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quarta-feira, 23 de maio de 2007

Somos culpados!


Mais scheisse... no ventilador...

... e toca "nóiz" de agüentar o fedor no ar que respiramos e para o qual contribuímos.

Outra vez o sr. Silva, o mesmo de sempre, permite mais um escândalo que acabou por “derrubar” o “seu” Silas Rondeau, ministro das Minas e Energia. 


Esse impoluto cavalheiro [impoluto, segundo os seus padrinhos, Sarney e Calheiros, kakaka!], foi acusado de receber R$ 100.000,00 de SUBORNO em troca de um PEQUENO favor que fez à empreiteira Gautama.

Com filmes e tudo mais, a heróica Polícia Federal desvendou a fraude nas licitações de ALGUMAS obras públicas. Obras estas repletas de digitais, escarrapachadas, de muitos políticos, empresários e funcionários públicos. Segundo a PF, só entre 2003 e 2006, [o sr. Silva assumiu em 2003], a máfia do capo Zuleido [que nome], movimentou R$ 170 milhões.

Se você reparar, este assalto, aos nossos bolsos, é idêntico aos roubos perpetrados pelos sanguessugas, [superfaturamento de ambulâncias] e pelos mensaleiros [suborno a deputados para aprovar projetos do governo].

Nestes três assaltos [chamá-los de escândalos é puro eufemismo], muitos políticos de diferentes partidos aparecem, novamente, como suspeitos de envolvimento. Suspeitos? Sei! É de lascar, não é mesmo? Somos "vagabundos", "carneiros", e agora viramos "idiotas"!

Um fato curioso chama a nossa atenção: estes três assaltos têm em comum uma estranha identidade: o articulador. Nem a PF se atreve a denominar "o articulador" de chefe da quadrilha. 


Como todo o mundo já esqueceu do Marcos Valério (o careca publicitário acusado de comprar parlamentares), pois nada lhe aconteceu, e do sobrenome Vedoin (os donos da Planam, empresa que fraudava contratos para vender ambulâncias superfaturadas), apareceu agora o tal do Zuleido Soares Veras, dono da empreiteira Gautama. 

Interessante, não? 

Se a PF aprofundar um pouco mais a investigação, saberemos logo que se trata de um novo laranja! Bom mesmo seria descobrir o capataz do laranjal e, depois, o dono desse campo cítrico que medra a olhos-vistos.

Nestes três assaltos ao erário público vemos que há pagamentos de SUBORNOS [a imprensa gosta de chamar “propina”, outro eufemismo], para a NEGOCIAÇÃO DE EMENDAS PARLAMENTARES com o objetivo de aprovar obras ou serviços, visando desviar dinheiro público, por meio de superfaturamento, para os bolsos dos meliantes.

[Em tempo, só para os puristas: "Propina", para mim, é a gorgeta [10% ou mais da conta] que dou a um garçon, quando sou bem atendido."Caixinha" é um dinheiro pequeno que dou ao entregador da Pizza ou ao boy que faz entregas. 


Qualquer dinheiro que alguém me peça em troca de prestar algum serviço pelo qual já é pago ou recebe salário, para mim, chama-se Su-bor-no].

Você sabe por que os subornos são tão habituais no Congresso, no Senado, nos Ministérios, nas Assembléias Estaduais ou Municipais? 


Não? 

Pois então, por favor, fique calmo(a) e, depois de ler o que escrevo a seguir, reflita um pouco, antes de me xingar. Eu reconheço que parte da culpa me cabe; e você?

Roubalheiras como as narradas acima só acontecem por sua causa, por minha causa e por causa de milhões, como você e eu, “vagabundos”, “carneiros” e “idiotas”, que não sabemos votar; não somos politizados o suficiente; não sabemos como explicar para as pessoas, até na na fila de votação, que evitem votar no primeiro santinho que lhes aparece pela frente; porque somos incapazes de convencer e provar a milhões que é errado votar em Malufes, Palloccis, Berzoinis, Lulas, Cíceros Lucenas, Calheiros, Collors, Valdemares, e outras caricaturas amorfas tipo Clodovil, Agnaldo Timóteo, Enéas [já foi tarde], e centenas e centenas de outros que, todos os dias, vemos envolvidos em maracutaias, escândalos ou indecências "paralamentares". 


Pense um pouco no que a sua indiferença política tem causado a este país

Não adianta me xingar nem dizer que não votou nesses nomes; tampouco me dizer que uma andorinha só, não faz verão. Votou sim! Eu também votei, para minha [talvez nossa] tristeza e frustração. 


Votamos sim, [embora não tenhamos apertado, na urna, o número deles], porque não mostramos, antes, àqueles que o fizeram ou não ajudamos, aqueles que dizem que não se interessam por política, a se preocuparem o suficiente para procurarem saber quem é, NA VERDADE, o candidato que escolheram. 

Esta nossa incapacidade nos torna eleitores indiretos desses pilantras; desses esculhambados sem moral, autênticos reflexos de uma sociedade sem ética e sem princípios cívicos ou sequer patrióticos.

Legislatura após legislatura, observamos, impávidos e serenos, mas... com profunda decepção e aflição, que os larápios de sempre são eleitos e reeleitos com votações expressivas.

Por mais que eu tente, [e vou acreditar que você também, pois, se me lê, deve ter alguma consciência cidadã], não consigo provar aos vagabundos, carneiros e idiotas, que o poder absoluto corrompe. 


Ao escolherem mal um candidato, colocam o poder na mão de um homem e, por isso, permitem a esse homem corromper o poder. Somos incapazes de explicar para essas pessoas que é o homem em si, com os seus defeitos e ganância, quem corrompe o poder; não o inverso. 

Que o Estado Brasileiro é uma criação do homem! O homem, o corrupto, esses bandidos que vemos aí, não são uma criação do Estado. Não é o Estado Brasileiro que dá boca para difamar, ouvidos para a intriga e mãos para roubar. 

O Estado Brasileiro somos nós! 

Todos nós, homens, mulheres, brancos, negros, mulatos, japoneses, chineses que aqui, "nestepaiz", nascemos e criamos as nossas famílias. Isso eu não consigo fazer com que entendam.

Quando vejo esses bandidos no congresso, dou-me conta que esses meliantes só chegaram lá, porque a maioria votou neles de orelhada; deram votos de cabresto. 


Que tolos! 

Povo idiota e deslumbrado vivendo pobres vidas cegas, incultas e venais; autênticos analfabetos políticos. 

Não ouvem, não falam, não participam dos acontecimentos nacionais; nem sequer lutam pelos direitos que lhes concernem como cidadãos. – Por isto eu me sinto responsável, e você também deveria sentir-se assim.

Quando vejo esses assaltos ao erário a aflição toma conta de mim. De você não? Eu grito e me descabelo todo contra as pessoas que votaram nesses bandidos. 


Será que essas pessoas não raciocinam no mal que causam ao país, a todos nós e a eles inclusive, ao votarem em tais facínoras?

Será que as pessoas que não praticam o voto consciente, [a maioria], não se dão conta que os custos de vida, do preço do feijão ao do frango, da farinha ao do aluguel ou do sapato ao do remédio, dependem de decisões políticas? – Tão broncos e estultos, orgulham-se e estufam o peito ao dizerem que odeiam a política. – Não sabem tais insensatos que, das suas ignorâncias políticas, nascem as prostitutas, os menores abandonados, os assaltantes e o pior de todos os bandidos: o político vigarista, o corrupto, o lacaio auto-denominado “trabalhador”, a serviço das empresas nacionais e multinacionais... das Guatamas, das Planams, dos aero-trens, das universidades com cotas raciais, das indústrias de multas, das contribuições para a saúde desviadas para financiamento dos clubes fisiologistas...????

Você que me lê, não sabe da angústia que me invade quando vejo esses eleitores(as) considerarem-se a coisa mais linda que existe no país, porque as vinte e quatro horas do dia respiram esperança... É! Só isso sabem fazer!

É por isso que eu afirmo que você e eu somos tão culpados da existência desses bandidos no Congresso Nacional, quanto aqueles que os elegeram. 


Ao nos abandonarmos à preguiça ao debate com essas pessoas, ao domínio de jornalistas sem escrúpulos  preferimos reformar o arbítrio a confirmar a sua existência. Simplesmente extirpamos o alvedrio como se corta um câncer.

Não é de surpreender que as pessoas que elegem esses bandidos continuem a respirar esperança as vinte e quatro horas do dia... 


Talvez a esperança de que, você e eu, e outros poucos como nós, consigamos ter forças para retirar as vendas que esses “eleitores de ocasião” colocaram em si mesmos, para não enxergarem, envergonhados, a mediocrização das suas expectativas; o quão laxos se tornaram nos seus padrões e princípios morais, nas suas lutas pela sobrevivência. Em nome dessa tal sobrevivência esses pobres coitados, eleitores, apenas revelam o ego fraco que possuem; a inabilidade para mediar entre o instinto e a sua idéia de moralidade.

- Por isso, eu e você, somos culpados!


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