Translate

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

A absolvição de Palocci pelo STF brasileiro.


Muito já se escreveu – e eu li – sobre a absolvição de António Palocci por ter mandado violar o sigilo bancário de um certo Francenildo Santos Costa, aprendiz de caseiro, – à esquerda na foto.

Esquecem os distintos articulistas que as leis são criadas para inibir a compulsão humana de causar o mal a qualquer coisa ou... para dogmatizar condutas que uma sociedade acha por bem implementar.

Países há onde uma lei lá existente é repudiada por outro. Nem todas as sociedades pensam ou agem igual ou possuem valores morais e éticos iguais. Vejam-se as leis islâmicas e o quanto diferem das chamadas leis romanas. Ou o direito inspirado no Commonwealth britânico, comparado, por exemplo, ao direito brasileiro. As diferenças são abissais.

Em virtude de tais esquecimentos ou consciência de valores, os articulistas brasileiros – a favor ou contra da decisão do Supremo Tribunal Federal – fecham os olhos ou sequer compreendem a razão de existir um STF:

Atacam apenas na superfície sem investigar ou levar em conta o fundo da questão.

Num país decente, a existência de um STF visa, sobretudo, – por isso é “supremo” – provar à sua sociedade que a justiça é cega, equânime e justa de acordo com o desejo, clamor e entender dessa mesma sociedade como um todo e não do indivíduo em si.

Menos ainda de meia dúzia de homens.

Mas o Brasil é um país indecente!

Com a fraude perpetrada pelo sr. Nelson Jobim na Constituição de 1988 ao introduzir – à socapa e ilegalmente – dois artigos espúrios, proporcionou que, – de lá para cá, – o STF brasileiro, como justiça máxima, deixasse de ser cego e passasse a sentenciar de acordo com este ou aquele interesse, subvertendo completamente os anseios éticos – já fracos – da sociedade brasileira.

De um povo desvairado que gosta mais de tocar berimbau e matar por dá-cá-aquela-palha.

Um dos artigos fraudados pelo sr. Nelson Jobim permite que se possa mentir descaradamente, sem prejuízo de qualquer punição.

Não é há toa, portanto, que o STF tenha produzido e continuará assinando centenas de Hábeas Corpus com essa finalidade; algo jamais visto em outro país do mundo democrático.

O Brasil é o único país auto-denominado democrático onde se pode mentir à vontade, bastando para isso a mera, simples e fácil formalidade de obter a correspondente autorização da corte suprema de justiça.

Ao se poder mentir, quebraram-se todas as regras e prescrições soberanas emanadas pela sociedade de impor a todos os indivíduos a obrigação de submeter-se a elas, sob pena de sanções.

Neste sentido, a justiça brasileira, nos seus mais variados níveis, é a vergonha que se vê, – todos os dias – estampada nos jornais.

Por conseguinte, outra coisa não se poderia esperar que o STF brasileiro relegasse à imundice a sua razão de existir e passasse a desempenhar – apenas – a função para a qual os seus membros são escolhidos e em nome de quem devem proferir as sentenças.

Num país onde a índole política e cidadã do seu povo estão abaixo da ignorância e do civismo é lógico que o seu STF decida – ad nauseum – conforme o interesse de quem manda ou no interesse do partido que estiver no governo; seja no mensalão, ou na violação de um sigilo bancário por António Palocci; seja no caso das células-tronco, ou no da Raposa Serra do Sol; seja na liberação de um criminoso como Daniel Dantas, ou dos muitos vigaristas e ladrões do Partido dos Trabalhadores já absolvidos...

Por falta de provas!

Que mais poderia ser?

Leia também:

"Anatomia de uma fraude à Constituição de 1988"

"O jurista e a corrupção"

"Paulicentrismo! Nelson Jobim mentiu! Vergonha!"

"Como pensam os brasileiros"

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Os desabafos nos blogs.

Cada vez que acesso algum blog de política nacional brasileira e leio os comentários dos leitores tenho a impressão de ter entrado num lava-pés onde todos, – de um lado ou de outro, – a favor ou contra, – purgam-se contritos num “ora pro nobis peccatóribus

Tenho para mim que o fazem, talvez na esperança de conseguirem obter forças para retirarem a venda que colocaram em si mesmos, para não enxergarem, envergonhados, a mediocrização das suas expectativas; o quão laxos se tornaram nos seus padrões e princípios morais, nas suas lutas pela sobrevivência e, sobretudo, pelas escolhas políticas que fizeram e, irresponsavelmente, reelegem.

– Eu sinto pena!

O mais curioso é ver ou ler a enxurrada de comentários quando um petista é absolvido das falcatruas que cometeu. O coro aumenta.

– Eu sinto pena.

Em cada palavra escrita, – tida como indignação, – vejo apenas gotas da covardia do(a) autor(a); pois, ao escrever, delega ao teclado a ação e ao espaço da mensagem o que ele/ela próprio(a) deveria executar como cidadão(ã)... se responsável fosse.

Assim, em nome dessa tal sobrevivência, pelo ego fraco que possuem; pela inabilidade de mediarem entre o instinto e a própria idéia de moralidade... todos os amantes de blog de política brasileira deveriam formar um coro e entoar bem alto: – “ora pro nobis peccatóribus”...

Porém, sendo brasileiros, a única coisa que esperam é: Ego te absolvo a peccatis tuis in nomine Patris et Filii et Spiritus Sancti...
Viva o Brasil, o país da pusilaminidade; dos hipócritas sem um pingo de vergonha na cara.

– Eu sinto pena!

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Tempos de retrocesso

Editorial do Jornal folha de S. Paulo - domingo, 23 de agosto de 2009.

Assinante lê «
AQUI»

Lula e seus aliados transformam a política em acobertamento mútuo e camaradagem sem nenhum escrúpulo”.

SEM NOVIDADE. Sustentando o senador José Sarney no Conselho de Ética, o PT simplesmente repete o clássico roteiro a que já se assistiu durante o escândalo do mensalão, o episódio dos "aloprados" e a manipulação do caso Oi-Brasil Telecom.

Provoca alguma tristeza, e alguns sorrisos, o drama pessoal do líder petista no Senado, Aloizio Mercadante, que anunciou em plenário sua disposição de continuar no cargo, apesar da demissão "irrevogável" veiculada na véspera.

A respeito de seu choroso depoimento no Senado, afirmando que continuaria a ser líder da bancada petista, mais vale o silêncio do que qualquer comentário crítico.

Não cabe, aqui, julgar dilemas individuais de quem quer que seja. O que importa notar, entretanto, é o vazio partidário e político que se abriu no país, conforme se consolidou o poder de Lula na Presidência e os acordos que possibilitaram seu exercício.

Mais do que cogitar acerca do caráter pessoal dos participantes da comédia, seria importante refletir sobre as condições práticas do que, a torto e a direito, chama-se a "governabilidade".

Será de fato necessário preservar uma suposta ordem nos negócios de Estado ao preço do pleno desprezo pela ética básica dos cidadãos?

Será que, em nome de uma candidatura artificial e estranha às instâncias partidárias -a da ministra Dilma Rousseff-, cumpre defender não os interesses de um partido aliado, mas esta ou aquela personalidade sob o foco das investigações?

No fundo, reedita-se hoje um comportamento político que, há quase sete décadas, foi definido pelo sociólogo Sérgio Buarque de Hollanda no seu clássico "Raízes do Brasil".

Lula e seus "companheiros", Lula e seus aliados, seus acólitos, ou seja lá que nome tenham: tudo corresponde exatamente ao perfil do "homem cordial", traçado por Sérgio Buarque.

Princípios, valores, códigos e programas não importam nesse modo de viver a política.

O "cordial", no caso, não se refere às características próprias de amabilidade e simpatia que um político possa ter -sobram a Lula, faltam a Dilma Rousseff, pouco importa. Trata-se, sobretudo, do predomínio do favorecimento pessoal sobre o cálculo e a racionalidade de Estado.

Lula, Sarney, Mercadante e tantos outros abdicaram de valores e princípios. A política se transforma em acobertamento mútuo e camaradagem sem escrúpulo.

Naufragam nesse processo tanto o PT -antigo arauto da renovação social e ética no país- como o PMDB, valioso instrumento, se é que alguém se lembra, da luta contra a ditadura.

O que resta de toda a farsa? Talvez a atitude de alguns políticos que abandonam o partido; talvez as reações de uma aturdida opinião pública, que acompanha cada lance de desmoralização institucional e de vergonha pessoal vivida durante o governo Lula. Tempos cordiais. Tempos de retrocesso e de vexame.

domingo, 23 de agosto de 2009

As patacoadas do Lula.

Lula completamente
embriagado
Lula, ao deixar o Pinheiro Palace Hotel em Rio Branco, no Acre, ontem, 22/08, afirmou:

"É muito difícil alguém dividir o eleitorado do PT. Acho que nem eu divido. Petista é que nem flamenguista, que nem corintiano, não se divide nunca”.

Tirando a metáfora futebolística, a primeira parte da fala do Lula é uma tradução parafraseada das primeiras palavras de Adolf Hitler, no discurso após as eleições de Setembro de 1930, quando o partido Nazi teve a sua primeira vitória.

Será que os marqueteiros do Lula andam reavivando velhos conceitos, acreditando serem os novos Goebbels tupiniquins?

Em marketing já diz o ditado: – "Nada se cria tudo se copia". – Mais no Brasil onde o desconhecimento histórico campeia a olhos vistos a memória nem se lembra que existe.

Quem sabe, esses marqueteiros – que deram para racionalizar o irracional, ensinando esse tipo de patacoada ao analfabeto, – algum dia se dêem conta que democracia tem o fulgor de astro nas mãos do um justo, mas brilha como espada se empunhada por um celerado.

Venezuela, Bolívia, Equador e agora a Colômbia estão aí para mostrar os riscos que corre o Brasil na sua imberbe democracia.

Porém, não nos esqueçamos que historicamente o Brasil tem sido o dia seguinte da América Latina.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Pior que ex-fumante só mesmo ex-petista.

O jornal O Globo publicou hoje:

Para analistas, ética cedeu lugar ao pragmatismo no PT.
De ex-petistas de carteirinha a sociólogos, historiadores e cientistas políticos, o raciocínio recorrente quando analisada a atual crise que atinge o PT é o de que, há tempos, a ética deu lugar à conveniência eleitoral
”.

Se tiver estômago, leia o resto da reportagem «
AQUI»

Esta reportagem global faz-me lembrar que, cinco séculos antes de Cristo, existiu na Grécia um filósofo que costumava chorar diante das conjeturas da vida e de coisas que realçam o conhecimento humano.

Seu nome era Heráclito.

Entre os seus conceitos havia este: – “Se tudo se torna tudo, cada coisa contêm em si o que nega”.

Diante da realidade atual do Brasil certamente Heráclito não choraria. Sorriria como faço eu; especialmente diante dos proselitismos de “ex-petistas de carteirinha, sociólogos, historiadores e cientistas políticos”: – “de que, há tempos, a ética petista deu lugar à conveniência eleitoral”.

Desde quando o PT teve ética? ou;

Desde quando o PT, como partido, teve algum interesse em modificar algo político no Brasil que não fosse a locupletação dos seus próprios dirigentes e a perpetuação no poder?

Entre o ter e o alardear há uma diferença enorme. Do mesmo modo entre o ser doutor em algo e sequer ter estudado para tal; algo muito ao gosto idiossincrático brasileiro.

Em outras palavras, é como ter uma carteira de motorista comprada, hábito praticado e procurado por uma enorme parcela da sociedade brasileira.

Enfim, é o que sempre digo: - ex-petista é como ex-fumante. - São um pé no saco! Usam e abusam da hipocrisia e do cinismo que a falta de escrúpulos lhes proporciona.

Adotam e proclamam novas opiniões/convicções que nunca tiveram no afã de se tornarem um tudo, negando a própria essência.

Deixam de ser o que sempre foram para apresentar uma face caiada com a qual tentam esconder a podridão de caráter que possuem.

Só quem lidou com o PT numa mesa de negociação sindical pode testemunhar o que aqui afirmo. Do contrário, digam o que disserem, nenhum desses hipócritas sequer conhece a verdadeira índole do petismo; muito menos as suas entranhas.

Se hoje saem com essas parlapatices é porque deixaram de ser pagos.

Alegar hoje que sempre lutaram contra José Sarney por este representar todo o contrário do ideário petista é uma grande falácia. É uma mentira enorme. Uma MEN-TI-RA das mais sujas que já existiu.

Melhor fosse que esses mesmos ex-petistas e sociólogos revelassem o quanto receberam pela publicação dos seus livros que ninguém leu ou lê; cujo fato, em prol da ganância pessoal, os fez apequenarem os escrúpulos e racionalizarem o que é irracional...

E a patuléia nem se deu conta que se tornou motivo de riso e, ao mesmo tempo, de dolorosa vergonha.

Melhor fora que esses hoje auto denominados analistas políticos e historiadores contassem de viva voz sobre os subsídios, viagens e ajudas que receberam para se tornarem papagaios repetidores da falsa ideologia petista que ajudaram a prevalecer durante vinte anos.

Brasileiro é sem dúvida alguma um ser sem caráter e a imprensa nacional um texto à parte na comédia nacional.

Inegavelmente, quando tudo se torna tudo, cada coisa contêm em si o que nega!

O triste fim de Aloizio Mercadante


Aloizio Mercadante, senador pelo PT-SP, representa bem o fenótipo do petista que, ao fim e ao cabo, é a manifestação detectável do genótipo brasileiro.

Desde as manchetes de jornais falsas que apresentava no horário eleitoral na tentativa de reeleição de Marta Suplicy à prefeitura de SP, passando pelas suas absurdas concepções econômicas, ridicularizadas pelos próprios companheiros de partido, até à presente e patética atuação na crise do Senado, este senador nada mais é que um equilibrista bamboleante na vida de um partido amoral.

É um verdadeiro outsider, apenas imbuído do oportunismo representativo de cada situação.

Falta de escrúpulos, de caráter e de hombridade são os seus melhores atributos.

Foi assim durante a luta pela queda da CPMF; piorou durante a crise do mensalão e atingiu o auge no ataque a Lina Vieira.

Em síntese, é só mais um brasileiro desprovido de atributos morais que se reveste de arrogância na tentativa de mostrar algo que não é, nem capacidade tem para ser.

Quem afirmar que esse homem é decente estará acreditando numa utopia ambulante com bigode na frente.

Mercadante diz que vai renunciar ao posto de líder do PT no senado. Pois eu, contra todos os prognósticos, duvido!

Aloizio Mercadante não é homem nem tem caráter para manter a palavra dada. Era assim de garoto; é assim de adulto. Se fosse o contrário, não estaria no PT.


Comentários: Para enviar por E-mail clique «AQUI»



x