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quinta-feira, 30 de agosto de 2007

A aparência e a realidade.

Para você que vota ou votou no lula; por favor, leia e releia.

Maquiavel escreveu que os homens se guiam pela aparência e não pela realidade


No Brasil isso é mais que um fato. 

O político, portanto, tem dois caminhos. Se é um estadista tratará de mostrar a realidade e poderá sofrer um alto custo político até que sua audiência lhe dê razão. 

Só neste momento o estadista se converterá em um líder capaz de conduzir o seu povo a novos patamares. Como Domingo Sarmiento, (presidente argentino no final do século 19), dizia: “o estadista, definitivamente, é um educador”.

Churchill advertiu aos ingleses que Hitler era um perigo, mas estes acreditaram na ilusão da paz. Depois deram-lhe razão. Mas aí ele só pôde oferecer "sangue, suor e lágrimas" e assim os conduziu à vitória.

Estadistas como Sarmiento e Churchill são excepcionais. 


Ao contrário deles, a maioria dos políticos só aspira mover-se com astúcia num mundo de aparências, para despertar os aplausos da audiência. 

Assim o faz lula que não hesita em mentir, falsear informações ou deturpar a verdade. Maquiavel, que era um descarnado realista, não se fazia ilusões sobre a envergadura moral dos príncipes e políticos que tratavam com o povo. Por isso supunha que todos eles estariam dispostos a disfarçar a realidade.

Antes e depois de Maquiavel a arte da política aproximou-se perigosamente da arte da simulação.

Nas pequenas localidades, como o foram a Ágora ateniense, o fórum romano, e os reduzidos ambientes de republicas do Renascimento como Florença, cidade de Maquiavel, a arte da simulação tinha que exercer-se cara a cara, frente a uma realidade imediatamente perceptível. 


Quando um príncipe decidia enganar a seus interlocutores, como o fez César Borgia, a quem Maquiavel apresentou como um exímio cultor da arte da simulação, sua tarefa não era fácil porque os iludidos eram no fundo, seus próprios pares. 

Ainda assim, quando o príncipe devia atuar como uma pessoa, (persona), frente a outras pessoas, (personas), a dissimulação já formava parte da arte da política. Não devemos esquecer nunca que a palavra persona significou em sua origem: a máscara que usavam os atores.

A situação atual é diferente. Entre o lula que procura enganar e as massas a quem ele se dirige, há um abismo de informações. Os cidadãos agora, já não estão na presença direta dos políticos. 


Entre uns e outros permeia uma imensa distância, porque o povo já não é uma "persona" em carne viva. Há uma trama complexa de mensagens que passam pela mídia com a ajuda de pesquisas manipuladas e indicadores adulterados. 

Entre os receptores da mensagem política, impera hoje uma aguda sensação de desconfiança.

A economia vai bem como diz o governo ? Ou as mensagens da oposição estão mais perto da verdade? 


No meio de um choque de argumentos em conflito, os cidadãos não sabem em quem acreditar. Por isso, para que se recupere a confiança do povo, se criaram as pesquisas e indicadores. 

Portanto, quando um político envia as suas mensagens, necessita apoiar-se em pesquisas e indicadores econômicos ou sociais avalizados por instituições cuja imparcialidade, percebida, lhe sirva de guarda-chuva. 

Entenderam bem? “instituições cuja imparcialidade, percebida, lhe sirva de guarda-chuva”.

Quem dá essa “suposta” imparcialidade a tais instituições?


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