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terça-feira, 5 de agosto de 2008

Homines ad terrorem ab abrupto.

Homens que atemorizam por impacto. Uma galeria de aprendizes do horror que nem ao estilo Phineas Taylor Barnum tupiniquin se parecem. São os expoentes máximos do jornalismo grotesco. Do jornalismo marrom ao qual se agarram para prevalecerem e enriquecerem.

São os mais notórios; os mais escarchados e escrachados; os mais hipócritas; os mais demagogos também. Primam pelas expressões analfabetas do “abissurdo” e pela “pissicologia” do cinismo.

Apesar da "téquinologia", revelam pouca cultura; berram desgoelados e são acima de tudo farsantes espetaculosos; bufões das desgraças do quotidiano infeliz do brasileiro.

Haja estômago para assisti-los!

Individual e "rispéquitivamente" engana-se quem pensa que tais indivíduos, autodenominados jornalistas, prestam algum serviço útil à sociedade; ou que em nome dela defendam seja o que for. Pelo contrário. Se algo fazem é incutir mais medo na população através da desventura alheia e da exploração do infortúnio. E são pagos por isso. Muito bem pagos.

Todos se dizem defensores da visão mais realista do Brasil. Qual delas? Da visão caricata governamental ou da visão sub-reptícia dos patrocinadores e anunciantes? Do faturamento deles, obviamente! Do povo, certamente não é. E a ele tampouco ajudam ou por ele se importam verdadeiramente.

Quanto mais medo e temor a população tiver, mais vontade terá de comprar supérfluos, especialmente os apregoados durantes os respectivos programas.

São os mileritas da vez; os anunciadores do fim do mundo. Só não anunciam, – por enquanto, – a chegada do Cristo. Porém, bem ao estilo William Miller, induzem os menos ilustrados a se desprenderem do dinheirinho suado para adquirirem as bugigangas de quinta categoria que proclamam e empresas inescrupulosas fazem anunciar.

No alto do corporativismo, na defesa da classe, todos eles enchem a boca para afirmarem que trabalham para o povo. Qual povo? Haverá que perguntar-lhes.

Enquanto morei no Brasil nunca assisti ou sequer notícia tive de alguma campanha educacional, ou cívica, levada ao ar por estes arautos do ódio, da repulsa, do perverso e da crueldade. Por isso duvido que trabalhem para o povo que os assiste. – “Essa é a grande realidade!”.

Mas o povo quer circo? Infelizmente sim! Ignorante que é, sem ele, “assim não dá”! Portanto, circo recebe; embora pão, educação, civismo e cidadania faltem por todos os lados. "Isto (sim) é uma barbárie”; “uma pouca vergonha”! Mas eles não se dão conta, nem sequer se atrevem a mencionar ou se esforçam para tal. Não dá Ibope.

No espaço dos horrores televisionados não há lugar para preceitos socialmente estabelecidos pela sociedade.

Diante da perpetração de atos ignominiosos por indivíduos sem alma, a eles se agarram por todos os lados. Apóiam linchamento e assassinato de motorista que atropela criança, sem saber dados suficientes da situação; apenas pela emoção. Pela gritaria; pelo farfalhar do gozo dos anunciantes e respectivo Ibope.

Defendem a teoria que os prédios do WTC de New York desabaram por sistemas de auto-implosão de segurança, no fatídico 11 de Setembro de 2001, sem terem a menor idéia do que falam. Apenas por um ou dois décimos a mais desse Ibope.

Condenam sem provas; preferencialmente à cadeira elétrica ou por fuzilamento. Incitam à violência e noticiam, berram, em nome de um suposto clamor público que eles mesmos geram. Aqui sim, por vários pontos no Ibope e incentivo aos merchandisings.

Com as suas gravatas de poliéster atadas ao pescoço são igualmente figuras burlescas do péssimo vestir e do mau gosto social. Do brega e da ignorância que compõem o linguajar: – às vezes fanho e amiúde ébrio, cujo odor fétido parece exalar através da tela da televisão.

Se ligados a bicheiros ou financiados por estes, cospem no prato que os sustenta apenas para parecerem politicamente corretos.

E os há?

Claro! Aquele que tenta o suicídio pelo fracasso humano que se tornou e vira religioso fanático; até deputado frustrado porque o dono da televisão onde trabalha não o deixa concorrer a Prefeito.

É preciso que não nos esqueçamos dos cassetetes balançados para a câmara e do balanço desta. Figuras de cena, cuja covardia pessoal os torna machos atrás das telas. Só para impressionar a plebe.

Temos os DNAs fabricados em série e os advogados promocionados, cuja fama a cargos públicos os candidata. Pior que são votados. Essa é a tristeza. É o jornalismo cospindo na cara da sociedade.

Se algo aprendi, no país que me viu nascer, é que o jornalismo brasileiro, medido contra a realidade, é primitivo e infantil. É o grande obstáculo que impede o Brasil de se tornar, de fato, um país democrático.


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