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terça-feira, 20 de abril de 2010

Coisas do quotidiano brasileiro

Se alguém ainda tinha dúvidas sobre as pesquisas políticas, agora já não tem mais. Ao se analisarem as últimas, Sensus, Ibope, Datafolha e Vox Populi confirmou-se a falta de idoneidade desses institutos: – as pesquisas de opinião brasileiras são manipuladas bem ao gosto e bolso do freguês.

Sempre foram. Quem não se lembra da Proconsult e suas manipulações Globais? Contudo, e apesar de tudo, mesmo com Brizola denunciando a trapaça da TV Globo, nem assim a sem-vergonhice e a falta de escrúpulos foram tão palpáveis e óbvias como agora.

Por fim o rei está nu. Ou será a rainha terrorista que assaltou bancos?

É impossível existirem tantas disparidades nos resultados. Não obstante, é mais inacreditável ver como vários jornalistas, aqueles chamados sérios em suas colunas e blogs, de repente tentam desesperadamente justificar as diferenças injustificáveis em meio a um festival de textos absurdos.

Quanto será que recebem? Provavelmente a continuação no emprego.

Se um senador revoga o irrevogável e imagens de corrupção explícita não falam por si, porque não justificar o injustificável?

Portanto, os resultados são falsos! Enganosos! Tendenciosos! Fabricados para a absorção e condução da pouca inteligência nacional, inimiga da ética.

Como tudo o mais que acontece no Brasil.

Desde os combustíveis ao leite tudo é falsificado, manipulado, adulterado ou imitado; geralmente para baixo, na conformidade do caráter e gosto brasileiros. Caráter já antes questionável. Agora pior, de encontro à imagem e semelhança do maior pulha que o país já produziu e colocou na presidência.

Mais de 30% dos táxis no Brasil são falsos e roubam passageiros. O feirante vende frutas e legumes de classe 'D' pelo preço de 'A'. Da cebola ao alho, da laranja ao pimentão nas gôndolas dos supermercados, os produtos mais parecem que vieram rolando estrada afora desde o produtor até ali, para se exibirem deploráveis ao consumidor; o qual, por sua vez, enquanto os compra, entretém-se a furtar biscoitos, beber grátis dois ou três redBull e a trocar de sapatos, deixando os usados nas prateleiras.

Afinal, esses mesmos supermercados adulteram datas de validade dos produtos e reembalam mercadorias vencidas. Nada mais justo.

O açougue vende carne questionável; proveniente de condições infectadas. O mecânico inventa necessidades de consertos no carro. O zelador do prédio manda mais que o condômino e o Síndico crê que foi eleito para se apropriar do fundo de caixa e criar despesas extras.

Os morros despencam. Bairros inteiros alagam. Nas residências em ruas secas inflam-se os "sacos" para agüentar testemunhas de Jeová e espectros Mórmons todas as tardes a bater palmas ao portão. As paciências vertem com as leituras da água e da luz fora da realidade consumida... A culpa é sempre do relógio.

Enquanto o caminhão do gás e suas estridências desafinadas rompem tímpanos, as almas alegram-se com os calhambeques aos berros pelos ovos “fresquinhos” da granja... num dueto com as pamonhas de Piracicaba, o puro creme do milho. Feliz, o coro histriônico repete aos berros: "Hoje tem banana; banana prata, banana nanica; hoje tem mandioca".

As buzinas ensurdecem. O funk nas favelas é em surround. O tiroteio aumenta. A mãe grita, o filho grita... Ela por justiça, ele por dor e a polícia já nem mais apita.

A polícia assalta, usa em proveito próprio veículos apreendidos, vende armas e drogas apresadas, rouba e assassina na melhor das sincronias e miscigenação com os bandidos que deveria prender.

O cidadão, - covarde por natureza, - arrincona-se apavorado tal qual lagartixa acuada no canto da parede. E paga. Paga ao bandido para não ser assaltado. Paga à policia para não ser vilipendiado. E fecha as lojas também quando os toques de recolher lhes são impostos.

E os impostos sonega alguns e paga outros. Os mais altos do mundo que sua preguiça política, apatia social e desleixo cívico fazem pagar. Reclama, mas só de brincadeira.

Brincadeira que o faz jogar na Mega-sena. Acerta mas não recebe o prêmio. O bilhete era falso.

Nos necrotérios trocam-se corpos e nas maternidades, bebês; sempre com a maior das irresponsabilidades. Cabe aos parentes dos defuntos e aos pais dos recém-nascidos solicitarem testes de DNA para saber se os mortos e os vivos lhes pertencem por direito biológico.

Nos hospitais, abunda a falta de atendimento. Os pacientes morrem nas filas de espera e nos corredores; até nas salas de operações porque os médicos disputam no tapa o singular direito de operar em prol das míseras taxas com que “engordam” os salários miseráveis. A enfermeira receita como médica. O médico sem especialidade exerce como especialista. O boliviano falsifica o diploma e é contratado pela prefeitura. A farmácia vende placebo e remédio de contrabando...

Contrabando que floresce como malesa em campo aberto. Os guardas nas fronteira fecham um olho e abrem dois bolsos. A polícia investiga para cobrar o devido suborno e depois passa a fingir de investigar.

E não há quem possa ensinar que policia é para defender e não para participar.

Nas escolas, o professorado de baixíssima qualidade apanha dos alunos. Bem feito! A diretora recebe socos, a professora pontapés. O aluno carrega pistola na mochila para matar o colega. A aluna leva ácido para queimar o rosto de quem lhe roubou o namorado. Aprender que é bom, nada! Também nada é ensinado.

A droga rola pois dá tesão e aviva a beleza.

Beleza brasileira de calça justíssima com camisetas a três-quartos, banhas imensas ao léu, bundas disformes e rostos de dar medo em susto.

Na praia de Copacabana ressaltam as espinhas, a pele áspera e gordurosa, pés chatos e mãos sapudas. Os pernis deitados mais parecem no fumeiro a ponto de virarem presunto. Haja coragem para fatiá-los.

Na Av. Faria Lima de São Paulo desfilam tetas mamárias de dar inveja a úberes. Os cabelos pixains passados a ferro engalanam corpos em calças igualmente apertadíssimas, expelindo adiposidades circunferentes pra lá de descomunais.

19 milhões de mulheres tornaram-se chefes de família. Mas só as feias.

Os homens afeminaram-se para dar azo à alegria que sempre os impulsionou nos carnavais. Agora são másculos-gays; homens-alegres o ano inteiro.

Alegria masculina cuja camisa encardida pede socorro. Mas a calça é preta, o cinto de plástico bege e sapato de ponta da mesma cor; dentro falta pé e o bico dobra a esquina primeiro. A gravata vermelha a meio da pança, balança como pêndulo de relógio a caminho da cintura. No paletó não há finura; parece emprestado, mas tem três botões pra seguir a moda... talvez do futuro...

Do futuro brasileiro de uma tela em branco assentada em cima de um baú de esperanças...

De esperanças de um judiciário decente e justo...

Esperanças... talvez de um governo honesto...


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