandeirantes - SP tem como âncora, no seu jornal das 19:20 hs., uma das profissionais mais néscias no que à forma correta de falar português se refere. Ela sozinha consegue anular a correção das falas de Ricardo Boechat e de Joelmir Betting. Ela só, faz doer os ouvidos.

Ticiana Vilas Boas, além da voz estridente e desafinada, consegue chutar o idioma para escanteio como poucas vezes vi alguém fazer. 


Entretanto, parece que ninguém nota. Fernando Mitre, o diretor de jornalismo, deve ser surdo ou apaixonado pela voz da baiana burra. Por vezes, se a escuto de olhos fechados, tenho a impressão que vai começar zurrar a qualquer instante.

Somando tudo, foi através desses meios de comunicação verbalizados que tomei conhecimento que muitos pingüins chegaram “desalimentados” às costas brasileiras.

Como é que um animal se “desalimenta”? E um ser humano? Existe tal palavra ou ato? Estarrecedor, não? 


Vontade tive de perguntar à jornalista que deu a notícia.

Seria perda de tempo. Ticiana não entenderia a pergunta e eu, certamente, ficaria com a impressão de estar falando com uma porta... sem maçaneta.

Jarbas Passarinho, então ministro da Educação no governo Garrastazu Médici (1969-1974), deu inicio ao trucidamento do ensino no Brasil. Fernando Henrique Cardoso com toda a sua intelectualidade neoliberal deu-lhe o golpe fatal. Luis Inácio Lula da Silva, que se orgulha de não gostar de ler, está de pá na mão, pronto para enterrá-lo.

Dentro de duas ou três décadas qual será o idioma que se falará no Brasil? Ninguém precisará ser adivinho ou consultar o oráculo de Delfos para saber que será o Favelês. Sim, o favelez, escrito até de forma errada. O hibridismo nascido da radical pouca vergonha e falta de patriotismo dos governantes e do enorme neologismo preguiçoso dos professores das escolas brasileiras.

Pelo rodar da carruagem, em breve deixaremos todos de falar português. A melhora do idioma ficou a cargo das favelas e claro... da sempre astuta e venal TV Globo.


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