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quinta-feira, 23 de agosto de 2007

A política como traição!

1. Nenhuma outra atividade, como a política, no sentido da luta pelo poder, implica tanta disposição a trair os mentores que se apresentam como companheiros ou amigos.

2. Maquiavel situou a traição dentro da "virtú" política, a qual pouco tem a ver com a moral ou com o ódio.

3. A traição pode plasmar a dialética hegeliana (só que sem a idéia de progresso) na qual se nega o anterior: não se trai para ser igual ao traído. Isso explica que alguém que estava a trabalhar com seu predecessor acabe por ser muito diferente ao chegar à cúspide.

4. Para ser traidor deve-se ter resistência. As traições ocorrem dentro de uma mesma família (política). Não se trata de se passar ao inimigo, mas de trair o amigo, o companheiro, dentro do próprio grupo. Os desdobramentos nem sempre são pacíficos

No início da legislatura, em 1937, Churchill, já deputado veterano, degustava o seu charuto, enquanto aguardava a primeira sessão da Câmara. Nisto, sentou-se ao seu lado um jovem e estreante deputado. Este puxa conversa e aponta para a bancada da frente, simétrica, dos deputados do outro partido, e diz: É deputado... ali na frente estão os nossos inimigos. Churchill reagiu de imediato: Inimigos? Não! Ali estão os nossos adversários. Nossos inimigos estão aqui atrás e ao nosso lado.


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