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quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Inundações, tragédia e mortes... com hora anunciada.

Pela Globonews internacional acabo de ver que já passa de 400, os mortos nas duas regiões serranas do Rio. A raiva é muita e a indignação tresanda em cada poro.

Que vergonha! Que desespero!

Por associação, recordo um discurso do imbecil Aloísio Mercadante e a promessa desse revogador do irrevogável em transformar o Brasil num país tropical mais avançado...

A Austrália, - que o dito cujo sequer sabe que é também país tropical, - muito mais avançado que o Brasil, inclusive e principalmente no IDH, sofre uma inundação de proporções bíblicas que cobre uma área superior à França e Alemanha juntas. O número de mortos não chega a 30.

Bem menos de 10% dos já encontrados nas pequenas Petrópolis e Nova Friburgo.

Com esta comparação, entre países tropicais, fica bem claro o quanto as “otoridades” brasileiras são ineptas nas suas administrações e responsáveis por essas tragédias.

Sem dúvida alguma!

Entretanto, tristemente fica ainda mais patente o quanto os eleitores desses energúmenos são relapsos nas escolhas eleitorais; da pouca memória que têm, até em relação ao próprio sofrimento; e do pouco valor que dão aos direitos de cidadania que lhes concernem e deveriam exigir.

Deveriam! Mas falta consciência...

Anos atrás, sendo Garotinho o governador do RJ, uma tragédia idêntica ocorreu. Nada foi feito para prevenir novas. Garotinho, apesar disso, não perdeu um voto sequer. Só não está hoje em cargo público porque o Tribunal Eleitoral não deixou.

Com Sérgio Cabral acontecerá o mesmo.

A tragédia em Angra dos Reis, no ano passado sob a gestão Cabral, tampouco serviu de exemplo, nem de alerta, nem para despertar vontade de exigir. Igual a inundação de 20 atrás, em Franco da Rocha/SP, serviu de alerta para a mesma Franco da Rocha dos dias atuais.

Por mais cruéis que possam parecer estas palavras, o que acontece todos os anos em S. Paulo e RJ são tragédias anunciadas... com dia e hora marcados.

Parece até que as pessoas que moram nas áreas anualmente inundadas, - pois são sempre as mesmas, - gostam que isso ocorra para poderem se revestir de vítimas e gritarem a plenos pulmões: “QUEREMOS JUSTIÇA!” “QUEREMOS SANEAMENTO BÁSICO!”

Secadas as águas tudo volta ao normal. A justiça fica para depois, o saneamento para muito depois.

Nas épocas das eleições já esqueceram de tudo. Votam no santinho encontrado no chão ou no sujeito do carro de som a prometer cestas básicas... Ou no sujeito a chorar ao microfone para comover corações... pois nenhum brasileiro resiste às lágrimas de um homem sensível.

Quem foi que disse que o brasileiro é 80% emoção, 15% corrupto e 5% inteligente?

Lamento pelos 400 mortos! Porém, lamento muito mais os milhares de vivos nessas regiões... Não têm consciência nem vontade de evitar novos mortos... embora gritem por justiça enquanto choram o pai ou o filho soterrados.

Ano que vem tudo se repetirá. Provavelmente 5% de cidadãos conscientes indignar-se-ão outra vez com Sérgio Cabral e eu escreverei algo parecido a este lamento...

O descaso governamental, inundações, tragédias e mortes são motes cessantes, apenas temporários no pensamento popular.


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