Translate

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Pior que ex-fumante só mesmo ex-petista.

O jornal O Globo publicou hoje:

Para analistas, ética cedeu lugar ao pragmatismo no PT.
De ex-petistas de carteirinha a sociólogos, historiadores e cientistas políticos, o raciocínio recorrente quando analisada a atual crise que atinge o PT é o de que, há tempos, a ética deu lugar à conveniência eleitoral
”.

Se tiver estômago, leia o resto da reportagem «
AQUI»

Esta reportagem global faz-me lembrar que, cinco séculos antes de Cristo, existiu na Grécia um filósofo que costumava chorar diante das conjeturas da vida e de coisas que realçam o conhecimento humano.

Seu nome era Heráclito.

Entre os seus conceitos havia este: – “Se tudo se torna tudo, cada coisa contêm em si o que nega”.

Diante da realidade atual do Brasil certamente Heráclito não choraria. Sorriria como faço eu; especialmente diante dos proselitismos de “ex-petistas de carteirinha, sociólogos, historiadores e cientistas políticos”: – “de que, há tempos, a ética petista deu lugar à conveniência eleitoral”.

Desde quando o PT teve ética? ou;

Desde quando o PT, como partido, teve algum interesse em modificar algo político no Brasil que não fosse a locupletação dos seus próprios dirigentes e a perpetuação no poder?

Entre o ter e o alardear há uma diferença enorme. Do mesmo modo entre o ser doutor em algo e sequer ter estudado para tal; algo muito ao gosto idiossincrático brasileiro.

Em outras palavras, é como ter uma carteira de motorista comprada, hábito praticado e procurado por uma enorme parcela da sociedade brasileira.

Enfim, é o que sempre digo: - ex-petista é como ex-fumante. - São um pé no saco! Usam e abusam da hipocrisia e do cinismo que a falta de escrúpulos lhes proporciona.

Adotam e proclamam novas opiniões/convicções que nunca tiveram no afã de se tornarem um tudo, negando a própria essência.

Deixam de ser o que sempre foram para apresentar uma face caiada com a qual tentam esconder a podridão de caráter que possuem.

Só quem lidou com o PT numa mesa de negociação sindical pode testemunhar o que aqui afirmo. Do contrário, digam o que disserem, nenhum desses hipócritas sequer conhece a verdadeira índole do petismo; muito menos as suas entranhas.

Se hoje saem com essas parlapatices é porque deixaram de ser pagos.

Alegar hoje que sempre lutaram contra José Sarney por este representar todo o contrário do ideário petista é uma grande falácia. É uma mentira enorme. Uma MEN-TI-RA das mais sujas que já existiu.

Melhor fosse que esses mesmos ex-petistas e sociólogos revelassem o quanto receberam pela publicação dos seus livros que ninguém leu ou lê; cujo fato, em prol da ganância pessoal, os fez apequenarem os escrúpulos e racionalizarem o que é irracional...

E a patuléia nem se deu conta que se tornou motivo de riso e, ao mesmo tempo, de dolorosa vergonha.

Melhor fora que esses hoje auto denominados analistas políticos e historiadores contassem de viva voz sobre os subsídios, viagens e ajudas que receberam para se tornarem papagaios repetidores da falsa ideologia petista que ajudaram a prevalecer durante vinte anos.

Brasileiro é sem dúvida alguma um ser sem caráter e a imprensa nacional um texto à parte na comédia nacional.

Inegavelmente, quando tudo se torna tudo, cada coisa contêm em si o que nega!

O triste fim de Aloizio Mercadante


Aloizio Mercadante, senador pelo PT-SP, representa bem o fenótipo do petista que, ao fim e ao cabo, é a manifestação detectável do genótipo brasileiro.

Desde as manchetes de jornais falsas que apresentava no horário eleitoral na tentativa de reeleição de Marta Suplicy à prefeitura de SP, passando pelas suas absurdas concepções econômicas, ridicularizadas pelos próprios companheiros de partido, até à presente e patética atuação na crise do Senado, este senador nada mais é que um equilibrista bamboleante na vida de um partido amoral.

É um verdadeiro outsider, apenas imbuído do oportunismo representativo de cada situação.

Falta de escrúpulos, de caráter e de hombridade são os seus melhores atributos.

Foi assim durante a luta pela queda da CPMF; piorou durante a crise do mensalão e atingiu o auge no ataque a Lina Vieira.

Em síntese, é só mais um brasileiro desprovido de atributos morais que se reveste de arrogância na tentativa de mostrar algo que não é, nem capacidade tem para ser.

Quem afirmar que esse homem é decente estará acreditando numa utopia ambulante com bigode na frente.

Mercadante diz que vai renunciar ao posto de líder do PT no senado. Pois eu, contra todos os prognósticos, duvido!

Aloizio Mercadante não é homem nem tem caráter para manter a palavra dada. Era assim de garoto; é assim de adulto. Se fosse o contrário, não estaria no PT.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

O governo petista está nu.

Com a saída do Senador Flávio Arns o PT ficou reduzido à sua origem; à sua essência. Aos sindicalistas que o fundaram; ao grupo alavão que deu à ética o seu significado mais brasileiro; a sua verdadeira índole.

Lula por excelência e Mercadante ou os demais petistas por adjacência, pois são incapazes de outros fins, representam bem o natural alborqueiro, idiossincrasia inata do brasileiro.

Mas alguém acha que tal peculiaridade é ou será percebida pelo povo?

Lastimo quem pensar que sim. Especialmente os 69% que, brasileiros sendo, apóiam o próprio reflexo.

Como tenho repetido à exaustão, – há anos, – se FHC foi uma ferida para o Brasil, o Lula foi um câncer e o PT a sua metástase.

Não é de surpreender, portanto, que:

1- a criminalidade brasileira esteja à espera em cada esquina das principais cidades;

2- a imprensa nacional seja estrábica e geralmente fútil ou embrionária;

3- a política brasileira seja com “p” bem minúsculo;

4- o povo seja acéfalo e arapuqueiro.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Collor de Mello versus Pompeu de Toledo


Antes de prosseguir, gostaria de convidá-lo, caro leitor, a ler primeiro os dois artigos que me inspiraram a escrever estas palavras. Se os ler poderá entender melhor o texto abaixo. Para tanto, clique «AQUI» ou nas respectivas fotos. Após a leitura encontrará um link para retornar a esta página.

Na extrema-esquerda desta crônica coloquei Fernando Collor de Mello; atual senador pelo PTB de Alagoas. Um autêntico filho de reputíssima dama da necessidade, no sentido mais comprovado que a expressão possa abranger; cujo significado político é igual.

Já foi presidente do Brasil, veja só. O povo votou nele por ser “bonitinho”, graças a uma das campanhas mais sórdidas, vis e corruptas já realizadas diretamente pela Rede Globo de Televisão e suas venais e depravadas organizações Globo.

Collor de Mello, aos poucos dias do seu governo, arruinou milhões de vidas populares. Congelou a poupança e as aplicações financeiras de todos os brasileiros. Teve gente que se suicidou de vergonha por não poder atender aos compromissos. Milhares de pequenas empresas faliram. Milhões ficaram sem comer.

Nada aconteceu com Collor de Mello. O povo prejudicado mostrou o esplendor da sua excelsa covardia congênita e calou; a estudantada pintou as caras e os pais aceitaram o que a TV Globo disse para aceitar!

Foi um carnaval fora de época, pintado de verde e amarelo.

No entanto, Collor de Mello por ter cuspido no prato que comeu, isto é, não ter atendido aos interesses nada republicanos de quem o pôs no Palácio da Alvorada, foi escorraçado da presidência como rato miserável que é, pra neguinho algum botar defeito.

A TV Globo igualmente trabalhou bastante para isso acontecer.

Os místicos alegaram logo que, o que aqui se faz aqui se paga. Santa ingenuidade!

Obviamente, como acontece sempre no Brasil com esta classe de gente, o Supremo Tribunal Federal declarou-se hipocritamente incompetente para julgá-lo pelos crimes dos quais era acusado; apesar das testemunhas, provas fartas, cheques e demais falcatruas documentadas.

Foi inocentado. Fez o que quis e nada pagou.

Com maior obviedade ainda, – também como é habitual no Brasil, – Collor de Mello voltou à cena política brasileira, – como senador, – pelos braços de um povo alienado, tolo, comprovadamente estulto; sem um pingo de dignidade ou vergonha na cara. O povo alagoano! O qual, cabe o destaque, não difere em absoluto de qualquer outro vivente, espalhado às pencas pelos demais Estados brasileiros.

Os mesmos que o levaram à presidência. Os místicos.

Assim, no flanco direito, para contraponto, caro leitor, coloquei em linha reta de admiração no escrever o senhor Roberto Pompeu de Toledo. Comparado ao chibalé acima, só posso afirmar que é um colunista renomado da revista Veja, onde, na maioria das vezes, para meu deleite, escreve artigos muito interessantes e verdadeiros.

Como eu gostaria de escrever assim.

Tão verdadeiros são, com freqüência as palavra neles refletidas parecem-me terem sido arrancadas do meu pensamento, cuja razão foi incapaz de dar ordem aos dedos para pô-las num papel.

Não conheço pessoalmente nenhum dos sublimes brasileiros com os quais ilustro esta crônica. No entanto, se diferenças faço, é porque, – como se diz lá na terra onde nasci, – eu não estava lá, não vi nem ouvi, mas posso ser testemunha.

É fato sabido, – aqui tampouco é novidade – que brasileiro adora merda. Convive no meio dela. Vota nela. Come-a todos os dias e, freqüentemente expressa-a nas idéias, nos atos; até nos diálogos mais quotidianos e imaculados.

Quem nunca escutou nas reuniões familiares o marido ou a esposa enviarem-se um ao outro, metaforicamente, à merda; como modo de falar tipo “não me enche” ou “pára de dizer bobagem”? Não é tomado como ofensa. Nem poderia. É só um modo brasileiro de expressar...

As namoradas para os namoradinhos – e vice-versa, – são pródigos na sua utilização. Colegas de trabalho abusam da verbalização.

De igual forma pouco espanta, portanto, que o sonho de consumo luxurioso de todo o brasileiro seja a bunda, de onde sai a merda.

Mulheres e homens brasileiros, inclusive, fazem questão de se exercitarem para desenvolverem glúteos avantajados e protuberantemente singulares. Talvez para maior produção e doação.

Se descaídos, querem-nos alçados; se achatados, lutam para avolumá-los. Existem até meias-calça com recheio tundá para os(as) mais tímidos(as).

Uma vez logrado os volumes desejados balançam-nos tremulantes com orgulho, para dá-los com prazer a desnudo.

Diante desta realidade não é de estranhar que o Senador Renan Calheiros, outro alagoano corrupto, refira-se – em plenário – ao Senador Tasso Jereissati com o produto que mais gosta.

Porque será que brasileiro tem a mania de falar para os outros o que come em casa?

Deve ser por isso que mudei de nacionalidade.

Enquanto brasileiro, pouco importa agora, jamais alardeei desse quitute nacional. Sequer provei. Nem de garoto briguento, nem de namorado preterido... Nem à falecida esposa – na intimidade viva ou ante o féretro – fui capaz de pronunciar tão abominável expressão. Talvez seja porque não engulo arroz nem feijão.

Não obstante, foi preciso sair do Brasil para mandar alguém àquela parte. Um brasileiro, tinha de ser.

Como a vida dá voltas.

Aconteceu recentemente; aqui em Bruxelas. Um funcionário do nacional-petismo-falocrata veio ao meu escritório tentar dissuadir-me de apresentar o relatório sobre o péssimo controle da rastreabilidade do gado brasileiro. Tadinho. Quando se atreveu a ameaçar-me, a minha estatura avolumou-se tal qual bunda brasileira para empurrá-lo escada abaixo.

A cada degrau, confesso, repeti essa odiosa palavra nas suas muitas e variadas combinações substantivas e adjetivas.

Será que o fiz para compensar os anos de Brasil que lá não a verbalizei? Se não foi, dou-me conta, enquanto escrevo, esqueci de exorcizar alguns gêneses brasileiros, sobreviventes à minha saída desse país de merda.

Portanto, o fato do atual Senador Collor de Mello repetir à insanidade no seu discurso em plenário: – “Eu tenho obrado em sua cabeça [referindo-se a Pompeu de Toledo], nesses últimos dias, venho obrando, obrando, obrando em sua cabeça...” – só comprova o que disse acima, no começa desta crônica:

– Fernando Collor de Mello é um sujeito sem princípios. Um meliante! Um crápula. Existe porque no Brasil só há homens de merda; – ou como se diz em Portugal: só há merdinhas pois nem para merda servem; – daí a insistência dos brasileiros em tê-la sempre na boca.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Segurando as 6 alças do caixão de José Sarney:

1.– No Plenário do Senado, o senador Demóstenes Lázaro Xavier Torres (DEM-GO) foi à tribuna dizer que, na sua visão, “o Senado chegou à sua situação mais degradante; a um ponto extraordinariamente baixo”.

O ínclito senador deve desconhecer que no Brasil o buraco é sempre mais em baixo. A baixaria nunca tem limite de profundidade.

Ou talvez seja um otimista... e use óculos cor-de-rosa para enxergar o cenário político surreal do qual faz parte e para o qual, ele e seu partido, nada têm contribuído para mudar. Pelo contrário.

É bom lembrar que o DEM votou unânime pela eleição de Sarney.

Será que o senador Demóstenes não sabia antes quem é Sarney?

Haja cinismo!

Se o Senador quer tanto um holofote deveria pendurar uma melancia no pescoço.

2. – A OAB [Ordem dos Advogados do Brasil], através do seu presidente, Cezar Britto, pede a renúncia coletiva dos senadores. Quer a sobrevivência da instituição, que considera pilar do equilíbrio federativo.

Já vi muita imbecilidade nascer no Brasil, país fecundo nessas minúcias. Entre um charuto e outro pergunto-me que qualidade de asnos forma hoje a OAB para propor semelhante aberração. Só mesmo uma cavalgadura brasileira para propor a tal despautério.

A OAB perdeu o que foi para se tornar nessa coisa amorfa que é.

Este tipo de proposta assemelha-se à daqueles que restam importância para o senado e acham que deveria desaparecer.

E tem gente no Brasil, especialmente entre os membros da OAB que diz viver em plena democracia?

3. – Ao pronunciamento do Senador Pedro Simon, Fernando Collor de Mello de rosto tenso, olhos esbugalhados de ódio, sibilava ameaçador: – “As palavras que o senhor acabou de pronunciar são palavras que (...) eu quero que o senhor as engula. E as digira como julgar conveniente...”.

Será que na hora “aquilo” também ficou roxo?; como na época em que foi presidente e, enquanto roubava feito ladrão barato, diante do pote de mel preferia lambuzar-se?

É inacreditável ver esse dejeto humano, esse pilantra desnaturado de volta ao cenário político brasileiro. Como senador, vejam só.

O povo de Alagoas deve estar muito orgulhoso... seguindo o gosto nacional de escolher outro excremento para representá-lo.

Que gentalha! Como gostam de merda!

4. – “Coronel de merda”, assim se dirigiu Renan Calheiros, outro alagoano, ao Senador Tasso Jereissati.

Logo o Renan, ao estilo rato de navio que costuma abandonar quando está a ponto de afundar.

Esse meliante de colarinho encardido tem uma fazenda cheia de bois fantasmas, cujo registro pra lá de falso, apenas existe em papel datilografado, cheio de rasuras... Paga amante com dinheiro de empreiteiras... Tem uma esposa, [ou seja lá o que isso for], pra lá de luxuriosa que o enfeita com qualquer boy sarado de Maceió... Os cariocas têm a preferência...

Porque será que corno sempre se define de índole conciliadora e insulta os outros com os adjetivos que lhe são inerentes e absolutamente intrínsecos?

5. – O presidente do Conselho de Ética, Senador Paulo Duque (PMDB-RJ), apelidado de "arquivador geral do Senado", diz que não teme a rejeição da opinião pública.

Como suplente do suplente, – com um pé na cova e outro na casca de banana, – não tem com o que se preocupar. Não foi eleito. Está quase morto. É só mais outro corrupto a caminhar debaixo da apatia política de um povo que vota em troca de um par de botas.

Contudo, mesmo que tivesse sido eleito, pouco caso daria à opinião pública que sofre também de amnésia. Os fatos na memória do povo brasileiro permanecem presentes só até ao próximo escândalo ou ao novo reallity show da rede Globo de televisão. Em dois dias está tudo esquecido.

Tenho certeza que se Paulo Duque se candidatar, será eleito. Ainda mais, sendo carioca, céérrrto?

6. – Aloízio Marcadante, senador do PT-SP: “Não queria ver minha foto naquela moldura...”, declarou para justificar o motivo que o levou a fugir do plenário do senado enquanto os palhaços brigavam.

Aloizio Mercadante é aquele do bigode que logo após a posse do Lula foi jogado para escanteio. Depois, bem mais tarde, ganhou o posto de office boy do Lula, com o título de líder... do PT. Líder? Não apita nada e obedece a tudo o que lhe mandam... até se auto-humilha de joelhos pra não perder o boquete.

Mercadante, cujos conhecimentos de economia sequer são levados a sério pelo seu próprio partido, que os critica severamente, também não vota pela saída de Sarney. Emite nota pedindo o afastamento do Presidente do Senado e, depois de ser humilhado mais uma vez pelo Lulão, declara: “o partido não pretende dar fôlego à idéia da oposição de assinar uma nota conjunta cobrando o afastamento do senador José Sarney (PMDB-AP) da presidência do Senado”.

Existe alguém mais pedante, mais mercante, mais abaixante que o Mercadante aldagrante?

Fico até com pena do neto que este petralha espera ter. Tadinho do garoto!

Enfim... com estes seis voluntários, – já que o enterro do Sarney se aproxima, de uma forma ou de outra, – tenho certeza que não faltará gente para carregá-lo no caixão e alabar-lhe a biografia.

Que baita biografia! Até Fernandinho beira-mar morre de inveja. Da biografia e dos "colega" senadores.

sábado, 8 de agosto de 2009

Os telhados da sociedade Sarney de brasileiros

Escrevi aqui há dias que no Brasil a ética sumiu e a moral suicidou-se de vergonha. Parece que entreabri a cortina do túnel, – tenebroso e denso, – da veracidade social que prevalece no país.

Tudo no Brasil se encharca em fedentinas múltiplas. Desde o meu nascimento, há mais de meio século, tenho observado, – ano a ano, – a degradação moral, social e política do povo brasileiro.

Hoje, a milhares de quilômetros de distância, sob outra nacionalidade, o conjunto do panorama aparece-me ainda mais cruel. Mais insano. Mais descontrolado. Mais sórdido.

Se alguém tinha dúvidas ou se ofendeu quando o deputado do Rio Grande do Sul afirmou que se lixava para a opinião pública, talvez agora esteja mais tranqüilo(a).

Não e só ele a se lixar; a dar a mínima para o que pensa a opinião pública brasileira. Esse desleixo é unânime em todas as camadas políticas; desde a federal à municipal, incluindo as inoperantes sub-prefeituras, secretarias e outros antros tais.

Mas quando começa o horário eleitoral fica até difícil escolher o mais probo...

A opinião pública brasileira não pensa. Fazer o quê? Tem apenas um neurônio que passa a maior parte do tempo capengando. Sofre de artrose congênita. E, apesar do ferro no feijão que come, tampouco tem memória.

O arquivamento das onze denuncias contra José Sarney pelo conselho de ética do senado é a prova – cabal, clara e contundente, – da verdadeira realidade dos atributos políticos que a sociedade brasileira escolheu e nos quais pauta as escolhas:

— Política deve ser feita com 'p' minúsculo; quanto menor, melhor!

Por favor, não me venham com a lengalenga que nem todos são assim. Posso demonstrar sem qualquer pejo o que afirmo.

Até aqueles que se dizem apolíticos, que anulam o voto ou apenas o justificam no correio, são responsáveis! Talvez até mais do que aqueles que votam de cabresto ou, na sua santa ignorância, escolhem mal.

Se no Brasil existe alguém politicamente inocente, são os estrangeiros que lá residem. — Não votam. — Contribuem apenas para o progresso do país; não para a sua desgraça. Tanto assim é que compram o Brasil a retalhos, pois os brasileiros são incapazes de possuir a menor competência para administrá-lo.

O comportamento político de uma sociedade é o reflexo dessa sociedade. Senadores, deputados, prefeitos, governadores e presidente são eleitos por voto direto. Por brasileiros! Portanto, todos esses "representantes" do povo são escolhidos em base a afinidades, sejam elas políticas, sociais ou empáticas; ou, tão-somente cabresteiras em troca de um par de botas ou cesta básica.

Sei que o voto é obrigatório. Porém, ninguém é obrigado ou instado na ponta de uma pistola a votar em fulano ou beltrano. A escolha dos personagens é livre.

Assim, só para lembrar:

José Sarney, senador eleito, é a imagem unificada do comportamento social dos brasileiros que o elegeram; antes no Maranhão e atualmente no Amapá. O mesmo é Collor de Mello em relação a Alagoas e Paulo Maluf referente a São Paulo. Isto apenas para citar três ignominiosos e pretejantes nomes da política brasileira.

Atrás deles vêem os ilustres Mercadantes, os Suplicy, as Martas, os Henrique Cardoso, Haddads, Lulas e Dirceus, assim como milhares de outros salafrários, – pois outra coisa não são, – que se instalaram em Brasília, nos poucos quilômetros quadrados que formam a sede do poder central; o Q.G. da choldra brasileira.

Todos esses déspotas, ladrões, assassinos, vigaristas e petistas, têm sido eleitos e reeleitos incontáveis número de vezes; apesar das falcatruas amplamente noticiadas, comprovadas, documentadas e... judicialmente absolvidas.

Sarney sempre foi tirano e gatuno! A sua origem é sua digital. No Maranhão primeiro e no Amapá atual todos sabem disso desde criancinhas. No entanto votam nele! Sinal que representa a verdadeira índole dos eleitores. Sinal que gostam de ser tiranizados, roubados e vilipendiados, pois igual fariam se calçassem os mesmos sapatos.

Não nos enganemos nem tampemos o sol com a peneira.

Alguém já se perguntou porque Ulysses Guimarães desapareceu de forma tão decisiva? E, porque a partir daquele Outubro de 1992 José Sarney apoderou-se do cenário político nacional?

– Nem como presidente da República, alguns anos antes, desfrutou de tanto poder e fortuna como passou a usufruir desde o desaparecimento de Ulysses. Do Doutor Ulysses Guimarães.

Isso me recorda um pouco a história e vida de Fernandinho Beira-mar.

Ilações homicidas à parte, o domínio do senado e todo o enfoque jornalístico no vilão Renan Calheiros, só tem uma causa: José Sarney.

O não-impeachment do vigarista do Lula também se deve a José Sarney.

Da mesma forma a sua vil imortalidade acadêmica ao autor dos livros que em seu nome são escritos, publicados e depois comprados aos milhares pela própria família.

E ainda tem gente a alabar a biografia de José Sarney...

Como sei tudo isto? Recorro a Fernando Pessoa para responder: “Se eu pudesse te dizer o que nunca te direi, terias de entender aquilo que nem mesmo eu sei”.

Mas sorrio quando o jornalismo brasileiro atira culpas a Fernando Henrique Cardoso, o vaidoso beócio, com tanta coluna vertebral quanto éclair de chocolate recém terminado. FHC é demasiado cínico; o seu maior fraco é gostar de ser bajulado. Portanto, é o homem perfeito para ser dirigido. Para levar créditos sem remorsos, tal como ser o pai do plano real.

Brasileiro também é assim. Adora se auto-colgar medalhas. Procura um herói em cada esquina e me faz lembrar do provérbio: "bendito o país que tem heróis; triste o país que precisa deles".

Na mesma paridade, engana-se quem pensar que o Lula é diferente.

Entre todos, a diferença está na caligrafia. Se uns estudaram para escrever, outros escrevem só para assinar... o nome.

Por fim, toda a lama que jorra Brasil afora deve-se também à perda da perspectiva histórica por parte da sociedade Sarney de brasileiros. Além da memória galinácea, não olham mais o seu próprio governo com a mesma intimidade.

Os últimos quarenta anos de história parecem ter-lhes desaparecido das mentes. Não recordam mais que nestes anos todos, tanto na ditadura como no atual nacional-petismo-falocrata, os freqüentadores do Palácio da Alvorada, do Congresso Nacional e os ocupantes da esplanada dos ministérios são os mesmos.

Exatamente os mesmos que todos conhecem; a maioria deles, com o passar dos anos, substituídos pelos filhos, sobrinhos, netos, afilhados, genros... Todos aproveitadores, trapaceiros, larápios e farsantes que...

Que brasileiros sendo, foram eleitos por outros brasileiros de igual caráter, imagem e semelhança; sem memória, sem hombridade, sem vontade de ser ético ou proceder de forma decente...

Portanto, arquivem-se todas as denúncias! Na sociedade Sarney de brasileiros todos os telhados são de vidro.


Comentários: Para enviar por E-mail clique «AQUI»



x