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terça-feira, 19 de agosto de 2008

O Brasil nos Jogos Olímpicos de 2008

Olimpíadas sempre foram um evento político. Na Grécia antiga, uma celebração e tributo aos deuses. No mundo atual, a demonstração de poder excelso e glória das nações; tanto para os países que sediam os jogos como para os vitoriosos. 

Mais medalhas, maior importância, competência e visibilidade tem o país que as ganha. Menos condecorações... 

Bom, quem se importa com elas? 

A história pertence aos vencedores.

Os atletas amadores deram lugar aos profissionais. Alguns deles valendo milhões de dólares. O espírito olímpico perdeu-se. O espetáculo tomou posse. A esportividade sumiu. A disputa tornou-se férrea, bestial, anabolizante e monetária.

Entretanto, tempo houve, bem curto é verdade, em que os Jogos Olímpicos se realizaram para exaltar os esportes; incentivar o esforço individual para a melhora física e intelectual do ser humano. Para prestigiar os mais fortes, os mais corajosos e, supostamente, os mais belos, cujos corpos e mentes se aproximavam à imagem que o homem fez de Deus; a perfeição. Eram uns românticos.

Em 1896 o Barão de Coubertin conseguiu reunir vários países para esse propósito. Desde a antiga Grécia ele fez renascer os Jogos Olímpicos que hoje se chamam Olimpíadas.

Coubertin acreditava que, por meio do esporte, era possível melhorar os sistemas de educação no mundo. Visionário, insistia que era fundamental promover a educação para o desporto. Segundo ele, a atividade física seria uma parte importante no desenvolvimento pessoal dos jovens; tanto físico como mental. Esse espírito durou até 1936; até aos Jogos Olímpicos de Berlim.

Adolf Hitler, ao introduzir a estafeta de atletas para transportar uma tocha com a chama, desde as ruínas do templo de Hera, na cidade de Olímpia, até Berlim, acabou com as intenções altruístas e até certo ponto românticas do pedagogo e historiador Pierre de Frédy, o Barão de Coubertin.

Hitler transformou os Jogos Olímpicos numa demonstração política que permanece até hoje. Em espaços para confrontos políticos e reivindicações, cujos piores exemplos ocorreram no massacre de Munique em 1972 e nos boicotes durante a Guerra Fria; nos Jogos de 1980 pelo bloco de países soviéticos e em 1984 pelos Estados Unidos. 


Hitler, entretanto, apesar dos males, criou também o culto ao físico e à perfeição da raça ariana, cuja filosofia os Estados Unidos adotaram e a propagaram pelo planeta. No Brasil ainda está por chegar.

Lula, num paralelo atroz, pois o seu governo está igualmente repleto de Heinrich Himmlers e Joseph Goebbels, fez pior. Caminhou no sentido do absurdo. No contra-senso de uma pátria sã, viril e saudavelmente atlética. Deu asas à sua pequena inteligência, apoucado saber e muita astúcia venal. 


Para o cargo de ministro dos esportes nomeou um dos mais estultos brasileiros que o país já produziu. Bem diferente do seu homônimo que só engrandeceu o Brasil ao se tornar o cantor das multidões. Não quero nem mencionar o ministro da escatológica cultura que já se foi. Felizmente! Um caos a menos.

Fosse isso pouco, Lula com a sua habitual inépcia e nenhuma visão cerceou completamente o trabalho que pessoas, com o espírito de Coubertin, realizavam no País. Pessoas essas que, antes do seu maldito governo, queriam e podiam promover os esportes no país e, por esse meio, melhorar a educação escolar.

Lula orgulha-se de nunca ter estudado. Só por falta de espaço não é mais imbecil. Pelo “corpitcho” saco-de-farinha-atado que possuiu é óbvio que tampouco praticou qualquer desporto; exceto, claro, o seu favorito, e habitual, de levantar o copo de whisky trinta anos para se fanfarrear diante da televisão na torcida pelo “seu” Corinthians. 


Vai ver, por isso este grandioso clube caiu para a segunda divisão. Diego Hipólito que o diga. Lula tocou nele antes dos Jogos e o garoto caiu inexplicavelmente. Tudo o que o Lula toca dá errado, sofre prejuízos ou é desmoralizado.

Não poderia dar em outra coisa. A maior delegação do Brasil numa Olimpíada também é a que mais vexames dá.

Até “sumiram” com a vara de salto da “gloriosa” atleta brasileira, Fabiana Murer, e, pasmem, ela não possuía outra. Acreditam nisso? Nem o COI acreditou. Nem o próprio técnico dela lhe deu bola como foi mostrado na televisão. Por causa disso ela jurou nunca mais voltar à China. 


Espero que sim, pois falta alguma fará. 

Espero que cumpra a promessa; inclusive que case, tenha muitos filhos, engorde uns cem quilos e leve umas boas surras do marido. Só pra isso serve essa vergonhosa mulher. Talvez aprenda a cuidar do seu equipamento e a não dar barraco como deu em plena pista de atletismo, envergonhando toda uma nação.

O corredor dos 110 metros com barreiras, Anselmo Gomes da Silva, perdeu, porque, segundo ele mesmo, não havia ninguém na raia ao lado para servir-lhe de parâmetro. Vê se pode? Na raia seguinte havia, mas, para o “da Silva”, o que importava mesmo era quem faltou à prova.

Sandro Viana, dos 200 metros, diz que a chegada do jamaicano, Usain Bolt, à linha de meta foi uma "palhaçada" e que a "ciência não explica o resultado desse atleta". Sandro participa pela primeira vez numa olimpíada e já se atreve a mostrar toda a falta de ética que tem. Tinha de ser brasileiro para falar uma estupidez deste tamanho; para mostrar a sua afinidade com a prática nacional da calúnia, com a sua falta de moral e ausência de espírito desportivo. 


Tinha de ser brasileiro para sentir inveja de um país minúsculo, pobre de dar dó, ser capaz de ganhar mais medalhas que o Brasil. 

Não sabe este estulto atleta lulista que Usain Bolt já sofreu mais de oito exames de dopping. Mais que qualquer outro atleta na China e nada depôs contra ele. Sandro deveria saber que Usain Bolt já é um fenômeno do atletismo desde os quinze anos de idade. 

Isso o Sandro não sabe, mas levantar suspeitas e calúnias ele sabe.

A bateria dos 200 metros, a sétima desse mesmo infeliz perdedor, amoral e invejoso Sandro Viana, teve a largada queimada graças a ele e à sua incompetência. A justificativa do atleta lulista é a seguinte: – disse ele: – "O público aqui pela manhã não está muito educado, muitas crianças, impossível manter o silêncio necessário para a largada". – No PAN do Rio, Sandro fez e disse a mesma palhaçada. 


Geralmente quem é patético e prima pela imbecilidade, sempre acha que os outros são palhaços. Sandro não deve ter espelho.

Creio que o Lula não contou para “sua excelência” Sandro Viana que Jogos Olímpicos são realizados em estádios com muito público. 


Esse é o objetivo. Divulgar os jogos. 

Duvido que Sandro Viana saiba a razão dos Jogos Olímpicos terem renascido pelo trabalho do Barão de Coubertin. Duvido até que saiba quem foi este cavalheiro. 

Duvido mais ainda que saiba como se comportar numa olimpíada.

Sugiro que o ministro dos Esportes do Lula peça, para a próxima edição dos jogos, uma raia silenciosa e um tiro de canhão para “sua excelência”, o sem ética Sandro Viana, mostrar a sua péssima competência como atleta, e o seu péssimo caráter como homem; a sua falta de vergonha na cara, tão fracassado que é. 


Carregando baldes de cimento, Sandro Viana seria ótimo "atleta" pra bater uma laje.

O outro brasileiro “notável”, nos 200 metros, Bruno de Barros, não conseguiu passar para a próxima fase. Foi desclassificado. A justificativa dele: – "Não me acostumei com o fuso ainda. Tenho sono à tarde e não durmo bem à noite", – disse ao explicar o resultado. Quase duas semanas depois de ter chegado ainda não se acostumou? Tadinho.

Jefferson Sabino, outro "excelente" atleta lulista no salto triplo, tinha como melhor resultado um salto de 16,45 m. Em sua última chance, Jefferson queimou o salto e acabou eliminado, na 28ª colocação da eliminatória.

Vocês já repararam que brasileiro nunca tem culpa? A responsabilidade é sempre dos outros, do clima, do fuso horário, da vara, da marca da qual sabia mas alega não ter sido informado, do barulho ou da puta que os pariu. Nunca é deles. São todos vítimas. Coitados! 


Que raça de gente passou a habitar no Brasil? 

Um bando de coitados, inegavelmente. De gente sem ética; sem vergonha na cara. Não é à toa que há mais mortes violentas no Brasil do que no Iraque ou que em qualquer outro conflito armado que exista hoje no mundo.

Quantos vexames mais as pessoas honestas que no Brasil vivem terão de agüentar? Até quando a parte do povo que é decente vai deixar imbecis como estes representarem o Brasil em eventos internacionais?

Como diz um amigo meu, brasileiro só corre bem quando tem a polícia atrás dele. Corre bem depois que rouba; corre bem depois que mata. 


O Lula bem que poderia ter colocado uns três ou quatro policiais para correr atrás desses “belos” atletas Lulo-brasileiros. As medalhas estariam garantidas, a vara não sumiria e o público ficaria em silêncio.

Do honroso e nobre César Cielo Filho e do seu merecido Ouro e Bronze na natação, não vou comentar nada. Sobram palavras. Esses louros pertencem só a ele e à sua família. 


Não pertencem ao Brasil! Nem ao Lula e muito menos ao povo brasileiro. 

Néscio e amoral será aquele que tiver a cara-de-pau de se vangloriar que essas conquistas engrandecem a nação. – Não! – O Brasil não as merece! Não tem direito a elas! Essas medalhas são o resultado do esforço singular e pessoal desse menino e do apoio honesto e dedicado da sua família. 

O mesmo ocorrerá se Jadel Gregório ganhar alguma medalha no salto triplo. Ambos garotos foram desprezados pelos patrocinadores nacionais, pelo COB e pelo povo brasileiro que nunca fez nada por eles. Os dois tiveram de se arrumar para treinar fora do Brasil e conseguirem realizar a vontade de serem "Heróis Olímpicos". 

Portanto, o Brasil não tem direito, sequer, a tocar nessas medalhas, menos ainda se pavonear com elas.

Medalhistas olímpicos não nascem. Se fazem! E se fazem primeiro com apoio familiar, dedicação e tempo; depois com responsabilidade, ética e investimento. O comprometimento pertence ao próprio atleta e à federação a que estiver ligado. Depois, às políticas governamentais sérias que viabilizem a alma do projeto de Pierre de Coubertin; o desenvolvimento e incentivo escolar dos jovens. 


E por fim, o dinheiro que incentive e sustente o atleta. 

É aqui que entra o investimento que no Brasil não existe; melhor, não há vontade que exista e o pouco que criam perde-se em prol dos uniformes, das bolas, dos equipamentos super-faturados e dos estádios mal construídos para locupletação de dirigentes e políticos corruptos. 

Portanto, os atletas lulistas estão fadados a dar vexames como os relatados acima. O mesmo ocorrerá com a próxima geração de jovens que for às Olimpíadas de Londres só pra dar mais vergonha ao Brasil em 2012.

Um atleta olímpico não surge do dia pra noite! Conquanto no Brasil floresça viçosa a filosofia do imediatismo e do improviso atarracado feito nas coxas, com atletas olímpicos não funciona assim. Aliás, não funciona com nada.

O Brasil é uma vergonha! O Lula e a delegação Brasileira em Pequim 2008 um exemplo vívido e documentado dessa desonra. Que irresponsabilidade! Que infâmia para uma nação que se julga democrática e quer ser membro permanente do Conselho de Segurança da ONU. Que desconsolo!

sábado, 16 de agosto de 2008

Retrato do idiota perfeito. Brasileiro, é claro.

AMAZONAS: mesmo sem chegar, luz garante popularidade do Lula

De: Hermano Freitas – Direto de Manaus

Para ler a reportagem completa clique «aqui»

O programa do governo federal Luz Para Todos, que há cerca de dois anos levou energia elétrica para as comunidades ribeirinhas dos rios Solimões, Negro e Amazonas, garante popularidade ao presidente Lula, mesmo entre os que ainda aguardam o benefício. É o caso de dois pequenos comerciantes de Janauarilândia, próxima a Manaus, que garantem votar no petista "quantas vezes ele se candidatar".

"Dou muito valor, foi o único homem que olhou pelo nosso Amazonas", diz Raul Machado, 78 anos, dono de um shopping de artesanato flutuante no rio Negro. Na falta do fornecimento, queima mais de dois galões de óleo diesel por dia para manter o gerador rodando e seu comércio ativo. Ansioso pela chegada da energia, providenciou ele mesmo os postes. "Prometeram para setembro, quero ver cumprirem", diz.

Cercado de filhos, o descendente de índios Luiz Coelho cobra R$ 10 por cada grupo de turistas que tenha interesse em tirar fotos próximo ou abraçado a sucuris, bichos-preguiça, jacarés (com a boca amarrada por arame) e pirarucus de mais de 10 kg. "Era muito bom ganhar luz, todo dia tenho que comprar gelo pronto", afirma.

Sobre Lula, mesmo sem fornecimento de energia, tem opinião generosa: "fez tudo por nós, é nosso rei". O indígena diz negociar artesanato diretamente com chineses. Aceita dólares, libras, pesos, euros, ienes, iuanes, não escolhe moeda. Só não emite recibo. "Já viu caboclo dar nota?"


Só o fato do sujeito estar abraçado a uma sucuri dá para perceber que no dia do seu nascimento a inteligência passava férias fora do Brasil.

Tenho pra mim que a burrice nacional brasileira deriva muito da alimentação. Da desnutrição; ou, como diz a analfabeta da TV bandeirantes, “da desalimentação”. Cada um é aquilo que come, não é mesmo?

Venhamos e convenhamos, arroz e feijão, ainda mais preto, só causa gases. Fedorentos! Talvez por isso os pensamentos e opiniões nacionais residam no fundo das costas e sejam verbalizados na forma de flatos; as palavras dos personagens que ilustram a reportagem acima outra coisa não são.

Lamentavelmente não se pode mais ter piedade de gente assim. Têm mais é que padecer; serem roubados, vilipendiados e explorados. Merecem todos os Lulas, Zé Dirceus, FHCs e toda a corja de bandidos que forem capazes de eleger para governá-los.

Que desconsolo! Que vergonha! Quanta estupidez recheada a burrice há no Brasil.

Ainda reclamam da xenofobia contra os brasileiros

Espanha: Policia prende 84 brasileiros suspeitos de prostituição
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Oitenta e quatro pessoas foram presas na Espanha acusadas de ajudar prostitutas, principalmente originárias do Brasil, a entrar no país com documentação falsa, que seria vendida por até US$ 745.

Segundo a polícia, o grupo, basicamente integrado por brasileiros, auxiliava as compatriotas a regularizar sua situação na Espanha como turistas.

A Direção Geral da Polícia e da Guarda Civil informou que 42 dos 84 detidos são acusados de crime de falsidade ideológica, assim como por trabalhar para a organização como falsificadores ou intermediários, ou por terem selos falsificados em seu passaporte.

A rede era formada por cidadãos brasileiros que vendiam os selos a mulheres, na maioria da mesma nacionalidade, que trabalhavam como prostitutas na região de Madri.

Os agentes comprovaram que na organização existia um grupo de intermediários que percorria as casas de prostituição periodicamente, para regularizar as mulheres recém-chegadas ou as que já tinham utilizado estes métodos.

Os policiais conseguiram localizar e prender o suposto líder do grupo, o brasileiro Donizete José T., 39 anos.

França condena brasileiros por falsificações

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Um tribunal francês condenou a até seis anos de prisão membros de uma quadrilha de brasileiros que ajudava imigrantes ilegais a cruzar fronteiras e falsificava passaportes e vistos.

O grupo teria lucrado pelo menos 70 mil com a venda de documentos e serviços clandestinos para imigrantes ilegais. No Tribunal de Boulogne, na França, o Ministério Público local chegou a comentar que a quadrilha havia montado uma "verdadeira empresa" de falsificação de documentos.

O Ministério Público acabou indiciando seis brasileiros e um português. Alguns estão em prisão preventiva desde novembro do ano passado. Mas três suspeitos continuam foragidos. O chefe da quadrilha, segundo revelou o Ministério Público francês , continua no Brasil.

Segundo as investigações, a rede era vasta e bem organizada. A base da operação estava na região de Paris, mas a organização também ocorria a partir do Brasil. Uma sucursal em Londres também havia sido criada.

Nesta semana, o tribunal ordenou a manutenção dos suspeitos em prisão e decidiu por penas de 12 a 48 meses de detenção aos brasileiros. Os chefes da quadrilha foram condenados a até seis anos de prisão e um mandado internacional foi emitido contra os três líderes, que estão no Brasil.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

A arte brasileira de furtar! – Produto de exportação?

Se houvesse olimpíadas do crime, tranqüilamente o Brasil seria campeão de medalhas de ouro. Ironicamente teria poucas possibilidades de recebê-las. 

Certamente, algum brasileiro encarregar-se-ia de surrupiá-las, antes da entrega. 

Seriam vendidas facilmente na Rua Santa Efigênia ou no “roubauto” na Ricardo Jafé; ambas localidades de São Paulo, muito conhecidas da polícia e em pleno funcionamento.

A chama olímpica tampouco poderia ser acesa. O gás que a alimentasse não teria força para tal. 


Algum brasileiro daria um “jeitinho” de fazer um “gato” na tubulação e desviaria o gás para vendê-lo, com toda a certeza, nalgum posto de abastecimento veicular.

E o Lula foi “brigar” na China para as Olimpíadas de 2016 se realizarem no Rio de Janeiro. Se as obras do PAN foram super-faturadas em bilhões de Reais, cá fico imaginando quanto custará essa histérica-megalomania, caso o Comitê Olímpico Internacional caia na esparrela. Felizmente são pessoas sensatas e inteligentes.

Em 2007 a Transparência Internacional realizou uma pesquisa junto a empresários de todo o mundo. Numa lista de cento e oitenta países, onde a classificação ia de zero a dez, o Brasil ficou com a nota 3,5; num vergonhoso e desconsolado 72º. [septuagésimo segundo] lugar.

O objetivo dessa análise, conforme os critérios determinados, era arrepanhar o índice de desonestidade presente em cada país, O Brasil, na 72ª. posição, foi considerado como um país de elevados níveis de corrupção. Elevados? Das duas uma: ou os pesquisadores eram cegos ou alguém roubou-lhes parte das planilhas.

Meses antes da divulgação desses resultados, o Ibope publicara uma pesquisa até certo ponto semelhante. Quisera descobrir o grau de honestidade dos brasileiros. E descobriu que 75% aceitaria algum tipo de suborno. Isto é: um em cada quatro brasileiros é corrupto. Se o é, subentende-se obviamente que é ladrão, vigarista, etc.

Se tomarmos a mesma proporcionalidade e a compararmos à massa de eleitores no Brasil, o volume que votou no Lula e nos petistas, veremos que é a mesma. – Em outras palavras, parafraseando o adágio popular: “Diz-me em quem votas e eu te direi quem és”. Finalmente se compreende a razão do Lula ter sido eleito.

Pessoalmente, acredito que há no Brasil cerca de trinta e poucos milhões de pessoas honestas. Ou com vontade de sê-lo. É claro que não existe meio-honesto; como não existem meio-virgens. 


Contudo, o fato de não votarem no Lula já é uma demonstração cabal de honestidade e também de patriotismo. Portanto, creio que ainda há gente honrada no Brasil. 

Podem ser covardes por não fazerem nada para acabar com a ignomínia que existe no país, mas isso não as tira da minha fantasia. Preciso acreditar que nem todos são ruins e que algum dia a desavergonheira brasileira deixará de prevalecer. Sou um utópico, eu sei.

Por causa dessa minha imaginação é que às vezes consigo ver o lado bom da globalização. As sociedades globalizadas exigem níveis elevados de confiabilidade e honestidade. As pessoas nessas sociedades pautam-se por princípios éticos e cívicos. 


Sem eles não pode haver sociedade; menos ainda democracia.

É claro que sempre existirão ladrões, assassinos e pervertidos; isso é obvio. Como em qualquer outro lugar. O ser humano tem esses lados degenerativos. Contudo, essa decomposição humana não pode ser sistêmica como ocorre atualmente no Brasil.
Nilsson Sousa, de 35 anos, nascido em Montes Claros (MG), [na foto acima com a pistola na mão], e Wellington Rodrigues Nazaré, [foto ao lado, rosto dentro do círculo], 23 anos, de Coronel Fabriciano, também em Minas Gerais, ambos meus conterrâneos, são um exemplo do que afirmo acima.

Estes dois brasileiros são os assaltantes que, na passada quinta feira. 07/08, tentaram roubar uma agência do Banco Espírito Santo, em Lisboa, Portugal.

Dois brasileiros que quiseram repetir na Europa o modus vivendi da sua terra.

Não nos esqueçamos do outro, Luciano W. N, de 30 anos, também brasileiro, que em junho deste ano roubou um sanduíche de um ambulante em Madrid. Ou do que foi morto nos Estados Unidos; ou dos mais de duzentos que tenho na minha lista, coletada só nos últimos três anos.

Felizmente foram mortos e esse dejeto humano chamado Wellington Rodrigues Nazaré levou um tiro no rosto que o desfigurou para sempre. Pena que não morreu também.

E ainda há jornalistas brasileiros, que nos seus artigos cheios de erros e mal escritos, rezingam a tentativa de assalto ao banco ser mais um motivo para os xenófobos reclamarem dos brasileiros. Mais um motivo? Rio-me. Não faltam motivos.

Já o disse aqui várias vezes: por 52 anos fui brasileiro. Nos últimos dez envergonhei-me de sê-lo. Há menos de um ano escolhi nova nacionalidade. 


Cansei de ser humilhado pelo fato de ser brasileiro. 

Não sou mais. 

Não voltei a ser vexado, pasmem. E sim, sou frontalmente contra à atual cultura brasileira que é exportada e chega aqui, à Europa.

Já não bastam as milhares de putas e travestis brasileiros, todos eles gatunos, que por aqui pululam, agora tenho de agüentar assaltantes e assassinos? De jeito nenhum! Eu deixei o Brasil exatamente para não ter de conviver e sofrer a influência dessa ralé de pouca inteligência e muita arte criminal.

Se xenofobia européia existe contra os brasileiros, esse preconceito é mais do que justificado. Tem causa, nome e endereço. Não faltam motivos, repito. Ela é o resultado das ações perpetradas pelos brasileiros. Ninguém adquiriu esse preconceito do nada. Mais ainda em Portugal onde os brasileiros era muito bem-quistos. Eram! Não são mais! Há vários anos já.

No caso específico dos Portugueses que abriram até as suas portas familiares aos brasileiros, eles se cansaram dos diplomas falsos que supostos dentistas, médicos e engenheiros brasileiros lhes apresentavam. 


Cansaram-se dos furtos feitos por brasileiros nos hotéis, nas pensões, nas lojas e até nas próprias casas particulares que os acolhiam. 

Cansaram-se das drogas que os brasileiros traziam escondidas nas bagagens e até dentro dos corpos. 

Cansaram-se das mulheres não se darem ao respeito. 

Cansaram-se de “jornalistas” que diziam ter trabalhado na Globo e no Jornal do Brasil [cinco casos que conheço pessoalmente], quando na verdade, sequer haviam passado pela soleira da porta dessas empresas.

A palavra “Brasileiro” na Europa é hoje sinônimo de vigarista, ladrão/ ladra, assaltante e meretriz. Virou palavrão. No caso das jovens brasileiras que aqui chegam, de fubanas sem ter onde cair mortas. "Essa é a grande realidade", como diz o energúmeno do José Luiz Datena que não noticia isso no seu macabro programa, apesar de ter farto conhecimento dos fatos.

Engana-se quem pensa que isso não me incomoda. Molesta-me e muito! Mas não posso tampar o sol com a peneira ou ignorar o que a maioria, – sim, a maioria, – dos brasileiros faz na Europa. Até aqueles que estão legalizados procedem de forma vil e pusilânime.

O "bom viver brasileiro", com ética, moral e dignidade, é praticado no velho continente apenas por uma minoria. Provavelmente oriunda dos trinta e poucos milhões de pessoas honestas que creio existir no Brasil. 


O resto faz mesmo uso da cultura petista, lulista ou do raio que os parta. Por isso me alegro quando são mortos ou deportados. Infelizmente já são muitos, mas menos do que eu gostaria.

Creiam-me! Sei muito bem o que escrevo. Um dia destes ainda narrarei aqui o que tenho presenciado, ao vivo e em cores, com nomes, fotos e local de origem. Só não o fiz ainda porque dá asco.

Se consolo há para a desonestidade brasileira, olhemos para a da Argentina. Argentina? Na Europa, pior fama que a brasileira só a da terra do tango. Na pesquisa de 2007, feita pela Transparência Internacional, esse país foi atirado para o 105º. [centésimo quinto] lugar, com nota 2,9.

Eu que conheço bem a Argentina, de Mendonça à Patagônia, porque profissionalmente fui obrigado a trabalhar lá, costumo dizer que nesse país, por metro quadrado, há mais vigaristas, ladrões e assassinos que em qualquer outra parte do planeta.

Tenho para mim que a Argentina é a cloaca do mundo. O Brasil está ligado a ela. Argh! É compreensível, portanto, entender por que os brasileiros gostam tanto de passar férias lá. A merda sempre chafurda na merda.

Quem foi que disse que o Brasil é a Argentina de amanhã? Amanhã? – Já o é hoje! – Que desconsolo!

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Filmes brasileiros

Em pouco mais de meio século de vida no Brasil nunca, mas nunca mesmo, assisti a um filme nacional. 

Tampouco os que se assomaram à soleira da porta do Oscar; apesar do jornalismo bombástico e megalômano-onírico feito em torno deles.

De menino ouvia o meu avô dizer que não valia a pena ver filmes brasileiros. Já adulto, em conversas amenas, alguns casais amigos reforçavam essa opinião. 


Colegas de trabalho e da universidade pareciam ecos de tais apreciações: a qualidade era ruim; as performances dos atores piores ainda. Sem falar na sonorização, roteiros, fotografia, etc., que eram de péssima categoria. 

Sempre fui um ouvinte apático dessas manifestações e nunca um interlocutor curioso. Era o tipo de assunto que não me interessava.

Cabe dizer que tenho amigos que opinam exatamente o contrário, mas a recomendação avoenga prevalecia inexplicavelmente e nenhuma credibilidade abonava a essas asserções. Porque isso me ficou gravado, sempre optei por ver filmes de outras nacionalidades. Geralmente a reboque de algum convite, é bem verdade.

No terceiro estágio de gestação desta crônica surpreendi-me ao descobrir que jamais me preocupara em saber se tais afirmações, contra e a favor da cinematografia pátria, são questionáveis. Se têm fundamento. Se revelam o tipo drástico-imparagonável-burguês: “filme brasileiro é ruim e fim de papo”; ou o estilo da esquerda-festiva-petista: “filme brasileiro melhorou muito e há que se prestigiar o cinema nacional”. Na verdade nunca formei opinião nem instado a dá-la me vi alguma vez. 


O mesmo vale dizer para filmes de outras nacionalidades. Todos os que vi ative-me somente ao conteúdo, à estória em si, aos personagens e nunca à origem, nem aos nomes dos diretores ou dos atores. Sou péssimo para nomes. 

Nunca me perguntem qual ator fez tal filme; o mais provável é eu não saiba ou troque alhos por bugalhos.

Não sou um cinéfilo de carteirinha, confesso. Nem espectador constante de DVDs ou de televisão. Talvez esta seja a causa de não me sentir alienado ou mentecapto como a maioria das pessoas que me rodeavam e convivia no Brasil. Sou mais chegado a um bom livro e a saraus entre amigos. 


Pela profissão que exerço preciso ler toneladas de papel. Quando jovem aprendi a tocar violino. Já adulto, a martelar o piano. Portanto, sobra-me pouco tempo para cinema; embora goste e muito. Infelizmente, quando forço a escolha de um filme, ninguém gosta. 

Só eu. 

Quando são os outros, freqüentemente não entendo a metade; na outra durmo. Obviamente há algumas exceções.

Entretanto, maquiavelicamente como lerão adiante, nada me diverte mais do que sair de um cinema, em cujo filme não dormi e tampouco entendi, e escutar alguém surpreender-se por eu não ter compreendido nada. 


Às vezes até faço de propósito; só para provocar. Com freqüência, porém, a minha incompreensão é genuína. Especialmente das fitas com toques fellinianos, noir francês ou enredo niilista-confuso. 

Aquelas onde o diretor mete os pés pelas mãos e, a certa altura, cansado de criticar a sociedade, coloca o “The End” no último retângulo do celulóide, deixando para mentes telepáticas a conclusão da sua obra.

Tenho duas amigas, com doutorado colado na Panthéon-Sorbonne, que adoram explicar-me a rebimboca da parafuseta: – as intenções contrastantes das experiências externas e cognitivas por trás do desejo subjetivo do diretor. 


Entenderam? 

Sobretudo quando o enredo versa pelo lado doentio do relacionamento dos personagens; cujas performances acho inexplicáveis ou bizarras e elas dignas de um Oscar. Eu me divirto. Ambas sabem disso. 

A insistência delas advém da necessidade de exercitarem os próprios neurônios. Fazer o quê? As duas acham que sou uma espécie de esteira ergométrica para o aprimoramento do intelecto delas. Cada um acredita no que quer. Eu, muito educado, dedico-me a ouvir e a fazer cara de interessado. Elas dizem que faço perguntas muito interessantes. 

É nisso que dá ser um inerme.

É aqui que Maquiavel baixa e se incorpora em mim. Maria del Pilar e Maria da Graça, espanhola e brasileira respectivamente, fazem parte das minhas fantasias mais recônditas. São duas belíssimas mulheres, [bota belíssima nisso]. 


Só as vozes já me induzem a delíquios de amor; a uma viagem ao Nirvana com a certeza de ter ganho na mega-sena. São dignas de serem acomodadas, cuidadosamente nuas, dentro de uma campânula de cristal e o sujeito passar-se a vida inteira a admirá-las. 

Ah... se não fosse a minha timidez...

Pois bem, deixando o imaginário de lado, na minha despedida do Brasil, Maria da Graça, vale o pleonasmo, agraciou-me com graça infinita, que só ela tem, uma coletânea de 50 filmes brasileiros; todos DVDs com selo de origem, muito bem acondicionados num extraordinário estojo em mogno vermelho. 


Lindo! 

Recebi-o pouco antes de sair para o aeroporto, com a recomendação de ser usado quando sentisse saudades do Brasil. Logo a minha imaginação subentendeu: “pra quando sentisse saudades dela”.

No Check-in da companhia aérea foi um “Deus nos acuda”. Eu não queria despachar a caixa; não estava embalada e já sentia saudades “dela”. Queria levá-la comigo. 


Na minha mão; bem junto a mim. 

No contraponto, a mocinha imberbe no balcão não permitia o embarque. O volume era grande, pesado; fora dos padrões. – Como podia uma garota, com um cueiro garrido pendurado ao pescoço, proibir-me de levar a minha paixão? 

Existe alguma que seja pequena ou padronizada? – Adverti-a!

Perante tal insolência ameacei apresentar queixa à direção da empresa. Com olhar entrecerrado e malévolo, a infeliz avisou-me que a minha paixão, digo, a caixa, em caso de acidente, poderia machucar algum passageiro. 

Que exagerada! – Respondi-lhe.

Como se um machucadozinho qualquer fizesse diferença num acidente aéreo. – Referia-me à paixão, não à caixa.

O bom de se viajar numa companhia Suíça, hoje propriedade dos alemães, é que o cliente é tratado com respeito e compostura. – Huummm... apenas dei sorte.

Um supervisor simpático e bem emasculado dispôs-se a ajudar-me. Nem me importei que me alisasse o braço uma duas vezes e sorrisse, insinuante, outras cinco ou seis. Ignoro por que fez isso comigo. Mas eu estava com uma jaqueta de couro bem grossa. 


Mesmo assim, a custo, reprimi a náusea. 

Em boa hora. 

Isso me valeu o embarque, a paixão embalada em cinqüenta filmes e uma imaginação fértil com saudades múltiplas da Maria da Graça. 

Que gracinha! Como fora deliciosamente insinuante...

No meio da viagem, a não sei quantos metros ou quilômetros de altitude, lembrei-me da parábola da Raposa e as uvas. Por que cargas d’água me ocorreu, não sei. Tenho esses desvarios nos vôos. Por causa do medo, suponho. 


O certo é que transformei a Maria da Graça numa uva bem verde e olvidei a paixão que voltou a ser caixa da melhor cinematografia brasileira. Tanto esqueci que desembarquei e nem lembrei de pegá-la. Culpa do meu avô. Não nego a minha origem. 

Fui para casa e o tempo passou.

Um belo dia, quase sessenta após a minha chegada, Maria del Pilar veio visitar-me. Ao vê-la na minha porta, por osmose, lembrei-me da Graça e dos 50 filmes. 


Que desgraça. 

Entrei em pânico. 

Cortinas de auto-censura abateram-se sobre mim. Ondas de contrição deixaram-me em farrapos; inclusive por ter culpado o meu avô. Que catarse vivi. Que volúvel sou. E distraído também. A despeito do esforço pessoal o ranço da origem permanece e dele não consigo livrar-me.

Maria, assim a chamo para a diferenciar da Graça, não é só boa em explicar o incompreensível; é-o em muitos aspectos... – e que aspectos! 


Após a minha confissão quase em prantos, imediatamente ela se propôs a ajudar-me na recuperação da Graça. Da caixa, digo! Sou péssimo para reclamações. Acabo sempre por chutar o pau da barraca.

Com essa boa-vontade as uvas haviam amadurecido por encanto. Uma das Marias estava na minha casa. Por fim! A dois passos das estrelas. 


Que companhia mais agradável haveria para assistir a todos os cinqüenta filmes brasileiros? 

Eu já imaginava as reprises. Sim... as reprises, claro! 

Certamente haveria de ter várias, imaginei. Alguns dos filmes não entenderia bulhufas e precisariam ser repassados... Muitas explicações seriam necessárias para um retardado como eu. 

De preferência pelo método Braille; única maneira de entendê-las a contento.

Não dizem que a cinematografia brasileira inspira-se nos moldes avangard franceses? Isso me disseram. Parece que estilo original não possui e as direções são, quase sempre, plágios de cineastas europeus. 


Portanto, já dava por certo que não entenderia nada. 

E se entendimento algum adviesse, negá-lo-ia a pés juntos.

Novamente amofinei-me, de viva voz, por ter sido tão relapso. No fundo, confesso enrubescido, era tudo o contrário. 


Exultava de alegria. 

Não por ter a oportunidade de recuperar algo, cujo pensamento perdera em alguma nuvem sobre o atlântico. Maria estava em minha casa pronta para explicar-me, tim-tim por tim-tim, o que eu não entendesse nos filmes brasileiros.

Para mitigar a culpa aparente, até exagerei um pouco. Insisti em pôr à disposição de Maria del Pilar todos os recursos que dispunha para ajudá-la a me ajudar. Isto é: o meu carro e motorista para levá-la à empresa aérea a fim de descobrir onde estava a cinematografia brasileira e dinheiro para pagar o que fosse necessário. 


Ela recusou o dinheiro e aceitou o motorista. 

Que simpática. Que mulher fina. 

De jeito nenhum atrevi-me a acompanhá-la. Com certeza correria o risco de ensombrá-la. Ademais, sou péssimo e muito preguiçoso para resolver esse tipo de assunto e como ela mostrou tamanha boa-vontade... 

Ela é ótima, afoita, vivaz e tão, tão, tão...

Assim que Maria saiu, imediatamente dei ordens expressas e urgentes à minha governanta para preparar um jantar de deuses. De deuses com todos os anjos reunidos, sublinhei. 


Ah, e que não esquecesse de colocar no congelador uma garrafa fechada do licor de champanhe que reservo para visitas celestiais. 

Estremeci ao perceber que Maquiavel já estava grudado, pronto para se incorporar. Era uma sexta-feira. A adrenalina subiu e a testosterona entrou em ebulição. Corri para tomar um banho, perfumar-me todo e vestir uma roupa que me tirasse vinte anos de cima.

Morar na Europa com filhos adolescentes é uma delícia. Os pimpolhos sempre têm amiguinhos nalgum país ao lado, cuja visita demora pelo menos dois dias; se não três. 


Ninguém precisa ser adivinho para saber que logo convoquei o conselho familiar, – eu e os meus dois filhos, – para informá-los que havia pensado bem e resolvera autorizar a ida deles para Londres. 

Dois dias antes haviam-me pedido isso. Imbecilmente, dissera que não. 

Que idiota. 

Que mal havia em deixá-los ir para casa dos amigos deles, cujos pais conheço há mais de trinta anos? 

Ainda bem que recuperei a razão a tempo. Mas logo me arrependi. 

Mais que rápidos, os dois espertalhões aproveitaram-se do meu remorso mortificado para me arrancarem mil euros, cada um, para “alguma despesinha que precisassem durante o fim de semana”. Pode?

O xingamento mental foi ininterrupto; contudo sorri a meias. Na idade deles não ganhava isso nem num ano de trabalho de sol a sol. 


Mas tenho um coração mole; pura manteiga derretida. 

Sou incapaz de recusar-lhes seja o que for... 

Nem me preocupei que na casa desses amigos tem cavalos e o mais novo já quebrou uma perna na caída de um deles. Até os ajudei a fazer as malas; vejam só o bom pai que sou. 

Não gosto de me gabar, mas às vezes a verdade precisa ser dita. Quando chamei um táxi para levá-los ao aeroporto ficaram um tanto surpresos; mais ainda por não acompanhá-los, como habitualmente faço. Só que eles não contaram com a minha astúcia.

No ínterim das ordens à governanta, banho tomado e a convocação do conselho familiar eu havia ligado para a minha secretária. 


Sob pena de despedi-la na segunda feira, instei-a a personificar-se na minha casa, em menos de meia hora, para levar os garotos ao aeroporto. Um minuto além disso já seria causa suficiente para a demissão. 

Tadinha dela. Apareceu-me na porta vinte e cinco minutos depois fumegando pelas narinas e com o cabelo todo molhado. Alguns pingos de neve penduravam-se-lhe pelas pontas. Acho que a arranquei do meio do banho.

Que chefe mais déspota eu sou... 


Na hora jurei por todos os santos que nunca mais faria uma coisa dessas. 

Bom... melhor não exagerar. Maria Del Pilar telefonou-me quarta-feira passada para avisar que vem passar uns dias em minha casa. Quer ver os filmes pelos quais sofreu três horas no aeroporto para recuperá-los e que acabou por não os assistir... 

Que coisa. Vou ter que recebê-la. Eu não sei dizer não. Além disso tenho vontade de ver um filme...

Deuses do universo, agora me lembro... Preciso parar de escrever. Lamento não poder entrar nos detalhes dos filmes brasileiros nem narrar aqui a minha opinião. Mas quem se importa. Eu ainda não vi nenhum, mas o estojo está perfeito.
Hoje já é sexta-feira outra vez. Maria deve chegar dentro de algumas horas e eu estou desejoso de ver os filmes. 

Juro que estou! 

Doidinho. 

Só preciso subir ao quarto dos garotos para saber que programa planejaram para o fim de semana. Ainda nem se manifestaram. 

Não quero que se sintam acanhados para visitarem algum amigo e tenham medo que eu não autorize. 

Que bobagem. 

Vou tomar a iniciativa; ser um pai presente; pró-ativo...

Pretendo demonstrar-lhes que sou o melhor pai que eles poderiam ter. Quero que se sintam orgulhosos de mim. Por eles vivo e razão do meu viver são. Sou um coração de manteiga mesmo. 

Por se acaso, vou esvaziar a carteira.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Homines ad terrorem ab abrupto.

Homens que atemorizam por impacto. Uma galeria de aprendizes do horror que nem ao estilo Phineas Taylor Barnum tupiniquin se parecem. São os expoentes máximos do jornalismo grotesco. Do jornalismo marrom ao qual se agarram para prevalecerem e enriquecerem.

São os mais notórios; os mais escarchados e escrachados; os mais hipócritas; os mais demagogos também. Primam pelas expressões analfabetas do “abissurdo” e pela “pissicologia” do cinismo.

Apesar da "téquinologia", revelam pouca cultura; berram desgoelados e são acima de tudo farsantes espetaculosos; bufões das desgraças do quotidiano infeliz do brasileiro.

Haja estômago para assisti-los!

Individual e "rispéquitivamente" engana-se quem pensa que tais indivíduos, autodenominados jornalistas, prestam algum serviço útil à sociedade; ou que em nome dela defendam seja o que for. Pelo contrário. Se algo fazem é incutir mais medo na população através da desventura alheia e da exploração do infortúnio. E são pagos por isso. Muito bem pagos.

Todos se dizem defensores da visão mais realista do Brasil. Qual delas? Da visão caricata governamental ou da visão sub-reptícia dos patrocinadores e anunciantes? Do faturamento deles, obviamente! Do povo, certamente não é. E a ele tampouco ajudam ou por ele se importam verdadeiramente.

Quanto mais medo e temor a população tiver, mais vontade terá de comprar supérfluos, especialmente os apregoados durantes os respectivos programas.

São os mileritas da vez; os anunciadores do fim do mundo. Só não anunciam, – por enquanto, – a chegada do Cristo. Porém, bem ao estilo William Miller, induzem os menos ilustrados a se desprenderem do dinheirinho suado para adquirirem as bugigangas de quinta categoria que proclamam e empresas inescrupulosas fazem anunciar.

No alto do corporativismo, na defesa da classe, todos eles enchem a boca para afirmarem que trabalham para o povo. Qual povo? Haverá que perguntar-lhes.

Enquanto morei no Brasil nunca assisti ou sequer notícia tive de alguma campanha educacional, ou cívica, levada ao ar por estes arautos do ódio, da repulsa, do perverso e da crueldade. Por isso duvido que trabalhem para o povo que os assiste. – “Essa é a grande realidade!”.

Mas o povo quer circo? Infelizmente sim! Ignorante que é, sem ele, “assim não dá”! Portanto, circo recebe; embora pão, educação, civismo e cidadania faltem por todos os lados. "Isto (sim) é uma barbárie”; “uma pouca vergonha”! Mas eles não se dão conta, nem sequer se atrevem a mencionar ou se esforçam para tal. Não dá Ibope.

No espaço dos horrores televisionados não há lugar para preceitos socialmente estabelecidos pela sociedade.

Diante da perpetração de atos ignominiosos por indivíduos sem alma, a eles se agarram por todos os lados. Apóiam linchamento e assassinato de motorista que atropela criança, sem saber dados suficientes da situação; apenas pela emoção. Pela gritaria; pelo farfalhar do gozo dos anunciantes e respectivo Ibope.

Defendem a teoria que os prédios do WTC de New York desabaram por sistemas de auto-implosão de segurança, no fatídico 11 de Setembro de 2001, sem terem a menor idéia do que falam. Apenas por um ou dois décimos a mais desse Ibope.

Condenam sem provas; preferencialmente à cadeira elétrica ou por fuzilamento. Incitam à violência e noticiam, berram, em nome de um suposto clamor público que eles mesmos geram. Aqui sim, por vários pontos no Ibope e incentivo aos merchandisings.

Com as suas gravatas de poliéster atadas ao pescoço são igualmente figuras burlescas do péssimo vestir e do mau gosto social. Do brega e da ignorância que compõem o linguajar: – às vezes fanho e amiúde ébrio, cujo odor fétido parece exalar através da tela da televisão.

Se ligados a bicheiros ou financiados por estes, cospem no prato que os sustenta apenas para parecerem politicamente corretos.

E os há?

Claro! Aquele que tenta o suicídio pelo fracasso humano que se tornou e vira religioso fanático; até deputado frustrado porque o dono da televisão onde trabalha não o deixa concorrer a Prefeito.

É preciso que não nos esqueçamos dos cassetetes balançados para a câmara e do balanço desta. Figuras de cena, cuja covardia pessoal os torna machos atrás das telas. Só para impressionar a plebe.

Temos os DNAs fabricados em série e os advogados promocionados, cuja fama a cargos públicos os candidata. Pior que são votados. Essa é a tristeza. É o jornalismo cospindo na cara da sociedade.

Se algo aprendi, no país que me viu nascer, é que o jornalismo brasileiro, medido contra a realidade, é primitivo e infantil. É o grande obstáculo que impede o Brasil de se tornar, de fato, um país democrático.


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