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sexta-feira, 12 de junho de 2009

As entranhas da reforma megalolulista do português.

De tanto a Globo e a Record Internacionais insistirem na “nova” reforma do português deu-me para pesquisar mais um pouco.

Oh, raça! A megalomania do governo brasileiro chega a ser desesperante. Dos intelectuais a ele associados, pior.

Antes escrevi «
aqui» sobre o tema; porém, dada a conivência escrachada dessas duas emissoras, volto ao assunto. Na boca dos respectivos repórteres causa-me náuseas.

É bom os brasileiros entenderem de uma vez por todas: Portugal, apesar de ter assinado o acordo, não vai implementá-lo. Nem nas escolas, nem na literatura, nem nas academias. – O Povo não quer! Os Portugueses não concordam! Ponto final.

Quanto a Moçambique, somente 30 a 35% da população utiliza o português, apenas como idioma oficial. As suas línguas e dialetos nacionais e locais, respectivamente, predominam absolutos no restante dos moçambicanos. Muitos sequer falam uma palavra de português.

Exatamente o mesmo acontece em Angola.

No arquipélago de Cabo-Verde, os cabo-verdianos, falam Crioulo entre si; raramente português. E se o falam, só quando viajam a algum país lusófono.

Situações idênticas ocorrem na Guiné-Bissau e em São Tomé e Príncipe. Em ambos países o Crioulo é o dialeto predominante.

Em Timor-leste o cenário é ainda mais desfavorável. A grande maioria fala
tétum e uma minoria significativa comunica-se em bahasa indonésio.

Até aqui temos seis países considerados lusófonos onde o idioma português é praticamente inexistente. Por terem sido colônias Portuguesas adotaram o português como língua nacional, mas a prática é completamente diferente.

Diante das suas culturas locais e após treze anos de filiação à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa [CPLP], os africanos e timorenses questionam-se se são realmente lusófonos.

É claro que não são.

A mesma pergunta torna-se ainda mais pertinente quando croatas, venezuelanos e ucranianos querem aderir à CPLP como membros permanentes.

Essa não consigo entender. Croatas e Ucranianos? Até o Hugo Chávez?

Obviamente a Globo e a Record, – pela irresponsabilidade e superficialidade habituais, – mencionam esses países como uma espécie de orgulho a ser pendurado no peito, porém, as suas reportagens acoxambradas, não elucidam o que há por trás.

Porquê? – Haveria que perguntar ao Lula ou à TV Globo. Ou... quem sabe, a leitura do documento apresentado ao secretário da ONU sobre a ambição do governo brasileiro em ser membro do Conselho de Segurança ajude a entender a reforma pretendida para o português.

Que jamais acontecerão! A reforma e a inclusão do Brasil no Conselho de Segurança.

Oficialmente a CPLP é constituída por oito países membros; mais alguns outros numa espécie de lista de espera. A lista dos “Países Associados”.

Nela constam os já mencionados Croácia, Venezuela, Ucrânia e, pasmem, a Galiza. Esta última uma província da Espanha.

Até a Galiza que não é país?

Bom... pelo portinhol lá falado, é possível entender. Na verdade é português arcaico, como dizem em Portugal. Os galegos lutam por uma autonomia que o governo espanhol não lhes concede. O reconhecimento do português para eles já seria um passo para essa independência.

Assim, no sacudir da peneira, somente Portugal e Brasil falam português com os seus diferentes sotaques. Exclusivamente nestes dois países pode se afirmar categoricamente que o português é a língua oficial e nacional.

Não obstante, e apesar desse panorama pitoresco por onde se pavoneiam personalidades tão requintadas como as do Lula da Silva, Hugo Chávez e, principalmente, Nguema Mbasogo, presidente da Guiné Equatorial, um dos maiores ditadores e genocidas ainda no poder em África, já se pode ter uma idéia do futuro da CPLP.

Não haverá futuro!

Pelo menos, na unificação da língua portuguesa é mais do que certo. Improvável, atrevo-me a prognosticar!

Já como uma comunidade econômica de países lusófonos... Talvez! E mesmo assim, o sucesso dependerá de muitas variáveis.

Apenas para exemplificar uma delas bem simples, na última cimeira, em julho do ano passado, foi debatido o termo “Lusofonia”. A controvérsia foi tanta e os debates tão acalorados, o assunto foi posto de lado.

A Globo e Record esqueceram de noticiar a celeuma, assaz importante, talvez pela habitual displicência no aprofundamento dos fatos... ou quiçá, porque no Brasil causaria bastante constrangimento...

O povo brasileiro, na sua esmagadora maioria, não fala português correntemente; inclusive ministros do Supremo Tribunal Federal e até professores de universidades de Comunicação e de inúmeras faculdades outras.

Se dos primeiros se espera um nível de fala melhor, comparado ao habitual da população, dos segundos deveria haver um dever e uma obrigação – ética e educacional – de falarem português sem erros.

Mas não há.

Muitos professores, nos mais variados níveis escolares, destacam-se como adversários do dicionário e absolutamente inconciliáveis com a gramática. [posso nomear dezenas deles].

No Brasil, – todos sabemos, – de uns dez ou quinze anos para cá só se fala português corretamente em áreas e bairros muito “elitistas”, cujos moradores, malgrado os cuidados com a educação e modo de falar, já jogaram pro ralo as inquietações pelo destino político do país.

O que falar então da pureza do idioma?

Tenho para mim que o Brasil, num par de décadas, passará a falar "favelez"; numa equivalência ao Crioulo falado nos países lusófonos africanos.

Mas há outros constrangimentos muito piores que impedem a reforma do português.

Todos sabem que a reforma impositiva do português que o Brasil pretende alcançar tem um só objetivo: provar ser dono de força política suficiente para ser membro do Conselho de Segurança da ONU.

Essa ambição é mais outro tiro no pé em termos estratégia internacional.

Portanto, de nada adiantará a agressiva e acefálica política em querer impor a sua “nova” reforma ortográfica; até porque...

O Brasil é um país de analfabetos, com um presidente analfabeto, cujos membros de maior hierarquia falam como analfabetos.

Não podemos esquecer o baixíssimo nível do ensino brasileiro. Ou será que é “encino”?

Com estas qualificações, que competência tem o Brasil para impor uma reforma num idioma, cuja estrutura e diferenças de prosódia o seu povo mal as conhece?

Fosse isso pouco, apesar do acordo proposto pelo Brasil ter sido unicamente ratificado por Portugal, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, os estultos membros do governo lulista, [ou seja lá o que isso for], nem se preocuparam em consultar a opinião ou posição dos demais países lusófonos; alguns deles com analfabetismo pior que o do Brasil.

Portanto, você brasileiro que defende o Acordo Ortográfico, – mesmo não entendendo lhufas do assunto, – não estranhe que os moçambicanos e os angolanos, passado um ano da conferência, ainda continuem a “pensar” se vão assinar o acordo.

É claro que estão a “pensar”, especialmente nos quantos dólares e benefícios que vão exigir para assinarem um papel, cujo significado só tem interesse político para o Brasil e, de prático, eles próprios nem pensam, – de fato, – em implementar.

Um outro aspecto “brilhante” da estratégia política brasileira quanto ao acordo, diz respeito à circulação de bens culturais e da promoção e divulgação da língua portuguesa.

Leia com atenção: O Brasil aceita divulgar os seus produtos culturais, porém, é absolutamente restritivo quanto aos produtos dos outros parceiros, inclusive Portugal.

Este fato, apesar de conhecido e divulgado pelos jornais brasileiros, tanto a Globo como a Record não o mencionam nas suas insistentes e manipuladoras reportagens.

Vai ver, esqueceram!

Igualmente devem ter-se olvidado, tal como os lulistas, de averiguar os custos de divulgação da língua portuguesa, os quais, por si só representam um enorme entrave no sucesso da reforma pretendida pelo Brasil.

As despesas estimadas são astronômicas e o Brasil não está disposto a suportá-las. Menos ainda os outros países; individual ou coletivamente. Nenhum deles apresenta a patologia da febre mitômana que assola o governo brasileiro.

Contudo, esse mesmo governo emprestou US$ 10 bilhões ao FMI, a despeito da miséria nas favelas, hospitais sucateados, escolas de baixíssima qualidade, falta de saneamento básico, prisões transbordando... etc.

Mais outro ato insano de megalomania para ver se consegue sentar-se no Conselho de Segurança... em detrimento do povo brasileiro.

Os Institutos, Camões em Portugal, Machado de Assis no Brasil e o Instituto Internacional de Língua Portuguesa [IILP], sediado em Cabo Verde, estão falidos! Sobrevivem à míngua.

Até à data, sabe-se lá por quê, estas organizações não alcançaram o milagre de divulgar, – a custo zero e com habilidade, – a língua portuguesa.

Não têm nem condições de atualizarem com a freqüência devida as suas páginas na internet.

Se a Reforma Ortográfica é tão importante politicamente para o governo analfa-lulo-petista, só para sentar-se no Conselho de Segurança, o Lula deveria enviar dois dos seus melhores marqueteiros para um estágio nos Institutos franceses ou no Cervantes espanhol para aprenderem como se divulga e fomenta uma língua.

De regresso a casa, os dois aprendizes poderiam convocar uma das intermináveis reuniões petistas para repassarem o aprendido. Quem sabe, no final do ajuntamento, a patuscada consiga sair de lá com neurônios suficientes, capazes de anteparar-lhes a megalomania.

E se for para continuarem com os hebetismos, pelo menos saberiam como apregoá-los em português correto; especialmente com plurais, pronomes e artigos em concordância.

Isso sim, seria um passo gigantesco para falar português e mitigar a péssima lusofonia favelez-petista!

Leia também:
Falo português! Favelez é o futuro.
O lero-lero da LERO na TVs Brasileiras.


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